Reciprocidade escrita por Batsu


Capítulo 11
O feitiço da bruxa.


Notas iniciais do capítulo

Aqueles cinco minutos de loucura que bate e faz a gente escrever! Não sei, acordei, veio a ideia e eu fiz, não se acostumem.



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Havia poucas coisas que importavam mais para Roronoa Zoro que uma boa garrafa de saquê e todos no navio compartilhavam de um sentimento similar. A Sanji importava mais sua comida e lindas mulheres, Brook tinha a música como prioridade, Robin apreciava passar um tempo sozinha com um livro aberto entre as pernas, Nami... dinheiro e Luffy não trocaria seu pedaço de carne por nada no mundo, supostamente.

Contudo, naquela manhã atípica, Zoro levantara mais cedo que o comum. Tivera uma noite mal descansada, não viu motivos para continuar na cama e foi buscar algo para molhar sua garganta. Ele buscava precisamente por álcool na dispensa da cozinha e não lhe incomodava a ideia de ser tão cedo ainda. Seus sentidos atentos captaram o som de uma porta aberta no deque, e então passos de pés descalços pela madeira do Sunny. Em seguida, outra porta e um bom dia que reconheceu ser Luffy, a voz que respondeu-lhe era feminina, mas baixa, não pode identificar qual das companheiras acompanhava o capitão. O espadachim encontrou sua bebida e abriu a garrafa nos dentes, deixou o cômodo já com o saquê descendo por sua boca sedenta.

Saiu silencioso e sem deixar-se ser notado, de cima pode finalmente ver que quem estava junto de Luffy era a navegadora.

Eles estavam relativamente próximos, recostados ao parapeito do navio. Nami tinha uma das mãos repousada na altura dos seios e outra segurando os fios ruivos que eram carregados pela forte brisa vinda do mar movimentado da manhã. O menino apoiava-se com os cotovelos, de costas, mas tinha o rosto inteiramente virado para a companheira. O vento balançava incessantemente seu chapéu preso ao pescoço, Zoro teve a impressão de que a qualquer instante ele se soltaria e voaria em direção ao oceano, mas o capitão parecia pouco preocupado.

Zoro deu uma golada considerável de sua bebida e permaneceu observando-os.

Eles se entreolhavam de maneira arrebatadora, por mais que se esforçasse, não era capaz de compreender o significado daquilo. Os dois faziam parecer um ato singelo, mas para ele que os observava há alguns minutos, era enigmático, profundo.

Ele bebeu outra vez, agora com as sobrancelhas franzidas de irritação.

Luffy tinha um quase sorriso desenhado nos lábios, parecia encantado, aquele era o olhar de alguém que tinha algo precioso em sua vista.

E mais rápido que a atenção do espadachim pode prever, os dois caíram em uma gargalhada gostosa, não soube dizer se riam um do outro, ou simplesmente do momento. Nami cobriu a boca com as mãos, delicada. Zoro estreitou bem os olhos, mas era nítido o tom róseo que tomava o rosto da ruiva, das bochechas às orelhas. Ela estava... tímida?

O que presenciou em seguida exigiu outro gole generoso de saquê para suportar a cena sem cair duro no chão.

O capitão aproximou-se e dedilhou a mão de Nami que estava sobre o parapeito. Foi um toque acanhado de início, que pareceu ganhar sutileza com o encontro das mãos de ambos. Talvez o mais surpreendente foi ela não ter recolhido o braço ou o ameaçado como a princípio esperou, de jeito nenhum, ela sorriu.

Zoro esfregou bem os olhos e resolveu recompor-se, suas expressões deveriam estar cômicas.

Ele não soube explicar, mas o que viu naquela manhã talvez estivesse oculto durante todas as refeições e momentos da vida diária da tripulação, ele que não havia captado antes a sinergia que eles compartilhavam. Nami era diferente até na maneira de brigar com Luffy; ele era carinhoso, necessitado de atenção e da presença da ruiva consigo, sempre preocupado e pronto para fazer de tudo por ela. Talvez ela fosse sua verdadeira carne, Zoro pensou em um resmungo.

No final, sua mente só foi capaz de concluir uma única interpretação para tudo o que vira, ela o tinha enfeitiçado, afinal, era uma bruxa. E ele aceitou que as coisas tinham tomado aquele rumo, sem intrometer-se, não era da sua conta, só importava-lhe sua bebida.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente imagino todos da tripulação tendo um momento assim, com a ficha caindo e eles aceitando que os dois se amam e que lunami é real! Acho esquisito fanfic sem diálogo, nem sei, só acho, mas também achei esquisito colocar alguma fala nesse capítulo então ficou por isso.
Espero que tenham gostado!



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