Teen Wolf Season 3- The Way I Like to Fall escrita por Apenas Lorena
Notas iniciais do capítulo
Olá, gostaria de pedir perdão aos leitores e leitoras que dedicaram seu tempo a ler essa obra e agradecer pela perseverança.
Passei por um período de bloqueio e instabilidade emocional que me ocasionou em vários nadas, pois apenas me fodi.
Gostaria de agradecer a você, leitora querida que recomendou a fic. Graças a você eu estou me forçando a seguir o baile e continuar a escrever.
Nem todo herói usa capa!
Então ele falou.
—Onde você estava?- O tom na voz de Stiles era violento. Violento? Ele falou de uma maneira fria, quase com raiva.
Me separei do abraço de Red enxugando o rosto com as costas das mãos e o observando incrédula.
Abri a boca pra falar e fechei mudando de ideia, porque eu não sabia responder aquela pergunta.
—Filho, por que não damos a Loren um tempo para que ela se recupere?- O Sheriff se dirigiu ao filho surpreso com a maneira que ele havia falado comigo.
—Tudo bem.- Falou um pouco mais "normal". -Desculpe, Loren.- Desviou o olhar e me senti como uma completa estranha.
Virei-me para Red e o puxei pela mão para um canto da sala.
—Eu estou cansada. Prometo que conversamos mais tarde.-
—Não pretende dormir aqui, pretende?-
—Já fiquei aqui por um tempo, sei que o Sheriff não faz questão e sem possibilidade de eu entrar no carro e passar minutos pra chegar a um hotel qualquer.- Falei.
—Loren, sei do seu relacionamento complicado com o Stilinski mais jovem, mas ultimamente ele tem agido estranho. Não me conformo em deixá-lo aqui.-
—Vai ficar tudo bem. É só hoje.-
—--
—Tudo bem. Stiles, Loren dorme no quarto de hóspedes e você dorme na sala.-
—Hum, Sheriff...Por que o Stiles tem que dormir na sala?-
—Tivemos um pequeno problema com o quarto dele.-
—Ah, não por isso. Ele pode dormir no quarto de hóspedes comigo, não? Já fizemos isso antes, não há problema.- O Sheriff virou seu olhar para Stiles e cruzou os braços.
—Acho que não há problema, pai.- Falou pegando os travesseiros do sofá.
—Tudo bem.-
Subimos as escadas sob o olhar vigilante do Sr. Stilinski. Entrei no quarto e observei enquanto Stiles organizava tudo.
—Bom, eu acho que vou tomar um banho.-
Fui ao banheiro do corredor e encontrei uma camisa e uma calça de moletom dobradas em cima da pia junto com uma toalha. Agradeci mentalmente ao Sheriff. Eu estava imunda.
Quero dizer, ainda não consigo engolir essa história. Acho que é só mais uma ilusão. Mas eu abracei Red. Eu o senti. O homem que sempre me tratou como uma filha.
Eu senti quando Stiles me tocou, também.
Eu senti quando estava embaixo da terra, eu senti quando fiquei sem ar e quando o senti novamente quando saí.
Bufei ignorando o espelho e tirando o roupão. O chão acabou ficando todo sujo de terra com os meus movimentos. Arrastei o vidro do boxe e entrei sentindo o piso frio tocar meus pés. Abri o chuveiro e deixei que a água e o sabonete líquido fizessem seu trabalho. Observei a lama marrom descer pelo ralo junto com algumas folhas. Suspirei enquanto lavava o cabelo e comecei a pensar em tudo o que havia deixado pra trás.
—Loren...- Ouvi a voz de Jennifer cantarolar meu nome. Meu sangue gelou nas veias. O vidro embaçado revelava uma sombra. Minha respiração começou a acelerar.
Ela não pode estar aqui. Não tem como ela saber que eu voltei. Não assim! Não tão rápido. Ouvi o vidro deslizar lentamente e revelar Jennifer.
—Saudades?- Perguntou e gritei.
Jennifer enfiou o punhal em mim e me empurrou. Escorreguei e caí no chão. Quando procurei Jennifer, ela havia desaparecido.
