Memories Of The Past escrita por CanasOminous


Capítulo 17
Capítulo 17 - Maldição quebrada.




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Capítulo 17 – Maldição quebrada.

 

Witch King pode provar ser um poderoso feiticeiro, muitas de suas magias foram esquecidas pela raça humana, mas mesmo assim, muitas delas conhecidas como Black Magic, ainda permanecem nas mãos do inimigo. Apenas com o poder de sua voz, ele pode corromper o coração humano, e agora, mesmo uma mulher tão forte como Samus, estava sob seu comando.

Sob essa maldição, ela não poderia reconhecer ninguém, talvez ela tivesse voltado a ser a Samus de antigamente, explorando o espaço e encontrando alienigenas, mas com certeza não era mais a Samus que acompanhava o grupo, aquela que sorria, que abraçava, que sentia amor. Uma magia cruel a muito esquecida, que só poderia ser quebrada quando aquele que a aplicou ou aquele que sofreu, morrer.

Não seria preciso dizer que foi Samus, que derrotou os três capitães daquela base, qualquer coisa que aparecesse em seu caminho seria destruído. A princípio, Samus lutara contra Bongo Bongo, e apenas mais tarde, Army Dillo e Inviso chegaram para a ajuda. A sala era escura, não era possível nem mesmo enchergar a palma de sua mão, a luz nunca chegava até o local, mas dentro da escuridão, podia-se sentir que havia alguma coisa. Teria sido uma luta épica, o espectro batucava com suas mãos cadavéricas, enquanto uma grave melodia saia de uma boca invisível. Nada podia parar Samus, e mesmo que apenas com olhos que possam enchergar a verdade seja possível derrotar o fantasma, ela foi capaz de passar por todos obstáculos e vencê-lo. A batalha foi breve e o foco não será nesta luta de Samus com as três criaturas, mas sim, algo ainda mais inopinado. Assim que ela atravessou a sala do monstruoso Kraid, aproveitando que a criatura estava adormecida, a sala seguinte aguardava um encontro realmente inesperado.

 

O local que Samus agora estava era coberto por uma densa neblina, com certeza os mistérios daquela fortaleza iriam permanecer para sempre em segredo. Era um local muito vasto, enquanto ela caminhava não havia nada em volta, apenas o vazio, parecia que ela andava sobre a água, pelo fato de poder ver seu próprio reflexo no chão, mas algo a incomodava... Não estava sozinha. Sob efeito da maldição de Witch King, ela virou-se e atirou com sua arma, mas a sombra que a seguia era rápida e esquivou-se desaparecendo na densa neblina que cobria o lugar.

— Parece que nos encontramos de novo gata! Lembra de mim? É o Dark Link!

Samus não abaixou sua arma, Dark Link não sabia que no momento ela estava sobre o controle de Witch King, e que ela mataria qualquer um em seu caminho.

— Engraçado, eu estive pensando... Não sei porque, mas decidi entrar para o grupo de vocês. — sorriu Dark Link gentilmente. — Legal né? Agora podemos ser amigos.

A maldição do cavaleiro negro era poderosa, e quando Samus ouviu a palavra amigo, atirou sem pensar novamente, Witch King não imaginaria que ela traria mais prejuízos para seus companheiros do que para Steven e seu grupo, e muito menos que Dark Link partiria para o lado deles, era uma estranhas decisão, tomada em um momento crucial da batalha, mas talvez aquela não teria sido uma boa hora.

— Opa, calma ae gata! Eu disse que eu ia ajudar vocês! Não lembra de mim?

Todos devem morrer... São as ordens de Witch King... — respondeu Samus.

— Witch King? O que aquele filho-da-mãe fez com você? Eu sabia que ele não era confiável, eu devia ter acabado com ele quando eu tive chance...

Dark Link não podia ficar parado, a todo momento Samus utilizava sua Plasma Beam e tentava acertá-lo, mas ele era ágil, e não seria acertado tão facilmente. Com seu escudo ele defendia-se dos tiros dela, com pulos rápidos esquivava-se, mas em nenhum momento tentou aplicar um golpe.

— Samus, o que aconteceu com você? Não tô afim de te machucar!

São as ordens de Witch King... — repetia a mulher.

 

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Num tom estridente e cristalino, sem se importar com a batalha,  apenas dizendo adeus ao sol, aquela chuva fraca começava,  nas sombras da morte, partia a aurora, e a escuridão chegava. Phantom confrontava-se com o poderoso espectro. Com seu poderoso mangual, Witch King mergulhava com toda força para cima de Phantom, que por sua vez, procurava utilizar seus raios elétricos para paralisá-lo por um instante, aplicando golpes mais rápidos.

Talvez por um descuido, Phantom acabou sendo atingido  pelo do mangual metálico do rei, lançando-o longe, fazendo com que trincasse parte de sua armadura. Sua lança fora jogada longe, e agora repousava fincada nas pedras daquela ponte, não estando ao seu alcance, esse parecia o fim de Phantom. Witch King aproximou-se do fantasma e encarou-o por um tempo.

— Criatura tola, ninguém pode me derrotar! Acha que um mero ser humano, com alguns poderes como você, pode me derrotar? Não há quem possa! — disse Witch King, levantando Phantom pelo pescoço, mas algo de estranho acontecia, o general sentia sua mão pegar fogo, fazendo-o jogar Phantom novamente no chão.

