WSU's O Temerário escrita por Lex Luthor, WSU


Capítulo 3
Round II - Ascenção




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Os três tentavam sair do supermercado com dificuldade, devido ao alvoroço criado pela polícia e curiosos na saída do supermercado. Depois de muita luta, conseguiram chegar ao estacionamento.

Gritos pelo nome do famoso herói da noite eram ouvidos de forma ensurdecedora. Marcos levou sua ex-esposa e filha ao seu Opala no estacionamento. Elisa, no banco da frente, teve um leve susto com Gato sentado.

Marcos jogou-o sem cuidado para o banco de trás. Vanessa agarrada, em seu pescoço, teve uma reação bastante receptiva ao ver Gato e logo foi para onde o felino albino foi rudemente atirado.

— Que lindo, pai! — Seus olhos brilharam. — Qual o nome dele?!

— Cu. — respondeu o Gato.

— É, hum... — Marcos pensava no que responder a sua filha.

— Cu! Fala que meu nome é Cu, cara. — insistia o Gato, risonho.

— É Cu. — Elisa arqueou as sobrancelhas, com a resposta do ex-marido. — Pi-Pinho. Cupipinho, filha.

— Que nome merda de nome, hein? — comentou o Gato, desagradado.

— Que nome lindo, pai! Já te amo, Cupipinho. — disse enquanto abraçava o felino albino.

Marcos foi deixá-las até a sua antiga casa, agora de Elisa e Vanessa. Quando o carro estacionou, um silêncio pairou sobre o ambiente, porém, a doce meninha tratou de quebrá-lo.

— Pai, já que o senhor não é mais tão doido, quando eu vou te ver de novo? — pergunta a filha.

— É cedo para afirmar, isso querida. — respondeu Marcos. — Papai está ocupado com umas coisinhas na academia. Que tal, dormir lá em casa no sábado? Mamãe? — disse o irônico pai para Elisa.

— Marcos, não abusa da sorte. — Olhou para ele, desconfiada.

— Até quando, Brasil? Eu acabei de salvar a minha filha e sei lá, trocentas outras pessoas, incluindo você, e vai me proibir esse momento com ela?

— Está seguindo o tratamento? — Elisa perguntou ignorando Marcos.

— É claro que estou!

— Mentira! — grita o Gato. — Ele jogou os remédios no lixo, eu comi alguns. — disse o Gato.

— Eu estou um milhão por cento são! — insistiu Marcos com um sorriso no rosto.

O Gato soltou uma histérica risada.

—Tá legal, você não é louco, é só o Dr. Dolittle. — debochava o Gato rindo de seu dono.

— Mãe, deeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeixa? — pediu Vanessa, entre os dentes, quase implorando.

— Tudo bem. Vai entrando em casa, eu quero falar com o seu pai. — disse Elisa, abrindo os portões automáticos e entregando-lhe a chave.

Marcos e Elisa foram até o portão e lá ficaram. Havia em Marcos uma estranha sensação de estar ali. Estava tão familiarizado com o local que não via natureza em falar com sua agora ex-esposa do lado de fora da casa.

— Que estranho. — comentou Marcos.

— O quê? — indagou Elisa.

— Quase uma gestação e ainda não me acostumei com a gente assim. — respondeu Marcos, num sorriso triste.

— Precisamos tratar disso. — Aquelas palavras animaram Marcos. — Não se trata mais da gente. Sou eu e você como os pais da Vanessa. Nós podemos fazer isso sem estarmos juntos. Eu sei que você vai fazer a coisa certa. Não por mim, mas pela nossa filha. — Não, aquelas palavras desanimaram Marcos.

— Como assim? Eu já estou fazendo a coisa certa. Eu tô mudando Elisa, por vocês.

— Tudo bem. Se estiver mudando mesmo, então comece se desculpando com o Ari. Ele não tem nada haver com as suas crises. Você desafiou a lógica naquele dia.

Marcos abaixou a cabeça, coçou os olhos com uma vontade imensa de chorar as lágrimas que não tinha mais e olhou para o antigo Opala.

