Capítulo 5 – Hyrule, e o Templo Perdido.

Steven acordara assusustado, estava sentado no sofá quando virou-se e se deparou com Samus segurando uma panela queimada.

— O que... O que você está fazendo? — perguntou Steven ainda um pouco sonolento.

Samus escondeu a panela atrás de seu corpo um pouco envergonhada.

— Nada não! Volta a dormir... — disse ela, tentando disfarçar.

— Nossa! Nossa! Estão invadindo a base! Não deixem que eles invadam! — gritou General Guy levantando-se de sua cama.

— Porra! Cadê Cadê? — gritou Lance, levantando-se ainda mais assustado de sua cama, assim como General Guy.

— Vocês... Vocês estão sonhando? — perguntou Steven.

General Guy parou por um momento e voltou a dormir.

— Maldita criatura, me acordou, agora não vou mais conseguir dormir. — disse Lance coçando a cabeça.

Logo em seguida, Cynthia apareceu vestindo roupas de banho, vindo da nova sala, que seria uma espécie de praia artificial.

— Steven! Essa nova sala de praia é simplesmente fantástica! O que mais esse castelo pode fazer?? — perguntou Cynthia, que vestia um biquíni, óculos escuros e um elegante chapéu.

— É bronzeamento artificial, tudo é artificial, o mar também é finito, se você ir muito ao final, encontrará uma parede. A única que não é artificial são os peixes e as conchas. Só falta o General colocar seus coqueiros mágicos lá. — respondeu Steven com um sorriso.

— Caramba Cynthia, tá gata nessa roupa, por que não pensamos em uma praia antes? — riu Lance, elogiando as mulheres como sempre.

— Lance meu caro, eu pertenço só ao meu Steven! — respondeu Cynthia colocando a mão no ombro de Steven que estava sentado na cama. — Mas... Que cheiro de queimado é esse?

— Desculpem-me! Fazia um tempo que eu não cozinhava, acho que perdi a prática. — disse Samus envergonhada.

— Não, não têm problema! Vamos fazer o café da manhã. É bom já procurarmos a próxima Time Gear. — sorriu Steven.

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Todos tomavam o café, General Guy estava plantando seus coqueiros. Lance comia um sanduíche na sala, enquanto assistia a um programa infantil.

— Steven, venha aqui! Olhe só! O próximo jogo chama-se The Legend of Zelda, Ocarina of Time, acredito que este lugar vai nos dar muitos problemas, olhe só! É um templo perdido cercado de armadilhas e perigos. — disse Cynthia, mostrando para Steven a localização da próxima Time Gear no computador.

— Uma floresta? Novamente uma floresta? Não aguento mais florestas. — respondeu Steven pensativo, segurando um copo de café. — Quem vai comigo?

— Tô dentro, cara! — disse Lance sentado no sofá, procurando algo interessante na televisão.

— Estarei disposto a ajudá-los nessa próxima aventura! Já plantei meus coqueiros! Eles nascem instantaneamente. Ficaram muito bonitos! — respondeu General Guy.

— Samus! Você já nos ajudou na última aventura, fique aqui e descanse. — disse Steven.

— O quê?? Vou ficar aqui sozinha com ela??? — perguntou Cynthia.

— Vai sim. Vocês aproveitam e se conhecem melhor.

— Ah Steven, acho que nem vou mais não. — brincou Lance.

— Esse lugar não é brincadeira, os rumores sobre lá não são muito bons. Dizem que um espectro vivia naquele lugar, quem sabe ele ainda assombra aquelas ruínas. Você será essencial.

Todos acordaram bem cedo, então teriam mais tempo para procurarem pela Time Gear.

— Cynthia, mande-nos qualquer informação que conseguir. Este lugar parece perigoso. — disse Steven.

— Tome cuidado! — disse Samus.

Cynthia ficava cada vez mais irada com ela, Steven deu um sorriso e lançou seu Metagross, que criou um portal e teletransportou os três para esse novo mundo.

— É, minha amiga Samus, estamos sozinhas agora. — disse Cynthia maléficamente.

— É... Acho que sim... — respondeu Samus assustada.

