Watashi Wa Yakusoku escrita por G E W


Capítulo 4
3.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o/

Quero falar uma coisa rapidinho.
Quando comecei a escrever, este não era meu propósito, mas lá pela centésima página enfiei na cabeça que essa história se tornaria um mangá, e quem sabe um dia um anime (ou até um filme ) /parey

Então, de vez em quando, colocarei informações aqui sobre o mundo alternativo em que eles vivem, como detalhes e características de um neko, etc. Nos próximos capítulos já irão algumas para vocês.

Boa leitura ;3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70831/chapter/4

——

 

A manhã estava com uma rala chuva. Roku acordou mais cedo, desceu para a cozinha e procurou algo para fazer o desjejum – não havia jantado na noite anterior. Depois voltou para o quarto e se arrumou para a escola, encaminhando-se para o hall. Antes de sair ele deu uma espiada na sala, torcendo para que Mushi já tivesse saído em viagem novamente. Droga. Ainda está aí, roncando igual um porco, contaminando o sofá com o seu cheiro. Praga...!

Esquecendo-se de estava chuviscando, Roku saiu sem guarda-chuva e nem estava a fim de voltar até seu quarto e pegar um. Como o esperado, chegou à escola um tanto molhado. Entrou rapidamente antes que a garoa engrossasse. Virando no final do corredor para chegar a seu armário, avistou seu mais novo colega mexendo no armário vizinho. Aproximou-se, tentando fazer um sorriso, do qual rapidamente desistiu. Os olhos de Yuki estavam fundos e marcados por enormes olheiras, totalmente entristecidos.

— Y-Yuki...

— Olá, Roku — Sua voz estava seca e áspera. Ele fungava levemente o nariz – Eu tenho uma toalha aqui. Você quer?

— Toalha?

— V-você está um pouco... Molhado.

— Ah, sim. Obrigado.

Ele pegou a toalha emprestada do outro, enxugando seu rosto e seu cabelo levemente; depois a devolveu.

— Está tudo bem?

— Vamos logo, senão nos atrasaremos para a aula – A rispidez surpreendeu o mais velho. Algo não estava certo.

Depois de passarem as primeiras aulas sem se falarem, Roku chamou Yuki antes que ele saísse da sala.

— Depois que você almoçar, será que poderíamos conversar?

— Eu não vou comer hoje. Podemos ir já. Talvez lá fora, se não estiver chovendo – Os dois seguiram para a entrada da escola, onde havia alguns bancos para os alunos se sentarem. Eles ficaram debaixo de uma árvore, sem poder sentar no banco molhado. As nuvens ainda cobriam o céu, mas já não caía mais água.

Roku se fixou nas olheiras de Yuki. Tentava imaginar o que as teriam ocasionado. O menor enrubesceu com a atenção do outro.

— O-o que você queria f-falar?

— Por que você está tão estranho hoje? O que te aconteceu?

Ele hesitou em responder.

— N-nã-não aconteceu nada. Eu s-só não dormi d-direito.

— Mas não são só suas olheiras. Você está muito diferente de ontem. Parece estar... Triste. Foi algo que eu disse?

— Não. E-e eu não quero falar sobre isso – Yuki fez menção de sair dali, terminando a conversa. Mas Roku não a tinha por encerrado.

— Quem sabe se você se abrir com alguém, o problema fique menos pesado — Insistiu o mais velho.

— E-eu... Eu n... – Yuki respirou fundo.

Mirando o chão a sua frente, soltou numa lufada só:

Eu não tenho pais. So-sou órfão.

O peso daquela revelação recaiu sobre os ombros do outro em toneladas. Ó-órfão? Roku nunca iria pensar nesta possibilidade.

— Órfão?! – Incrédulo, ele acabou falando alto demais.

— Sim. Isso muda alguma coisa?

— Não! Me-me perdoe, Yuki. Eu não queri-

— Tudo bem, eu não me importo.

O pesar podia transbordar a qualquer momento pelos olhos daquele neko. Ele até se virou de costas para não ter de ver o rosto de Roku.

— Eles morreram há poucos meses. Sem eles, não tenho muitas pessoas que gostam de mim. Por isso sinto a falta d-de-deles.

Agarrando a barra de sua blusa, apertou-a com toda sua força. Roku não via, mas ele se segurava para não chorar mais uma vez.

— N-nós morávamos no norte, quase em Hokkaido. Mas depois que eles... S-se foram... E-eu vim morar com minha tia aqui.

Roku não sabia o que fazer. Yuki estava virado de costas, apertando com as duas mãos a barra do seu moletom. Se sentindo impotente e insensível, por não ter pensado antes naquela possibilidade, ele continuou calado.

— Das poucas pessoas que realmente gostavam de mim, perdi as duas mais preciosas – Antes de continuar, o neko fungou o nariz, finalmente denunciando suas lágrimas – Eles... E-e... Droga, eu n-não... Eu não devia ter f-falado nada. Vo-você não e-está interessado nessas bo-bagens – Soltando uma das mãos, ele usou a manga para passar no rosto, tirando o excesso de lágrimas.

Antes que Yuki saísse dali, Roku deu um passo e, pousando uma mão em seu ombro, virou-o de frente. Pela primeira vez viu aqueles olhos marejados. Era triste, mas ainda assim eles não deixavam de ser bonitos.

— Ei, ei. Não diga isso. São os seus sentimentos, e não bobagens. E eu entendo. Sei como é viver só.

— Sa-sabe? – Com a outra manga, Yuki enxugou o lado direito do rosto, parecendo se acalmar um pouco.

— Eu não perdi meus pais, mas alguém que me amava muito também se foi, só que há mais tempo. Olhe, eu não tenho amigos aqui. Todo mundo me detesta nessa escola, e eu detesto todos; exceto você. Você é alguém que, assim como eu, não é de ter muitos amigos, não estou certo? – O menor continuou calado. Roku tomou o silêncio dele como uma afirmação – Não quero que você passe pelo que passei aqui. Por isso quero ser seu amigo. E espero que você me aceite... Como seu amigo.

Ele falou pausadamente as palavras. Um sinal de um sorriso passou pela expressão do pequeno.

— Vo-você quer ser m-meu amigo?

— Sim. Eu quero. E quero prometer para você que nunca mais deixarei que você fique só. Chega de solidão, ninguém merece isso.

Roku abriu um sorriso, deixando o outro totalmente enrubescido; seus olhos marejaram mais uma vez quando este abriu um leve sorriso também.

— A-arigatou, Roku-san.

— Mas vamos combinar uma coisa agora: sem sufixos. Não precisa me tratar com tanta polidez. Seremos amigos agora, então teremos o mesmo nível de respeito.

— Ah, t-tudo bem.

Abrindo mais um sorriso, Roku tirou sua mão do ombro do outro, deixando-a cair rente ao seu braço.

Uns respingos de água fizeram os dois amigos correrem para dentro do prédio. No final do dia de aula, Yuki entrou correndo no carro, pois a chuva não dava descanso. Ellen, notando seu semblante muitas vezes mais alegre, perguntou-o qual o motivo para tamanha mudança de estado.

— Um professor me elogiou hoje. Foi bom. Mas foi só isso – Mentiu perfeitamente ele.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Curtinho, mas com conteúdo ;3
O máximo que consegui ontem e hoje x.x

Me perdoem >.

Mas ok, não se esqueçam dos reviews!

PS: o aviso continuará até o próximo capítulo ;3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Watashi Wa Yakusoku" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.