— Você lembra? — Marcos sorria reflexivo para Elisa. — Você e eu? Dentro daquele Opala? Você ficava nele até a luta acabar, como sempre. Odiava me ver lutando, mas sabia que era a única forma de pagar o tratamento do câncer da minha mãe.

Ele passou os dedos entre os cabelos dela, colocando uma mecha por trás da orelha direita.

— Na volta, ia dirigindo e quando chegava em casa, tarde da noite, cuidava das minhas lesões, porque eu tinha quatro horas de treino de manhã cedo e mais quatro depois do almoço. Eu tinha você e o Ari pra superar aquilo — Suspirou. —, mas agora eu não tenho mais nada. — Passou as mãos no rosto para esconder sua tristeza.

Ao notar, Elisa o abraçou e reclinou a cabeça sobre seu peito. Era difícil para ela acreditar que Marcos seguia o tratamento, depois de ter ignorado três vezes. A última, culminando na maior tragédia entre eles.

— Você foi incrível hoje. E eu sempre serei grata, não só por isso, mas pelos dias mais felizes da minha vida terem sido do seu lado.

O som no Opala foi ligado. Total Ecplipse of The Heart era o que o toca fitas tocava. Ambos olharam no mesmo instante para o carro.

Gato arranhava o som.

— Juro que foi o gato. — disse Marcos, surpreso.

Elisa deu um sorriso triste. E despediu-se:

— Se cuida.

Marcos foi para o carro. Gato arranhava, desta vez, o banco de couro. Ele afastou-o abruptamente com o braço e advertiu:

— Se fizer isso de novo, derrubo aquele quarto vazio com você dentro.

— Gostei, tigrão! — disse o Gato com malícia na voz. — Botou banca nos bandidos e ganhou moral com a gata! Quem sabe se você não virar polícia ela não volta com você.

— Não viaja, Gato.

— Um gato falante é um milagre, um homem que fala com o gato é um louco. — Piscou o olho. — Você quem está viajando.

— Tá, mas nem fodendo eu quero ser polícia. — disse Marcos, dando partida no Opala.

— Se não quer ser polícia, você poderia ser um daqueles malucos que andam fantasiados por aí fazendo patê de bandidos, como nos quadrinhos.

— Você e seus ótimos conselhos. — ironizou Marcos. — Recompensa por salvar um supermercado de hoje: Um Doritos e um Whiskas. Salvar o seu bem mais precioso: Não tem preço.

 

 

 

No dia seguinte

 

Marcos acordou cedo. Fez uma batida de ovo, tomou-a e saiu para correr. Ao colocar o pé fora de casa não contava que sua porta estivesse cheia de dúzias repórteres de diversas emissoras do país. A pacata Cidade do Corsário, famosa por ser o berço de alguns dos principais lutadores de diversas artes marciais ganhara repercussão internacional pela atitude de seu ilustre filho na noite anterior.

Como urubus a espera de um animal moribundo dar o seu último suspiro, os repórteres foram atrás de Marcos. Aqueles que um dia detonaram a sua carreira, agora estavam desesperados por uma entrevista.

— Agora não pessoal, vou correr. — advertiu Marcos.

Alguns repórteres se arriscaram no atletismo para tirar a privacidade do rapaz que queria apenas manter a forma, dentre eles estava Jonas Lins que, fora o primeiro a publicar sobre o mandato de segurança de sua esposa contra ele.

— Essa é a gloriosa volta por cima do campeão? — indagou Jonas com um gravador nas mãos.

— É assim que você vê, Jonas? Fiz apenas o que era certo.

— O rapaz que você agrediu era menor de idade, no entanto você agiu por legítima defesa. Mas como se sente em saber que ele será solto? — perguntou Jonas em tom provocativo.

— Uh! — fez-se de surpreendido e soltou uma risada. — Acho que vou precisar de um mandato de segurança. — devolveu a provocação.

Marcos acelerou o passo e os repórteres não conseguiram o acompanhar. Na volta, abriu a academia. Foi ao banheiro rapidamente, pois sua única turma chegaria em 20 minutos para a aula.

