Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 27
A rainha do Norte


Notas iniciais do capítulo

Olha nosso casal por aqui! Como sempre, espero que aproveitem!!

PS. Dar títulos pros capítulos continua sendo muito difícil.



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Pouco depois do amanhecer Jon acordou. Abriu os olhos de súbito após sentir algo quente e úmido deslizando por sua bochecha. – Fantasma! – Falando baixo para não acordar a mulher, ele afagou a cabeça do gigantesco animal que lambia seu rosto. – Também senti sua falta, meu amigo!

— Ele é meu amigo agora...

O som da voz rouca e sonolenta a seu lado o fez sorrir. Jon se virou para o lado e viu a esposa que permanecia de olhos fechados. – É por isso que ele está aqui? Eu achei que tinha vindo por minha causa, porque estava com saudades de mim.

— Sinto muito, doce marido. Você passou tanto tempo fora que Fantasma se esqueceu de você e decidiu virar meu guardião. – A ruiva falou num tom divertido e vitorioso. – Sabe que foi um bom negócio para ele... me escolher como dona. Tenho o deixado dormir próximo a lareira e sempre que posso, escovo seus pelos.

— Você o perfumou? – Ele a olhou intrigado.

— Uhum... – Sansa esticou os braços para se espreguiçar. – Seu lobo cheirava mal. – Ela riu. – Mas agora ele está cheiroso e penteado.

— Você estava tentando roubá-la de mim, não é mesmo, seu grande vigarista? – Ele alisou o pelo do animal. – Desista, pois ela é minha, meu rapaz... agora que voltei, eu ganharei seus afagos.

— E beijos... – Sansa falou olhando para o marido.

— Sim, seus beijos... como senti falta de seus beijos, minha rainha. – Ele selou levemente os lábios nos dela.

— E eu dos seus, meu amor. Nós sentimos sua falta... – Sansa puxou a mão do rapaz e colocou sobre a barriga. – Jon, eu senti tanto medo durante o tempo em que esteve fora. Temi por você e pelo desconhecido que está por vir. – Estar com seu lobo acalmava meu coração. Era como se você próprio estivesse ao meu lado, me observando e protegendo do que quer que fosse.

— Fantasma sempre a protegerá, ele sabe que você é a coisa mais preciosa que tenho em minha vida.  – Jon a olhou com ternura e compartilhou uma lembrança que tivera enquanto esteve em Pedra do Dragão. – Eu sonhei com vocês.

— Agora?

— Não, foi antes de sair daquela ilha...

— Me conte.

Era como se eu estivesse no corpo de Fantasma, a observando e guardando para que nem um mal lhe acontecesse. A vi sentada na poltrona, cantarolando para nosso filho. – O rapaz sorriu com a memória.

Um tanto surpresa com aquela revelação, a menina o puxou pela gola da camisa e juntou sua testa na dele. O olhou no fundo dos olhos e o beijou. – Eu te amo. – Sem saber o porquê, Sansa não teve coragem de revelar para o marido que aquilo que ele sonhara realmente havia acontecido. Certa noite, após o banho, ela se sentou em sua poltrona e passou a cantar para o filho. Era uma música que a velha ama havia lhe ensinado quando ainda era uma criança. Sem que ela percebesse, Fantasma havia entrado no quarto e parado diante de si. Apoiado nas patas traseiras, o animal a encarou com seus olhos vermelhos. Sempre silencioso, ele permaneceu ao seu lado até o momento em que ela decidiu se deitar.

Jon a abraçou. – Eu te amo.

— Posso entrar? – Arya bateu na porta do quarto do irmão mais novo.

Bran estava deitado em sua cama. Com os olhos fechados, tentava organizar um emaranhado de pensamentos; passado, presente e futuro se sobrepunham em sua mente. - Entre. – Como fumaça, as imagens em sua cabeça se dissiparam e ele voltou sua atenção para a menina.

— Bran, vim saber se está bem. Ontem você não quis descer para o jantar, imaginei que estivesse indisposto.

— Obrigado por ter vindo, mas está tudo bem. Eu só não queria estar no meio de tantas pessoas ao mesmo tempo.

— O Jon perguntou por você. Se a Sansa não o tivesse impedido, ele teria vindo até aqui para vê-lo. – Ela se sentou na beirada da cama.

— Eu sei. Falei com nossa irmã e pedi que ela fizesse isso. Preciso conversar pessoalmente com o rei do Norte.

— Não ficou nem um pouco curioso para conhecer a Targaryan, ou seus Dragões? – Arya sorriu levemente.

— Eu já os conheço; a herdeira do fogo e da destruição... – Bran divagou e logo se virou para a menina. – O que você acha dela?

— Não sei ao certo. Conversamos pouco e nada do que ela disse me pareceu relevante. Mas percebi que ela ficou bastante interessa nas histórias de Sansa.

— Sei... quando for a hora, eu conversarei com a rainha.  – Bran buscou as mãos da irmã e as segurou nas suas. – Papai estaria orgulhoso de você.

