The End Of The Peace escrita por Saffra Everdeen Mellark


Capítulo 12
Um grande feito




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—A Daisy? - pergunto à Penny.

—Está em tua casa - eu saio e vou em direção à minha casa.

—Onde vais? - pergunta o Finnick.

—Procurar a Daisy - subo as escadas sem ouvir o "Mas..." que ele ia proferir. Abro a porta do quarto do meu irmão e vejo uma cena que não queria nada ter visto. - OMG! 

—Não sabes bater à porta?! - o meu irmão reclama.

—Eu tentei pará-la - o Finnick aparece.

—É melhor... ahh... volto mais tarde... continuem o que estavam a fazer... - fecho a porta e devo estar muito vermelha porque o Finnick começa a rir-se de mim.

—Eu avisei-te - dou-lhe um soco no peito e vou-me embora, mas ele puxa-me para ele, para mais perto, muito mais perto que o recomendado. - Ei, não te tentes escapar.

—Ah... eu... - começo a ofegar e ele faz com que entremos no meu quarto, que é em frente ao do Ryen. Fecha a parte e encosta-me contra ela.

—Tu o quê? - pergunta-me com um olhar malandro.

—Estava a pensar se... - ele começa a beijar o meu pescoço e eu não consigo falar de seguida. - Finnick...

—É o meu nome - ele parece estar a divertir-se imenso às minhas custas.

—Não pares - é o que sai da minha boca e ele dá-me um sorriso malicioso. Ele parece obedecer ao que lhe digo e desta vez dá-me um chupão. - Oh!

—Adoro quando fazes isso - eu fico confusa.

—Isso o quê? - ele repete o chupão e eu repito o mesmo som que tinha produzido anteriormente.

—Esse som - reviro os olhos. Decido tomar uma atitude. Empurro-o para cima da minha cama, coloco uma perna de cada lado do tronco dele e sento-me em cima do mesmo. Nem lhe dou tempo para pensar, beijo-o vorazmente. A minha língua e a dele travam uma batalha renhida em que a atração sexual consegue apenas aumentar. É então que a t-shirt que ele veste salta fora e eu distribuo beijos molhados por cada pedacinho daquele six pack dos deuses.

É então que ele me surpreende e troca as posições. Não sei que se passa, mas os olhos verdes dele tornaram-se mais verdes ainda e a pupila dilatou consideravelmente. Pergunto-me como estarão os meus, mas que importa? Ele beija-me de novo e eu cedo a cada movimento que ele faz, fecho os olhos graças àquelas sensações desconhecidas mas incrivelmente e tentadoramente prazerosas. Desce para o meu pescoço e diverte-se com o facto de eu me arrepiar, penso que deve ser o meu ponto fraco. A minha t-shirt é tirada e projetada para um lado qualquer do quarto ao qual nenhum de nós está a prestar atenção no momento. O restante aconteceu muito rápido, só dou por mim a ouvir um grande grito.

—WILLOW! - o meu pai chega exatamente naquele momento e com a aflição toda não encontro a camisola.

—Que se passou? - a minha mãe e o meu irmão chegam perante o grito.

—NÃO! MUITO BOM! - o meu irmão desata à gargalhada e eu nem sei que fazer. - A minha irmãzinha foi apanhada pelo pai quando estava prestes a perder a virgindade.

—Não é nada do que vocês estão a pensar! - foi a única coisa de que me lembrei no momento.

—Claro que não, eu sou cego, agora. Eu não vi o que estava a acontecer! - eu devo ter ficado de todas as cores possíveis e imaginárias.

—Finnick, veste-te e sai daqui. Peeta, Ryen, saiam também, por favor. E não arrumem escândalo, por favor. Eu quero ter uma conversa com a Willow. E sem nenhum mas, Sr. Peeta Mellark. Lá para baixo, ou é preciso fazer como as criancinhas? - a minha mãe salva-me e eu não podia ficar mais agradecida. O Finnick veste a camisola e sai disparado, provavelmente tão assustado como eu. O meu pai é arrastado pelo meu irmão, que não consegue parar de rir-se de mim. A minha mãe entra e tranca a porta, pega na minha t-shirt e atira-ma.

