Capítulo 7 – Tecnologia da estrela de gelo.

 

Fazia muito frio, muito mais que no dia anterior, Lance estava coberto até o pescoço e milagrosamente do mesmo jeito que dormira, sem que as cobertas estivessem jogadas para os lados. Haviam mais duas cobertas que alguém devia ter colocado nele durante a noite, por conta do frio que fazia. Assim que ele abriu os olhos deparou-se com Steven, ainda deitado no sofá.

— Mano, o Steven ainda tá dormindo, deve ser umas 5h da manhã! — sussurrou Lance.

— Não Lance, mesmo horário que você sempre acorda, meio dia... Eu que estou um pouco mal hoje. — respondeu Steven, abrindo seus olhos cansados.

— Opa, acho que pensei um pouco alto...

— Steven, não faça força, não fale, você está muito mal! — disse Cynthia preocupada, acariciando a cabeça de Steven.

— Tenho que procurar as Time Gears, não tenho tempo a perder com uma gripe inútil. — disse Steven, tentando levantar-se.

— Não, não, o General Guy disse que você está muito mal, fique aqui e descanse, depois nós pensamos no assunto. — respondeu Samus, fazendo Steven deitar-se no sofá novamente.

 

Fazia um frio estranho, não era normal, eles estavam aproximando-se de seu próximo desafio, um planeta conhecido como Shiver Star. A base já estava diferente, haviam aquecedores espalhados, Lance ainda se encolhia com suas cobertas, Phantom Ganon olhava a neve que caia da janela enquando Samus, Cynthia e General Guy conversavam na mesa, tomando o café da manhã.

— Como vamos fazer dessa vez? Steven que estava no comando, ele que sabia mais das coisas... Acho melhor esperarmos. — comentou Samus, esquentando suas pequenas mãos.

— Não, não, se ficarmos ele irá surtar e dizer que temos pouco tempo, melhor alguns de nós irmos, alguém fica tomando conta dele, se quiserem eu posso ficar. — respondeu Cynthia.

— Mas Cynthia, você não sabe nada para essa parte de doenças. Acabei estudando algumas doenças no tempo que fiquei naquela ilha, logo, acredito que tenho um pouco mais de conhecimento. — disse General Guy, tomando um gole de seu café.

— Maldição, se pelo menos eu ainda tivesse os Secret Potions de minha avó de Celestic Town, poderíamos curar qualquer coisa. — respondeu Cynthia pensativa. — Eu deveria ter aprendido mais sobre doenças quando eu tinha tempo...

 

Foi um pouco difícil convencer Steven a ficar, ele queria ir de qualquer jeito, mas com um pouco de persistência, conseguiram convencê-lo.

— Vou precisar apenas que me expliquem como utilizar este aparelho de comunicação e o resto podem deixar comigo! — disse General Guy. — Afinal, Cynthia! Leve algumas coisas minhas, vocês podem usá-las nesse país de gelo, são utensílios para o frio.

— Me parece que você veio preparado para tudo! Tudo bem, é tudo que tem nesse mochila, General? — perguntou Cynthia.

— Hum, pode levá-la inteira, não vou usar agora. — respondeu General Guy.

— Steven, procure melhorar, não gosto de vê-lo doente assim. — disse Cynthia segurando a mão de Steven.

 

 

Agora que Phantom estava no grupo, não precisariam mais somente dos poderes de Metagross para viajarem nas dimensões, uma vez que o fantasma também tinha essa habilidade.

— Lance! Lance, sai do sofá! Vou tirar seu edredom! — disse Cynthia, empurrando o sofá com os pés, enquanto esquentava seus braços.

— Mentira que vou ter que ir... Acho que estou ficando doente... Se liga, COF! COF! — respondeu Lance cobrindo seu rosto.

— Pare de frescura! A menos que você prefira ficar na base com o Steven em vez de vir com agente. — brincou Cynthia.

— Já tô indo...

— Estaremos de volta assim que possível, cuide do Steven, General. Phantom, leve nos para Shiver Star! — disse Cynthia.

Phantom criou um grande portal de cor roxa, que levou Samus e os outros para o planeta, deixando Steven e General Guy na base.

 

_______________________________________________________________

Era Shiver Star, um planeta coberto por uma neve fofa com pequenos flocos que caiam a todo momento. A viagem agora fôra mais tranquila, ninguém caiu, com excessão de Samus que estava no colo de Lance.

— Hum? Como você foi parar no meu colo? — perguntou Lance confuso.

—Ahm, não sei... Eu nem tinha percebido... — respondeu Samus, que estava vermelha de vergonha pelo acidente, que rapidamente saltou e caiu na fofa neve. — Onde estamos?

