The End Of The Peace escrita por Saffra Everdeen Mellark


Capítulo 11
A previsão de um futuro agridoce


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Quero agradecer imenso à Maria por ter comentado a fic, deu-me uma motivação para fazer um novo capítulo mais rapidamente, e mesmo quando o perdi, ignorar isso e reescrevê-lo.
Beijinhos e espero que gostem ♥



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Passou-se uma semana desde que o Caleb esteve cá em casa, nunca mais voltou a aparecer, talvez porque teve que ir caçar para arranjar comida, ou então vender ervas no mercado negro para ganhar dinheiro. Convenhamos, maior parte da população do Distrito faz práticas ilegais, inclusive o Haymitch, que compra ilicitamente no mercado.

—WILLOW! - a minha mãe chama e eu acabo de fazer a minha trança. - WILLOW!

—Que se passa, mãe? - desço a correr quando ela grita da segunda vez. Ela dá-me um envelope e parece preocupada, assim que o abro vejo o carimbo do Capitólio e apercebo-me de que isso não é nada de bom, a começar pela cara da minha mãe, que é de preocupação e nervosismo. Começo a ler em voz alta.

 

 

É com grande urgência que convoco todos os vitoriosos para uma reunião a realizar-se no próximo dia 17 de junho, próxima sexta-feira, na qual se vão tratar de assuntos do interesse da comunidade. A reunião é de presença obrigatória, caso algum dos convocados falte, será devidamente punido pela ação. Devem estar presentes todos os vitoriosos vivos, sendo estritamente proibido o consumo de substâncias ilícitas antes, como álcool e drogas. Assuntos importantes devem ser tratados com seriedade.

Sublinho que, como tenho conhecimento do aniversário de Willow Everdeen Mellark, vencedora da 99ª Edição d'Os Jogos da Fome, haverá uma festa que está a ser organizada pelos melhores funcionários do Capitólio.

Solicitamos a todos a vossa presença e agradecemos a vossa colaboração.

Panem hoje, Panem amanhã, Panem para sempre.

Presidente Maximilianus Fog

 

—Todos os vitoriosos estão a receber esta carta - conta-me.

—O solicitar a presença na festa não me obriga a ir, como tal, não vou - anuncio.

—Querida, o solicitar deles, é uma ordem, não tens chance, se não fores vais sofrer as consequências, eles sabem tudo sobre ti, Willow - bufo e pego na do Ryen. - Onde vais?

—A casa do Haymitch - saio de minha casa e vou à do lado. A porta está destrancada, a carta está atrás da porta, pego nela e vou à sala, onde aqueles dois marmanjos dormem profundamente. Ainda tento acordá-los a bem, mas não resulta. Pego na jarra com flores murchas e despejo-lhe água em cima, desviando-me em seguida da faca do Haymitch e da garrafa lançada a uma força avassaladora pelo Ryen, que quando cai ao chão se parte.

—QUE RAIO DE IDEIA FOI ESSA? - o meu querido Hayhay grita.

—A única forma de vos acordar foi esta, não acordaram a bem... - depois de tirar o excesso de água, senta-se.

—Só te desculpo porque essa tua defesa foi brilhante - rio-me. - Mas que te traz à minha humilde e gigante casa? Conselhos da vida, escapatória aos chatos dos teus pais, refúgio das obrigações de vitorioso?

—Vim aqui para beber - arranco-lhe a garrafa de vodka e dou um gole seguido de uma cara de desagrado.

—A minha irmãzinha juntou-se ao lado negro da força e agora está com cara de virgem que não gostou de sexo! - o meu irmão goza comigo.

—Espera lá! A tua irmã não bebe e tem dois envelopes na mão, está com cara de enjoada... - eu entrego os respetivos envelopes.

—O QUÊ?! SÓ PODE SER BRINCADEIRA! - o meu irmão passa-se completamente. 

—Prevejo uma catástrofe - diz o Haymitch. - Quem começou isto foste tu, com o ato revolucionário.

—Não me arrependo - detesto estas coisas de não poder fazer o que quero. Levanto-me e vou para sair.

—Onde vais? - questiona-me.

—Lá abaixo - sou curta e direta.

—Tu nunca vais lá abaixo! - convenhamos, todo o vitorioso evita ir lá abaixo.

—Sabes que ela agora tem um namorado novo do Bairro de Lata - o meu irmão adora inventar cenas da minha vida.

—Namorado novo? Do Bairro de Lata? Eu pensei que tu e o Finnick... - interrompo-o.

—Eu e o Finnick temos uma relação de interesse para ambos, apenas isso. Eu não tenho namorado nenhum - explico tudo.

—Pois não! Ainda não são namorados mas ele está obviamente apanhadinho por ela. O Finnick também está apanhadinho por ela. E ela não se sabe ao certo - reviro os olhos.

