O Gato da Casa Maldita escrita por Saito


Capítulo 2
Crianças podem ser cruéis [PARTE 1]


Notas iniciais do capítulo

E aê, galera!! Tem duas partes e espero manter a qualidade!!



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O local da primeira morte está muito empoeirado. Já faz um bom tempo que a casa está vazia, mas nem mesmo os ratos chegam perto da casa. Acredito que fui o único que decidiu fazer isso, entrar e investigar. Mas não há nada que eu possa fazer aqui, pois qualquer coisa que fosse importante, já foi tirada. Quando estou quase saindo do quarto, vejo, por um instante, um reflexo. Não o meu, mas o de uma garotinha; parece ter aproximadamente seis anos. Olho para trás. Atrás de mim, somente uma parede, com a tinta já descascando. Isso é estranho! Pelo que consegui descobrir, a família não tinha mais nenhuma criança. Quem...?

 

Um grito. Vozes. Correria. No térreo. Desço correndo as escadas, tentando não fazer barulho. Lanço-me às sombras da escada do hall e vejo cinco meninos, circulando algo. Tem alguém chorando no meio deles. O primeiro a falar é um garoto de boné azul.

 

– Hey, decidiu chorar agora? 

– Acho que ser estranho não te ajudou em nada, né?

– P- por que?? E- eu nunca fiz nada pra vocês!

O segundo garoto, moreno e de casaco bege, começa a bater no menino que está no centro.

– É verdade... você nunca fez nada pra gente... por que a gente veio pra cá, mesmo?

Uma voz diferente começa a falar. É mais aguda, parece... uma menina?

– Dizem que essa casa é assombrada. É por isso que viemos pra cá, vai ser muito mais fácil assustar ele!

– Aqui? É essa casa que falam na cidade? A que a gente não pode entrar? – finalmente, uma voz temerosa entre um dos cinco garotos. É um menino loiro.

– Ah, qualé! Vai amarelar agora, vai? A gente não combinou de todo mundo pregar uma peça no Jack? – um moleque ruivo, quase um atleta é o último a falar.

Eles se afastam e eu posso finalmente ver quem é a criança que está sendo maltratada. É um menino moreno com síndrome de Down. Estão machucando-o apenas pelo fato dele ser diferente. Pode ser medo, ou raiva da diferença.

 

Ele começa a chorar. Mas começo a pensar que sou o único que ouviu alguma coisa anormal no andar de cima...

 

Passos leves. O primeiro degrau, de cima para baixo, rangeu fracamente há poucos segundos. É a minha primeira chance de ver o que pode ser! Talvez seja o que matou as pessoas daqui, ou talvez não.

 

AS CRIANÇAS! Principalmente Jack, que, com certeza, não veio porque quis. Está se aproximando... Tenho o quê? Segundos? Não posso mais esperar.

 

Saio das sombras, e acabo assustando as crianças. Jack ainda está no chão, chorando. As crianças se espalham pela casa. Seguro o braço dele. Ele não oferece resistência. É bem mais fácil puxá-lo assim. Consigo levá-lo até as sombras em que eu estava escondido e ele fica em silêncio, encarando-me.

 

O loiro correu até a porta e está tentando abri-la até agora. Um pé descalço sangrando surge a minha frente. Jack fecha os olhos assim que o vê. Também quero fechar meus olhos, mas não consigo. Fico paralisado. O loirinho não o percebeu... é tarde demais. Ele solta um grito agudo e tenta empurrar a porta, sem sucesso. Mais sangue. O que quer que seja está matando o menino, enquanto ele continua a berrar. Sei que é loucura tentar se esconder de algo que seja sobrenatural, mas parece que isso está interessado nas outras crianças e parece ignorar o fato de que tem mais duas vítimas próximas dele.

Ele sai do hall e passa por uma porta à esquerda. Saio das sombras e vejo, no chão, o menino. Seus olhos estão arregalados, a boca escancarada e sangrando muito. Ele parece tentar falar algo, mas sem sucesso. Sua garganta está destruída, com a marca de mãos. Por que será que a coisa nos ignorou?

Mais gritos. Tenho receio de me aproximar de mais crianças mortas com Jack ao meu lado. No entanto, não tenho escolha.

Ele me segue por um corredor escuro que vai dar na cozinha. Alguém está pendurando algo pesado. Sinto um calafrio terrível passar por mim. Está saindo da cozinha... uma mulher! É ela quem matou o loirinho e provavelmente, matou mais alguma criança. Ela nos encara momentaneamente e sinto Jack se mexer ao meu lado, tentando me abraçar. Mas ela se afasta lentamente, quase flutuando.

Quando entro na cozinha, empurro Jack para fora. A garota está pendurada no teto, presa apenas por um barbante, que também está segurando o pescoço dela. Sua barriga está aberta, as tripas em cima da mesa. Afasto-me do local e levo Jack junto. Agora, faltam apenas mais três crianças, e o jogo deles acaba de se tornar mais perigoso.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!!



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