Nem Tudo é Ganância escrita por Bianca Raynor


Capítulo 8
♕ Capítulo Oito ♛


Notas iniciais do capítulo

Como foi dito na nota do capítulo anterior... A partir desse capítulo vocês veram uma diferença gritante da minha escrita, então, tentem relevar, pois essa foi a minha primeira história ;D



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Arregalo os olhos apavorada.

Como veio parar aqui?

As palavras saltam em minha mente. Estou apavorada, meus pais podem vir até aqui e não sei dizer se ele saíra vivo daqui.

Meu coração dói ao vê-lo. Apesar de não ter passado nem mesmo um dia desde a nossa briga já sinto sua falta, mas lutarei para não ser levada por esse meu coração traiçoeiro.

— Eu sei que está com raiva e magoada. O que falei foi a maior idiotice de toda a minha vida. Logo eu que gostaria de ter meus pais ao meu lado, jamais poderia ter proposto algo tão absurdo para você. Me perdoe meu amor, nunca mais falaria algo assim. — fala me olhando apavorado — O meu dia foi miserável, como se não estivesse vivo. Estava apenas sendo arrastado pela correnteza de um rio. Não era nada antes de te conhecer, mas depois tudo fez sentido, me senti alguém, porque sem você não sou nada.

Não havia percebido, mas enquanto Juan falava lágrimas rolavam sobre meu rosto, suas mãos impediam a passagem delas, causando uma pequena poça sobre elas.

— Vou tirar minhas mãos para você poder falar, mas por favor não grite. — ele tira suas mãos devagarinho.

— Jamais gritaria. — falo tentando parar os soluços que já faziam parte de mim no dia de hoje.

— Você estava com tanta raiva de mim e cheguei de repente. — fala cauteloso.

— Mesmo assim.

Ele me observa por alguns segundos, em seguida meu quarto, é pequeno, mas confortável, a medida do possível. Quando volta o olhar para mim seus olhos repousam sobre a capa que ainda esta sobre meus ombros.

— É do rei. — falo tocando na capa macia.

— Do rei? Por que você estaria com a capa do rei? — o tom de ciúme em sua voz é notável.

Sorrio.

— Quando sai de seu quarto as pressas acabei caindo de Winter, o rei me ajudou.

Seu rosto fica pálido e o terror em seus olhos chega a me assustar. Ele sai a procura de machucados, mas não os encontra, explico que estava apenas dolorida, a queda não havia causado danos graves. Logo ele me abraça forte o que causa um pouco de dor, mas não me importo, estou nos braços do meu amor, tudo ficará bem.

Juan deitasse comigo e mexe em meu cabelo causando uma sonolência terrível, mas não quero dormir, quero ficar acordada com ele.

— Você me perdoa? — fala com a voz tremula.

Viro-me para olhar em seus lindos olhos azuis e franzo a testa.

— Pensava que era óbvio que já o perdoei, até porque...

Sou interrompida por seus lábios colados nos meus, sua língua pede passagem e sedo imediatamente. Ele parece necessitado, seu beijo é urgente e calmante. Minhas mãos passam por seu pescoço, vão para seu cabelo e os puxo, escuto um gemido vindo de sua garganta, meu corpo esquenta imediatamente, minhas mãos descem para suas costas, passam por sua pele quente e cravo minhas unhas nela. Juan começa beijar meu pescoço, em seguida minha clavícula e o alto de meus seios.

Não posso impedi-lo, meu corpo anseia por seu toque. Irei até o fim com isso, quero ser sua. Não importa, se tenho que casar com alguém, que seja com o homem que amo, nada de riquezas, se o preço que tenho a pagar é viver trabalhando em uma taverna, será assim, mas pelo menos terei certeza que estou fazendo algo certo. Terei um homem que me ama ao meu lado e que amo. Terei meus filhos de olhos azuis ou cabelos escuros e não loiros. É assim que quero. Não importa mais nada.

Apesar de declarar tudo isso intimamente pego Juan interrompendo seus beijos, respirando com dificuldade, assim como eu, e me olhando com fervor, mas não dá indícios que irá continuar. Olho-o franzindo a testa.

— Não podemos continuar. Tudo que quero é que seja minha, mas nada ultrapassa o meu desejo de vê-la tendo uma vida tranquila, sem precisar trabalhar um dia para ganhar miseras moedas. Te amo demais para ser tão egoísta.

Não, isso não importa mais.

Meu corpo grita implorando por mais, mas meu lado egoísta e ganancioso é mais forte, não consigo resistir. Uma lágrima solitária rola sobre meu rosto e Juan aproxima os lábios para pega-la.