Olhei minha barriga e não havia corte. Não havia sangue. O boxe estava fechado e ninguém mais estava ali. Me levantei com cuidado para não escorregar e novamente vi uma sombra.
—Loren?- Era Stiles. -Tudo bem?-
—Uhum-
—Ouvi um barulho vindo do banheiro. Você gritou.-
—Ah, eu só me assustei. Tinha... Tinha...Um inseto morto preso no meu cabelo.-
—Ah, ok. Eu vou voltar para o quarto. Qualquer coisa, é só me chamar.-
Assenti e vi sua sombra desaparecer.
Por que Stiles está tão estranho?
Tirei esse pensamento da cabeça enquantoe enxugava e vestia o moletom. Me senti quente e segura...E vestida. O Sheriff me lembrava meu pai às vezes. Era extremamente responsável, mas tinha um coração de manteiga.
Red é o meu pai. O meu "tio". Na realidade, ele é o meu padrinho, só que ele não é nem um pouco parecido com o meu pai.
Ri com esse pensamento enquanto penteava os cabelos. Estavam mais longos e volumosos.
Red era tudo o que o meu pai não era.
É um homem de negócios nato. E foi assim que ele se tornou o melhor amigo do meu pai, dono das indústrias Koreshkov, que não sabia gerênciar um troco de pão.
É muito sarcástico e irônico. Acho que foi assim que me tornei um chuchuzinho.
Lembro que Red me deixava fazer tudo o que o meu pai proibia. Como comer montes de doces quando saíamos pra tomar sorvete e gastar uma fortuna em livrarias.
Acho que 80% da minha personalidade é John Reddington.
Meu pai sempre tentou me educar para ser uma pessoa exemplar, só que poucas horas depois Red me pegava em casa, me colocava dentro de um carro e me levava para assitir a campeonatos de Lacrosse.
É. Meu pai nunca incentivou o Lacrosse. Foi o Red o tempo todo.
Terminei de desembaraçar os cabelos e segui para o quarto. Stiles estava deitado num colchonete no chão olhando para o teto. Ele não parece ter notado que entrei no quarto, ou se notou, não deve ter se importado muito.
Parece que tudo o que passamos desapareceu. É como se ele nunca tivesse me beijado. Como se fôssemos estranhos em um relacionamento protocooperativo. Como na aula de Biologia. Apenas existimos. Nos ajudamos de vez em quando e ninguém se machuca.
Bom, eu me machuco.
Deitei na cama e observei Stiles. Era pra ele estar dormindo. Devem ser poucas horas da madrugada e ele ainda está acordado.
—Sem sono?- Perguntei, tentando puxar assunto.
—É.-
É? Sério? "É"? Ele me respondeu isso. Passamos bastante tempo em silêncio.
—Eu...Estou tendo dificuldade pra dormir ultimamente.-
Ah, glória Deus. Ele falou alguma coisa.
—Já tentou...sei lá, um suco de maracujá. Talvez?-
—Não acho que um suco de maracujá vá mudar o fato de que você morreu bem na minha frente uma semana atrás.-
OK.
Não tem como responder isso.
—E você, está sem sono?- Perguntou como se não tivesse falado nada de importante antes.
—Uhum. Tô sem um pingo de sono. Duvido que eu durma.-
9 horas depois...
Acordei com o sol queimando o meu rosto.
Quando foi que eu peguei no sono?
Minha garganta estava seca e a minha língua aveludada. EU PRECISO ESCOVAR OS DENTES!
Levantei sonolenta coçando os cabelos desgraçados e bagunçados quando me assustei com a presença que me encarava. Um Stiles calado me observava na soleira dá porta.
—Bom dia.- Falei.
—Bom dia.- Respondeu. -Red está lá embaixo esperando você.-
É O QUÊ?
—Ah, obrigada-
Ok, eu fui morta por uma doida e Stiles foi substituído por um alienígena, só pode.
Desci as escadas rapidamente. Algo me incomodava e eu nem achava que seria capaz de ficar irritada.
A VIDA é assim. Um dia você MORRE, fica na merda e no outro volta. Apenas para seu crush te tratar como se você fosse uma completa estranha.