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— Ai, ai... Ainda não me acostumei com essas viagens loucas. — disse General Guy arrumando seu chapéu.

— É porque você não viu no começo... — respondeu Lance limpando sua roupa.

— Senhores, chegamos ao Forest Temple, em Hyrule.

Era uma floresta de árvores altas, com passagens bem determinadas. Atrás um grande Templo, esquecido pelo tempo, coberto de raízes e plantas, grande parte em ruínas. As árvores, em sua grande maioria eram pinheiros, por conta do frio que fazia.

— Ei, olhe só! Que pedra bizarra. — disse General Guy observando uma pedra com símbolos estranhos.

— É uma Gossip Stone. — disse a voz de Cynthia, vindo do aparelho que Steven carregava. — São conhecidas como Sheikah Stones, essas pedras misteriosas podem lhe fornecer avisos e informações, são associadas à tribo dos Sheikah, já que esse símbolo, são seus emblemas.

— Boing! Boing! São 9:45 da manhã! — disse a Pedra.

— Hum, não me parece uma informção muio útil. Mas pelo menos ela fala... — disse Lance. — Vamos entrar logo nesse templo, já que a escada está quebrada meu Dragonite pode nos levar lá para cima.

Ao entrarem no templo, perceberam um estranho ar, era tudo muito antigo, aranhas enormes faziam suas teias nos cantos remotos das ruínas, duas grande árvores cresciam na entrada, mais a frente estava a porta, seguida de ossos de lobos mortos, provavelmente a um bom tempo. Tudo era muito antigo, havia muito mato e musgo crescia nas paredes, que apesar de antigas, ainda eram extremamente sólidas.

— Nuss! Se liga nos Lobos! Imagine se ainda estivessem vivos? — disse Lance checando os ossos da criatura. — Aqui estão alguns cortes, acho que feitos por uma espada. Será que aquele espectro matou esses lobos? Eles eram muito grandes.

— Não sei, temos sorte de estarem mortos... — respondeu Steven.

Assim, eles entravam com cautela no templo.

— Esse é o lugar mais macabro que já vi! Parece que estão nos observando. — comentou General Guy.

— De acordo com os dados que encontrei, talvez esse lugar não era um templo, mas uma mansão de uma rica família que poderia ter sido dominada pela Magia Negra. O jovem herói do tempo destrui o fantasma que rondava essas planícies, então acredito que não haverá problemas. Encontrem logo a Time Gear! Ainda não gosto desse lugar. Câmbio, desligo. — disse a voz de Cynthia, vinda do aparelho.

— Não estamos sozinhos. — respondeu Steven pegando uma de suas pokébolas.

Eles entraram na sala principal, era muito alta, e possuía várias portas, as paredes pareciam que os viagiavam, as pedras sobrepostas umas nas outras se confundiam com as plantas que cresciam sorrateiramente sobre toda a paisagem melancólica e mórbida, o verde antigo escondia com perfeição a antiga ruína. Os olhos podiam facilmente enganar a mente com os desenhos abstratos de corpos estampados nos muros. Mas algo se destacava, exatamente no centro, existia um pequeno elevador que aparentava levar para o sub-solo, e em sua volta, quatro tochas brilhavam intensamente. Uma vermelha, uma verde, uma azul e uma rocha.

— Que fogo é esse? Eles são de cores diferentes... — comentou Steven, enquanto se aproximavam das tochas.

De repente, elas se apagaram, ficou um breu total, e quatro fantasmas surgiam segurando cada um, uma das cores do fogo, em uma tocha adornada de ouro e pedras presciosas.

Eram os fantasmas de quatro mulheres, três moças jovens bem magras, seus cabelos cobriam um pouco de seu rosto, talvez gastos pela eternidade, em seus olhos eram estampados sua tristeza, e pareciam poder ver até o mais profundo segredo da pessoa, vestiam roupas surradas, da mesma cor que o fogo que carregavam.

Steven parou por um momento como se estivesse paralisado, Lance e General Guy não sabiam o que fazer, cobertos pelo medo.

As fantasmas levantaram suas mãos trêmulas, e apontaram para o elevador que levava para o sub-solo e desapareceram, deixando os fogos misteriosos no mesmo lugar que estavam.

