Capítulo 3 – Lava Lava Island, a ilha misteriosa.

Steven acabara de acordar, era bem cedo, e através das janelas da base, era possível ver o céu, com poucas nuvens e com o grande sol preparando-se para nascer. Samus já estava acordada, observando os pássaros.

— Não tinha percebido que essa base era um castelo que ficava nas nuvens! Fazia tempo que eu não via o céu da terra, acho que eu já havia enjoado das estrelas. — sorriu Samus, olhando para fora da janela.

— Sim, na verdade esse castelo é uma grande máquina que pode ser controlada. Nosso grupo está aumentando, então programei-a para montar quartos, em vez de ser uma sala única. Não é muito bom mulheres ficarem no mesmo quarto de homems, então a partir de hoje a noite já haverá um quarto para você, e um para Cynthia.

— Não precisava se preocupar. — respondeu ela,  com um lindo sorriso.

Cynthia dormia em um colchão próximo a Samus, enquanto Lance, em um sofá na sala, ao lado de onde Steven dormira.

Eles conversavam bem baixo, esperando os outros acordarem, comentavam sobre suas vidas, algumas viagens, enquanto preparavam o café da manhã. Após um tempo Cynthia acordara, quando viu Samus conversando com Steven sentiu um pouco de ciúmes mas não disse nada. Lance precisou ser acordado, como sempre.

— Lance acorda! É quase meio dia e você ainda está dormindo! O que ficou fazendo ontem?? — perguntou Cynthia puxando a coberta de Lance.

— Cara, tu não faz idéia... — respondeu ainda sonolento, puxando a coberta do sofá de Steven que estava ao lado.

— Ele só não estava conseguindo dormir ontem a noite, acho que não faz muito tempo que dormiu. Deixe ele aí. — disse Steven, sentado-se na mesa e tomando café.

Cynthia verificava os mapas procurando mais informações, enquanto Steven e Samus já preparavam-se para ir.

— Cynthia, do mesmo jeito que estávamos fazendo, você vai ficar e nos informar de qualquer coisa que descobrir, se encontrar algo, basta alertar-nos através daquela câmera. E se Lance acordar mande ele nos procurar. — disse Steven arrumando seus pokémons.

— O quê? Você vai sozinho com essa... Samus?? — perguntou Cynthia olhando para Samus como se quisessse dar um soco direto em seu rosto perfeito.

— Cynthia, não comece... — comentou Steven. — Acho que vocês precisam conhecer-se melhor.

Cynthia ignorou-o voltando a mexer no computador.

— Metagross, leve-nos para esta ilha! — disse Steven mostrando um mapa do local para o pokémon.

A criatura posicionou-se e transportou os dois para o local. Agora encontravam-se em uma selva inacabável. Porém algo estava errado. Samus e o Metagross estavam sozinhos, Steven havia desaparecido.

Um pouco distante de onde Samus estava, Steven encontrava alguns problemas, ele estava escondido em uma árvore, mas que próximo de lá, estranhos Índios da selva perambulavam com lanças afiadas.

— Cynhtia? Consegue me ouvir? —  perguntou Steven, segurando um pequeno aparelho que exibia o rosto e a voz da pessoa.

— Positivo Steven, aconteceu algo?

— Ah, aconteceu alguma coisa com o portal, acho que as dimensões estão começando a ficar mais alteradas. Samus e Metagross se separaram de mim, e agora tenho que encontrá-los.

— Juraaa??? Ah que peninhaa, acho que podíamos deixar eles morrerem.

— Cynthia fale baixo, tem canibais aqui, e o meu Metagross está lá. Consegue encontrar nossa localização correta? Samus não possui um desse aparelhos.

— Ela está bem ao nordeste da ilha, na selva mais densa, você está próximo da costa, consegue ver a praia?

— Vejo criaturas hediondas, fazendo danças estranhas e levantando suas lança como num ritual... Alguns coqueiros e... Sim, a praia. Vou tentar usar meu Skarmory e procurá-los pelo céu. Continue as pesquisas. Câmbio, Desligo.

Quando Steven foi retirar a pokébola percebeu que algumas estavam faltando, e apenas uma estava presente.

— Ah não, estou com a bolsa da Samus, provavelmente ela está com meus pokémons, vejamos, estou apenas com meu Armaldo, acho que ele pode me ajudar. Hum, mudança de planos, agora, como vou sair daqui... — pensava Steven.