—Obrigada - agradeço e visto-a.

—Não me agradeças já. Tu e eu temos que ter uma conversa séria! - sinto as minhas bochechas a queimar imenso. - Desde quando começaste a pensar nestas coisas?

—Eu não pensei em nada, eu simplesmente deixei-me levar. Eu ia acabar por parar porque não queria que fosse assim, mas o pai entrou e... - ela interrompe-me.

—Tem calma, mas tu tens noção que deve ser especial, não tens? - eu abano a cabeça positivamente.

—Eu sei, mas eu não me sinto preparada. Isto foram só alguns beijinhos que pronto... - eu estou com muita vergonha de falar com a minha mãe sobre isto.

—O Finnick é especial? - não consigo responder à pergunta. Antes do Distrito 12, talvez. Agora, depois de ter chegado e conhecido o Caleb... eu já nem sei se ele é assim tão especial como eu pensava. - Tens que te decidir.

—Como assim? - ela parece muito comprometida com o assunto.

—Tens que saber o que sentes. Não podes brincar com o Finnick e o Caleb aleatoriamente, como te apetece, dependendo dos dias e do teu humor, não é justo para eles, nem para ti - fico meia indignada, como é que a minha mãe pode pensar que eu brinco com eles?

—Eu e o Caleb somos amigos, eu e o Finnick não sei o que somos ao certo. Eu não estou a brincar com nenhum deles... - tento explicar-me.

—A sério? É que desde que conheceste o Caleb que mudaste completamente com o Finnick! Parece que ele te faz duvidar de tudo! - eu não sei, mas penso que a minha mãe não gosta muito do Caleb.

—Eu já percebi - saio do meu quarto e ela segue-me. Desço as escadas e vejo que há uma grande agitação, encontro na sala o Caleb. - Caleb? Que fazes aqui?

—Vim aqui para te avisar que a Posy entrou em trabalho de parto - começo a sorrir.

—ISSO É FANTÁSTICO! - faço uma mini-festa.

—Pois é, mas bem... era só isso... - ele diz.

—Vais para baixo? - ele assente. - Posso ir contigo? Quero ir assistir ao parto!

—Se os teus pais não se importarem... - ele neutraliza-se. Olho para os meus pais. O meu pai parece considerar durante um pouco.

—Por mim, pode ser... - eu faço uma mini-celebração. 

—Mãe? - ela faz aquele olhar do "Era disso que eu estava a falar".

—Podes ir, tu é que sabes - noto que ela ficou aborrecida.

—Obrigada! Queres ir, Finnick? - convido-o.

—Não, podes ir com o teu amigo, essas coisas a mim fazem-me impressão. Eu fico com o Ryen - ele recusa.

—Pronto, então vamos! Até já! - saio com o Caleb que mal sai de minha casa, respira fundo. - Que se passa?

—Não estás a imaginar o clima pesado que estava quando cheguei, o teu irmão foi aquela simpatia, como sempre, o teu namorado mal falava mas olhou-me de lado, e o teu pai parecia furioso - ele observa. - A tua família adora-me, deixa que te diga.

—Não é por tua culpa, acredita. O que é que o meu irmão te disse? - pergunto sem o mínimo de paciência para as bocas do Ryen.

—"Olha, agora chega o outro apaixonado" - bem típico do meu irmão.

—Não lhe ligues, a sério - odeio certas atitudes dele, sempre a chatear-me a cabeça a mim e aos meus amigos.

—Mas porque é que estava aquele clima todo? - fico muito corada.

—Eu tenho vergonha de te contar - ele para e faz-me olhar para ele.

—Não confias em mim? - ele estava a ser meigo.

—Confio, mas... - ele levanta a sobrancelha. - Ok, mas guarda segredo.

—Não sai daqui! - ele "tranca a boca" e dá-me a "chave".

—O meu pai apanhou-me com o Finnick - ele fica boquiaberto. - Imagina a vergonha.

—Acredito, mas vocês já... - ele não queria dizer a palavra.

—Não! Na verdade, eu nunca... - confesso. Entramos no início da rua e só se ouvem gritos.

—Deve estar perto! - ele constata e vamos a correr. 