Para a surpresa de Marcos, quando saiu do banheiro a academia não tinha apenas os seus quatro fiéis alunos, haviam dezenas. A repercussão também trouxe seu primo, Matheus, que outrora também fora seu sparring, simulando o estilo de luta de seus antigos adversários em lutas-treino.

— O que é isso? — perguntou Marcos assustado.

— Um milhão de visualizações em um dia? — Matheus lhe respondeu com uma pergunta.

— Vou precisar de ajuda.

— Imaginei, eu puxo a próxima aula. — Matheus ofereceu-se.

Era a hora do treino, não havia mais tempo para impressionar-se.

— Muito bem, pessoal! Formem um círculo. — Marcos olhou para o grande círculo formado no tatame. Estava maravilhado com aquilo. — Vamos começar alongando para evitar lesões. Conseguem tocar, em pé, os pés com a ponta dos dedos?

Roni, o seu fiel aluno gordinho que não conseguia se alongar direito, protestou contra o alongamento com bom humor:

— Esse aí não rola não, mestre!

— Então tente agarrar um pé pelas costas com a mão, pode apoiar-se no ombro de alguém. Rola?

— Rola, claro! — respondeu Roni animado.

— Então deita que eu empurro. — disse Marcos arrancando risadas da turma. — Desculpe, filho. Eu não podia perder essa. — deu duas batidinhas no ombro de Roni, que levou no bom humor.

Ao final do treino dona Fátima, a senhora sua aluna, o trouxera uma torta de chocolate.

— Milhões de agradecimentos, dona Fátima. Apesar de que é um péssimo exemplo na frente dos alunos uma torta na frente de quem quer emagrecer. Mas está com um cheiro incrível!

— A melhor torta para o melhor professor!

Entretanto, aos fundos da academia, uma visita o chamara atenção. Era o mesmo cadeirante de ontem. Marcos acenou com a cabeça, deixou sua torta em casa e foi para a rua. Logo, lá estava o cadeirante.

— Achei que não voltaria mais aqui. — disse Marcos.

— O jogo mudou. — Sorriu o cadeirante.

— Os jogadores também. Não quero te chamar de aleijadinho, você tem um nome, não tem?

— Érico. Fico feliz que os jogadores mudem. Parece que você não é tão babaca como eu pensei, só é muito.

— É, parece que sim. Além de não andar o que você faz?

— Faço stand-up. — respondeu Érico.

— Sério? — Marcos impressionou-se.

— Sério! Quer ouvir uma piada sobre deficiente?

— Claro.

— Só vou contar metade, a outra foi amputada. — Arranca uma risada escandalosa de seu ouvinte, — Uma noite, um bêbado decidiu que era hora de voltar pra casa. Dava dois passos com muito esforço e caía. Levantava-se e tornava a cair. Ao chegar em casa, com muito sangue e arranhões. Sua esposa pergunta: “Estava bebendo, não é?” Ele nega até a morte. E ela volta a acusar: “Você esqueceu sua cadeira de rodas no bar do Mané”. 

A piada arranca risos histéricos de Marcos.

— Parece que não somos tão diferentes. — disse Érico, mais calmo.

— Como assim? — Marcos estava confuso.

— Você perdeu tudo e não teve escolhas, assim como eu. Mas pode mudar tudo. Pode inspirar pessoas como fez ontem.

A conversa é interrompida, quando passa na rua, o mendigo que Marcos avistara na noite anterior segurando uma placa. Estava muito machucado, mal conseguia andar direito. Tinha tantas ataduras quanto uma múmia.

— Um segundo, Érico. — interrompeu-o. — Ei, senhor. O que houve?

— Uns punks desgraçados no Cícero me espancaram enquanto eu dormia. É a terceira vez que isso me acontece.

— E a polícia?

— Eu sou um mendigo, filho.

O mendigo se foi. Ao virar as costas, Marcos vira Érico também havia ido. Voltou para a academia.

