Nem Tudo é Ganância escrita por Bianca Raynor


Capítulo 5
♕ Capítulo Cinco ♛




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Há dias não o toco, não sinto o seu cheiro e nem os seus lábios nos meus. Estou a beira da loucura. Às vezes reflito se isso é saudável. Pouco me importa. Estar com ele é que interessa. Amo-o além do imaginável.

O dia amanheceu mais uma vez carregado de nuvens no céu. Maravilhoso como sempre. Levanto-me da cama, entusiasmada, arrumo-a e logo em seguida, escolho o meu vestido favorito, no qual é azul com bordados na cor branca. Pego minha capa um tom mais escuro que o vestido. Cores frias para que Juan me aqueça com os seus beijos e abraços.

Saio de casa, avisando a papai que comprarei alguns temperos e sigo em direção ao estábulo em busca de Winter. Hoje terei de galopar em alta velocidade. Meu coração está pequeno no peito de tantas saudades que sinto do homem de cabelos negros e olhos azuis profundo. Não terei meu momento de admirar o castelo, até porque, estar com Juan é muito melhor.

A ansiedade de estar ao lado de Juan é tão grande, que parece que a cidade está mais distante do que nos outros dias. Logo, hoje que terei novidades. Logo hoje que terei motivos para ficar com ele.

Assim que adentro o centro comercial, vejo Lucca – patrão de Juan – e ao seu lado está o amigo de Juan, no qual não me recordo o nome. Desço do cavalo e prendo as rédeas na árvore habitual. Quando torno os meus olhos para a taverna, os meus olhos encontram os seus círculos azuis. Um sorriso brinca com os seus lábios, porém, ele o contém.

Meu amor, também estou com saudades!

Tomo o caminho para seu quarto. Desde sempre tenho uma chave. Afinal não posso esperar do lado de fora, é arriscado. Então, optamos pelo o modo mais seguro e que não desse nas vistas de alguém.

Abro a porta e fico excitada, esperando por sua presença. Assim que adentra o espaço minúsculo, não lhe dou tempo para pronunciar o usual ruiva. Lanço-me em seus braços e pressiono os meus lábios contra os seus, em um beijo apaixonante.

Todo meu corpo se arrepia com o contato. Como é bom estar em casa. Ele é a minha casa.

Nossos beijos se tornam cada vez mais urgentes. Juan me pressiona contra a parede e ouço um gemido escapar de seus lábios. Me sinto tão viva. Todavia, preciso interrompê-lo, temos de conversar. Passei dias pensando no assunto, temos que resolver nossa situação, precisamos de um plano.

Interrompo o beijo, sem fôlego algum para pronunciar algo. Vejo que seus lábios estão inchados e vermelhos e tenho certeza que os meus estão da mesma forma.

— Precisamos conversar — afirmo, com dificuldade para respirar.

— Eu sei... — ele diz também com dificuldades. O seu polegar desliza pelo desenho dos meus lábios.

Franzo o cenho com sua constatação.

— Sabe?

— Sei... Eu a vi com ele.

Sorrio e ele retribui. Isso simplifica as coisas, logo poderemos voltar ao que estávamos fazendo.

— Ele realmente é o rei? — indago, afastando-o para que possa raciocinar.

— É. — Vejo um brilho em seus olhos.

— Não posso acreditar na tamanha sorte que temos.

Sento-me na sua cama e ela range.

— Na verdade nem tanta assim... — ele murmura, dissolvendo o lindo sorriso que estava a pouco intacto em seu rosto.

— O que quer dizer? — pergunto, confusa.

— Quero dizer que será complicado nos encontrarmos, muitos guardas estarão vigiando-a! — Juan exclama, movimentando as mãos constantemente.

Juan já pensava no futuro e não em como teria de conquistar o rei. Entendia o seu receio, caso conseguíssemos, seria praticamente impossível que escapasse das garras dos guardas. Porém, tínhamos de pensar no antes e não no depois.

— Não vamos pensar nisso agora. Primeiro temos de encontrar uma forma para me aproximar dele. Pensou em algo?

Já que ele estava a par do súbito encontro com o rei, sem dúvidas tivera tempo para pensar em um plano decente.

— Não tenho muito em mente, no entanto, já andei pesquisando...

Seus olhos encontram os meus, o sorriso malicioso que tanto amo toca os seus lábios.

— Então? O que você descobriu? — questiono, espelhando o seu sorriso.

— Ele gosta de ruivas.

Meu sorriso se amplia.

Esta tudo a nosso favor. Obrigada Deus.

Quando reflito sobre a informação recebida, um vinco se forma entre minhas sobrancelhas.

— O que foi? — Juan indaga, preocupado.