— Em breve ficaremos juntos para sempre. Nada irá nos impedir. Prometo.

Preenche meus lábios com seus, apaixonante.

— Agora devo ir. Eu te amo. — fala colando sua testa a minha.

— Eu também te amo.

Ele sobe na janela e começa a descer da casa, antes que seu rosto desapareça por completo ele sorri para mim. O sorriso que tanto amo.

Volto a deitar e tento dormir.


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Na manhã seguinte acordo ainda dolorida, mas não esta doendo tanto quanto no dia anterior. Vou em direção a cozinha tomar café.

Encontro papai sentado a mesa. Não vejo sinal de mamãe. Ele ergue o olhar de sua caneca e me lança um belo sorriso. Papai é um belo homem. Queria ser mais parecida com ele, mas parece que nasci a cópia de mamãe, ruiva e olhos verdes.

Seus cabelos são loiros e também possui os olhos claros, mas azuis. Vive cansado, as vezes anseio ter nascido homem para poder ajuda-lo a semear.

Mamãe teve complicações. Na verdade, sempre teve dificuldades para engravidar, para me ter foi uma grande luta que enfrentaram.

Mesmo não tendo o filho homem que toda família deseja, papai sempre me tratou como sua princesinha. Tudo que faz por mim é mais que o suficiente, não sei como seria meus dias sem os sorrisos e conversas com ele.

Nunca fui muito apegada a mamãe. Talvez porque houve um tempo em que ela se encontrava frustrada por não poder dar um filho homem ao papai, não que ele tenha cobrado, mas porque minha avó, que nunca conheci, colocou em sua cabeça que toda esposa precisa dar um filho para o marido.

Para que?

Para quando houver uma guerra ele vá lutar e morra como aconteceu com meu avô e tio?

Eles morreram em uma guerra antes mesmo deu nascer. Meu tio era novo. Mamãe costuma falar que todas as garotas da vila eram apaixonadas por ele. Papai e eu sempre rimos quando ela conta essas histórias.

Depois de um tempo mamãe acabou se reaproximando e mesmo um dia ela tendo se afastado, não conseguiria viver sem ela ao meu lado.

— Então, como está? — papai me pergunta um pouco preocupado.

— Estou bem, um pouco dolorida, mas estou bem. Não precisa se preocupar. — falo me sentando devagar em uma das cadeiras.

— Sempre irei me preocupar com você. — pego sua mão por cima da mesa e à beijo — Deus te abençoe minha filha.

Sorrio.

— Há alguns dias encontrei uma casa na vila onde há uma boa terra para a semeadura. — olho-o interrogativa — Estou pensando em compra-la.

— Nós moraremos na vila?

— Essa é a intenção. — ele sorri.

— Temos condições para isso? — falo preocupada.

— Claro que temos, tenho guardado a anos. Será melhor. Assim você não enfrentará esse caminho todo e nenhum acidente acontecerá novamente.

Penso em contradizer, mas desisto. Sei que ele quer o melhor para mim.

— Será maravilhoso. — sorrio por ele.

— Depois que nos mudarmos, encontrarei um noivo para você.

Meu sorriso se desfaz e empalideço. Meu coração começa acelerar e acho que até mesmo meu pai escuta suas batidas.

— Não precisa fazer essa cara. — fala ele colocando água para mim — Quando escolher, iriei perguntar a você o que acha. Não entregaria minha menina a qualquer um.

— Fico aliviada com isso. — falo voltando a respirar, nem mesmo sabia que tinha parado de respirar.

— Bem... Não podemos deixar de falar o modo como o rei olhava para você ontem. — fala meio envergonhado.

Fico rubra e baixo os olhos para o copo de água.

— E percebi que há uma certa intimidade entre vocês.

Pensava que não era possível ficar mais corada, mas meu rosto esquentou de tal maneira que poderia confundir com uma febre alta.

— Papai!

— Perdão querida. — fala corando — Não quero dizer... Bem... É... Eu acho... Só acho que... Talvez... Não sei... Ele... Goste de você.

Meu coração salta de felicidade com suas palavras. E logo me repreendo mentalmente.

— Por que acha isso? — falo tentando não encara-lo.

— Porque ele olha para você como olho para sua mãe. — ele me observa esperando alguma reação, mas permaneço calada e com a cabeça baixa.

Não sei o que pensar.

— Vou trabalhar. Mais tarde pegue umas maçãs e leve para Winter e Rose.

Papai beija o alto de minha cabeça e segue seu caminho me deixando perdida.


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Notas finais do capítulo

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Até o próximo ❤



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