— Acabou! Acabou, estamos voltando, o resto é com você Steven. — disse Lance voltando para a entrada.

— Fizemos tudo que podíamos, boa sorte meu caro, te vemos na saída. —disse General Guy acompanhando Lance.

— Que ótimos companheiros você foram, a Samus teria me ajuda mais. — por um momento Steven hesitou, mas ele sabia exatamente o que fazer. — Covarde...

Lance parou no mesmo instante.

— O que você disse? — respondeu Lance com uma voz grave.

Steven respondeu com um sorriso.

— Cara, tu sabe que pode me insultar de qualquer coisa! Exceto três pequenos detalhes: Covarde, Viado ou Xingar a Mãe. Deixa comigo vou detonar essa merda... — respondeu Lance puxando Steven e General Guy para o elevador.

— Enquanto eles desciam o elevador, General Guy olhou para Lance, que parecia irado, enquanto Steven ria sozinho.

— Certamente, Steven sabia o que precisava falar. — pensou General Guy, enquanto ria da cara que Lance fazia.

Estavam no sub-solo, uma bizarra sala, que fazia com que a mente se confundisse com as passagens, várias paredes falsas com rachaduras, e mais a frente, uma grande porta, coberta de prata e de outros metais que já não podiam ser identificados, devido a grande quantidade de plantas rasteiras que cresciam nela. Ao lado da grandiosa porta, jazia caído um enorme cadeado coberto de ouro, seguido de correntes infinitas que serviam para que absolutamente ninguém entrasse. Próximo as correntes, havia uma chave do mesmo metal, mas com um grande rubi em sua ponta. Tudo coberto de musgo e outras coisas estranhas, quase irreconhecíveis, aparentavam estar lá a muito tempo.

— Olhe a qualidade desse Rubi! Provavelmente foi forjado junto a essa chave pelos melhores artesãos desse mundo. Sabe, os rubis são pedras preciosas vermelhas, uma variedade do mineral Coridon cuja cor é causada principalmente pela presença de crômio. Não é possível abrir a porta com mãos humanas, ela está emperrada, só se fossemos extremamente fortes.

Lance jogou uma pokébola que liberou o grande Dragonite, com a ajuda do Aggron de Steven, ainda que com muito esforço, conseguiram levantar a porta. Agora estavam na sala que, segundo Cynthia, havia sofrido uma alteração devido as Time Gears.

— Olhe só que sala sinistra, por que será que existem tantos quadros iguais? — perguntou General Guy.

— Phantom Ganon é o nome do espectro que habitava este templo, ele era a sombra idêntica do grande rei do mal de Hyrule, mas que falhou e foi aprisionado nos portais entre as dimensões dos mundos. Ele podia entrar em quadros e disparar raios com seu tridente, dizem que sua face era a de uma caveira, e que todos que a vissem teriam uma morte cruel, mas são apenas lendas. Vocês têm sorte que ele já está morto, aquele que o derrotou devia ser muito poderoso. — disse a voz de Cynthia, do aparelho.

— Obrigado pelo aviso Cynthia... Já tava cabrero entrar nessa sala e você melhorou mais ainda... — respondeu General Guy irônicamente.

O corredor agora se estreitava com um ar sombrio, as cores desbostadas manchavam as paredes folhadas de um musgo antigo, raros feiches de luz passavam com dificuldade entre os pequenos buracos do telhados que com o passar dos anos perderam sua grandiosidade, o tapete manchado pela chuva e rasgado pela força da natureza se estendia por toda paisagem fria. A sala que antes derivava do mais puro luxo, parecia agora engolidade pelo tempo e devastada pelo esquecimento, as traças ragavam as telas que cobriam toda a extensao da sala, o corrimão, antes de ouro, mantia o seu brilho, dando um ar sinistro e distorcido ao local antes conehecido como o templo da floresta, pois a anos atras, o espectro das sombras havia sido aprisionado pela eternidade, naquela paisagem estática e tristonha.

No centro descansava uma lança fincada no chão, parecia viva, dela parecia sair uma aura negra que a envolvia.

— Steven... Steven? ... Consegue me ouvir... Steven? ... contato... não...