— Bzzt. Cynthia? Cynthia? Tá me ouvindo daí? É o General... Vocês já tão na Shiver Star? Dizem que esse lugar é o planeta terra. Aqui no Google tão falando que o mundo foi destruído pelas máquinas, uns negócios assim. Tipo um Apocalipse, tá ligado?

— Nossa, ele está falando igual ao Lance. Parece que esse seu jeito é tóxico, viu? — brincou Cynthia. — Vamos explorar o lugar General. Cuide do meu Steven!

— Hum, ok. Ele tá... Jogando Bilhar... Pode deixar que ele vai ficar bem. Falous.

— Falous? Hahaha! Esse aí tá aprendendo rápido! — riu Lance.

— Tomara que não afete meu Steven também. — brincou Cynthia.

 

Era um planeta coberto por gelo, várias construções cobriam o local, muitos prédios podiam ser vistos no horizonte, mas não era possível encontrar vida, nem mesmo plantas. Coberto de natureza morta, parecia o planeta terra devastado, vítima de uma grande guerra, e agora sobravam apenas escombros e máquinas que ainda trabalhavam noite e dia. Apesar de ainda ser cedo, tudo parecia noite, coberto por nuvens espessas e muita poluição.

 

 

Cynthia andou em direção a uma pequena casa destuída,  ela observava o local confusa e distraída, quando não percebeu uma grande máquina que surgia logo em sua frente, que por pouco não a acertara.

Era imensa, revestida de uma pesada armadura que parecia impenetrável, carregava uma grande arma em baixo de algo que parecia sua cabeça, seu único olho parecia poder ver qualquer coisa. Sua cor era azul, e se confundia com a neve que caia, mas o clarão que seus mísseis soltavam iluminavam o horizonte.  

 

 

— Aaaah! Que criatura é essa?? — gritou Cynthia, caindo no chão assustada.

Phantom retirou sua grande lança e defendeu Cynthia de ser atacada pela arma que a máquina carregava. Samus atirava na criatura que por um momento chamou sua atenção partindo para ataca-lá.

— Ah, mas não vai mesmo! Tyranitar pare aquele monstro! — disse Lance, jogando seu pokémon.

— Garchomp, ajude o Tyranitar! — acompanhou Cynthia, também jogando sua pokébola.

A máquina acertara um poderoso golpe em Tyranitar, mas o pokémon parecia uma muralha de rocha que levantou o monstro jogando-a longe. Phantom pulou sobre a criatura e cravou sua lança na máquina, que parecia estar sendo eletrocutada, seguido de uma grande explosão.

— Phantom!! — gritaram os outros.

Da fumaça que saia da máquina, surgia uma criatura tenebrosa que por um momento, parecia mais medonha que a própria máquina. Seus olhos brilhavam na fumaça, que agora poluia ainda mais o céu cinzento daquele planeta. Por um momento exitaram, parecia que seu inimigo ainda estava ali, parado, observando-os. Mas Phantom guardara a lança, fazendo com que ficassem mais tranquilos.

— Cara, agora pensei que você ia nos matar! — brincou Lance.

Mas Phantom tirou sua lança novamente, dando um rápido pulo na direção de Lance, fazendo-o cair no chão. Lance fechou os olhos, Cynthia estava apavorada, mas Samus viu Phantom com a lança fincada em uma pequena máquina que se preparava para atacar Lance pelas costas, que agora jazia partida no meio.

— Acho que ele só quer nos proteger mesmo. Sabe, as vezes acho que pessoas "malvadas" são mais bondosas do que aquelas "boas". — disse Samus pensativa. — Estou me sentindo em casa nesse planeta.

— Mano, olha meu coração! Se pá vi minha vida inteira passando pelos meus olhos! — disse Lance espantado colocando a mão no coração. — É, e foi muito chata...

— Até quando vamos ter que ficar aqui? Esse lugar é perigoso, queria que o Steven estivesse aqui... — suspirou Cynthia, caindo no chão.

Mas podia se ouvir outro choro atrás de alguns escombros, Lance retirou um grande pedaço de metal, e encontrou uma pequena garota escondida, chorando bem baixinho.

 — Uma... criança... — disse Lance confuso.

Cynthia aproximou-se da menina e segurou em suas mãos, estavam frias, ela não vestia roupas adequadas para aquele local.

Era uma garota muito nova, tinha os cabelos na altura dos ombros, negros, assim como seus olhos, carregava um pequeno chapéu de pintor vermelho em sua cabeça, e uma camiseta longa que mais se parecia um vestido.

— Você está perdida? — perguntou Samus com uma voz suave.

— Eu... Eu não sei... — respondeu a garota.

— Qual o seu nome?

— Adeline... — respondeu a menina, ainda sentindo medo.

