Nem Tudo é Ganância escrita por Bianca Raynor


Capítulo 7
♕ Capítulo Sete ♛


Notas iniciais do capítulo

Essa história estava sendo reescrita, porém, estou escrevendo outras histórias e tenho minha vida pessoal, então acabei dando uma pausa nela. No entanto, reescrevi esse capítulo há alguns meses, só não tive tempo de revisar. Esperava que minha vida ficasse mais tranquila para a reescrever e postar, contudo, isso não aconteceu.

O capítulo agora publicado não foi revisado, então me desculpem qualquer erro.

A partir dos próximos capítulos, a escrita deles estará diferente, pois essa história foi escrita há dois anos atrás.

Vou voltar a postar, pois acho injusto vocês esperarem que eu tenha tempo - algo que não estou conseguindo - para arrumar a história. Então, já peço desculpas pelos erros desde já.

Boa leitura!



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Estou exausta. Sinto uma dor terrível do lado direito do meu corpo, todavia, logo passa e se torna algo doloroso e suportável. Mexo-me um pouco para testar os movimentos e um gemido escapa de meus lábios quando constato que ainda é dorido demais para qualquer movimento.

O melhor é ficar quieta.

Após algum tempo, completamente paralisada, noto que estou deitada sobre uma superfície extremamente confortável. Ou seja, não é a minha cama e muito menos mina casa. Não é que minhas acomodações sejam ruins, só que posso afirmar que a qualidade da cama que estou deitada é muito melhor que a minha. Até parece nuvens.

Abro os olhos para poder me situar e encaro o céu mais lindo que vi. Meus olhos ficam presos em estrelas perfeitas. Deve ser encantador acordar olhando para tal beleza.

Sua formosura é tanta que arranca um sorriso dos meus lábios, apesar de ainda está sonolenta.

— É lindo, não? — escuto uma voz rouca, vindo do espaço a minha direita.

Salto da cama, no mesmo instante sinto uma dor aguda, fazendo me quase exclamar palavras de alto calão.

Uma expressão dolorosa toma o meu rosto.

Thomas no mesmo instante se levanta em meu auxílio. Não havia notado que estava ao meu lado, em uma poltrona. E perante o meu ataque, ele parece assustado e preocupado.

Por que sempre está preocupado comigo?

— Me perdoe. Creio que tenha lhe assustado.

Encaro com uma expressão de que não gostei nada e demonstrando que é óbvio que ele me assustou.

— O que você acha? — digo, ironicamente.

Ele abre um sorriso torto que me faz derreter em pedacinhos. Minhas faces coram e desvio o olhar de suas pedras de safira.

 O que há comigo?

Percebo que Thomas está segurando meus braços. Tento me sentar e ele me ajuda, colocando duas almofadas como apoio para minhas costas.

— Como está se sentindo? — a entonação de preocupação está de volta.

— Como o doutor nos informou, estou dolorida. Até parece que fui pisoteada por um cavalo invés de cair dele — solto uma risada e volto os meus olhos para Thomas, entretanto, ele está sério.

— Não fale dessa maneira, fiquei preocupado.

Céus, era apenas uma brincadeira.

— Por que se preocupa tanto comigo? Não sou de sua família e muito menos uma nobre.

A pergunta certa é porquê ele se importaria tanto com uma plebeia, que nem ao menos tem onde cair viva. E ainda está com um coração destroçado diante das lembranças das palavras do amado.

Ele arregala os olhos e é sua vez de corar. No mesmo instante sinto uma crise de riso querendo me dominar, contudo a venço.

Thomas torna a sentar em sua poltrona

— O que estava fazendo sentado ao meu lado? — Tento mudar de assunto, no entanto, sua pele fica rubra com a pergunta.

Desisto. Seja qual for o motivo, não deve se sentir confortável em dizer.

Volto a olhar o quarto a minha volta.

