Capítulo 6 – Um frio aconchegante

— Eu disse que devíamos ter entrado naquela porta! Olhe onde fomos parar, nasce até um lago aqui dentro, sem contar naquele poço da morte, não vou dormir por semanas! — disse General Guy.

— Cara, o poço foi macabro mesmo, a gente deve estar dando voltas, ainda estou com dor de cabeça daquele corredor invertido. — respondeu Lance. — Pergunta pro seu amiguinho que está nos seguindo, Steven.

— Sim sim, o Phantom está nos seguindo há um tempo... Será que se perguntarmos como sair, ele nos ajudaria? — respondeu Steven, aproximando-se do espectro. — Hum, você poderia nos ajudar a sair desse templo? Estamos um pouco perdidos.

A criatura olhou para o lado, e entrou dentro de um quadro, desaparecendo de vista.

— Mano! Se liga! Ele entrou no quadro! — disse General Guy, apontando surpreso para o quadro.

— Mano? Você está convivendo muito com o Lance... É, ele foi embora, acho que só estava nos seguindo por curiosidade. — respondeu Steven.

A criatura saiu de outro quadro um pouco distante, mas trazia um pequeno mapa e uma bússola muito antiga.

— Caramba hein! Estou gostando desse cara. — riu Lance, olhando o mapa. — Olha só! Olha só! Era aquela porta mesmo, se vocês tivessem me ouvido estaríamos fora já.

Com o mapa em mãos, finalmente encontraram o caminho para fora do templo. Algo não permitia que Metagross usasse seu portal dentro das ruínas, então eles precisaram encontrar um meio de sair de lá. Estavam na entrada, e já conseguiam ver a saída.

— Opa! Olha os ossos dos lobos! Já estamos na saída. — comentou General Guy apontando para as criaturas mortas.

— Steven, seu amiguinho ainda está nos seguindo. — disse Lance, apontando para Phantom.

— É, eu percebi, será que ele quer vir conosco? A ajuda dele ia ser boa, parece bem forte. — respondeu Steven.

Podia-se ouvir as correntes da criaturas rastejarem por todo o templo, mas aquele lugar não transmitia mais medo, talvez por Phantom parecer invencível, sentiam-se seguros. Mas enfim, o templo ficava para trás, os murmuros desapareciam...

— Estamos fora...  Nossa, aqui parece bem mais quente que lá dentro, acho que era por causa do mármore, das pedras e da grande quantidade de plantas. — comentou General Guy.

— O teto lá dentro era bem alto também, isso ajuda no frio. Steven, seu amigo ainda está aqui. — dizia Lance.

— O quê você está esperando Phantom? — perguntou Steven, mas a criatura não respondeu.

— Você gostaria de ajudar-nos?

A criatura virou levemente a cabeça de lado, como se finalmente tivesse entendido algo que ele estavam falando.

— Que ótimo, venha conosco então! — sugeriu General Guy.

O fantasma deu um passo para trás, e voltou para a escuridão do templo, desaparecendo de vista.

— Talvez, ele não pode ir para a luz. Seria bom se tivéssemos ele no grupo. 

— Vamos embora, Samus e Cynthia devem estar preocupadas. Isso se elas não se mataram até agora... — respondeu Lance.

Steven jogou a pokébola de Metagross, que teletransportou-os de volta para a base.

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Assim que eles voltaram para a base, não encontraram-se nem Samus nem Cynthia.

— Meu deus!! Elas se mataram!! — gritou General Guy colocando as mãos na cabeça.

— Porra! E porque a base está tão diferente! Quem colocou esse Piano ali no canto? Tá parecendo casa de mulher! — respondeu Lance assustado.

Logo em seguida, Samus e Cynthia apareceram, vindo da sala da praia, vestidas com bíquinis e dando altas risadas.

— Nossa, que frio amiga! Lá dentro parecia tão quente! — disse Cynthia dando risada, empurrando Samus de leve.

— Hahaha, estava tão engraçado! — respondeu Samus com um sorriso acompanhando a amiga.

Lance não parava de olhar o corpo das duas.

— O que vocês estavam fazendo? Estão de bem agora? — perguntou Steven confuso.

— Ai Steven, eu só precisava de tempo para conhecer a Samus melhor, e percebi que ela é tão legal! — disse Cynthia abraçando Samus como se fossem amigas a anos.

— O que fizeram com a base, e para que um piano? Pra que tantas almofadas e quadros? O que vocês estão fazendo de bíquini nesse frio? Vão pegar um resfriado, vão se trocar! — respondeu Steven.

