A primeira Meio-Deusa escrita por Gabii Vidal
Aproximei-me do grupo e larguei Zelina no chão.
—Vamos ou não? –Perguntei apoiando minha mão na cintura.
—Esta faltando sua irmã. Meri, né? –Anisha respondeu vindo em minha direção.
Olhei ao meu redor e nem sinal da pequena Meri.
—Annabeth e Thalia ainda estão com ela? Achei que não demorariam...
—Se quiser eu posso ir encontrá-la. –Sid saiu de trás de uma árvore com uma lata meio mastigada nas mãos.
—Não será necessário, cara. –Mark apontou para trás de mim e eu me virei para ver o que era.
Meri subia correndo a colina, bem, o mais rápido que podia já que a mochila em suas costas devia estar pesando bastante.
Atrás dela vinham Annie e Thalia rindo e conversando.
Quando Meri finalmente alcançou o topo ela pulou em mim e me derrubou no chão.
—Meri...Eu tenho que estar inteira. –Ri e ajeitei o cabelo dela.
—Desculpem pela demora! Tive que arrumar a minha mochila... –Ela se levantou e bateu na calça para tirar alguns pedaços de grama.
—Alice...-Mark me chamou com a voz meio fraca –Essa é a sua irmã que vai conosco?
—Algum problema, grandão? –Meredite o encarou e deu um passo para frente – Você chegou tem quanto tempo mesmo? Eu estou aqui a um ano! Luto melhor que você.
Segurei um riso enquanto olhava para Mark que parecia que ia explodir de raiva.
—Estão brincando que essa menina insolente vai com a gente! –Ele encarou Anisha que riu e deu de ombros.
—Argh! Vamos logo então!
—Mark –Chamou Thalia –Não se meta com ela, é perigosa. –Annabeth riu e concordou.
Mark relaxou os ombros e pegou uma mochila que estava encostada em um arbusto. Mas Zelina estava apoiada nela e ele acabou gritando quando a viu.
—Mark! Achei que fosse um grito da Anisha.
—Agora não, Alice...Cobras são péssimas para mim.
—Realmente –Zelina sibilou –Não é como se eu quisesse ser boa para você.
Mark ficou verde de medo, e todos, menos Meri deram um passo para trás.
—Ela fala?! –Mark apertou meu braço como se eu pudesse protegê-lo.
—Não é óbvio? Mas não fique com medo, ela não ataca...A menos que eu mande.
—Mas você é tão legal! Não faria isso...
—Não no momento. Vejam, já está de noite! Vamos logo! –Chamei.
Todos se organizaram com suas coisas e eu passei do pinheiro acompanhada dos outros.
Annabeth e Thalia já haviam ido embora.
—Bem, agora somos nós por nós mesmos! –Hazel finalmente disse algo.
—Só temos que seguir o mapa, só seguir o mapa, é só seguir...-Frank ia na frente murmurando isso constantemente. Talvez fosse para nos tranquilizar, mas ele parecia dizer isso mais para ele mesmo.
Caminhamos por uns 20 minutos, sempre atentos a presença de qualquer mosntro...Alguns mais que outros. Anisha quase atacou um coelho que estava no meio dos arbustos umas 20 vezes.
Chegamos na beira de uma rodovia e andamos por mais algum tempo. Nesse ponto Meri já dormia enquanto eu a carregava nas costas.
—Essa é a nossa guerreira...-Anisha disse enquanto colocava uma pequena manta sobre ela.
Vi então no fim da pista um ponto iluminado por uma lâmpada no poste.
—Estamos quase lá! –Hazel disse incentivando-nos a continuar até a luz.
Finalmente chegamos ao local, e bem, não era o que eu esperava: Um ponto de ônibus.
—É isso mesmo –Mark perguntou analisando o lugar –Achei que fossemos andar de cavalo, nos teletransportar ou algo do gênero...
—Burro –Meri disse mas logo voltou a dormir.
—Sentimos muito pela decepção –Disse Frank –Mas estamos sem orçamento para viagens grandiosas...Mas vejam o lado bom: Vamos pagar as entradas!
—Que horas esse ônibus passa? –Perguntou Anisha limpando o banco com lenços para se sentar.
—Em duas horas. –Hazel respondeu sentando-se ao lado dela.
—Isso é muito tempo...Onde eu coloco a Meri? Minhas costas estão doendo.