—Onde deixaste a May? - questiono durante a corrida.

—Na casa de uma amiguinha - quando chegamos entramos. A Posy está lá a ter problemas com o parto.

—Era agora que faltava a Clara, eu duvido que o bebé se salve - uma mulher qualquer diz e a Posy chora. Algo em mim para.

—Quem é a Clara? - questiona o Caleb. - Tu conhece-la?

—A mãe da minha mãe - ele fica chocado. - Saiam daí!

—Que estás a fazer, matar mais um ser vivo? - viro-me de volta à mulher que diz isso e a todas as que apoiam.

—QUEREM A CLARA? NÃO DÁ! EU SOU A NETA, É O QUE SE ARRANJA! A PRIM NÃO ESTÁ CÁ, A CLARA NÃO ESTÁ CÁ, AGORA DEIXEM-ME FAZER O QUE EU SEI FAZER. A POSY CONFIA EM MIM, VOCÊS TÊM MAIS É QUE FAZER O MESMO! - berro e tudo volta atrás. - Posy, como te sentes?

—Eu não consigo respirar muito... - ouço.

—Preciso de água quente, agora! - uma delas vai para a cozinha e consegue aquecê-la rapidamente. - Posy, vais respirar o vapor e agarra a mão do Casper. Quando as contrações chegarem, faz toda a tua força, relaxa. Eu estou aqui, o Casper também, toda a gente está aqui. Nós acreditamos em ti.

—AHHHH!!! - o bebé é mais impulsionado para fora.

—Tu consegues, estão a chegar os ombros! - ela respira mais fundo. É então que a água chega e ela respira o vapor.

—AHHHHHAHHHHHAAAHHHH! - ela berra imenso e os ombros saem fora.

—Está mesmo quase, Posy! Mais uma! - encorajo-a. - Vão preparando a toalha!

—ARGHHH!!!! - dão me a toalha e o bebé sai completamente. Passo-o à mãe e ela segura a criança nos braços.

—Parabéns, é uma menina - ela começa a chorar de emoção e eu também começo a lacrimejar.

—Obrigada - o Casper agradece e eu assinto.

—Fiz o que tinha a fazer - sorrio e saio porta fora.

—Tu foste incrível ali! Tens noção que sem ti aquele bebé teria morrido? - respiro profundamente e ainda não caio em mim.

—Eu ajudei a fazer aquilo acontecer... - começo a chorar de alegria.

—Tu conseguiste e calas-te a boca daquela gente toda! - sorri enquanto lágrimas escorriam pela minha cara abaixo.

—Eu tenho que ir para casa - eu ainda mal acredito.

—Acompanho-te - permito que ele o faça. - Já pensaste quando isto sair no Capitólio?

—Eu não quero saber do que o Capitólio pensa sobre o facto de eu ter feito isto, foi tão gratificante! - hoje estou nas nuvens. Quando dou conta estou à porta de casa, entro e toda a gente se foca em mim. - É uma menina.

—Meu deus! - a minha mãe faz logo uma festa. - Ela sofreu muito?

—Imenso, mesmo - a minha expressão facial deve ter sido hilariante porque todos se riram.

—Mas teria sofrido mais se a Willow não tivesse assumido o comando, já toda a gente achava que a bebé ia morrer, mas ela não desistiu e fez o parto acontecer! - o Caleb conta e toda a gente fica surpreendida.

—Como assim? - pergunta o meu pai.

—Desistiram e disseram que precisavam era da Clara, como não a tinham, mas tinham a neta, eu fiz o que tinha a fazer e consegui - noto orgulho nas caras dos meus pais.

—Calou a boca de todas aquelas más línguas! - o meu amigo completa. - Mas bem, agora que estás entregue, vou buscar a May e vou para casa.

—Vai lá, manda-lhe beijinhos meus! - ele sorri e sai porta fora.

—Estamos muito orgulhosos - afirma o meu pai abraçando a minha mãe de lado. - O que fizeste hoje foi importante.

—Obrigada - há um abraço de família. Senti-me realizada, como não me senti em muito tempo, fiz algo de útil, senti-me bem comigo própria e nada é melhor que isso.

 

Continua...

 

 


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