Cartas ao mar escrita por Agnar


Capítulo 4
Eros.




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Quando abaixar a guarda, conhecerá alguém que fará com que a racionalidade seja engavetada por algum tempo. A razão dará lugar a loucura, loucura esta que fez o homem ser o que é. Insanidade que deixou Troia em chamas, quem dirá um individuo? Em palavras como as que escrevo, parece ser a pior coisa do mundo, mas é justamente o oposto, pois se fosse tão ruim, Orfeu jamais teria perecido.
 E em quanto a razão mantem-se ausente, você escreverá textos (muitos textos), precários, porém sinceros, poemas de amor. Privatizará suas imaginações somente para ela, ou ele. 
Sobre estas coisas tão boas que surgirá em você, também virá o egocentrismo, e pensará que somente você - apenas você - conseguirá trazer tamanha felicidade aquela pessoa. Ora, como não? Se você já planejou tudo, não há o que possa dar errado. Mas, tente sempre lembrar que a paixão é sua, e somente a ti ela pertence.
Com bastante frequência as lágrimas lhe farão companhia, as vezes você nem saberá explicar a si próprio o motivo, mas lá dentro você sabe a resposta. 
E virá os momentos, ah, os momentos. Não se assuste se você tremer sem perceber, se gaguejar sem querer, pois são os efeitos naturais de sentir. Não se assuste ao sorrir quando vê-la sorrindo. Muito menos se culpe por não conseguir o que almeja, apenas aproveite o minutos, ou horas, perder a noção do tempo já é natural.
Por fim, em algum momento a razão decidirá voltar, as vezes volta em momentos inapropriados. Ou as vezes você simplesmente acorda e dá em si a noção de que metade do que você sentia era apenas o que imaginou. Sentir-se sozinho durante essa fase é o efeito colateral, chorar é o remédio, escrever também. 
Não falarei tanto sobre reciprocidade, pois acarretará outro texto, tão cheio de sentimentos quanto este. Por enquanto me abstenho apenas em um indivíduo, aquele que o amor chega primeiro. Mas se for reciproco, a, que sorte a tua! Conseguir compartilhar no mundo da individualidade. A realidade volta, mas caminhada com o amor. Você não irá as nuvens mais, porque não haverá necessidade, pois as ruas sempre terão mais cores, e o chão será tão leve quanto o céu.
Aliás, perdoe-me leitora, se interpretar muitas particularidades neste texto, não é e nunca foi minha intenção, porém a minha razão também está de férias.



Ame.


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