Não trocamos muitas palavras. Red me mandou entrar no carro e nossa conversa começou.
—Por que tá todo mundo tão esquisito?-
—Esquisito?-
—Sim. Obviamente. Transparente e estranhamente.-
—Bom, talvez porque você voltou dos mortos da noite pro dia, meu bem. Literalmente.- Falou com seu típico sotaque de Boston. -Não precisa se preocupar.-
—Eu quero comprar uma casa.-
—Que casa?-
—Ainda não decidi, mas creio que o nosso dinheiro ainda exista.-
—Uma multinacional não desaparece da noite pro dia.- Riu enquanto Dembe fazia uma curva e pegava a interestadual.
—Ei, espera! Estamos saindo da cidade.- Alertei Dembe.
—Sim, estamos saindo da cidade.- Respondeu.
—Por que?- Ri confusa.
—Srta. Koreshkov, Beacon definitivamente não é um lugar seguro.-
—Dembe!- Gritei.
—Loren, ele está fazendo o que combinamos.-
—O que? Não!-
—Conversamos muito a noite toda e decidimos que...-
—EU DISSE: NÃO!- Gritei e o carro bateu bruscamente em algo. Os vidros viraram pó e parte da carroceria se amassou na frente. O airbag foi ativado e o cinto de segurança nos impediu de voar pelo para brisa, mas não havia nada a nossa frente.
Então eu percebi que eu tinha feito aquilo.
"Caralho, eu sou uma X-men..." Essa foi a primeira coisa que eu pensei.
A segunda foi.
"PUTA MERDA, O QUE É QUE EU FIZ?"
Dembe e Red me encararam, assustados e preocupados. Eu fiquei sem fala.
Neguei com a cabeça e sai do carro com dificuldade. Ele parecia ter sido amassado como uma folha de papel.
Levei as mãos até a boca. O que foi que eu fiz?
—Loren...-Red saiu do carro.
—Não! Não se aproxime de mim...- Sussurrei. Dembe também saiu do carro. Ele estava com a testa sangrando, extremamente calmo. Ele era assim. Mas eu sabia que aquela sua calma aparente era controle. A preocupação com o outro em primeiro lugar. Era admirável e assustador.
—Me desculpa, me desculpa...- Disse me virando e seguindo a estrada de volta para a cidade.
—Loren!- Gritou.
—Loren Koreshkov, pare exatamente onde está!- Travei meus pés no asfalto.
—Você não vai se deixar abalar com isso. É uma ordem.- Me virei e encarei Red.
—Red, você viu o que eu fiz? Porque eu juro que nem sei como fiz, mas eu fiz.-
—E eu estou pouco me fodendo. Olhe para o Dembe.- Disse puxando o homem.
—Minha testa tá sangrando. Estou gritando?- Perguntou-me e neguei.
—Chorando?-
—Não.-
—Então por que está desesperada? Vai dar piti agora?
—Porque eu machuquei vocês.-
—Loren, não ligamos para o carro, nem pra minha testa.-
—Dembe, eu poderia ter matado vocês.-
—E seria uma honra morrer servindo a senhorita.-
—Você não pode simplesmente nos dar as costas e correr.- Red falou. -Somos sua família. Se há algo errado, vamos ficar com você. Vamos procurar uma solução.-
—Bom, acho que antes de tudo devemos levar o Dembe a um hospital.- Falei.
—Isso não é nada comparado a ficar sem você. Todos nós sofremos muito.- Ri sem graça. Nunca pensei que alguém fosse sentir a minha falta.
—Você nos deu um baita susto.- Red disse, sério.
—Não, Red. Você me deu um baita susto. Não deveria ter ficado tão mal com o que aconteceu.-
—Como não ficaria? Como comeria? Dormiria? Você, eu, Dembe e aqueles seus amigos esquisitos...Somos um projeto de família que deu errado.-
—Definitivamente.- Falei. -Não sei porquê, Red. Precisamos voltar pra cidade.- Falei. -Queria que as coisas fossem mais simples. Queria fugir pra sua mansão em Nice e tomar um café em um boulevard qualquer. Infelizmente, não posso. Temo que forças maiores me prendam a esse maldito fim de mundo.-
—Eu que o diga.- Dembe falou. -O lugar é tão primitivo que meu plano de saúde não cobre essa área.-
Rimos.
