Aprimorados escrita por Maria Walburga Heeten


Capítulo 8
Dançando


Notas iniciais do capítulo

Texto em itálico é sempre memória.



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Era uma bela noite de verão no norte da Itália. Aliás, o norte da Itália era sempre um local de belas noites de verão com céu estrelado e uma encantadora lua cheia. Ou pelo menos naquela noite havia uma bela lua cheia no céu. Maria caminhava silenciosa pelas ruas da cidade passando por pessoas despreocupadas, casais de mãos dadas, mas estava alheia a tudo o que ocorria ao seu redor. Só conseguia prestar atenção ao belo céu de verão do norte da Itália. Era uma vista tão bonita... A russa pensava em seu passado, em tudo o que havia ocorrido em sua vida e nas pessoas que havia perdido. Amigos de luta, amigos de resistência, familiares. De sua antes numerosa família só havia sobrado ela, o pai e o avô. Havia perdido sete tios, praticamente todos os primos e a irmã. E não tinha uma mísera foto de nenhum deles.

A saudade do avô e do pai era algo que lhe atravessava o coração como uma lança. Doía profundamente na alma. Assim como a perda de seus entes queridos. Sabia que nunca mais veria Ana Karenina, sabia que nunca mais veria seu querido tio Klauss... ou seu primo Andrei, com quem teve o único namorico de sua vida.

A guerra continuava, milhares morrendo ao redor do mundo... uma hora aquilo terminaria, mas parecia uma eternidade. Via vidas se esvaindo diariamente e não entendia o porquê daquilo. Ao mesmo tempo não conseguia sentir mais nada além de um profundo vazio interior. Estava o tempo todo anestesiada para a vida e não sabia como acabar com isso.

Chega ao bar onde havia combinado de encontrar com Bucky, que também era prisioneiro da Hydra como ela, e Steve, pessoa que a libertou. Aparentemente ambos tinham algo realmente sério para conversar com ela, mas fizeram segredo do que seria.

Maria usava um vestido preto na altura dos joelhos, algo raro de ser usado se ela ainda fosse a adolescente vanguardista e ousada que um dia fora. Mas aquela Maria estava morta. Ou ela pelo menos achara isso. Nos pés, usava sapatilhas sem salto. Ao chegar no bar, entrava direto e procurava os rapazes com os olhos. Era maior que a maioria das pessoas daquele recinto, mas não se importava com isso. Ao avistar Steve e Bucky, acena a eles e encaminha-se diretamente até a mesa.

— Boa noite, Maria. - fala Steve

— É agente. O primeiro nome dela é Agente. - fala Bucky de zoação

Maria faz língua para ele, que retribui na hora.

— Sou da NKVD. Ou era... Antes de ser queimada para a Hydra. - fala Maria

— A NKVD acha que está morta. Está livre, Maria. Pelo menos até o fim da guerra. - fala Steve

— Como sabe disso? - pergunta a russa

— O Coronel Philips fez uma pesquisa a respeito. Você teve um enterro simbólico em Tiksi. Saiu no obituário. - fala Steve

— Mas o que viemos te falar hoje não tem a ver com isso. - fala Bucky

— Tem a ver com o que? - pergunta a russa

— Tem a ver com acabar com a guerra. Quer matar nazistas? - pergunta Steve

— Não quero matar ninguém, Capitão. - fala Maria

— Quer acabar com a guerra? - pergunta Bucky

— Quero. - responde Maria

— Queremos fazer um teste contigo amanhã pela manhã. Bucky me disse que sabe mexer com armas. Precisamos de uma franco atiradora para nossas missões. - fala Steve

— Que horas? - pergunta Maria

— Às nove? Tá bom para você? - pergunta Bucky

— Porque tão tarde? Estou livre à partir das sete. - comenta Maria

— Sete horas nos encontramos no refeitório. - fala Steve

A russa concorda com a cabeça.

— Quais armas? - pergunta Maria

— Surpresa. - fala Steve

A russa sorria. A seguir, despede-se dos dois.

— Já vai? - pergunta Steve

— Amanhã acordo às cinco da manhã para treinar corrida, capitão. - fala Maria

Steve abre um sorriso animado.

— Quer companhia pra correr? Às seis está bom? - pergunta Steve

— Perfeito! Na porta do refeitório? - pergunta a russa

Steve confirma com a cabeça. A loira se despede e vai embora.


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