Love Again escrita por Lexi Fray


Capítulo 2
Me afogando no passado!


Notas iniciais do capítulo

Heey! Voltei com o primeiro capitulo um pouquinho maior, espero que vcs gostem.

Boa Leitura!



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Eu tinha tido uma péssima noite devido ao nervosismo e ansiedade de voltar para casa. Não estava pronta para enfrentar meu pai pessoalmente depois de dois anos sem vê-lo e já sabia que a cidade inteira já tava sabendo do retorno da filha rebelde, não queria nem imaginar em quem da minha família estaria presente hoje.

 Desembarquei do avião e peguei minhas malas. Logo que me dirigi pra saída lá estava ele, encostado no seu carro me esperando. Eu não me achava muito parecida com ele. Aqueles olhos azuis quase sempre furiosos, os cabelos castanhos escuros agora um pouco grisalhos, bem alto e largo. Meu pai, Christopher Hagen era um homem bonito, mas a única coisa que herdei dele foi à cor do cabelo e o temperamento difícil.

—Pai – sussurrei.

 Ele caminhou até mim me desarmando num abraço.

—Querida – me apertou quase me tirando do chão. Depositou um beijo na minha testa e me avaliou de cima a baixo. – Droga, você esta uma mulher... Muito bonita. Esta parecida com a sua mãe sabia?

 Eu iria dizer obrigada, mas ele não me deixou responder pegando minhas malas e socando dentro do carro. Eu entrei e me sentei no banco do passageiro.

—Você esta com cara de ressaca – murmurou quando começou a dirigir. – Disse para vir sóbria!

—E eu estou... É só que... – eu respirei fundo desviando os olhos pra rua – Sabe o quanto é difícil pra eu voltar aqui e sabe o que a cidade pensa de mim e o que vou ter que passar hoje não é...

—Bia! – ele pousou a mão na minha perna de modo confortante – Não esta aqui por eles e sim por mim. Lembra? Seu pai que você abandonou a mais de dois anos e...

Tava demorando pra ele jogar isso na minha cara!

—Ah para com isso. Sabe muito bem porque fui embora!

—Sei. Rebeldia! – ele revirou os olhos – Não vamos falar sobre isso agora, já estamos atrasados e eu sou o anfitrião da festa...

 Com isso não falamos mais nada o caminho todo. Eu observava as ruas sentindo uma nostalgia estranha e um sentimento esquisito de estar aqui novamente. Quando chegamos em casa estava tudo movimentado, empregados correndo de lá pra cá com decorações e afins. Minha antiga casa, onde cresci, e passei minha infância, meus piores e melhores momentos... O lugar do qual eu fugi. Agora eu estava de volta.

—Bom suba para o seu quarto e vá se arrumar. Nos vemos na festa – deu um beijo na minha bochecha.

[...]

 Meu quarto estava estranhamente do mesmo jeito que eu tinha deixado. Meus pôsteres, meus objetos e livros que deixei pra trás e até minhas bonecas antigas estavam lá. Senti um nó na garganta. Ele não tinha mexido em nada durante dois anos!

 Espantei esses pensamentos e me enfiei de baixo do chuveiro. Depois do banho vesti um vestido preto com detalhes prateados que delineava meu corpo, coloquei um salto preto de veludo e carreguei na maquiagem deixando meus cabelos castanhos soltos.

 Eu estava bonita. Pelo menos me sentia assim.

 Eu só não estava preparada para encarar o mundo lá fora. A casa já estava cheia, pois ja dava pra ouvir a musica do meu quarto. Inferno a cidade toda deveria estar lá embaixo!

 Armei-me de toda minha arrogância e sai do quarto descendo as escadas. A primeira coisa que vi foi metade da sala virar o pescoço quando eu apareci, engoli em seco reconhecendo metade dos rostos. Quando cheguei à ponta da escada só via vários pares de olhos em mim e gente cochichando. Esse é o efeito colateral de se ser filha de uma figura pública.

 Roubei uma taça de um dos garçons que passou por mim.