À noite quando fechava a academia com Matheus, Marcos começou a refletir sobre a violência que estava assolando a cidade onde passou sua infância. Talvez a polícia fosse tendenciosa ao proteger os direitos dos inocentes. Não era o caso de seu primo de origem pobre, bem como ele.

— Ainda tem aquela balaclava preta que usa pra assustar bandido? — perguntou a Matheus.

— Ih! Tá querendo assustar quem, menino maluquinho? — estranhou Matheus.

— Só uns punks que gostam de apanhar, mesmo.

— Olha, encare isso como um agradecimento pelos anos de viagens à Vegas na sua delegação, que terminaram por sua estupidez, quando atirou em seu padrasto — Deu um falso sorriso amarelo.

 

 

 

1990

 

Marcos e seu pai, Marcelo, estavam assentados à beira de um cais, às margens de um lago. Marcelo segurava uma vara de pescar. O que de fato era estranho, pois não havia um rio sequer na cidade do Corsário, da qual Marcos nunca saíra desde então.

— Pai? Mamãe disse que o senhor nunca voltaria. Que bom que voltou, eu estou precisando tanto de você. — Marcos o abraçou.

Marcelo estava duro e frio como um iceberg. Marcos balançou suas mãos que empunhavam a vara na tentava de fazê-lo reagir aos seus estímulos.

— Pai? — insistia.

De repente, as mãos de Marcelo quebraram-se com a pequena força aplicada pelo pequeno Marcos e caíram no rio junto à vara. Uma névoa vinda do rio se formou, deixando o garoto sem nenhuma visão. Porém em segundos a névoa baixou e o menino ao olhar novamente para o seu pai vê apenas, em seu lugar, uma medonha caveira sorrindo para ele.

Marcos acordou assustado naquela madrugada. Suado, foi até o quarto de sua mãe que dormia. Sabia que naquele momento de suas vidas, a pessoa que mais sofria com tudo aquilo era ela. Preferiu recolher-se no canto da cama e aconchegar-se perto dela. Logo, sua mãe repousou o braço sobre Marcos. Nestes braços sentia proteção.

 

 

 

Hoje, 23h43hs, Cícero, Cidade do Corsário

 

O Opala preto estava parado na Praça das Bandeiras no Cícero, lugar que o trazia de volta algumas memórias. A rua era em plena orla, pouco movimentada nesta hora da noite. Marcos já havia rondado pelo maior dos bairros praianos da Cidade do Corsário e decidira fazer uma pequena pausa. Abriu uma garrafa de uísque Teacher’s. Pegou seu celular e foi ver as mensagens de um aplicativo mensageiro. Chamou-o atenção a primeira das conversas:

ANA “JITANA”: Olá, Marcos. Que bom que não me bloqueou neste app. Preciso falar com você, se puder me tirar da lista negra de telefonemas serei grata! 13:28

ANA “JITANA”: Estou revendo o caso da sua punição com o comitê esportivo e eles estão dispostos a conversar! Quando puder, me liga! =D 13:29

Depois da grande repercussão da noite no supermercado, grandes portas estavam sendo abertas para Marcos. Mas talvez ele não estivesse tão disposto a negociar com sua ex-empresária Ana Barros.

MARCODEUS: A função de uma empresária é cuidar da imagem de seu lutador, bem como de suas finanças. Você me deixou na merda. Então, só quando você mandar nudes. 23:53

Logo começou um grupo de pessoas a gritar no meio da rua. Cabelos longos espetados e espetados. O mais exaltado de cabelo moicano vermelho, chutava uma lixeira. Parecia estar drogado. Marcos sabia que aqueles eram os homens que procurava.

Desceu do carro, a gangue de punks estava de costas para ele. Eram seis homens. Estava com a garrafa de Teacher’s na mão e um isqueiro em outra. Pôs a balaclava preta, deu um gole na garrafa, aproximou-se deles e cuspiu na nuca do gangster de moicano vermelho.

— Tá chovendo? — perguntou o punk de moicano vermelho.

— Aqui atrás! Ô, Pica-Pau! — Marcos chamou sua atenção.

