A primeira Meio-Deusa escrita por Gabii Vidal


Capítulo 12
capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi! Desculpem a demora :-; Mas está aí! Boa leitura!



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Me afastei da clareira utilizando a luz da pulseira para iluminar o meu caminho.

—Odeia ficar sozinha...-Eu olhava de um lado para outro a cada passo, e de repente meu coração parou. Eu havia batido em algo.

Me encolhi evitando olhar para a frente.

—É assim que você iria se defender? Como espera que deixemos você sair sozinha? –Mark segurava meu pulso ao lado do rosto dele encarando a pulseira –Onde encontrou isso?

—Mark, eu...

—Você não estava com isso antes. Onde encontrou? – Ele tirou a pulseira do meu braço e estendeu o braço para cima tirando-a do meu alcance.

—Mark, devolva. –Eu o fitava, séria. Mas ele parecia não ligar.

—É uma bela pulseira, mas se achou na mata você deveria devolver para o dono.

—Eu não achei na mata...-Eu não sabia se podia contar, Dionísio havia me dito que os outros não podiam ouvir. –Meu pai me deu! Me devolva!

—Dionisío? Ah, não era mais fácil ter falado? Pode pegar. –Ele colocou a pulseira novamente no meu braço.

—Obrigada. –Eu ajeitei a pulseira no meu pulso –Mas não conte para os outros. Acho que nem você podia saber.

—Palavra de loirinho! –Ele imitou um soldado batendo continência e eu ri.

—Vamos logo, o ônibus já deve estar chegando.

—Já chegou –Ele disse indiferente – Por isso eu vim aqui, vim te avisar...Os outros já estão lá dentro.

—Você é burro? –Eu o segurei pelo pulso e corri até a rodovia. Quando finalmente entramos no ônibus ele se sentou ao meu lado.

—Sabe –Ele começou –Nos filmes que eu vejo é o cara quem puxa a mocinha.

—Você é um cara? –Perguntei irônica e ele riu.

—É mesmo, me esqueci que você não é uma mocinha. –Sorri e comecei a olhar pela janela.

 Em pouco tempo eu dormi, e só acordei quando Anisha deu um berro na manhã seguinte.

Eu me levantei rapidamente fazendo com que Mark, que estava apoiado no meu ombro, batesse com a cabeça no meu banco.

—O que foi agora? –Ele se levantou meio zonzo e Anisha se jogou nele.

—Uma...Aranha!

—Está brincando, né? Nos acordou por isso? –Eu indaguei voltando a me sentar.

—Aranhas são perigosas! Pergunte aos filhos de Atena!

—Anisha –Eu suspirei – Volte a dormir.

—Nem adianta –Sid se levantou e começou a se espreguiçar – Já estamos quase no nosso ponto.

—Pelo menos isso...-Mark resmungou enquanto massageava a própria cabeça.

 Os outros se levantaram e Meri apareceu do meu lado de forma sinistra.

—Ele só sabe resmungar? –Ela bocejava e passava a mão nos cabelos tentando arrumá-los...Mas, não era muito eficiente. Ela parecia ter um ninho na cabeça.

 -Sim, querida –Respondi –Mas depois discutimos isso. –Assoviei para o motorista – Onde estamos?

 Ele deu uma risadinha e eu vi presas em sua boca. Seus cabelos estavam maus brancos e sua pele extremamente vermelha.

 -Estão exatamente onde eu preciso. –E então voou para cima de Meri e arranhou-a inteira. Acho que ela teria morrido se Frank não tivesse desviado a atenção do “motorista” com uma flechada.

 -É sério que você errou? –Hazel estava ao lado dele. Segurava sua espata e a mantinha apontada para a criatura que ainda tinha Meri nos braços.

 Embora a coisa tivesse se distraído não durou muito, e logo os longos braços também carregaram Anisha e a jogaram para fora do carro.

 -Guerreira mais iútil...-Resmungou  o monstro.

 Todos estavam armados, bem, latas de Fanta são perigosas! O monstro estava cercado, mas parecia não se importar.

 Encarei a minha pulseira, apertei a pequena cápsula e logo a espada estava na minha mão.

 Fiz um sinal para que Mark o distraísse.

 -Hm....E aí, cara? Quando decidiu que ia ser motorista?

 O monstro o encarou, confuso.

 -Você é idiota? Eu vou te devorar!

 -Justamente! Acho que devemos nos conhecer. Tenho o direito de saber quem vai me comer.

 -Você é realmente bem tolo...Por isso morrerá por último. Deu até dó.

 O monstro ergueu-se ficando totalmente de costas para mim. Aproveitei a situação e o atingi bem na coluna.

 -Poxa...-Mark choramingou –Estávamos tão amigos!

 O “amigo” de Mark desapareceu na forma de uma pilha de poeira.

 -Isso é estranho...-Sid estava nervoso –Eu não senti cheiro de monstro!

 -Depois conversamos sobre isso. –Hazel tomou a frente e saiu do ônibus –Vamos ver se Anisha está bem.

 -Hazel...-Meri chamou. Ainda estava deitada no chão. Os inúmeros cortes sangravam e sua roupa estava destruída. –Me ajude...

 A morena correu até ela e abriu a mochila. Tirou de lá um líquido dourado e fez com que minha irmã bebesse.

 -Vamos parar para descansar. –Disse Frank –Amanhã seguimos viagem. Não dá para viajar com ela assim...

  Sid chegou no ônibus com Anisha apoiada em seus ombros.

 -Ela está bem? –Perguntei.

 -Claro, tirando o fato de que foi arremessada por uma janela. –Sid revirou os olhos.

 -Estou ótima, foram só alguns arranhões, logo saro!

 - Ótimo! Vamos sair de perto do ônibus, os mortais podem ficar curiosos.

 Todos concordamos e começamos a caminhar pela estrada. Meri ia nas minhas costas, e Anisha já estava quase 100%.

 A estrada estava vazia, talvez pelo horário da manhã.

 Encontramos depois de uns 3km de caminhada um posto com uma loja de conveniência aberta.

  -Não sinto cheiro de monstro. –Sid entrou primeiro para inspecionar o ambiente.

  -Até porque você está sempre sabendo. –Mark riu e entrou na loja. Quando o conheci achei ele super tímido, até estranho...Hoje só acho ele chato e mais estranho, mas gosto dele assim.

 Todos entramos na loja e um senhor veio nos atender.

 -Bom dia! –Ele sorria simpático –O que vão querer?

 -Misto-quente. –Hazel respondeu sem nem olhar para nós. –Para todos. E suco.

 -Está bem...-O velho pareceu intrigado, mas apenas anotou os pedidos.

 O atendente saiu e Hazel suspirou voltando-se para nós.

 -É caro, o dinheiro é limitado.

 -Tudo bem, adoro misto...-Anisha estava tão desanimada que eu quase fiquei deprimida só de olhar para ela.

 Desci Meri das minhas costas e a coloquei em uma cadeira. Seus cortes de alguma forma já estavam bem melhores, e ela já sorria como sempre.

 -Eu gosto! Sempre como quando posso.

 Nos sentamos na mesa e esperamos o pedido chegar. E quando finalmente chegou foi uma decepção coletiva: Parecia estrume de cavalo com queijo.

 -Ótima escolha, Hazel... –Meri revirou os olhos mas comeu mesmo assim. Já eu...Preferi inventar uma dieta.


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