— Como descobriu isso?

Logo, uma tensão se forma nos ombros de Juan, e ele evita o meu olhar.

Não acredito que ele foi até o bordel e não teve cara de esconder de mim.

— Então? — questiono, erguendo-me da cama, cruzando os braços e descasando-os sob o busto.

Não estou brava. Sei que os homens precisam disso. Ainda mais ele que sempre tem encontros comigo, entretanto, nunca apago seu fogo.

— Você foi no bordel? — Finjo surpresa.

— Apenas no dia que os vi juntos. Foi uma ideia. Ouvi histórias que ele se encontrava com uma garota chamada Gracie, contudo ninguém tinha coragem de descobrir se era verdade — murmura apressadamente. — Então resolvi ver por mim mesmo. Me perdoe, meu amor, mas só fui até lá para conseguir informações.

Uma quentura toca o meu peito, por ele ter me chamado de meu amor.

— Não precisa pedir desculpas. — Me aproximo e o abraço — Sei que vocês homens precisam aliviar a tensão.

— Mas só fui lá naquele dia, há séculos que não entrava naquele lugar, te amo demais para poder me deitar com outra mulher.

Ele me observa com um olhar doce, me encantando. Roço nossos lábios. É tão bom ouvir sua respiração acelerar e saber que sou eu que causo isso nele. Selo nossos lábios em um beijo suave e torno a olhá-lo.

— Descobriu mais alguma coisa?

— Sim — responde, com os braços a minha volta. — Você pode conquista-lo sem dificuldades, do jeito que é.

— Isso é ótimo! — exclamo, batendo palmas e com um sorriso meigo nos lábios.

— Todavia... — Ele franze a testa, vejo que esta preocupado.

— Todavia? — o incentivo a continuar.

— Você se parece muito com a garota que ele se encontra, contudo, há algo que ele viu que tinha em comum com ela, que não tem com você.

— O que? — indago.

Nada pode atrapalhar nossos planos. Seja o que for, tiraremos do meio do caminho.

— Os pais dela morreram na guerra.

O peso se esvai do meu corpo.

— Bom! — exclamo aliviada. — Mas isso não chega a ser um problema.

Ele me encara, cauteloso e continua.

— É, no entanto, se seus pais estivessem mortos, sem dúvida nenhuma isso iria aproximar vocês dois.

Empalideço. Ele não pode estar insinuando isso. Ele não pode querer o meu fim.

Ele, o meu amor, não pode estar falando em matar os meus pais.

Minha cabeça está zunindo. De repente, tudo começa a escurecer e sinto que meu corpo está perdendo as forças. Não posso desfalecer. Não depois disso.

A fúria cresce dentro de mim. Minha mão faz um movimento até seu rosto e ouço o estalo. Como ele pode me amar e sugerir algo tão podre contra mim? Meu coração está apertado.

Uma expressão surpresa toma o seu rosto. Ele não esperava por isso.

— Mas por que você..?

— CALA A SUA BOCA. COMO TEM CORAGEM DE SUGERIR TAL ATO?

Ele tenta se aproximar para me acalmar, porém, empurro-o.

— NÃO TOQUE EM MIM. NÃO QUERO MAIS TE VER. NUNCA MAIS.

Os seus olhos se arregalam de medo, e a parte de mim que não quer acreditar no que ele acabou de dizer, deseja consolá-lo. Contudo, a parte que constrói uma parede de ódio não se importa com os seus sentimentos.

Saio do quarto às pressas, batendo a porta com força. Lágrimas quentes se tornam frias assim que encontram a minha face. Não posso controla-las. Meu peito recebe agulhadas profundas, tornando o trabalho de caminhar, árduo. Mesmo assim, corro até Winter, monto-o e saio a galope desesperada. Sem prestar atenção em nada a minha volta.

Não penso em desculpas para o choro desenfreado. Não penso nas perguntas que terei de enfrentar quando as lágrimas cessarem. Só quero estar com eles, as únicas pessoas que desejam o meu bem. Pessoas que me amam acima de todas as coisas. Que possuem o amor mais singelo de todos, o amor fraternal.

Todavia, o meu trajeto é interrompido. Um cavalo branco toma minha visão e quando puxo as rédeas de Winter, é tarde demais. Winter empina, relincha. Tento me segurar, porém, a dor em meu peito é tão profunda que não existe mais forças no meu corpo. Deslizo pela cela e antes que desfaleça, escuto uma voz conhecida resmungar.


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Notas finais do capítulo

Oh, meu Deus! Juan sugeriu isso mesmo? Vocês acham que a Giovanna irá perdoar ele? E o que vai ser da nossa protagonista agora?

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Até o próximo ❤



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