Sempre achei o marrom rústico, até porque, em todo lugar que olho só existe marrom bruto, todavia, a madeira usada no interior do palácio havia passado por processo de lapidação. Um encanto, sinto como se estivesse em minha casa. Porém, está não é minha casa.

Torno a olhar para Thomas que está pensativo.

— Posso ir para casa?

Ele ergue o olhar e vejo que está processando minha pergunta, quando nota o meu desejo, seus olhos demonstram decepção.

Mordo o lábio para conter a pergunta que doma os meus pensamentos. Por que está decepcionado? Thomas era tão transparente quanto enigmático.

— Claro.

Se levanta da poltrona e volta a me ajudar. Coloca um braço por baixo de meus braços passando por minhas costas, entretanto, na hora de dar impulso para que meu corpo se erga ele desce a mão para minha cintura e sinto meu corpo esquentar.

O que há comigo?

Logo sua mão se vai, deixando um vazio nada agradável.

— Consegue andar?

Coloco um fio de cabelo rebelde atrás da orelha e reflito sobre sua forma expressão. Será que o rei sente algo por mim? Não. O rei jamais se interessaria por uma plebeia tão rápido assim. Não existia amor à primeira vista entre duas pessoas de classes diferentes.

— Sim.

Sinto que vou ter dificuldades para andar, porém, não quero sua ajuda. Quando toca em mim sinto meu corpo inflamar e não quero ninguém causando essa sensação além de Juan.

Pensar nele faz o meu coração afundar como uma pequena embarcação construída com todo amor e carinho por seu dono. Como ele pôde falar um absurdo daqueles? Meus olhos queimam com a possível volta das lágrimas, todavia, engulo o nó que se forma em minha garganta.

Tenho que ser forte.

Thomas me direciona para a saída do palácio. Meus olhos miram cada parede, de cada corredor assim com cada escada e porta. O ambiente transmite uma sensação de conforto e paz. Me fazendo esquecer o quanto o meu coração está sofrido.

Logo estamos no pátio de entrada. Noto que já escureceu. Há uma liteira vermelha com detalhes em dourado, dois cavalos para conduzi-la e há quatro guardas montados em cavalos.

— Isso tudo para me levar até minha casa? — olho indignada para Thomas.

— Sim.

Ele dá um sorriso, entretanto ainda há decepção em seus olhos.

— Não preciso de escolta, bastava um cavalo e iria de bom grado para casa.

— Claro que não. Não vê que escureceu? Que rei seria se permitisse uma donzela ir para casa sozinha na escuridão? — Abro a boca para contrariá-lo, mas ele é mais rápido — E ainda mais sentindo dores. Pensa que não vi as caretas que fez durante o caminho até aqui?

Baixo a cabeça envergonhada.

Seus dedos tocam o meu queixo e ele ergue minha cabeça para poder me observar.

Sinto seus dedos pressionados em meu queixo erguendo minha cabeça. Os meus verdes se perdem por alguns minutos na profundidade de seus azuis, porém, logo balanço a cabeça, soltando o meu queixo de seu poderia e libertando os meus pensamentos.

— Vamos? — indago.

Espera. Ele vai comigo?

— Vamos? — digo, confusa.

— Sim, vou deixá-la em casa.

Arregalo os olhos. Agora entendo o motivo de tanta cavalaria. O rei vai comigo.

Thomas estende a mão para me ajudar a subir na liteira. Tenho um pouco de dificuldade, todavia tudo sai em perfeita ordem. Logo em seguida ele sobe e nos sentamos.

O caminho se passa em silêncio. Não me permito pensar, apenas aprecio a paisagem.

Em pouco tempo, em meio ao balançar da carruagem, estamos em frente a minha casa.

Finalmente.

Esqueço os bons modos. Levanto e saio da liteira. Logo sou impedida por mais uma dor aguda.

— Não imaginava que desejava tanto estar em casa... — cantarola.

Vejo Thomas se concentrar na entrada de casa e logo me vem a mente os seus pensamentos: "Como ela vai entrar nesse lugar nesse estado?".