— Ah Steven não esquenta, sei que você gostou. — isse Cynthia mandando um beijo para Steven — Agora aprendi a arrumar a base, era só usar um programa no computador, então aproveitei para deixar alguns toques femininos. Pode deixar, já vamos nos trocar, só não vão olhar na janela... — disse Cynthia, saindo com um certo rebolado.

— Nossaaa! Elas fizeram uma janela no banheiro?? Isso sim eu apoio! –Respondeu Lance dando risada. 

— Ah, mas não vai MESMO! Vou tirar a janela de lá agora, e é bom que vocês dois não saiam de minha vista! — disse Steven enfurecido, mexendo no computador.

— Tá com ciúmes também, meu velho? Engraçado, ele e a Cynthia combinam! Pode deixar, eu e o General vamos estar aqui vendo as coisas novas que elas trouxeram. — brincou Lance. — Por um acaso tinha bebida na geladeira??

Lance e General Guy conversavam um pouco enquanto observavam as coisas novas da base.

— Um piano... Pra que um piano? Alguém aqui sabe tocar piano? — perguntou Lance.

— Acho que não, coisa de mulher... Eu gosto de piano mas não sei tocar. Olha só os quadros! São quadros nossos! — disse General Guy.

— É mesmo, eu não tinha percebido! Olha o meu! Caramba, é foda ser bonito. — disse Lance colocando a mão no cabelo, jogando-o para trás.

— Olhe só! Eu estou igualzinho! Essa base faz cada coisa! — riu General Guy.

— Hum, o corpo da Samus ficou igualzinho. Olha Steven, têm um seu também! — disse Lance apontando para o quadro, porém Steven nada respondeu. — Esse parece mais real... Que estranho.

— O olho se mexeu... — repondeu General Guy espantado.

— Mas que merd... — perguntou Lance ainda mais assustado.

De repente, pôde se ver algo saindo do quadro, algo que eles já haviam visto, era Phantom Ganon.

— Phantom! — disseram os três.

— Eae meu caro! Valeu por vir conosco! — riu Lance.

— Bem vindo ao grupo Phantom! — sorriu Steven.

Não demorou muito para Cynthia e Samus voltarem, e realmenre foi um grande alvoroço. Ficaram um pouco surpresas por verem uma criatura tão estranha, mas logo se acostumaram.

Já estava ficando escuro, não haviam estrelas pois o dia todo fora de muito frio e chuva fraca. Mas a noite estava linda, linda para ficar em casa. Uma densa neblina cobria lá fora, mas graças as garotas, a base estava preparada. Havia uma grande lareira na sala, e o piso mudara para madeira, então o lugar estava bem aconchegante. As camas estavam com cobertas mais grossas, assim como os sofás da sala para os homems. Phantom não dizia nada, mas sentia que lá era seu lugar. Steven explicava para as garotas como o conheceram e como fora a aventura. Todos vestiam roupas elegantes próprias para o frio, as pessoas se vestem melhor em dias assim.

— Que bom que vocês duas estão se dando bem agora! — sorriu Steven.

— Desculpe-me por ter sido tão chata. Não devemos julgar um livro pela capa, sabe? — respondeu Cynthia.

— Sabe, você está muito bonita hoje. Na verdade você sempre está linda.

— Obrigada... — respondeu Cynthia envergonhada, segurando a mão de Steven.

Phantom estava olhando a base quando viu o piano, ele colocou sua mão levemente sobre o piano e sentou-se no banco. Suas correntes passavam por entre o piano, assim como um fantasma, mas suas mãos tocavam uma doce melodia.

— Ele sabe tocar piano Steven! Que momento romântico. — disse Cynthia abraçando Steven.

— Quer dançar Cynthia? — perguntou Steven com um belo sorriso em seu rosto.

— Aceito sim.

Os dois agora dançavam na sala. As luzes estavam apagadas e velas foram acesas, um momento inesquecível. Samus estava sentada observando-os, com um sorriso em seu rosto, quando Lance chegou, e sentou-se ao seu lado.

— Eae Samus? Quer dançar um Psy depois? Eu coloco no meu no mp3. — brincou Lance.

— Vou querer sim. — sorriu Samus.

Fazia frio... Mas um frio aconchegante. Fora uma noite romântica, e agora com um novo membro, o grupo estará mais forte. Quem sabe os desafios que os aguardam no próximo dia...