—Eu seguro ela. –Anisha estendeu os braços e eu entreguei Meri.
-Caramba –Ela fez uma careta – Sua irmã é bem grandinha!
Concordei com a cabeça e me sentei no chão assim como os demais.
Passou- se uma hora e a maioria já estava dormindo, menos eu e Mark que estávamos preocupados demais com monstros para conseguir dormir.
—Quer saber –Disse Mark espreguiçando – Deixo a responsabilidade com você, preciso dormir. –Ele se deitou usando meu joelho de apoio para a cabeça.
—Cobro aluguel. –Disse tentando tirá-lo dali.
—Quieta, deixe-me dormir...-Ele afastou a minha mão e dormiu rapidamente.
—Ah que ótimo –Cochichei –Agora estou sozinha com os monstros.
—Você nunca está sozinha. –Disse uma voz masculina atrás de mim.
Saquei a faca e me virei rapidamente.
—Quem está aí? –Perguntei ao ver uma sombra afastada da luz. Eu tremia e suava frio. Não era um bom momento, eu estava ali sozinha.
Mantive a faca na mão e os olhos fixos na sombra, mas mexia meu joelho na esperança de acordar Mark.
—Não adianta –A voz disse rindo –Hypnos me devia alguns favores...Eles não vão acordar.
—Quem é você?! –Eu perguntei novamente me levantando e agitando a faca no ar.
—Abaixe a faca, não quero te machucar, mas não vou conversar com você tão agitada assim, filha.
—Dionísio? –Eu abaixei a faca e a figura deu um passo para frente. Realmente era ele ali.
—Sem formalidades, querida. Pode me chamar de papai. –Ele riu e deu um gole em uma Coca-diet.
—O que você faz aqui? –Ele me encarou, sério.
—Eu vim conversar com você...Mas precisamos nos afastar deles, não podem nos escutar.
Eu engoli seco e assenti com a cabeça, seguindo meu “pai” Até a mata novamente.
Chegamos em uma clareira que não estava ali antes e nos sentamos em um tronco caído.
—Aceita? –Dionísio perguntou me estendendo uma de suas latas de Coca.
—Não, obrigada. Vamos direto ao assunto.
Ele sorriu e segurou minha mão.
-Você me orgulha, Alexa.
—É Alice.
—Tanto faz, é minha filha...Mas não é essa a questão. Tem algo que eu preciso te entregar.
—O que?
Ele estendeu a mão e me entregou um pulseira de ouro com pingentes de uva ao redor. Mas o que mais chamou a minha atenção foi um pingente maior,parecido com uma capsula. E dentro dele havia uma uva verde desidratada.
Eu peguei a pulseira e coloquei no braço.
—O que é isso? –Perguntei admirada com a beleza do acessório.
—Uma pulseira, é óbvio. –Ele respondeu revirando os olhos e dando mais um gole na Coca.
—Mas é só isso?
—Que menina mal-agradecida! Mas não, não é só isso.—Ele segurou o meu braço onde a pulseira estava e começou a passar o dedo na pequena cápsula. –É um presente meu e da sua mãe, seu aniversário é logo, não é?
Assenti com a cabeça mas o encarei desconfiada.
—Vocês não me deram isso pelo meu aniversário. Mas tudo bem, prossiga. –Ele riu e deu leves tapinhas no meu joelho.
—Você é uma garota esperta. Mas enfim, essa uva foi produzida por mim, Tique a abençoou e a pulseira foi projetada por Hefesto...Achamos que você merece algo melhor que essa faquinha. Aperte a capsula.
Eu fiz o que ele mandou e a pulseira se transformou em uma longa espada de ouro com a bainha presa na minha mão e a uva havia se solidificado como uma pedra no centro da espada.
Ergui a espada e algo me surpreendeu: Ela não pesava absolutamente nada. Era como se eu não estivesse segurando nada. Além disso, o ouro iluminava a clareira e o rosto do Deus ao meu lado.
—Isso...Isso é incrível! –Eu estava hipnotizada pela espada, nunca havia visto nada tão bem feito.
—Mais tarde você me agradece, agora você deve ir. Seus amigos já estão acordando.
Apertei novamente a uva, que não era uma uva, mas era uma uva, e a espada voltou a forma da pulseira.
Me levantei e Dionísio desapareceu em forma de fumaça com cheiro de Coca.
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