Aprimorados escrita por Maria Walburga Heeten


Capítulo 9
Memórias da Guerra parte 1




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Maria já estava na equipe de Steve há quase uma semana. Tinham participado de suas ações diretas e a loira quase sempre recuperava uma quantidade significativa de materiais da Hydra para Stark analisar e tentar reproduzir e testar. Tinha sido assim também com um pedaço de tesseract. Aparentemente era apenas uma pedrinha minúscula.

Howard estava no laboratório e a pedrinha estava isolada numa caixa de vidro blindado. Manipulava a pequenina pedra com tamanho cuidado que nem percebia a presença de Maria na porta do laboratório.

— Não entendo porque tanto barulho por causa dessa pedrinha. – fala Howard

E de repente... eis uma explosão na “pedrinha” que arremessa ele e seu assistente a alguns metros de distância.

— É por esse motivo. – fala Maria ainda apoiada na porta e fitando os dois

A loira usava uma camisa social branca com parte dos botões abertos deixando o delicado colar de pérolas a mostra, calça social preta e sapatilhas de mesma cor. Adentra o laboratório e ajuda Howard e seu assistente a se levantar. Ambos estavam pasmos com algo.

— O que foi? Nunca viram mulher de calça? – pergunta Maria

— Nunca vi uma. – fala o assistente

— Belas pernas. Sem querer ofender. – fala Howard

Maria cora por completo.

— Obrigada! Mas não acha que dá para ver melhor de vestido? – pergunta Maria

— Sim, mas ficam muito bonitas de calças também. Vai almoçar daqui há pouco? – pergunta Howard

— Vou. Almoça comigo? – pergunta Maria

— Claro! – fala Howard

— Meio dia? – pergunta Maria

— Te encontro onde? – pergunta Howard

— Eu passo aqui. – fala Maria afastando-se em direção à sala do coronel Philips

— Essa deve ser a mulher mais linda que vejo em meses. – fala Howard

— Essa deve ser a única mulher que vejo há dias. – fala o assistente

— Tá precisando sair mais desse laboratório, amigo. – fala Howard espantado

A seguir, continuam os testes e reparos no laboratório. Maria continuava sua caminhada pelo corredores até a sala do coronel Philips. Lá, encontra-se com o coronel e eles tinham uma conversa séria. Maria deveria passar a ele todos os relatórios das missões do Capitão América e era muito competente no que fazia. E os relatórios dela deixavam Coronel Philips tranquilo quanto as ações do coronel.

Quando essa sai, encontra-se com Bucky do lado de fora da tenda do coronel. O moreno abre um sorriso gentil assim que a vê.

— E aí? Vai no b ar hoje? – pergunta o moreno

— Vai me ensinar a dançar mesmo? – pergunta Maria

— Com toda a certeza. – fala o moreno

— Prometo que vou tentar não pisar no teu pé. – fala Maria

E eles caminhavam aleatórios pelo acampamento militar, que ficava nos terrenos de uma fazenda invadida na entrada da cidade. O único prédio do local, a casa da fazenda, tinha sido totalmente adaptada para laboratório pelo exército, para que Howard Stark pudesse fazer suas pesquisas ali.

Bucky e Maria caminham até um pequeno lago ali perto e sentam-se na beirada dele.

— Soube que estava em Stalingrado. Deve ter sido complicado lá. Você estava mais magra quando chegou. – fala Bucky

Maria dá um sorriso gentil a ele.

— Passamos por um cerco militar. Os nazistas não deixavam entrar água, comida... remédios. Acha que leva quanto tempo para uma cidade do porte de Stalingrado ficar sem comida? Eu vi pessoas comendo cadáveres. E havia rumores de pessoas matando outras pessoas, em especial crianças, para comê-las. Aquilo foi bizarro. – fala Maria

— Por isso não come carne? – pergunta Bucky

Maria concorda com a cabeça.

— Deve ter sido bizarro mesmo. – fala Bucky

— Sabe, eu sempre tive esperança que um dia as coisas iriam melhorar. Eu sinto saudades da pessoa que eu era antes da guerra. – fala a russa

— Passamos por muita coisa. A dor de ver pessoas morrendo, a dor de perder pessoas... e não poder fazer nada para impedir. Eu sinto muito pela sua irmã, mas pelo que vi, tenho certeza que você realmente não poderia fazer nada para evitar. Já te vi em combate, Maria. Se tivesse algo que pudesse fazer para salvá-la, você teria feito. – fala Bucky

— Eu sempre a protegi... e eu não estava lá. – fala Maria

— Tenho certeza que Ana sabia o quanto você a ama e que teria feito de tudo para protegê-la, se pudesse fazer isso. – fala Bucky

Maria tinha os olhos cheios de lágrimas.

— Não precisa ser forte comigo, sabe disso. – fala Bucky

E as lágrimas escorrem dos olhos dela.

— Acredita mesmo que eu não poderia ter feito nada? – pergunta Maria

— Acredito. Não poderia adivinhar. E mesmo que pudesse, faria o que? Impediria Ana de cuidar dos pacientes dela? Ela escolheu permanecer em Stalingrado para não abandonar seu povo. Foi a escolha dela. – fala Bucky

Maria enxuga as lágrimas que insistiam em escorrer de seus olhos. Doía falar sobre aquilo ao mesmo tempo que era um peso que ela tirava das costas.