—Vem, vamos arrumar essa cabeça, Harry Potter.-
—--
—Red. Eu posso ficar alguns dias sozinha.-
—Não.-
—Posso ficar num hotel-
—Não-
—Não casa do Sheriff.-
—Não-
—Mas Stiles é meu amigo.-
—Eu sei que tipo de amigo ele é. Não.-
—E se eu ficar na casa do Danny?-
—Por que não fica na casa da sua melhor amiga? Sei lá, vocês jovens chamam de "BFF"-
—Danny é a minha melhor amiga.-
—Ok-
—--
—Koreshkov, de onde você brotou?- Falou abrindo a porta.
—Como assim? Eu brotei de um CD da Madonna, óbvio.-
—Não, sério. Você sumiu. Entra aí.- Falou abrindo a porta.
—Danny, deixa de drama.-
—Falou a Drama Queen. Sério, ouvi rumores. Há rumores por toda a cidade.-
—Rumores?-
—Que você estava morta! Você sabe...Derek Hale, o acidente na rodovia, Stiles faltou a escola todos aqueles dias, VOCÊ faltou a escola todos aqueles dias...-
—Nada a ver. Ei, como sabe que Derek Hale e eu temos algo?-
—Hmmm....Sua safada! Eu não sabia, eu desconfiava. Agora eu sei. Obrigado.-
—Você não presta, Danny.-
—Nem você. Acha que eu não vi aquele agarramento todo na festa?-
—Foi um beijo.- Falei, rolando os olhos.
—Foi O Beijo.- me corrigiu. -Mas achei que gostasse do Stilinski. Aqui pra nós, achei que você fosse louca, ele não era tanto. Mas agora...-
—É o cabelo!- Falamos ao mesmo tempo.
—Ai, ele tá incrível.- Falei.
—Gostoso. Sei que não quer assumir. Pode até mentir pra si mesma, mas não pra mim. Porque eu sou...-
—Danny!-
—Exatamente.- Disse abrindo os braços. -Mas, Loren. Por que não assume um relacionamento com ele. Quero dizer, você gosta dele. Pelo que eu sei ele gosta de você.
—Porque... Porque... Danny! Merda! Eu tô confusa.-
—Não, pára tudo!-
—O Derek tava me fazendo esquecer do Stiles. Quando eu estava com ele...Sei lá, ele era tão...- Agressivo, lobisomem, assassino, macho alfa... -Legal.- Falei por fim.
—Ah, tá. Tá que eu acredito nessa.- Danny riu.
—Tô quase enlouquecendo com a nova temporada de Lacrosse. Ficar sem você nos últimos treinos foi horrível. Bobby entrou em pânico. Até internaram ele numa tal de Eichen House por uns dias... Fui visitá-lo e advinha só: O lugar parece o inferno. Mas aí ele já tava internado e ninguém quis liberar ele. Tivemos que chamar a ex-mulher. Tadinho. A culpa é sua.- Falou me jogando um chocolate. -Mas, sério. Onde você tava?-
—Olha, Danny...nem eu sei...-
—--
—Papai!- O grito da garotinha ecoou pelo vazio enquanto ela caia no escuro buraco sem fim.
E quando finalmente caiu no chão úmido, de repente não era mais uma garotinha. De qualquer forma os anos a mais não deixara a adolescente mais corajosa.
—Pai?- Chamou mais uma vez. A voz madura ecoando pelo escuro não encontrava retorno.
—Loren, eu mandei você não se aproximar da árvore.- A voz do homem ecoou.
—Pai?- Chamou e nada.
—Pai!- Gritou, enquanto cambaleava desnorteada pelo escuro.
—Pai!-
—Você vai desejar ter continuado morta.- A voz conhecida por Loren Gargalhou. Era a voz de Jennifer. -Nossa, como você vai desejar!- Continuou rindo.
Acordei em um sobressalto. Olhei para o lada para ver se Danny havia acordado e suspirei de alívio ao perceber que não.
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