Love Again escrita por Lexi Fray


Capítulo 3
Infartei meu pai!


Notas iniciais do capítulo

Hello! Espero que curtam o cap. Boa leitura!



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Todos já tinham ido embora graças a Deus e eu estava escondida no escritório do meu pai. Agarrada a uma garrafa de Whisky enquanto observava da janela os empregados tirarem a maioria dos enfeites da festa. Observei no relógio e era 00:45. Eu graças a Deus pegaria um avião hoje mesmo as 16:00 horas da tarde e não via a hora da estar bem longe desse estado.

 Eu me sentia tão derrotada, nem percebi que estava chorando, em geral não ligava muito para a opinião alheia, mas sei que meu comportamento de hoje vai gerar grandes falatórios e muitas fofocas de revista. Eu sabia que só tava ligando muito porque já estava bêbada e essa noite tinha sido demais pra mim. Reencontrar Alex tinha sido demais pra mim. A cada gole que eu virava daquela garrafa era como se me afogasse no meu passado.

—Filha! – ouvi a voz do meu pai perto de mim. Mas não tive coragem de olhar pra ele, continuei observando a janela. – Não sabia que trazer o Alex aqui fosse te deixar desse jeito. De qualquer modo não fui eu que o convidei, foi Meredith – eu sabia. Essa maldita... – E eu concordei porque de certo modo sou uma figura publica e queria todos aqui. Independente da rixa entre nossas famílias...

—Pai não tem importância! – o cortei – E sinto muito, não queria estragar sua noite é que não estava preparada pra essa pressão social e... Você sabe!

—Não precisa se desculpar, sabíamos que ia ser assim. Mas mesmo assim fiz questão que você viesse porque é minha filha e eu te amo e... Sinto sua falta Beatrice!

 Aquilo foi o cumulo pra mim. Tamanha foi a culpa que me invadiu de privar meu pai de me ver durantes anos, a única filha dele, que comecei a chorar de soluçar. Ele se desesperou e correu na minha direção meio sem ação, me abraçou meio sem jeito e por mais que eu tentasse, eu não conseguia para com o choro descontrolado.

—Respire Bia, respire. – ele me abanou agitado – Olha, não chore. Eu só quis dizer que sinto sua falta, de estar com você, de cuidar de você. Não sei mais como anda sua vida, como vãos seus estudos, não faço mais parte dos seus planos. Da ultima vez em que a vi estava trabalhando num bar horrendo como garçonete e morando de favor. Não foi esse o futuro que construí pra você. Beatrice, você é filha de Christopher Hagen, um empresário...

—Pai para! – gritei descontrolada. Passei as costas das mãos nos olhos. Imagino que meu rosto deveria estar horrível manchado de maquiagem. – Minha vida ta ótima, uma maravilha ta tudo dando certo pra mim... – eu ri em meio a lagrimas e sabia que ele devia ta me achando uma bêbada maluca. Quem ri e chora da própria desgraça ao mesmo tempo? – Todo mundo tem uns problemas não é mesmo? A vida de ninguém é perfeita.

 Ele me olhou serio. De repente fechou a cara como se fosse me atacar ou me por de castigo. Apontou o dedo pra mim.

—Você mente pra mim como se falasse com um colega, não tem vergonha na sua cara. – eu o olhei pasma. Sabia que era agora que ele ia esquecer o papo de “amor fraternal” e descontar anos de raiva na minha cara. - Que tipo de pai acha que eu seria se realmente deixasse de vigiar você? Se não colocasse alguém atrás de você em Nova Iorque pra ter certeza de que esta viva? E o que posso dizer ate agora é que você esta vivendo uma vida de merda que eu não planejei pra você!

 Eu engoli em seco sem acreditar.

—Você fez o que? – minha voz saiu fina e tremula.

—O que afinal você quer da vida Beatrice? – ignorou minha pergunta - Ta esfregando o nome dos Hagen na lama com as suas atitudes insanas em Nova Iorque. Todo um império que eu construí pra você, só pra você levar adiante e você me apunhala pelas costas desse jeito fugindo de casa com 17 anos e me deixando com fama de péssimo pai. Eu não admito...

—Você não sabe de nada! Você acha que sabe por que e fui embora, você acha que é um bom pai porque pensa que sabe alguma coisa sobre mim, mas não, você não sabe!

—Você foi embora por rebeldia, e não quer voltar por orgulho!

—E nisso que você quer acreditar? Tudo pra você é rebeldia? – gritei

—E o que mais seria...