— Eu só queria poder voltar no tempo e poder mudar algo. Queria poder tê-los de volta pelo menos por alguns minutos. Meus tios, meus primos... Ana... Andrei...Howard é a cara dele, porém sem barba. – fala Maria

— Andrei é o tal primo com quem você iria se casar, certo? – pergunta Bucky

Maria confirma com a cabeça.

— Eu sinto muito... Isso deve doer. –fala Bucky

O moreno dá um abraço nela e Maria abraça-o de volta. Encosta a cabeça em seu ombro e a sensação de proteção e acolhimento que ele a passava era tamanha que as lágrimas se cessam.

— Obrigada por me ouvir, Bucky. – fala a loira aninhando-se no abraço dele

Bucky deposita um beijo na testa dela.

— Eu sempre estarei aqui por você. – fala Bucky carinhoso

— Obrigada! – fala Maria

E permanecem ali unidos até que Steve chama Bucky para discutirem a estratégia do ataque seguinte.

Era quase meio dia e Howard já ansiava pelo encontro com Maria. A russa o intrigava profundamente. Não era apenas o fato dela ser linda e parecer uma modelo. Ela mexia com a imaginação de Howard. Era segura de si, inteligente, determinada... e brava. Adorava uma mulher brava!

Mas não podia demonstrar que estava tão interessado. Faltava apenas dez minutos para o encontro quando o general DeGimes entra no laboratório.

— Bom dia, senhor Stark. Queira dispensar seu assistente para o almoço para conversarmos a sós. – fala o general

— Não tenho segredos para meus assistentes. – fala Howard

— Soube de seu contrato com a russa. Ele é impossível. Lembre-se, senhor Stark, o senhor fornece armas para o exército dos Estados Unidos. Não podemos permitir que algum estrangeiro tenha acesso a nossa tecnologia. – fala o general

— Que eu saiba, essa tecnologia pertence a mim e eu apenas vendo os produtos dela para vocês. E que eu saiba, no contrato não consta quem eu posso ou não contratar. – fala Stark

— Ela é russa. – fala o general

— Isso é xenofobia. Ela tem ajudado e muito a decifrar a tecnologia da Hydra. – fala o assistente

— Isso é desacato. Quer passar quanto tempo refletindo sobre essa fala numa solitária? – pergunta o general

— E isso é abuso de autoridade. – fala Howard

— Quer os contratos com o exército por mais quanto tempo? Contrate a russa e encerramos eles. – fala o general

— É desnecessário. A russa aqui está rompendo o contrato por si mesma. – fala Maria logo atrás do general

— Não precisa romper nada, Maria. Não quero o exército mandando em quem eu posso ou não contratar. – fala Howard

— Precisa dos contratos, Howard. – fala Maria

— Alguém aqui tem bom senso. Não posso afastá-la do Capitão, mas não se vanglorie por isso. A guerra logo acabará e voltará para aquele buraco comunista. Stálin deverá ficar imensamente feliz em ver que a finada Maria Deriglasov está vivinha e que ajudou o exército de outro país a vencer os nazistas. – fala o general afastando-se dos dois e passando por Maria, olhando-a com ar debochado

Maria quase o fuzilava com os olhos e um rosnado baixo sai da garganta da loira. O general afasta-se fitando-a de canto de olho com um sorriso debochado nos olhos.

— O que significa o que ele disse? Eu entendi certo? – pergunta Howard confuso

— Significa Goulag. Que se eu voltar para a mãe russa vou passar um período de férias num goulag. – fala Maria

— Não vai mesmo. Vou dar um jeito de não ir. – fala Howard

— Por que se importa tanto com isso? – pergunta Maria curiosa

— Vou mudar o contrato. Ele não pode me impedir de contratar para o desenvolvimento de tecnologia civil. – fala Howard

— Que tipo? – pergunta Maria

— Carros... E outros objetos. – fala o moreno

— Tem certeza que vai querer comprar essa briga, Howard? – pergunta Maria

— Tenho. E não será uma briga. Não vou deixá-la morrer, Maria. – fala o moreno

— Se casar com ela, isso dará a ela cidadania americana na hora. – fala o assistente

— Casar? – pergunta Maria e Howard espantados na hora

— Sim, casar. Vamos, nem precisa ser um casamento de verdade. Pode ser de faixada. – fala o assistente

— Tente o contrato primeiro. Vá que queira casar com alguém mais tarde e já estará casado? – fala Maria

Howard concorda com ela. Os dois saem para almoçar. No fundo, Howard não achava que seria uma má ideia. Casar logo de cara ele não tinha certeza, mas queria conhecê-la melhor. Almoçam no refeitório do acampamento mesmo. Os dois combinavam, gostavam um da companhia do outro. Conversavam sobre poesias, livros, arte... Maria tinha a capacidade de trazer à tona o Howard nerd da escola, desarmava-o e o fazia baixar sua guarda. Com ela, ele poderia ser ele mesmo. Nada de tentar impressionar com jantares luxuosos ou gastando rios de dinheiro. Ela enxergava a alma dele e ele gostava de estar daquele jeito.


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