—Beatrice – Ouvi a voz de Meredith me chamar. Virei-me e ela e meu pai se encaminhavam até mim. Minha madrasta era uma mulher alta, um pouco mais baixa que meu pai. Ruiva e com sardas. E claro ela era a cara da falsidade, só consigo imaginar o que ela diria pra mim quando ficássemos a sós. Ela estava bem provocante e chamativa num vestido longo e vermelho. Abraçou-me sorridente. E que comece a cena de família feliz— Oh que saudades querida, estou imensamente feliz que tenha conseguido vir!

É bom que esteja mesmo, nem queria estar aqui”. Isso era o que eu queria ter dito, mas na verdade saiu isso:

—Também estou feliz de estar aqui – Forcei um sorriso. Meu pai vibrou ao seu lado feliz por me ver cooperar como uma boa menina.

—Que bom. A festa não seria a mesma sem você... Venha tem muita gente que quer te ver!

 Merda! Ela saiu me puxando junto com meu pai no seu encalço. Revi tanta gente chata e escutei tanta merda que só não me afoguei na bebida porque meu pai não deixou. Aquela taça de champanhe foi à única coisa que tomei ate agora e não estava sendo suficiente pra me manter bem.

 Eu já estava no auge do meu estresse. Toda aquela falsidade de Meredith, toda aquela animação do meu pai e aquela curiosidade da cidade inteira. Eu fugi. Não do jeito que vocês estavam pensando, eu me refugiei no jardim onde tinha menos pessoas me olhando e me julgando como uma filha inconsequente que eu fui.

 Eu estava apoiada na pilastra fitando o céu, enquanto pensava seriamente se seria muito ruim se eu pegasse o próximo avião de volta para Nova Iorque nesse exato momento.

—Vai fugir de novo Hagen? – Dei um pulo de susto. Fitei aquele maldito. Eu sabia, sabia que ele não perderia essa oportunidade de vir até aqui hoje me importunar. É claro que meu pai tinha avisado a cidade inteira que eu viria quando confirmei presença.

  Sabia que ele viria!

 Meu demônio particular, Alexander Vaulse, me mediu de cima a baixo sorrindo daquele jeito cafajeste que destruiu minha vida. Ele estava tão diferente, tão... Homem! Naquele smoking preto, o cabelo escuro bagunçado sexy combinava com aquela cara de pervertido dele. Meu Deus, ele era o cumulo do meu tipo. O tipo “Chave de cadeia. Mantenha distancia. Perigo”. Eu não conseguia falar e ele sorriu mais abertamente com aqueles dentes brilhantes e sedutores. Tudo nele era convidativo.

—Eu realmente não pensei que fosse dar as caras aqui, a vida em Nova Iorque esta só maravilhas? – ele perguntou cínico.

 Eu respirei fundo levantando o queixo de modo arrogante e sorri de volta.

—Maravilhas! – ecoei a palavra e pensei ironicamente. O que teria de maravilhoso na vida de merda que estou levando? – Eu também não pensei que fosse dar as caras aqui tão cedo, não que seja da usa conta claro, mas decidi de ultima hora!

 Observei varias cabeças virarem em nossa direção quando respondi. Até nesse maldito jardim eu não tinha paz. Alexander os ignorou diferente de mim.

—Você é uma péssima atriz – ele riu jogando a cabeça pra trás – Esse teatrinho de família feliz lá dentro esta ridículo, ninguém acredita mais nisso. Nunca acreditaram... Não depois que você foi embora daquele jeito!

 Eu me segurei. Agora todos ao nosso redor estavam olhando. Eu lancei meu pior olhar a esses fofoqueiros de merda e os observei até que eles saíssem do jardim. Quando não tinha mais ninguém como plateia, eu encarei aquele maldito sentindo o peso do passado.

—E desde quando isso é da sua conta mesmo? Não me lembro de ter perguntado algo sobre sua opinião – me desencostei da pilastra e passei a andar na sua direção sentindo uma raiva fora de controle – Continua o mesmo babaca de sempre, ta fazendo aqui seu idiota?

—Ué a cidade inteira esta aqui porque eu ia ficar de fora? – ele sorriu.