—Pai! – gritei descontrolada o interrompendo de novo – A vida não gira em torno de você! Não gira em torno dessa porcaria de império que você construiu, e não eu. Não é isso que eu quero pra mim inferno. Durante quantos anos será necessário que eu diga isso a você, até que você finalmente aceite e pare de me infernizar com isso?

 Eu engoli em seco e me arrependi da gritaria assim que as palavras saíram. Fitei meu pai que estava me olhando vermelho. Ninguém disse nada por um minuto deixando o silencio invadir a sala, até que vi suas feições mudarem vagarosamente, dolorosamente. Seu rosto se contorcer e sua mão ir parar no peito...

—Pai! – chamei. Ele tentou dizer algo mais começou a escorregar pro chão com a mão no peito. Eu corri tempo suficiente pra tentar segura-lo, mas o que consegui foi cair junto com ele. – Pai, fala comigo! – me desesperei quando vi que ele começou a tremer e dar indícios de uma convulsão – Socorro! Alguém me ajuda!

 Comecei a gritar desesperada. Os empregados invadiram o escritório desesperadas e eu só sabia chorar. Meredith apareceu de roupão assustada e arregalou os olhos quando o viu inconsciente em cima de mim.

—Céus! O que houve? – correu até nos – Christopher!

[...]

 Chegamos rápido no hospital e depois de algumas horas que a noticia se espalhou a entrada do local já estava cheio de jornalistas querendo saber o que houve com Christopher Hagen!

 Eram sete horas da manha e eu estava dormindo na poltrona do hospital. Ainda com a mesma roupa da festa, só com um casaco a mais, e eu estava péssima. E preocupada. Eu tinha feito aquilo com ele, se antes já me sentia culpada, agora eu estava afundada em remorso por ter o feito parar no hospital.

—Família do Sr. Hagen? – disse o doutor. Eu me levantei rapidamente com Meredith ao meu lado. Ele nos encarou pesaroso – Bom, o Sr. Hagen passa bem no momento não corre mais risco de vida – respirei aliviada. – Mas foi por pouco. Ele teve o começo de um infarto e quase partiu pra um AVC! Ainda bem que chegou rápido ao hospital, mais cinco minutos sem procedimentos médicos e eles não resistiria!

 Engoli em seco.

—Posso vê-lo? – perguntei.

—Não acho uma boa ideia – Meredith me alfinetou. – Considerando o que você fez...

—Cuida da sua vida, ele é o meu pai! – gritei.

Sabia que não estava certa, mas não sossegaria enquanto não o vê-se pessoalmente. O medico pigarreou chamando a atenção.

—Isto é um hospital senhorita Hagen, se acalme! – disse – Ele esta no quinto andar, no quarto 302...

 Não esperei que ele terminasse de dizer e já subi as escadas correndo como uma louca. Sabia que estava atraindo olhares pela minha roupa, minha cara manchada de maquiagem devido ao choro excessivo e minha evidente ressaca. Mas eu tava pouco me fudendo.

 Quando parei na frente do quarto hesitei por um minuto, bati na porta e entrei logo em seguida. Pensei que ele fosse estar dormindo mas infelizmente ele estava acordado. Fitou-me com os olhos sem expressão sem dizer nada e eu também não sabia o que dizer. Vê-lo daquele jeito, abatido e cheio de aparelhos me apertou o coração.

—Pai, me perdoa – sussurrei me aproximando da sua cama. –Pai!

Ele não me respondeu. Eu merecia aquele olhar duro que ele tava me dando, aquela rejeição toda. Afinal eu tinha feito aquilo com ele. Sentei-me na beirada da sua cama e hesitei em pegar sua mão

—Eu sinto muito... Eu não queria...

 Ele pegou na minha mão e a apertou com força. Eu respirei aliviada, ele pelo menos não me odiava.

—Ta tudo bem! – sua voz era dura. E eu sabia que se tinha uma coisa que não estava, essa coisa era bem.

 Meredith entrou na sala afoita distribuindo beijos melados e forçados, se dizendo preocupada com ele. Ele sorriu fraco pra ela lhe garantindo estar bem. Ela lançou um olhar venenoso pra mim.

—O médico me disse que você precisara se ausentar por pelo menos três meses. Sem trabalho, sem estresse ou aborrecimentos. – disse olhando pra mim em vez de olhar pra ele. Bufei.

—Eu sei, ele me falou! – Meu pai estava definitivamente chateado.

 Eu sabia que aquele “sem estresse ou aborrecimentos” tinha sido uma vaga indireta pra mim.

