O Gato da Casa Maldita escrita por Saito


Capítulo 3
Crianças podem ser cruéis [PARTE 2]


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a segunda parte para vocês!!!


Modo Sinceridade ON: Fiquei muito feliz MESMO quando vocês começaram a me mandar reviews, até chorei, de tanta felicidade!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70892/chapter/3

Saio da cozinha, tentando raciocinar. Por que ela nos ignorou? Por que está matando as crianças, exceto o Jack? E, mais importante, quem é ela? Essas perguntas enchem minha cabeça cada vez mais e acabo descobrindo que não sei absolutamente nada sobre esse lugar. Não sei para onde foram os outros, mas acredito que nenhum deles tenha conseguido sair daqui. Para ser sincero, acho que a casa não vai deixar.

– Você fala? – Jack fala repentinamente, assustando-me.

– Sim, o que quer saber? – minha voz sai mais grave do que me lembro... mas é estranho, parece que não me lembro de nada que tenha ocorrido comigo antes de vir para essa casa. Continuamos andando e quando chegamos ao hall, ele fala novamente.

– Quem é aquela moça?

– Também gostaria de saber. Mas gostaria que você respondesse a uma pergunta minha agora. Por que te trouxeram para cá?

– Eu... não sei... – ele se agacha no chão, senta-se e abraça as pernas – eles não gostam de mim, mas não fiz nada pra eles nem pra ninguém e eu sei que eu quebrei o vaso da nossa sala, mas não fiz porque quis... a professora disse que não fazia mal... – Jack começa a chorar, quase berrando. Eu me aproximo dele, mas ele não deixa.

Súbito, o garoto ruivo adentra o hall correndo. Eu espero ver o fantasma novamente, mas não é isso que está perseguindo-o. Uma sombra gigantesca pega o pé dele e começa a puxá-lo. Corro e tento segurar seu braço, mas não adianta. A sombra é muito mais forte e o menino some. Silêncio. Nada. Depois, algo é jogado das sombras. Uma parte do tronco e as pernas surgem, rolando. Jack viu tudo e agora está desesperado.

 

– EU QUERO SAIR! Me... me tira daqui!

– Fica calmo! Eu vou te tirar daqui! Eu só tenho que pensar em algo.

Mas não preciso dizer ou fazer mais nada. A porta se abre, sozinha.

– VAI! É a sua chance! Tem que sair daqui e avisar aos seus pais e aos pais dos garotos o que aconteceu!

– Mas e os outros?

– Eu não sei o que vai acontecer, mas se não sair agora, acho que vamos descobrir logo!

O garoto olha para mim, talvez pela última vez. Ele corre pela porta e eu vou logo atrás. No entanto, a porta se fecha da mesma maneira que se abriu. Não posso fazer nada, a não ser procurar pelos outros dois garotos. Mas não consigo mais andar. É como se alguém estivesse pressionando minha cabeça contra o chão. Não agüento mais de dor e desmaio logo.

Quando acordo, vejo que há uma luz vinda do alto. Do alto? Impossível. Tem mais dois andares acima do hall. Ao me virar, eu percebo que estou no sótão, que está vazio por sinal. Não faço a menor idéia de como cheguei aqui, só me lembro de ter desmaiado no hall e nada mais.

De repente, ouço gritos vindos do portão da casa. Desço do sótão e vou até um quarto próximo. Subo à janela, e graças ao fato de não ter mais vidro, vejo quem está gritando. São várias pessoas e estão apontando para o alto da casa. Coloco minha cabeça para fora e vejo os dois meninos restantes pendurados, só que... sem as cabeças, e com marcas de arranhões por todo o corpo; um forte vento chega, quase como se anunciasse uma tempestade. A corda que segura os corpos se parte e o vento os joga no chão. Ao ver isso, minha mente é inundada por imagens escuras e que não tem nenhum sentido para mim; pelo menos, não no momento. Tem uma voz falando comigo... minha voz, mas está calma e, ao mesmo tempo, me deixando assustado. Por que o jeito que seus corpos estão me é tão familiar?

Eles estavam correndo, descendo as escadas do hall. Parecia que se assustaram com algo... levantei-me, encoberto pelas confortantes sombras do local. Eles pararam assim que me viram, talvez tenham se sentido seguros sabendo que tinha algo com eles, algo com uma forma familiar... mas não ajudei. Pelo contrário, esperei pela sombra que estava à procura deles e me juntei a ela assim que chegou. Nunca me senti tão bem. Foi divertido vê-la arrancar a cabeça de um deles a força, enquanto eu atacava o garoto de boné azul. Assustou-se quando viu o que eu podia fazer. Meu corpo aumentou de tamanho e as garras cresciam, enquanto estavam em sua carne. O sangue escorreu logo. Ele começou a gritar, mas eu mesmo arranquei sua cabeça, que rolou pelo chão em direção a porta. A sombra a segurou e a levou para fora. Parece que ela quer que a cabeça fique decorando o portão... Quanto ao corpo, me diverti um pouco mais, arranhando até todo o sangue ter saído do corpo. Um relógio tocou à distância... uma, não, duas da manhã. A sombra retornou e indicou-me a janela, mais precisamente, me pediu para observar o alto da casa. Um ótimo lugar para pendurá-los. Ela pegou o outro corpo e a cabeça e foi para fora. Mas ficou me esperando na porta, mesmo sabendo que eu não poderia deixar a casa de maneira nenhuma. Minha cabeça começou a latejar...”

Eu fiz isso? Não pode ser, é impossível!

O portão é aberto e várias pessoas começam a correr. Minha visão ficou um pouco embaçada, mas já está normal. Vejo os pais dos dois garotos correrem até os corpos, talvez os reconheçam mesmo sem as cabeças. Jack está abraçado com uma mulher, ainda bem que está a salvo... mas o que aconteceu comigo? Será que estou ficando louco?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigada por continuarem lendo!!



Beigos!!!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Gato da Casa Maldita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.