—Porque a sua família não é bem vinda nessa casa, porque os Vaulse e os Hagen não se misturam ou você se esqueceu disso? – ele engoliu em seco. – Eu acho melhor você ir embora antes que alguém te veja aqui...

—Seu pai me convidou.

—Não, ele não convidaria! – balancei a cabeça.

—Convidou sim, olha Beatrice você ficou muito tempo fora, perdeu muita coisa, sabe... Algumas coisas por aqui mudaram – Eu o encarei confusa. – Fugir não foi a melhor decisão que você teve. Fugir é para os fracos Hagen, e foi exatamente o que você fez...

—Cala a boca, cala a boca! – minha mão voou pra cara dele estalando num tapa – Seu filho da puta. Maldito! Sabe muito bem porque eu fui embora! – ele massageou o rosto nem um pouco abalado com meu tapa. – Você sabe! Foi culpa sua...

 Eu estava gritando e teria continuando quando meu pai surgiu por trás de mim me puxando pra longe. Trocou olhares de Alexander para mim e me fitou horrorizado.

—Aaah, o que é isso? – ele perguntou furioso – Quer arruinar minha noite Beatrice? O que esta havendo?

 Eu engoli a vontade de chorar e me desencostei dele bruscamente.

—Ta tudo bem Sr. Hagen – Alexander respondeu com a voz carregada de ódio e rancor - Sua filha só se descontrolou, nada do que eu já não esteja acostumado!

 Eu o encarei raivosa e ele sustentou meu olhar como se fosse me atacar também.

—Vamos entrar! – meu pai me puxou e eu deixei que ele me levasse.

Não queria passar mais um minuto perto daquele imbecil. Deixei que meu pai me conduzisse pra dentro da casa e peguei o primeiro copo com bebida que vi na cozinha.

—Bia não faz isso aqui... – ele tentou pegar o copo da minha mão, mas eu desviei.

—Pai me deixa. Eu já aguentei a maior parte dessa noite sendo a filha que você sempre quis. Agora já deu pra mim, vamos para com essa palhaçada!

 Virei metade do copo fechando os olhos com força de tanto nervoso. Como alguém poderia causar um odeio tão louco assim em alguém? Como Alexander Vaulse conseguia ser tão filho da puta comigo depois de dois anos que ele destruiu minha vida? Lembra quando eu disse que não tinha ido embora de Los Angeles só por causa do meu pai, que eu tive motivos maiores? Pois então, Alex foi o motivo maior!

—Sinto muito filha, não pensei que fossem brigar depois de tanto tempo – meu pai disse me fitando ainda.

—Não tem importância, amanha mesmo eu vou embora!

Joguei o copo na mesa e voltei pra sala de estar onde tinham mais pessoas. Passei o resto da festa com a cara fechada, meu mau humor era tanto que as pessoas nem vinham mais falar comigo e eu nem me importava com os cochichos que estava ouvindo. Eu só contava os minutos pra aquele inferno acabar e eu ter cumprido com a minha parte!

 Quando a noite estava acabando, eu fiquei sentada observando meu pai e Meredith se despedirem dos convidados. Foi quando eu escutei meu pai se desculpar com Alex pelo meu comportamento. Ele me encarou, de um jeito frio que me arrepiou e eu não consegui devolver o mesmo. Ele não disse nada simplesmente se virou e foi embora enquanto eu fiquei olhando.

 Eu suspirei cansada, fiquei com vontade de correr atrás dele e jogar na cara dele todas as verdades que ficaram entaladas durantes anos em mim. De poder dizer o quanto ele me destruiu e arruinou minha vida. Mas eu não o fiz, fiquei sentada quieta remoendo sozinha o meu passado.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado do cap. Sim eu sei que tem muita coisa confusa, mas com o passar dos capítulos tudo vai se esclarecendo.

Nada como um mistério pra deixar as coisas mais interessantes Haha' mas enfim comentem gente, eu não mordo juro. Pode ser um "Oi, gostei" ou "Odeio feijão" Kkkk só quero saber se vcs tão curtindo a fic e se devo continuar ou não.

Beijinhos ;*