—Não se preocupe Meredith, eu vou embora hoje e todo aborrecimento e estresse eu vou levar comigo. Você vai poder descansar em paz pai.

—Não Beatrice! – ele disse firme apertando de novo minha mão. Eu o encarei – Estive pensando quando o médico falou que não poderei mais trabalhar... Sei o quanto discutimos hoje e o quanto você odeia a empresa e tudo mais. Mas eu preciso de alguém pra fazer o meu trabalho e não posso confiar em ninguém além de minha própria família. Não com a guerra que esta acontecendo lá dentro por conta dos Vaulse.

(n/a: parte da sinopse)

 Eu continuei olhando pra ele, processando suas palavras. 

—Eu não estou... Entendendo...

Na verdade eu meio que estava, só tava dando uma chance de ele desistir.

—Querida, você foi criada para isso, você estudou meses naquela escola preparatória que eu paguei caro. Você me fez parar aqui nesse hospital é sua obrigação assumir meu lugar enquanto me recupero. É por sua culpa que estou aqui, é o mínimo que pode fazer por mim!

 Soltei sua mão bruscamente e saltei da cama totalmente pasma.

—Nem pensar! Eu não vou fazer isso! Não vou voltar pra cá! Não vou cuidar daquela empresa! Não. Não. E não! – eu estava parecendo uma louca gritando e gesticulando pro ar.

Ele tinha um sorriso enorme e seus olhos já passavam o recado: Não importava o quanto eu protestasse ou gritasse, ele ia me fazer voltar pra esse inferno de cidade!

—Ah eu não estou te dando escolha. E não me estresse estou nesse hospital porque você me fez ter um infarto, quer que eu tenha um AVC também?

—Ah pai, qual é, não faz isso comigo. Não posso largar minha vida em nova Iorque porque você não pode trabalhar.

—Não posso trabalhar porque você me fez ter um infarto!

—E a minha faculdade? E meu trabalho? Minha casa?

—Não seja melodramática, você mora de aluguel num beco horrível, trabalha numa galeria falida e faz 2 meses que não aparece na faculdade! – ele sorriu quando viu meu rosto desmoronar – Então se prepare porque amanhã mesmo espero que você esteja me representando!

Eu tive um surto de raiva. Seria possível que ele tivesse tido um infarto de proposito só para me dar uma lição? Acho que sim.

—Isso não vai acontecer! – gritei.

 Dei meia volta e sai do quarto. Comecei a xingar meio mundo e me controlar para não gritar mais nos corredores, mas não adiantava muito. Os enfermeiros que passavam já me olhavam de cara feia. Seria possível ele me obrigar a conviver com a família Vaulse de novo? Com o Alex? Por Deus quanta maldição na minha vida. O que tinha feito pra Deus para ter que passar por isso de novo?

 Eu chutei uma cadeira no caminho para o elevador e esmurrei a parede de tanta raiva. Soquei o botão do elevador incessantemente até uma mão cobrir a minha me fazendo parar. Levantei os olhos, era Meredith!

—Ah Beatrice, sempre alertei seu pai sobre esse seu descontrole agressivo de ficar socando as coisas por ai! – ela soltou minha mão e me lançou um olhar duro – Olha aqui, eu não quero saber por que você e Christopher brigaram, só sei que ele esta entrevado naquela cama porque você o fez se estressar, já sabia desde o inicio que não seria uma grande ideia te trazer de volta pra cá. Mas já que voltou faça o favor de ser o nobre o suficiente para cumprir o desejo do seu pai, depois desses três meses você faz a porcaria que quiser longe da gente. É só que ele precisa de você agora. Pare um pouco de pensar nos seus problemas e pense no que ele passou todos esses anos por sua causa e agora esse infarto. Que tipo de filha você seria se o abandona-se agora desse jeito? – então ela me deu as costas e se foi.

 Eu sabia que estava errada e Meredith estava coberta de razão, mas não conseguia pensar em outra coisa a não ser nos tipos de problemas que eu teria que enfrentar caso eu aceita-se essa situação, e volta-se a morar em Los Angeles!


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Notas finais do capítulo

Bom pessoinhas, próximo capitulo vai ter Alex de novo na área, esbanjando sedução e bastante sarcasmo! Mas calma que os mistérios só estão começando!

Continuem comentando por favor, é super importante pra eu saber se estão gostando ou não dos capítulos. Enfim, boa noite pra vcs e até o próximo capitulo!

Beijoss ;*



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