A primeira Meio-Deusa escrita por Gabii Vidal


Capítulo 11
Capítulo 11




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Aproximei-me do grupo e larguei  Zelina no chão.

—Vamos ou não? –Perguntei apoiando minha mão na cintura.

—Esta faltando sua irmã. Meri, né? –Anisha respondeu vindo em minha direção.

 Olhei ao meu redor e nem sinal da pequena Meri.

—Annabeth e Thalia ainda estão com ela? Achei que não demorariam...

—Se quiser eu posso ir encontrá-la. –Sid saiu de trás de uma árvore com uma lata meio mastigada nas mãos.

—Não será necessário, cara. –Mark apontou para trás de mim e eu me virei para ver o que era.

 Meri subia correndo a colina, bem, o mais rápido que podia já que a mochila em suas costas devia estar pesando bastante.

 Atrás dela vinham Annie e Thalia rindo e conversando.

 Quando Meri finalmente alcançou o topo ela pulou em mim e me derrubou no chão.

—Meri...Eu tenho que estar inteira. –Ri e ajeitei o cabelo dela.

—Desculpem pela demora! Tive que arrumar a minha mochila... –Ela se levantou e bateu na calça para tirar alguns pedaços de grama.

—Alice...-Mark me chamou com a voz meio fraca –Essa  é a sua irmã que vai conosco?

—Algum problema, grandão? –Meredite o encarou e deu um passo para frente – Você chegou tem quanto tempo mesmo? Eu estou aqui a um ano! Luto melhor que você.

 Segurei um riso enquanto olhava para Mark que parecia que ia explodir de raiva.

—Estão brincando que essa menina insolente vai com a gente! –Ele encarou Anisha que riu e deu de ombros.

—Argh! Vamos logo então!

—Mark –Chamou Thalia –Não se meta com ela, é perigosa. –Annabeth riu e concordou.

Mark relaxou os ombros e pegou uma mochila que estava encostada em um arbusto. Mas Zelina estava apoiada nela e ele acabou gritando quando a viu.

—Mark! Achei que fosse um grito da Anisha.

—Agora não, Alice...Cobras são péssimas para mim.

—Realmente –Zelina sibilou –Não é como se eu quisesse ser boa para você.

Mark ficou verde de medo, e todos, menos Meri deram um passo para trás.

—Ela fala?! –Mark apertou meu braço como se eu pudesse protegê-lo.

—Não é óbvio? Mas não fique com medo, ela não ataca...A menos que eu mande.

—Mas você é tão legal! Não faria isso...

—Não no momento. Vejam, já está de noite! Vamos logo! –Chamei.

Todos se organizaram com suas coisas e eu passei do pinheiro acompanhada dos outros.

Annabeth e Thalia já haviam ido embora.

—Bem, agora somos nós por nós mesmos! –Hazel finalmente disse algo.

—Só temos que seguir o mapa, só seguir o mapa, é só seguir...-Frank ia na frente murmurando isso constantemente. Talvez fosse para nos tranquilizar, mas ele parecia dizer isso mais para ele mesmo.

Caminhamos por uns 20 minutos, sempre atentos a presença de qualquer mosntro...Alguns mais que outros. Anisha quase atacou um coelho que estava no meio dos arbustos umas 20 vezes.

 Chegamos na beira de uma rodovia e andamos por mais algum tempo. Nesse ponto Meri  já dormia enquanto eu a carregava nas costas.

—Essa é a nossa guerreira...-Anisha disse enquanto colocava uma pequena manta sobre ela.

 Vi então no fim da pista um ponto iluminado por uma lâmpada no poste.

—Estamos quase lá! –Hazel disse incentivando-nos a continuar até a luz.

 Finalmente chegamos ao local, e bem, não era o que eu esperava: Um ponto de ônibus.

—É  isso mesmo –Mark perguntou analisando o lugar –Achei que fossemos andar de cavalo, nos teletransportar ou algo do gênero...

—Burro –Meri disse mas logo voltou a dormir.

—Sentimos muito pela decepção –Disse Frank –Mas estamos sem orçamento para viagens grandiosas...Mas vejam o lado bom: Vamos pagar as entradas!

—Que horas esse ônibus passa? –Perguntou Anisha limpando o banco com lenços para se sentar.

—Em duas horas. –Hazel respondeu sentando-se ao lado dela.

—Isso é muito tempo...Onde eu coloco a Meri? Minhas costas estão doendo.