Em silêncio, a menina desviou seus olhos dos dele e passou a observar o fogo escasso da lareira.

— Arya...

— O que?

— Você não precisa escolher entre uma coisa ou outra. – Pode ter as duas, pode ser as duas...

— Bran, eu não faço a menor ideia do que você está falando. – Seu coração disparou.

O garoto largou as mãos da menina e apontou para a adaga pendurada na bainha de suas calças. – Posso?

Arya a entregou e o observou enquanto ele analisava cuidadosamente a peça forjada em aço valiriano.

— Você é uma guerreira, uma assassina...

— Bran... – A menina pareceu incomodada.

— Mas é uma lady também.

— Não, eu não sou, deixo isto para Sansa. Prefiro minha espada ao invés de saias e anáguas.

— Você acredita em suas próprias palavras, irmã? Pois eu não acredito. Você não precisa de saias para ser uma lady, não precisa usar vestidos, ou ser polida como a Sansa. Seja quem você é, mas não esqueça do que você também pode ser, ou ter.

— Devolva minha adaga, eu preciso ir treinar. – A menina já sabia o caminho que toda aquela conversa iria levá-los e ela não estava nem um pouco disposta a continuar com aquilo. – Bran... me devolva, por favor.

— Você pode amá-lo e ainda assim ser uma guerreira... – O garoto virou o cabo da adaga e a entregou. Com um olhar compenetrado, a viu sair do quarto e bater a porta com força.

Em seu aposento, Daenerys se preparava para descer e tomar o desjejum. Longe de Tyrion e de Missandei, a rainha dos dragões pensou em se encontrar o Jorah Mormont para se aconselhar e clarear seus pensamentos. Nunca em toda sua vida, a loira se sentiu tão desconfortável e vulnerável. Apesar de ter conquistado e tomado para si diversas cidades de Essos e ter certeza de que Westeros pertencia a ela, Daenerys se sentia como uma intrusa no Norte. Assim que chegou a Winterfell e pôs os olhos em Sansa, ela percebeu que a presença da ruiva dominava todo o lugar. Seu estomago revirou quando a viu caminhar ao lado de Jon e de novo, quando percebeu a troca de olhares confidentes que um lançava para o outro durante todo o jantar.

Já vestida, pediu que Lenna, a aia que lhe fora destinada, trançasse seus cabelos. – Faça-a da mesma forma que as senhoras do Norte usam.

Lenna fez duas pequenas tranças no topo da cabeça de Daenerys e depois as uniu para que virassem uma só, espessa e elaborada. – Já está pronto, majestade.

Daenerys se olhou no espelho. – Está muito bonita, mas talvez... acho que devia mudá-la. Eu quero meus cabelos meio presos, deixe as menores e solte o resto. – A loira ordenou e se virou para que a criada refizesse seu penteado. – Faça a rosa...

— Desculpe, majestade. – Lenna pareceu confusa.

— Faça meu cabelo da mesma forma que sua senhora usou ontem à noite. Quero homenageá-la.

Em silêncio, a garota anuiu e passou a moldar e prender as pequenas tranças até que elas tomaram a forma de uma flor.

Já pronta, ela desceu as escadas e se encaminhou até o salão. Todos os moradores do castelo já estavam de pé à sua espera.

— Majestade. – Jon fez uma reverência e a levou até seu assento, depois, ajeitou a cadeira da esposa e se sentou ao seu lado.

Depois do café, Jon se reuniu com a Targaryan, Davos e Jorah para planejarem suas estratégias para enfrentar os caminhantes. Os quatro passaram boa parte do dia trancados no escritório do castelo e foram interrompidos por batidas na porta. Já era hora do almoço.

— Com licença, milode. – Se aproximando de Jon, Brienne falou. – Lady Sansa requer sua presença em seu solar. Disse que se não for atrapalhar seus planos, ela deseja almoçar em sua companhia.

— Ela está bem?

— Ela me parece muito bem. Só não está em condições de subir e descer as escadarias do castelo a todo momento, devido a...

— A gestação. – Daenerys concluiu a frase da cavaleira.

— Sim, ao estado avançado de sua gestação. – Brienne sorriu.

— Vá, Jon Snow. Não há mais nada para tratarmos por agora. Quero aproveitar a luz do dia para conhecer o entorno do castelo.

— Eu posso guiá-la, majestade... depois de nosso almoço, se preferir. – Davos se ofereceu e Jorah logo se propôs a acompanhá-los.

Assim que entrou no solar da rainha, Jon a viu de costas, seus cabelos vermelhos contrastavam com o verde de seu vestido, ela estava de pé, próxima a uma mesa. – Sansa?

— Meu senhor! – Que bom que pôde vir. Tenho uma surpresa para você.

Jon caminhou até onde ela estava e se deparou com a mesa posta para o almoço; um par de pratos, talheres e dois cálices cheios, um com vinho e outro com água. No centro da mesa havia uma torta redonda, um tanto desnivelada e levemente queimada nas beiradas.