O de moicano vermelho virou-se, o homem de balaclava ligou o isqueiro e arremessou-o no cabelo do punk. Instantaneamente acendeu-se uma labareda em seus cabelos. Em meio aos gritos de dor, dois de seus colegas tentaram o ajudar, enquanto três foram contra o agressor.

O de cabelo verde avançou simultaneamente com o de cabelo espetado preto e barba longa. Cabelo verde veio exposto e levou uma garrafada no rosto, fazendo-o ir ao chão, restando apenas o gargalo na mão de Marcos.

Cabelo espetado tentou um chute alto. Marcos, que bloqueou o chute enfiou o gargalo da garrafa em seu ombro, ao mesmo tempo em que clinchou-o para duas joelhadas, empurrou-o frente e acertou um chute alto de esquerda, que o fez estremecer no chão, parecia um princípio convulsivo.

— Nunca chegue chutando alto com o adversário atento — advertiu ao adversário caído —, se sua consciência estiver ouvindo.

O terceiro punk tentou surpreender Marcos com uma voadora.

 

Sério, Liu Kang? O golpe mais sem noção te todos? Que atrevimento!

 

Deu um passo para a direita. Foi o bastante para que o atrevido passasse direto e atingisse o de cabelo verde que estava desacordado e sangrando bastante. Marcos revidou com um chute rodado na têmpora.

— Isso é pra aprender a não bater no seu colega! — disse enquanto o socava cabelo verde no chão.

Os dois que restaram, haviam conseguido apagar o fogo no cabelo do de moicano vermelho, que estava desmaiado no chão com a cabeça esfumaçada.

— Desgraçado, olha o que você fez! — esbravejou o cheio de piercings e apontou uma faca uma faca para Marcos.

O seu parceiro também fez o mesmo. Avançaram juntos, Marcos bloqueou o braço da facada do punk cheio de piercings e afastou-o com um chute frontal no abdômen. Esquivou-se da facada dele, mas foi surpreendido com um soco no lado direito do rosto, desferido por seu parceiro. Olhou para o punk e sorriu.

Marcos foi em direção ao mesmo, agarrou a mão que estava a faca e em milésimos de segundos, ele já estava nas costas deste, numa chave americana, riscando suas costas com a lâmina cortante. Quebrou seu pulso o fazendo soltar a arma devido a dor. Virou-o e arrancou os seus dentes com um direto de direita. O quinto gangster estava sozinho, apenas com sua sorte.

— Guardei o melhor para o final — disse sorrindo.

O último, imprudente, avançou em Marcos e tentou uma facada de cima para baixo em seu pescoço, mas antes de atingi-lo, ele segurou seu braço com a mão esquerda, agarrou-o pela gola da camisa com a direita e apoiou uma perna na cintura do oponente, jogando a outra por cima de sua cabeça e caindo no ombro esquerdo do punk. Um arm-lock voador tão perfeito que instantaneamente quebrou o braço de seu adversário.

— Quem diabos é você, cara? — perguntou o dos piercings.

— Quem eu sou não importa! — bradou, furioso. — Importa o que eu quero. Esta é a minha cidade e a partir de agora quero vocês fora dela o mais rápido. Se eu vir vocês de novo não vou ser tão bonzinho como hoje!

Marcos tremia de excitação pelo que fez, seu coração batia acelerado e então, sorriu sádico

— O que a gente te fez, cara? — pergunta, nervoso e choroso, atordoado.

— Vocês se aproveitam de pessoas mais fracas por diversão. O problema é que eu me aproveito de pessoas como vocês por diversão. Mas não gosto de bater papo com bandido. Bons sonhos, e até nunca mais — desferiu uma cotovelada na testa do punk.

Marcos voltou para o Opala. Olhou para seus punhos vermelhos e com sangue. A sensação de prazer era tamanha que algo tomou conta de sua garganta. Não pode evitar, soltou uma gargalhada. Os risos da caveira que o atormentavam há anos. Os risos que agora atormentariam os seus inimigos.


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