—Eu seguro ela. –Anisha estendeu os braços e eu entreguei Meri.

 -Caramba –Ela fez uma careta – Sua irmã é bem grandinha!

Concordei com a cabeça e me sentei no chão assim como os demais.

Passou- se uma hora e a maioria já estava dormindo, menos eu e Mark que estávamos preocupados demais com monstros para conseguir dormir.

—Quer saber –Disse Mark espreguiçando – Deixo a responsabilidade com você, preciso dormir. –Ele se deitou usando meu joelho de apoio para a cabeça.

—Cobro aluguel. –Disse tentando tirá-lo dali.

—Quieta, deixe-me dormir...-Ele afastou a minha mão e dormiu rapidamente.

—Ah que ótimo –Cochichei –Agora estou sozinha com os monstros.

—Você nunca está sozinha. –Disse uma voz masculina atrás de mim.

 Saquei a faca e me virei rapidamente.

—Quem está aí? –Perguntei ao ver uma sombra afastada da luz. Eu tremia e suava frio. Não era um bom momento, eu estava ali sozinha.

Mantive a faca na mão e os olhos fixos na sombra, mas mexia meu joelho na esperança de acordar Mark.

—Não adianta –A voz disse rindo –Hypnos me devia alguns favores...Eles não vão acordar.

—Quem é você?! –Eu perguntei novamente me levantando e agitando a faca no ar.

—Abaixe a faca, não quero te machucar, mas não vou conversar com você tão agitada assim, filha.

—Dionísio? –Eu abaixei a faca e a figura deu um passo para frente. Realmente era ele ali.

—Sem formalidades, querida. Pode me chamar de papai. –Ele riu e deu um gole em uma Coca-diet.

—O que você faz aqui? –Ele me encarou, sério.

—Eu vim conversar com você...Mas precisamos nos afastar deles, não podem nos escutar.

Eu engoli seco e assenti com a cabeça, seguindo meu “pai” Até a mata novamente.

Chegamos em uma clareira que não estava ali antes e nos sentamos em um tronco caído.

—Aceita? –Dionísio perguntou me estendendo uma de suas latas de Coca.

—Não, obrigada. Vamos direto ao assunto.

 Ele sorriu e segurou minha mão.

 -Você me orgulha, Alexa.

—É Alice.

—Tanto faz, é minha filha...Mas não é essa a questão. Tem algo que eu preciso te entregar.

—O que?

 Ele estendeu a mão e me entregou um pulseira de ouro com pingentes de uva ao redor. Mas o que mais chamou a minha atenção foi um pingente maior,parecido com uma capsula. E dentro dele havia uma uva verde desidratada.

 Eu peguei a pulseira e coloquei no braço.

—O que é isso? –Perguntei admirada com a beleza do acessório.

—Uma pulseira, é óbvio. –Ele respondeu revirando os olhos e dando mais um gole na Coca.

—Mas é só isso?

—Que menina mal-agradecida! Mas não, não é só isso.—Ele segurou o meu braço onde a pulseira estava e começou a passar o dedo na pequena cápsula. –É um presente meu e da sua mãe, seu aniversário é logo, não é?

Assenti com a cabeça mas o encarei desconfiada.

—Vocês não me deram isso pelo meu aniversário. Mas tudo bem, prossiga. –Ele riu e deu leves tapinhas no meu joelho.

—Você é uma garota esperta. Mas enfim,  essa uva foi produzida por mim, Tique a abençoou e a pulseira foi projetada por Hefesto...Achamos que você merece algo melhor que essa faquinha. Aperte a capsula.

Eu fiz o que ele mandou e a pulseira se transformou em uma longa espada de ouro com a bainha presa na minha mão e a uva havia se solidificado como uma pedra no centro da espada.

Ergui a espada e algo me surpreendeu: Ela não pesava absolutamente nada. Era como se eu não estivesse segurando nada. Além disso, o ouro iluminava a clareira e o rosto do Deus ao meu lado.

—Isso...Isso é incrível! –Eu estava hipnotizada pela espada, nunca havia visto nada tão bem feito.

—Mais tarde você me agradece, agora você deve ir. Seus amigos já estão acordando.

Apertei novamente a uva, que não era uma uva, mas era uma uva, e a espada voltou a forma da pulseira.

Me levantei e Dionísio desapareceu em forma de fumaça com cheiro de Coca.


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