 

Samus segurou-a em suas mãos e a trouxe para fora dos escombros. Quando viu Phantom ela se escondeu atrás de Samus. Querendo ou não, ele conseguiria colocar medo em qualquer um.

— Não tenha medo, viemos te ajudar...

— Ei menina, coloque esse casaco, você vai congelar... — disse Lance colocando sua jaqueta em Adeline, que respondeu com um sorriso meigo. A jaqueta ficou gigante na pequena garota.

— Você não vai passar frio?... — perguntou Samus.

— Eu nunca deixaria uma criança ou uma mulher passando frio. — sorriu Lance.

Lance podia parecer um pouco bobo, mas quando se tratava de algo sério, era um homem maduro.

— O que faz aqui Adeline? Onde estão seus pais? Você está com um machucado na cabeça, o que aconteceu? — perguntava Cynthia preocupada.

— Não...Não me lembro. Só lembro que eu estava tentando salvar meu peixe que estava congelado...

— Seu peixe? E onde ele está? Podemos ajudá-la e descongela-lo mas... Não espere que ele esteja vivo... — disse Lance.

— Está embaixo de nós no momento. Mas a neve está cobrindo ele agora. Só que aquelas máquinas apareceram e cobriram tudo denovo... — explicou a menina.

— Dragonite! Use suas asas e retire o excesso da neve daqui! — ordeu Lance.

O pokémon usou suas asas e varreu grande parte da neve, revelando que durante toda a luta, estavam em um lago congelado. E dentro dele, jazia uma grande baleia orca congelada.

— Mas... Mas que criatura é essa?? — perguntou Lance surpreso.

— É meu peixe!! Mas esse gelo não derrete com nada! Precisaríamos de algo muito quente para derreter esse gelo. E nada consegue agüentar aqui com todo esse vento e poluição.

Lance e Cynthia fizeram com que Tyranitar e Garchomp tentassem quebrar o gelo, mas apesar de toda a força dos dois pokémons não foi possível realizá-lo. Não podiam usar seus golpes mais poderosos como o Earthquake, porque se usassem poderiam chamar a atenção de mais máquinas.

— Talvez o Garchomp da Cynthia esteja enfraquecido por causa dessa neve. — comentou Lance.

— Espere! Será que o General não tem nenhuma picareta ou algo parecido na mala dele, que possa quebrar o gelo? Podemos usar! — disse Cynthia checando a mala. — Que florzinha vermelha é essa?

— Eu me lembro dessa flor! Não lembro seu nome, mas o Lava Piranha nos deu ela, na Lava Lava Island! O que será que ela faz? — disse Samus olhando a flor.

De repente a flor brilhou, e do meio da neve surgiu uma grande criatura, era Lava Piranha. A neve em sua volta derreteu transformando-se em uma água muito quente, e logo embaixo do lugar que a planta surgiu, havia um buraco coberto de lava.

— QUEM CONVOCOU O GRANDE LAVA PIRANHA? E AINDA MAIS EM UM PAÍS TÃO FRIO COMO ESTE? — perguntou a criatura furiosa.

— Senhor Lava Piranha! É a amiga do General Guy! Precisamos que nos ajude a derreter esse lago e libertar esse “Peixe” que está congelado! — gritava Samus para que a criatura a ouvisse.

— AH, SÃO OS JOVENS AMIGOS DO GENERAL! PRECISAM QUE ESTE LAGO SEJA DERRETIDO? É PARA JÁ! PRECISO SER RÁPIDO POIS ESSA NEVE ESTÁ ME ENFRAQUECENDO. — disse o monstro.

A criatura lançou uma torre de fogo que derreteu quase que o lago inteiro, e por pouco, os outros conseguiram sair de cima a tempo, não caindo na água.

— Que espécie de amigos que vocês encontraram?? — perguntou Cynthia assustada.

— Meu peixe!!! — gritava a garota.

— MINHA FORÇA ESTÁ REALMENTE RUIM NESSE LUGAR, PERDOEM-ME POR NÃO PODER FAZER MAIS NO MOMENTO, MINHAS LEMBRANÇAS AO GENERAL! SE PRECISAREM NOVAMENTE DE MINHA AJUDA BASTA UTILIZAR A LAVA BUD! — disse a planta, mergulhando na lava e desaparecendo de vista.

 

 

De dentro do lago surgiu a baleia orca, talvez o gelo desse uma impressão de maior, pois a criatura não era tão grande. A baleia observou-os por um momento até que Adeline correu a abraçou seu rosto.

— Acro! Acro! Pensei que tinha te perdido! — chorava a criança.

— Desculpe-me, muitas coisas estranhas estão acontecendo esses dias... — respondeu a baleia.

— A baleia fala!! — disse Samus surpresa.

— Acro? Uma orca com nome de Acro... Vai ter mais falta de criatividade. — brincou Lance.

