O Gato da Casa Maldita escrita por Saito


Capítulo 4
Lembranças de um passado distante


Notas iniciais do capítulo

YEEIH! Consegui escrever mais um capítulo! Mal pela demora, mas como foi a primeira semana de provas mensais, eu tava um tanto atarefada. Mas taí o capítulo 4, pra vcs!

[P.S.: espero não ter ido mal na prova de física]



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Uma semana se passou desde as mortes das crianças. Ninguém, nem mesmo os pais, se atreveram a entrar na casa, ficaram apenas chorando no jardim, entre as folhas amareladas das árvores já mortas. Eu fiquei escutando os lamentos deles, desesperados para poder enterrar os filhos. Três dias depois, eles pararam de relutar e tentaram entrar, mas a porta não cedeu. Mas não precisaram entrar aqui, pois os corpos apareceram misteriosamente no jardim.

 

Continuo andando pela casa, mas não tenho visto mais nada, nem sombras, fantasmas ou a menina do espelho. Também não tenho mais me transformado na criatura em que me transformei, há uma semana. Mas lembranças estranhas têm vindo à minha mente, talvez sejam de algum fantasma daqui. O que importa é o que essas lembranças podem significar, e o que eu posso descobrir com elas.

 

“Era um dia quente, e todas as janelas da casa, desde o hall até o sótão, estavam abertas. Eu corria pela casa, carregando um gato no colo, enquanto fugíamos da mascote da família, um enorme pastor alemão de pêlo escuro. As empregadas sorriam quando passávamos, tirando do nosso caminho todos os objetos frágeis. Saímos pelo hall e paramos perto de uma árvore, que fazia sombra a uma mesa de madeira. Pierre, o gato acinzentado que eu carregava, pulou dos meus braços e se sentou em uma das cadeiras, enquanto eu me deixava cair em outra cadeira, à frente dele. Guardian, o pastor alemão que nos seguiu sentou-se ao meu lado, pedindo carinho.

– Você tem que tomar cuidado, Julliet. Correndo desse jeito, vai acabar tropeçando com esses dois e sair rolando. a voz veio de cima da árvore, e ao me virar, deparei-me com meu irmão mais velho, que sorria.

Não se preocupe maninho, eu vou tomar muito cuidado...”

 

Um gato, um cachorro, uma menina... não lembro de ter escutado nada sobre esses três. Também não sei quem é a menina. Será a mesma que eu vi refletida no espelho? Poderia ser, mas não entendo por que parece que essa lembrança é minha.

 

Finalmente, decido tentar sair da casa, o que é algo um tanto impossível para mim, já que as portas e as janelas travam toda vez que eu tento fazer isso. Vou ao hall e começo a empurrar a porta timidamente. Um vento abafado entra na casa, soprando um pouco de pó em mim. Coloco a cabeça para fora. Nada acontece, deve ser um bom sinal. E não tem ninguém no portão. Outro bom sinal.  

 

Saio para o jardim, com o sol iluminando fracamente o lugar e vou andando até uma árvore velha, com o tronco todo descascado. É a árvore que eu me lembro. No entanto, não há nenhuma mesa próxima. Muito tempo se passou, e o jardim perdeu todo o esplendor que tinha. Sento-me embaixo da árvore e tento me lembrar de mais alguma coisa, talvez algo que me explique mais sobre a casa.

 

“Estava escuro... ninguém em casa... o que eu poderia fazer? Ele estava me seguindo!

 

Guardian, onde você está? Pierre? Apareçam!

 

Continuei correndo pela casa, mas a pergunta ainda se mantinha: por que nem minha família e nem os empregados estão aqui? Está me seguindo...

 

Corri para baixo da escada, e fiquei entre as sombras, esperando. Súbito, ouvi latidos fortes vindos do primeiro andar e logo Guardian surgiu, seguido de Pierre.

 

Que bom que vocês dois estão aqui... fiquei com medo...

 

Pierre começou a puxar a barra do meu vestido, enquanto Guardian farejava o ar a nossa volta. Os dois subiram a escada novamente e eu os segui. Fomos parar no quarto do meu irmão mais velho e ficamos entre as sombras, mas eu podia ver meu reflexo. O reflexo de uma menina de seis anos, morena e assustada, ladeada por seus dois protetores.

 

Onde você está queridinha?Decidiu mudar de brincadeira, foi? Agora é esconde-esconde?

 

Fica longe! gritei, o mais alto que pude. Um erro grave, muito grave.

 

Na porta, a figura alta de um homem surgiu. Apesar da escuridão, eu podia ver seu sorriso cínico e malicioso.

E pensar que eu entrei aqui só pra roubar... achei que estavam todos no

baile anual da cidade. Mas olha só pra isso, eu não sou um cara de sorte? Agora, posso pedir alguma coisa em troca.

 

Troca do quê?

 

Não é óbvio? Eu posso te seqüestrar, pedir dinheiro e jóias pra te libertar e, por fim, eu te mato e largo o seu corpo em algum lugar. Talvez... o cemitério? O que acha, princesa?

 

NÃO! – ele me levantou, puxando meu braço com força. Guardian pulou nele, derrubando-o. Peguei Pierre no colo e corri o mais rápido que pude até o jardim. Ouvi os ganidos do meu guardião canino e pouco depois, o silêncio.

 

MENINA! Eu vou te pegar e fazer o mesmo que eu fiz com o seu cachorro!

 

Só pude correr e me esconder embaixo da árvore; não queria pensar em Guardian. Infelizmente, ele me encontrou rápido. Puxou-me pelo pescoço e me prensou contra o tronco da árvore. Seu rosto estava sangrando e os braços estavam com marcas de mordidas.

 

É, garota... olha o que o seu cachorro fez comigo. Tô quase acabado. Mas alguém vai ter que me pagar, sabia? Que tal você?

 

Pierre, que esteve no chão até aquele momento, continuou de onde Guardian tinha parado. Ele saltou nos ombros do meu assassino e começou a arranhá-lo. Ele puxou o gato com a mão livre e começou a asfixiá-lo também, embora ele lutasse e miasse. Tentei soltar Pierre, juro. Mas não consegui. Senti meus braços enfraquecerem, não conseguia mais respirar. O gato parou de lutar e eu também. Fechei meus olhos e esperei ir para outro lugar.

 

Quando acordei novamente, eu estava caída no chão, ao lado da árvore. O homem não estava mais ali. Levantei-me de um salto, mas não tinha mais a mesma altura de antes. Estava menor, da mesma altura que Pierre. Uma sombra enorme estava ao meu lado, mas percebi imediatamente quem era. Guardian. Ele me apontou o sótão da casa e da janela, eu pude ver meu/nosso assassino escondido. Subimos até lá, para fazer uma visitinha. Pouco depois, minha/nossa família entrou na casa. O assassino jazia morto no chão, sem a cabeça e sem o coração, já que ele não tinha sentimentos como compaixão ou vergonha...”

 

Noite... tão escuro... levanto a cabeça e acabo surpreendido: estou no hall, sem ter idéia de como cheguei ali. Agora, as coisas começam a ser esclarecidas.


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Notas finais do capítulo

Beijos e até o próximo capítulo!



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