Ele levantou-se, pegou sua lança e encarou o rei, que jazia ajoelhado, gemendo pela dor que sentia na mão, e que começara a espalhar-se por todo seu corpo. De repente, ele pôde ouvir uma voz fria vindo de dentro de Phantom, como se o próprio vazio falasse com ele agora.

Combater e morrer, é pela morte derrotar a morte, mas temer e morrer é fazer-lhe homenagem com um sopro servil. Não sou um humano, sou um monstro...

 

Phantom retirou de sua lança, uma longa espada, que brilhava como a luz da lua que apareceu rapidamente, antes, coberta pelas nuvens. A chuva caía, e com apenas um movimento, ele enfiou a lâmina por entre a coroa e o manto do espectro. O rei cambaleou e caiu no chão estrepitosamente. Mas o manto agora estava vazio, jazia agora rasgados e amontoados, junto a armadura enfeitiçada,  a coroa rolou no chão até cair dentro do rio, afundando majestosamente. Um grito subiu estremecendo o ar, e foi sumindo num gemido chiado, passando com o vento e a fina chuva, que morreu, e nunca mais foi ouvida naquela era deste mundo.

A armadura do espectro lançara contra Phantom a mesma força que aplicara, aquela armadura enfeitiçada acabou tornando-se a verdadeira ameaça. Mas o fantasma sabia que não teria mais forças depois de receber tamanha força, logo, já lutava sabendo que seria seu fim.

A morte é um sono sem sonhos... Voltarei, e para sempre esperarei...

A chuva continuou a cair fraca sobre os mantos do general, Phantom jazia encostado em uma das paredes, apenas observando o vento que nunca sentira, ele não podia ser morto, e sua alma para sempre vagará no vazio. A maldição de Samus estava desfeita, mas já era tarde demais...

 

 

 

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Samus continuou sua luta com Dark Link, enquanto a mulher atacava para matar, ele apenas defendia-se,  seu respeito e honra nunca permitiria machucar uma mulher, mas sabia por dentro que se não fizesse nada, certamente morreria. Apenas os ruídos do escudo de Dark Link, colidindo-se contra os tiros de Samus, podiam ser ouvidos. Ela lutava contra seu exterior, nunca faria aquilo com alguém, mas a maldição não a permitia fazer nada.

Subitamente, um dos tiros foram mais rápidos, atingindo Dark Link no peito, o destino planejava um fim trágico, desta vez o tempo perdera por pouco, e em questão de segundos, ela pode se ver livre da maldição. Sentiu seu corpo de volta, neste exato momento Witch King morria, e ao longe, ecoava seu grito que desapareceu junto ao vento. De repente, a sala começou a revelar-se novamente, tudo não passava de uma ilusão, mas Dark Link continuava caído, o tiro fora real. Ela correu e abraçou-o tentando segurar o choro, apesar de estar sendo controlada, ela podia sentir tudo, e cada ataque desferido era uma lágrima que escorria de seu rosto.

— Dark Link! Dark Link! — repetia a moça, em uma voz chorosa. — Desculpe-me...

— Ei gata, não chore, detesto ver uma mulher chorando... Você não tem nada que se desculpar, acho que foi culpa minha, eu nunca deveria ter pego aquela engrenagem em Water Temple... Que destino engraçado aguardava meu fim nessa história... Mas você não merece o mesmo...

— Não diga nada! Eu... Eu vou salvá-lo...

— Só de ter conhecido-a já mudou minha vida. — sorriu o homem, procurando palavras que não estragassem o clima. — Mas que estranho, eu conheço-a a tão pouco tempo, mas sinto como se fossem anos... A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace... Termine esta história...

Samus não conseguia dizer mais nada, ela apenas chorava e segurava com força o corpo de Dark Link.

Estranhas coisas ocorriam inesperadamente, trazendo infortúnio ou simplesmente a sorte. Talvez o destino ainda estivesse do lado da jovem, quando um pequeno portal surgiu, revelando Anju e uma daquelas criaturas, conhecidas como Garo. Um encontro ainda mais estranho, tudo ocorria muito rápido e não era possível explicar como ela simplesmente descobrira a localidade de Samus. Anju correu em direção de Samus, que olhou para ela com os olhos ainda cheios de lágrimas, e dizendo com uma voz chorosa:

— Leve estes objetos para um homem de cabelos prateados na sala anterior, apenas ele pode acabar com tudo isso...  — disse Samus entregando as três pokébolas de Steven nas mãos de Anju.

— O que quer dizer com isso? Eu vou ajudá-la! — retrucou Anju, que pelo fato de ser bastante emotiva, também começou a chorar.

— Apenas leve minha amiga, tenho uma culpa sobre minhas costas que eu terei que carregar por toda a eternidade, você ainda pode ajudar-me muito, apenas leve estes objetos para o homem de cabelos prateados...

Anju e a criatura encapuzada, correram em direção da outra sala sem olharem para trás. Tudo ocorreu rápido demais, o tempo continuava contra eles, coisas piores podiam acontecer se eles demorassem muito, o misterioso “mestre” poderia ser revivido a qualquer momento por Miracle Matter e Sabrina, os dois generais remanescentes na batalha. Samus e Dark Link novamente estavam sozinhos na sala, sangue escorria do corpo dele, acompanhado das lágrimas do rosto dela, que continuava abraçada ao homem.

— Eu prefiro morrer do que enfrentar a eternidade deste mundo sem alguém como você. — Samus fechou seus olhos e deu um beijo em Dark Link, os dois permaneceram em um silêncio que durou para sempre. Agora, tudo dependia de Steven. O fim se aproximava...

 

 

 


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