— Eu cozinhei para você! – Sansa o pegou pelas mãos e o levou até sua cadeira. – Sei que daqui a pouco chegará a hora de dar à luz e eu não poderei deixar meu quarto por algum tempo, por isso, quis fazer algo especial par nós. – Ela sorriu satisfeita.

— Minha querida, você cozinhou! Obrigado. – Ele beijou sua mão direita. – Eu não sabia que você tinha essa habilidade.

— Bem, eu tentei cozinhar... – Sansa pegou uma faca e partiu a torta num triângulo. Um vapor esbranquiçado se dispersou pelo ar assim que ela depositou a fatia no prato do marido.

— É a torta que a velha ama costumava fazer? – O rapaz perguntou.

— Sim, a de rins, com ervilhas e cebolas.

Ele sorriu ao se lembrar da conversa que tiveram no dia em que se reencontraram em CastleBlack. – Você é a melhor esposa que alguém poderia pedir. Obrigado.

— Eu a fiz porque queria te dar algo especial como boas vindas, mas faz tanto tempo que não cozinho nada que não faço ideia se ela está boa. – Quando o viu provar o primeiro pedaço, a garota segurou o ar por um instante. - E então?

— Melhor que a da ama! – Ele tomou um gole de vinho e beijou novamente sua mão.

— Jon, além da torta, te chamei aqui por outro motivo. Eu precisava conversar com você em particular. Sei que agora, com presença da Targaryen, isto será quase impossível. - Depois de vê-lo concordar, ela continuou – Enquanto esteve fora algo bastante sério aconteceu. É sobre Lorde Baelish.

— O que houve?

— Ele está morto... eu o matei.

— Sansa, o que está dizendo? O que aquele desgraçado fez?

— Alguns dias depois de sua viagem, ele foi até nosso quarto e tentou me convencer que nosso casamento havia sido um erro. Ele tentou me beijar a força e eu o impedi.

— Maldito! – Jon sentia raiva de si mesmo por ter deixado a esposa correr aquele risco.

— Se acalme, está tudo bem agora. Quando descobriu que carrego nosso filho, ele se enfureceu e tentou me matar. Apertou meu pescoço, mas eu consegui acertá-lo com uma tesoura.

— Sansa, meu amor, me perdoe por tê-la deixado passar por isso. Eu não sei o que faria se eu a tivesse perdido. – Jon ajoelhou e apoiou a cabeça nas pernas da mulher. Depois de respirar profundamente, tocou e beijou sua barriga. – Me perdoe... – Lágrimas rolaram de seus olhos.

— Não se culpe. – Está tudo bem comigo e com nosso filho. Agora o maldito está morto e bem longe de Winterfell. Só te contei isso, meu amor, porque não quero segredos entre nós. Arya e eu demos um jeito de nos livramos daquele monstro, mas o que realmente quero te contar é muito pior do que a morte do Mindinho.

Jon se sentou novamente e terminou de tomar seu vinho enquanto a ouvia falar.

— Recebi esta mensagem de CastleBlack há um tempo atrás. – A ruiva estendeu o pequeno pergaminho e o entregou para o marido. – Edd perdeu alguns homens além da muralha. Eles estão cada vez mais perto... – Sansa se calou e buscou seu copo de água.

— Preciso falar com ele e organizar nosso exército. Os poucos homens que temos devem se juntar aos selvagens e aos dotrakis de Daenerys, precisamos estar prontos para quando chegarem.

— Meu tio Edmure em Riverrun e o Peixe Negro nas Gêmeas já estão de sobreaviso. Mandei um mensageiro até eles e eles juraram lealdade à nossa causa. Meu primo Robbin e todo o exército do Vale também estará ao nosso lado. Uma palavra sua e eles estarão no Norte o mais rápido que puderem. – Sansa segurou firme na mão do marido. – Nós já dobramos a quantidade de homens de nosso próprio exército, Brienne e Tormund foram a todo canto possível para recrutar cada homem e mulher saudáveis para lutar. Nossa irmã conseguiu reunir duas centenas de mulheres e as está treinando. Toda a provisão de alimentos já separada e protegida. Não vamos perder esta guerra, meu amor... – Ela apertou seus dedos. – Nós não vamos!

— Sansa... – Jon a olhou com admiração. Sua esposa era uma verdadeira rainha. Em sua ausência, ela fora capaz de comandar todo Norte de maneira exemplar. – Nós não vamos perder, meu amor. – Ele a puxou pela mão e já de pé, a beijou apaixonadamente. – Eu te prometo.


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Notas finais do capítulo

Quero dizer que to com saudades de GOT e de OD tmb, e como a 8ª temp. vai demorar uma eternidade pra sair, vim aqui postar rapidinho um capítulo novo. Essa semana revi o encontro do Jon e Sansa em CastleBlack e quis escrever alguma coisa com a cena da "torta de rins, com ervilha e cebolas". Foi nesse momento que me apaixonei e passei a shipar enlouquecidamente este casal. Espero que tenham gostado e que me digam quando se apaixonaram (ou não) por Jonsa. Um beijo a todos!!