— Sou uma baleia macho jovem de cabelos vermelhos. Obrigado por me ajudarem estranhos! Estou um pouco queimado mas isso não vem ao caso, Eu sou Acro, a baleia. Há algo que posso fazer por vocês? — perguntou Acro.

 

 

— Não teria visto um objeto chamado Time Gear? Ela lembra uma engrenagem. — perguntou Cynthia.

— Sim sim, desde que ela caiu aqui muitas coisas estranhas tem acontecido. Peguem-na, não sei o que ela faz, mas aqui está!

— Encontramos a Time Gear! Temos que ir antes que as coisas fiquem pior! — disse Lance.

— Mas e a garota? Não partiremos até encontrarmos seus pais! — retrucou Cynthia.

— Vocês estão em uma aventura? Faz tanto tempo desde que sai em minha última aventura! Eu e meu peixe, não podemos ir com vocês? — perguntou a garota.

Cynthia olhou em volta, o lugar parecia extremamente perigoso para um criança ficar sozinha, e concordou em levar Adeline, até que pudessem terminar de encontrar as Time Gears e voltar para procurar por pistas mais calmamente.

— E o peixe? — perguntou Lance.

— É por isso que meu querido Steven fez uma praia, amorê! Ele pensa em tudo! — brincou Cynthia.

— Phantom! Leve-nos de volta para a base! —disse Samus.

Phantom criou o portal para voltarem para a base, levando Acro junto, já que ele havia dito que conseguia agüentar um tempo fora d’água, o suficiente para colocarem ele na sala da praia.

 

_________________________________________________________________

 

Enquanto isso Steven e General estavam na base. Os dois estavam sentados em uma nova mesa, Steven estava com um cobertor em suas costas e uma caneca de chocolate quente. Ao lado, uma caixa de lenços para soar o nariz.

— Pode virar as cartas. — disse Steven.

— Rainha e valete?? Royal Straight Flush?? Sabe qual a probabilidade de você ter feito essa jogada no pôquer?? Você está roubando!! — disse General Guy, furioso.

— Pôquer é para quem sabe. — brincou Steven ajeitando seu cobertor. — Acho que já estão voltando...

 

Os outros acabavam de sair da sala da praia para deixar Acro, e agora com uma nova amiga no grupo.

— Steven! Meu amor! Como passou sem mim?? — disse Cynthia, abraçando Steven. — Eu disse pra você não sair da cama!!

— Passei bem sim, General Guy é um bom médico. Vejo que trouxeram visita! Olá mocinha! — sorriu Steven, colocando a mão na cabeça da garota.

— Oi... — respondeu Adeline timidamente.

— Tipo, a gente têm uma novidade cara, temos um amiguinho na praia. — riu Lance.

— Também tenho uma surpresa para vocês, especialmente para as garotas. Eu sabia que iriam voltar com frio então fiz uma casa de banhos! Com banheiras quentes e tudo. — disse Steven.

— Verdade?? Steven você é o melhor!! — disseram Samus e Cynthia abraçando Steven.

 

Steven havia reformulado algumas coisas na base, entre elas a sala de banhos, uma mesa de pôquer e uma mesa de Bilhar. Mas com a nova integrante, seria presciso um novo quarto e mais uma cadeira na mesa. Ele gostou de Acro, seria divertido terem uma baleia na praia, mas o que queriam ver realmente, era a sala de banhos. Obviamente Samus, Cynthia e Adeline na sala das mulheres, e Steven, Lance e General Guy na dos homems.

— Ae sim Steven, eu tava precisando de um banho quente, senão eu ia ficar doente que nem você" — riu Lance.

— Espero que elas estejam se divertindo do outro lado também, eu só tenho o quê agradecer a vocês por estarem me ajudando todos esses dias. –Respondeu Steven.

— Que... Que risadas são essas? Não vai me dizer que o banheiro das mulheres é aqui do lado?? — perguntou Lance animado.

— Se eu fosse você não iria lá... — disse General Guy.

— É rapidão, elas não vão nem ver... –Disse Lance observando por cima da parede de pedra, dando de cara com Cynthia.

 

 

— Olhe só um espiãzinho, que sorte que ainda não tínhamos tirado as roupas Samus. — riu Cynthia.

— Hum, e o que fazemos com espiões? — perguntou Samus em um tom irônico, sorrindo para Cynthia.

As duas saíram das banheiras,  dando uma voadora em Lance, fazendo com que caísse do outro lado.

— Nós avisamos! — disse Steven rindo.

— Me deixa em paz... — respondeu Lance com a cara vermelha.

 

Aquele dia realmente fez muito frio, mas estranho planeta deixará lembranças e medos, se não cuidarmos de nosso planeta quem sabe o que acontecerá...