— Parece que o aparelho da Cynthia perdeu o contato novamente, quando voltarmos é melhor dar uma arrumada nele, não acham? — perguntou General Guy.

Steven encarou um pouco a lança e se aproximou dela.

— Mas que lança estranha...

No momento que ele tocou nela, pareceu que tudo se apagou para Steven, foi como se tivesse levado um grande choque, e seu coração parado, sentia-se morto. Estava no nada, um mundo vazio, coberto por uma neblina e a solidão. Steven não entendia o que acontecera, pensou que estava morto, não sentia nada, simplesmente no nada, mas ao virar-se, deparou-se com um homem, acorrentado em paredes invísiveis.

Era alto e muito definido, vestia muitas armaduras negras que protegiam seu corpo inteiro, mas no meio, um enorme corte praticamente separava ela em duas, aquela cicatriz brilhava intensamente e dentro, parecia ser o próprio vazio. Mas não eram suas roupas que pregavam a atenção de Steven, mas seu rosto. O rosto de uma caveira, que transmitia seu ódio, sua malícia e sua vontade pelo mal. Difícil determinar se era uma máscara mas penetrava o medo no coração de qualquer ser humano.

Steven não sabia o que fazer. Encontrara com a temível criatura, que estava acorrentada logo a sua frente. O monstro olhou fixamente os olhos de Steven, eram amarelos, vazios, não tinham emoção, mas ao mesmo momento que Steven via tudo de ruim, sentia também a tristeza e o arrependimento nos olhos da criatura, que desviou o olhar e tornou a observar o chão, como se já cansada de tanto lutar para libertar-se. Steven olhava a criatura confuso.

— Vejo em você tristeza e medo... e também arrependimento, você não é uma criatura má, não é?

No momento em que terminou de falar, as correntes se partiram de modo misterioso, Steven sentiu o maior medo de sua vida, vendo a criatura aproximar-se dele. Seu porte era ainda mais definido que Lance, e bem mais alto. O monstro encarou-o por um momento, e agachou-se em um gesto de respeito, como se agradecesse Steven por ter libertado-o daquela eterna prisão. Steven fechou os olhos, e quando abriu, encontrou-se deitado na sala que estivera antes de tocar na lança, com Lance e General Guy olhando-o eufóricamente.

— Steven! Steven! — dizia Lance. — Cara, eu tinha certeza que você tinha capotado, seu coração tinha parado! Nem brinca, se você morre a Cynthia e a Samus me matam!

— Steven! O que aconteceu? Parece que seu corpo parou por um minuto! Sabia que você não devia ter tocado naquela lança!! — ddisse General Guy, abraçando Steven.

— O que aconteceu? Eu morri por um minuto? Pareceu... Pareceu uma eternidade... Eu tive um sonho estranho, encontrei aquele espectro que Cynthia havia dito, ele estava acorrentado e de repente as correntes se partiram e ele se libertou... Mas acho que foi apenas um sonho... — respondeu Steven colocando a mão em sua cabeça.

Quando ele levantou o olhar, Steven deparou-se com a criatura escondida nas sombras, apenas os observando.

— Ele está ali... — disse Steven palidamente, apontando para o monstro.

Lance e General Guy caíram para trás. Era possível ver apenas os olhos amarelos da criatura na escuridão da sala. O monstro aproximou-se e parou na frente de Steven.

— Você... Você não é do mal não é? — perguntou Steven.

A criatura continuou observando-os como se não tivesse entendido a pergunta.

— Você não fala não é? Não teria visto um objeto parecido com uma engrenagem, conhecido como Time Gear? — perguntou Steven, continuando com as peguntas.

A criatura olhou para cima, e de repente algumas aranhas apareceram, trazendo a Time Gear em suas teias, deixando-a nas mãos do espectro, que entregou-a à Steven.

— Acho que ele está me agradecendo por ter ajudado ele a escapar... — sorriu Steven, conversando com Lance e General Guy.

— Que porra... é essa? ... — perguntou Lance ainda um pouco assustado.

— Senhores, apresento-lhes Phantom Ganon, o epírito do além. — respondeu Steven.