—Mas quem é o rapaz? - o meu "avô" é extremamente intrometido.

—Caleb - respondo.

—Ah, a Katniss - arregalo os olhos. - Eu chamo-lhe Katniss porque eles são parecidos em muitos aspetos, eu sei porque fazemos negócios juntos. Chamava Peeta ao Harry. E antes que perguntes, o Finnick sempre foi o Finnick.

—Eu só não lhe chamo Gale porque acredito que tenha melhor espírito, porque não tem pais nem irmã mais velha, porque tem uma irmã para criar... É, tem parecenças com a mãe - o Ryen aponta muitas caraterísticas iguais. Ignoro-os e vou-me embora. Decido passar pela padaria do meu pai.

—Olá pai! - chego e cumprimento-o.

—Olá, Willow! - ele parece feliz, não tenho coragem de lhe contar da carta. - Que fazes por aqui?

—Decidi vir ver-te. A Posy está? - ele nega.

—Dei-lhe o resto do dia, começou a ter contrações - não sei se mencionei, mas a Posy está grávida.

—Então tenho que ir vê-la ao Bairro de Lata - fico sempre preocupada com ela, a Posy já perdeu o marido nas minas, sofreu alguns abortos, felizmente agora tem um namorado e a gravidez está quase no final.

—Fazes bem, aproveitas e vais ver o teu amigo - o Caleb é muito conhecido como podem ver.

—Quem sabe, não é? - ele continua a colocar bolos na vitrine. - Não sei se ele já voltou do trabalho.

—Pois, nunca se sabe - ele percebe o que lhe digo.

—O Finnick e a Penny passaram por aqui? - ele assentiu.

—Levaram aqueles cupcakes que a Penny adora - sorrio.

—Bem, vou ver a Posy. Dás-me uns bolos para levar? - ele dá-me uma caixa com imensos. - Obrigada pai, até já.

—Manda-lhe beijinhos meus - ele pede antes de eu sair. Faço o meu caminho ao Bairro de Lata, raramente lá vou. Assim que entro, mulheres e crianças olham-me para mim atentamente. Mal me lembro da casa da Posy, mas consigo lá chegar. Bato à porta e aguardo que a abram.

 

—Olha! Há quanto tempo não vinhas cá abaixo? - quem atende é o namorado dela, Casper.

—Olá! Há algum, posso dizer. Fui visitar o meu pai na padaria e ele contou-me que a Posy tinha voltado para casa, então resolvi aparecer para ver o estado da minha grávida favorita - explico.

—Entra, ela está na sala! - eu entro e chego perto dela.

—Então minha futura mamã favorita? Como está essa fofura aí dentro? - ela ri-se.

—Está bem, acho que daqui a uns tempos vai estar cá fora - sorrio ao ouvir isso.

—Bem, eu trouxe bolinhos fresquinhos e acabadinhos de sair! - levanto mais a caixa para a fazer notar.

—Não precisavas, a sério - ela tenta recusar mas eu não dou sequer hipótese.

—Mas eu quis e isso é que importa, come quando quiseres - ela revira os olhos.

—Pode ser, eu deixo-te vencer desta vez - dou-lhe a caixa. - Conta-me lá, tu não vieste aqui só para me ver. Vieste visitar o Caleb?

—Tu também sabes que somos amigos? - eles entreolham-se e desatam às gargalhadas.

—Todo o Distrito sabe - fico surpreendida.

—Eu não sei se ele já saiu do emprego, por isso não quero incomodá-lo - ela revira os olhos.

—Conheço o Caleb desde miúdo, conheço o Harry desde miúdo. Se o Harry era obviamente e publicamente apaixonado por ti, o Caleb escondia isso pelo amigo. Se há algo que o incomoda, não és tu, mas a má língua das pessoas do Distrito - nem me dou à liberdade de pensar que o Caleb tem sentimentos por mim, era só estúpido. - Lembra-me o Gale, quando ele e a Katniss ainda caçavam ilegalmente e eram melhores amigos.

—O bebé mexe-se muito? - ignoro a última fala dela, não quero falar do Gale.

—Imenso, acho mesmo que vai nascer um dia próximo - começo a bater palminhas.

—Eu mal posso esperar para ver como é e o que é! - o Casper limita-se a rir-se de mim. - Que foi?

—É giro ver-te assim tão entusiasmada, aquele Finnick faz-te bem, ou será do Caleb? - sinto as minhas bochechas a queimarem.

—Awwnn, até fica coradinha - grávidas são muito sensíveis, para elas tudo é fofinho, depois acaba com estes comentários. Ouvem-se batidas na porta, mais uma vez o Casper vai atender.