A selva era muito grande, parecia inacabável, de qualquer lugar que estivesse era possível ver o grande vulcão, que exalava muita fumaça, mas que não corria risco de entrar em erupção, uma espécie de floresta ombrófila, coberta por muitos rios que desaguam no mar, porém que não situava-se em altitudes elevadas. Devido as chuvas frenquentes, talvez a floresta tenha se tornado assim, mas uma marca importante da ilha eram as estranhas flores que existiam, que surpreendiam Samus, algumas soltavam um grande brilho, outras exalavam um estranho som.

— Que selva estranha, se bem que prefiro aqui do que as regiões montanhosas de Bryyo, acho melhor não usar os pokémons do Steven, vai ver eu uso errado... Vou deixar assim. — pensou Samus, enquanto continuava andando procurando algo, como um caminho.

Uma vez ou outra, ela subia sobre Metagross, para cruzar qualquer parte que houvesse água, como os rios. Já fazia um tempo que Samus vagava pela selva, quando deparou-se com uma estranha criatura. Uma Piranha Plant.

— Mas que criatura é essa? É uma planta carnívora? — perguntou Samus, desviando-se das mordidas da criatura da pequena planta. — Aqui existem monstros mais estranhos que no espaço!

A planta acertou um golpe de veneno em Metagross, que pareceu não surtir efeito, por sua vez Metagross acertou o monstro com um golpe chamado Meteor Mash, que fez com que a criatura entrasse na terra e não voltasse.

Steven pegou uma das frutas da árvore a atirou-a contra os canibais que perambulavam na costa. Aquele que foi acertado, caiu no chão duro, parecia morto. O outro virou-se nitidamente, olhando diretamente para Steven, que ficou pasmo, e largou a outra fruta que estava segurando.

-Uga! Uga! Caraíba deve ser levado pro Chefe! — dizia o bicho, levantando a lança.

Steven na hora do desespero, saltou da árvore e começou a correr. Logo outros canibais, como os que estavam na costa começaram a segui-lo.

— Meu deus! Agora têm muitos! Armaldo saia e acerte-os com...

Antes que ele pudesse libertar seu poderoso pokémon, uma das criaturas acabou acertando um coco-da-praia na cabeça de Steven, e logo todas pularam em cima dele, fazendo com que não visse mais nada.

Porém não demorou muito para que quando Steven acordasse, encontrar-se amarrado em um coqueiro próximo da praia. Foi um alívio ao ver que estava tudo bem, mas estava sem a pokébola,  a mala de Samus, e seu aparelho para comunicar-se com Cynthia.

Os Índios faziam uma grande fogueira e dançavam em volta, gritando vários “Uga!” e levantando suas lanças, como se preparassem para cozinhar Steven.

— Ei, canibais, não podemos conversar? Eu não devo ter um gosto muito bom. — disse Steven tentando soltar-se das cordas.

Todas as criaturas viraram-se, elas eram bem pequenas, pareciam com anões, e vestiam uma longa roupa vermelha que cobria até sua cabeça. Usavam também uma estranha máscara que fazia com que aparentassem estar sempre assustados.

— Uga, Uga, você vai ser mostrado para o chefe! Ele escolherá o que faremos com você!

Já era um pouco tarde, a fumaça da fogueira subia para o alto, assim como aquela exalada pelo vulcão, o céu estava alaranjado, e várias tochas começaram a ser acesas. As ondas iam e viam trazendo novas conchas, todos os "canibais" presentes começaram a fazer uma fila , e do alto de uma grande pedra, surgia uma sombra, o chefe dos Índios.  Mas diferentemente dos outros, ele não lembrava um dos índios da ilha, vestia roupas brancas elegantes, e um grande chapéu daqueles usados por militares, seguidos de alguns ajustes e rasgos na roupa, contando com o braço esquerdo engessado, talvez, devido ao tempo na floresta ou lutas passadas. Vestia botas envernizadas e uma medalha em seu uniforme, mas assim como os outros, usava uma máscara. Sua altura era praticamente a mesma dos outros.

— Quem ousa invadir meus territórios? Eu sou o grande General Guy, e não permito invasores em minha ilha!

O que será aquela figura misteriosa no topo da pedra? Será que Steven corre perigo? Será que Samus e o Metagross conseguirão encontrar Steven rapidamente e achar a Time Gear logo para saírem desta selva sem fim?