Os degraus estão podres e são malfeitos, foi o único trabalho que meu pai poderia fazer. Subir neles em estado normal não causaria problema algum, mas no meu estado atual.

Enquanto observo os degraus e tento imaginar como farei para entrar em minha casa, braços me colocando no colo e me carregam em direção casa. Não havia notado, mas a porta já estava aberta. Vejo minha mãe um pouco assustada atrás da porta, apenas com a cabeça a vista.

— Onde fica seus aposentos?

— Pode me seguir Majestade — minha mãe murmura temerosa. Ela faz uma reverência sem jeito e segue caminho até o meu quarto.

Em seguida noto o papai ao nosso lado.

De onde ele saiu?

Chegamos ao meu quarto e Thomas me deposita na cama.

— Acho que agora está segura.

— Obrigado, Majestade — papai agradece, fazendo uma reverência. É estranho ver papai se curvando diante de alguém mais novo. E para constatar, um rubor toma as feições de Thomas. Está envergonhado.

— Qualquer cavaleiro faria o mesmo — profere, coçando a nuca.

— Nem todos Majestade — mamãe afirma.

— Winter? — pergunto.

— Está no estábulo — papai responde, com um sorriso tranquilizador.

Sorrio.

Sabia que ele não me abandonaria.

— Pelo visto tinha razão. Ele veio para casa — Thomas diz.

— Obrigada, Tommy.  

Dou-lhe um sorriso genuíno. E meu reflete no seu.

Não parece mais decepcionado.

— Filha! — mamãe me repreende.

— Não, pedi para me chamar assim! — Tommy exclama desesperado.

— Perdão Majestade.

Mamãe abaixa a cabeça, agora envergonhada, até posso ver suas bochechas corarem.

— Não é necessário pedir perdão. Eu é que devo pedir perdão, não perguntei seus nomes.

—— Lucy e James Lusivon, Majestade — papai responde.

— Não são necessárias formalidades.

Thomas olha para mim com receio. Sabe que precisa ir embora, mas não quer. Me vejo desejando que ele fique, que não se afaste de mim.

Ele me traz segurança. Por mais estranho que pareça e que não nos conheçamos.

— Temo que devo ir.

— Não deseja algo para comer, Majestade? Ou talvez um simples chá? — mamãe oferece.

— Não posso ficar. Obrigado mesmo assim, Sra. Lusivon. — Thomas pega a mão de minha mãe e a beija, logo depois vira-se para o meu pai e se curva — Sr. Lusivon.

Quando vira-se para mim, meu coração se enche de um sentimento doce. Inundado por algo quente e confortante. Meus lábios se voltam para cima de modo meigo, enquanto Thomas dá um sorriso apenas de lábios, contudo, tão luminoso como todos os outros.

Thomas se aproxima, pega minha mão e planta o beijo, porém, diferente de quando o fez com mamãe ele permanece com lábios colados por uns momentos. Uma queimação toma conta de todo o meu corpo e posso sentir algo pulsar na minha pele. Assim que se afasta, seu semblante demonstra confusão. E tenho certeza, que espelho a mesma expressão.

— Até logo, Srt. Lusivon.

— Até logo, Tommy.

— Até Giovanna — repete a despedida.

Papai o acompanha até a porta e mamãe se desata a falar, me perguntando tudo que havia acontecido. Após um breve relato sem falar de Juan, ela me indaga:

— De quem é esta capa?

Não havia notado que ainda estava com a capa do rei.

— De Thomas.

Agora entendo porque ele disse: "Até logo".

Sorrio por dentro.

— Mamãe, preciso descansar.

— Claro, meu amor.

Mamãe me ajuda a deitar, beija minha cabeça e sai do quarto fechando a porta em seguida. Não demora muito para que adormeça como uma pedra.

Em algum momento da noite, sou acordada por um barulho na janela e quase grito, mas duas mãos me impedem.


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Notas finais do capítulo

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Até o próximo ❤



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