—Casper! - ouço uma voz de menininha.

—Olá pequenina! - ouço passos velozes e é então que vejo uma menina loirinha de olhos azuis a correr porta adentro.

—Posy! Quando sai o bebé? - ela pergunta e toca na barriguinha.

—Não sei, mas quando sair prometo que vais ficar a saber e vais poder vir vê-lo! - ela bate palminhas, noto que lhe faltam uns dentinhos, ela é tão linda e tão fofinha...

—Meu deus! É a Willow! - ela aponta para mim e eu rio.

—Olá! - aceno-lhe e ela corre para mim.

—Eu gosto muito de ti, tu és muito gira e o meu irmão também acha! - ela olha para mim muito entusiasmada.

—Como te chamas, fofinha? - é tão raro saber que alguém gosta de mim no Distrito.

—May - quando ouço aquele nome sinto o meu coração falhar durante uma milésima de segundo.

—É um prazer conhecer-te, May - ouço passos mais definidos.

—Willow - vejo o Caleb ao longe e sorrio.

—Uhhh, Caleb! A Willow também te acha giro! - coro ligeiramente, lê-se drasticamente.

—Não ligues a esta maluquinha, não diz coisa com coisa - ele sugere e eu rio-me. - Como está o bebé, Posy?

—As contrações aumentam, acho que a hora está próxima - ele sorri.

—Desejo-te muita sorte e fico muito feliz. Eu depois venho visitar-te - ele promete.

—Fica combinado. Porque não vais dar um passeio com a Willow, de certeza que a May não se importava de ficar aqui, pois não? - ela bate palminhas.

—Não, apesar de eu gostar muito da Willow, gosto muuuiiiitoooo da Posy, e do Casper, e do bebé! - ela atira-se para o sofá. 

—Não quero dar trabalho... - ele é interrompido pelo Casper.

—Não dás, nós adoramos a May e nós é que nos oferecemos, além do mais, a Willow trouxe bolinhos - os olhos da May brilham cada vez mais.

—Pronto, porta-te bem monstrinha! - ela assente e ele dá-lhe um beijo na testa, que ela limpa de seguida com a mãozinha.

—Adeus a todos, prazer em conhecer-te, May - ela está muito feliz e noto um sorriso malicioso da Posy.

—Adeus! - despedem-se e nós saímos.

—Desculpa, pela minha irmã, ela é meia atravessada - nota-se que ele a ama imenso.

—O Ryen também é assim, a parte crítica é que ele já tem 21! - ele ri. - Ele quando está sóbrio é uma excelente pessoa, acredita em mim.

—Claro que sim - noto que ele ficou ligeiramente incomodado com a última parte.

—Então, a tua irmã gosta da tua namorada ou nem por isso? - ele abana a cabeça.

—Nem tem como gostar. Eu não tenho namorada - surpreende-me o facto de ele não ter namorada, afinal, ele é muito gato... - Quer dizer, já tive algumas raparigas, mas nada de sério, então nunca contaram como namoradas. Eu também não tenho muito tempo para pensar em carícias e raparigas, tenho que cuidar da minha irmã, que é mesmo a única rapariga em que me concentro no momento.

—Eu compreendo, não deve ser nada fácil. Se quiseres companhia para os teus passeios eu adoro caminhar e sou muito resistente - faço a analogia que ele rapidamente entende.

—Uma vitoriosa talvez não devesse passear tanto por aí, tão desprotegida - ele avisa.

—Eu sei cuidar de mim - asseguro.

—Sei que sabes - ele diz realmente querendo dizer isso. - E tu? O teu irmão gosta do teu namorado?

—Nem sei bem, ele não se mete muito - sou sincera numa parte.

—O Finnick é o rapaz certo? - sorrio fraco.

—É, quer dizer, segundo as revistas e os programas de televisão do Capitólio confirmam positivamente o facto - sou honesta. Não sei que sinto, antes poderia começar a gostar, neste momento estou confusa.

—O Capitólio não és tu. Tu é que sabes o que sentes. Convenhamos, aqueles cérebros de amendoim mal têm QI suficiente para somar 1+1, quanto mais - desato às gargalhadas. - Tu sabes que eu estou certo!

—Eu dizia que eles tinham cérebro de goma - desatamos a rir e toda a rua olha para nós.

—Não estarias a mentir! - quando penso que me safo ao assunto, ele volta. - Mas o Finnick é o rapaz certo?

—Meu deus! A Daisy está à minha espera, e já estou atrasada. Falamo-nos por aí! - dou-lhe um beijo na cara e vou-me embora. COMO ASSIM? EU DEI-LHE UM BEIJO NA CARA! WILLOW EVERDEEN MELLARK QUE ESTÁS A FAZER? E AGORA? 

 

Continua...


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