Reciprocidade escrita por Batsu


Capítulo 1
Minha navegadora.


Notas iniciais do capítulo

Tive a ideia de fazer essa coleção basicamente porque tenho muita ideia luna. Acontece que eu sempre tive toc de organizar a postagem das histórias, tipo não repetir casal ou criar sempre coleções quando se trata de algum casal que pretendo postar frequentemente, por algum motivo que desconheço, com lunami eu nunca fiz isso. Aí fui postando drabbles, one-shots e outros gêneros tudo separado mesmo.
Recentemente isso passou a me incomodar (olha o toc aí galere) e decidi criar essa coleção pra juntar as minhas histórias já postadas e as que ainda estão por vir.
Espero que gostem!



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 Depois do desagradável encontro com Trafalgar Law, onde seus corpos foram trocados pela habilidade do cirurgião, a tripulação dirigiu-se para outro canto de Punk Hazard. Sanji fora o único beneficiado com aquilo, os outros companheiros estavam nervosos demais para pensar nas prioridades de agora. As crianças mantidas dentro do laboratório antes também os acompanhavam e até mesmo divertiam-se com o ciborgue.

— Onee-san, solta aquele raio de novo! — um deles pediu.

— Eu não sou o Franky! — Nami estava desolada naquele corpo, ninguém era capaz de entendê-la.

A navegadora sentia falta do peso de seus seios, do seu cabelo e principalmente de poder caminhar sem preocupar-se em esbarrar e levar alguém junto. Franky era acostumado a suportar todo aquele peso, ela não.

As crianças não colaboravam muito, chamavam-na de sem graça e insistiam em dizer que queriam de volta o Franky que sabia fazer coisas super divertidas.

Sanji os deixara junto de Zoro e Brook para procurar a outra metade do corpo de Kinemon. Chopper discutia com Franky que habitava seu corpo, brigavam por não concordarem em como agir diante daquela situação. Luffy despreocupadamente brincava com a neve.

Nami estava num canto sozinha e separada de todos. Encontrava-se sentada abraçando as próprias pernas com aqueles braços gigantes e robóticos. Era visível a decepção em seus olhos, queria poder encontrar o quanto antes com aquele Shichibukai maldito para acertar as contas. Fungou alto, limpando as poucas lágrimas que desciam sem sua permissão.

Do outro lado, o capitão que brincava juntamente às crianças ouviu Nami choramingando sozinha e correu para vê-la.

Mesmo estando em uma caverna coberta por completo, a neve no lugar se espalhava pelo chão e o frio era iminente. Todos estavam agasalhados, esse lado da ilha não era como por onde aportaram. A respiração abafada e o vapor que saía da boca quando falavam também era notável. O que os recordava Drum, ilha natal do médico da tripulação.

Luffy caminhou com certa dificuldade, devido a neve funda. Parou em frente sua companheira e a assistiu levantar-se constrangida.

— Você estava chorando? — questionou sério.

— Não é n-nada — ela respondeu limpando o rosto molhado com as mãos de dedos azuis.

— Nami, você estava chorando! — Ele claramente não ficou contente em descobrir isso. — Pode me contar. — Cruzou os braços e bloqueou o caminho da ruiva, impaciente.

— Idiota.

Sentia-se estranha mais alta que Luffy, mais alta que todos. Normalmente, alcançava a altura do capitão somente de salto alto e mesmo assim, os resultados não eram muito satisfatórios. Entretanto, agora que estava no corpo de seu companheiro ciborgue, tudo tornou-se pequeno e frágil para ela, sem contar que era incômodo conversar olhando para baixo o tempo inteiro.

Tinham outros motivos, é claro, e se caso sentisse vontade de usar o banheiro? E foi com esse pensamento que desabou, queria apenas voltar para seu corpo e evitar mais situações constrangedoras, para ela e principalmente seu corpo, que estava nas mãos de um pervertido sem limites, Sanji.

O moreno ouvia atentamente tudo o que ela dizia, sem interrompê-la. Quando ela terminou de contar o que sentia, viu um sorriso leve se formar nos lábios de Luffy.

— Por que você está rindo?! Não é engraçado!

— Nami, pode se sentar de novo? — cortou-a, pedindo algo que a ruiva não imaginava. Com os olhos mais uma vez úmidos, Nami o obedeceu, sentando-se em frente a ele.

— Você vai rir? — perguntou com as bochechas infladas, Luffy imaginou o quanto sua companheira ficava engraçada daquela forma.

— Não, é que eu não iria te alcançar com você de pé! — Aproximou-se e envolveu suas bochechas com as mãos. — Não me importo se você estiver no corpo de Franky, ou de seja lá quem for. Você ainda é minha navegadora, Nami! No corpo de qualquer um você ainda vai saber quando irá chover, portanto, você não deixa de ser quem você é. Não ligo para o seu corpo, não briguei com Arlong pelo seu cabelo. Entende?! — Sorriu ao se afastar, sem quebrar o contato visual. — Também acho engraçado o corpo do Franky com sua voz! Shishishi — Estendeu a mão para ela, Nami aceitou sorrindo também.

Ela não foi capaz de respondê-lo, depois de ouvir seu capitão ser tão sensato consigo, sentiu o rosto esquentar e encarou o chão até que ele saísse de perto. Dada sua situação, aquelas palavras foram as mais verdadeiras e gentis que poderia ter escutado, Luffy trouxe seu bom humor de volta. Ele era bom fazê-la feliz independente do momento.

Por isso Nami confiava em seu capitão acima de tudo, e esse era o melhor relacionamento que eles podiam ter sem nem mesmo suspeitar disso.


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Notas finais do capítulo

Caso tenham encontrado erros ortográficos, peço por gentileza que me informem para que eles possam ser consertados o quanto antes. Sugestões e críticas são bem-vindas! ♥