Diário de uma Enfermeira escrita por jesy lima


Capítulo 4
Capítulo 3




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“A Enfermagem é a arte do cuidar e nós somos os artistas dessa ciência complexa e indispensável na saúde.”

 

  Depois de alguns dias Carlos me ligou, fui até a casa dele para planejarmos o tal trabalho, descobrir que ele cursava psicologia, e morava só ele e a mãe em um apartamento bem próximo a Faculdade, o pai dele faleceu quando ele era muito jovem, e a mãe dele trabalhava como advogada, ela me pareceu ser uma mulher encantadora. Ao contrário do que imaginava Carlos não me irritavam nem um pouco, não era chato, nem nada, fui muito preconceituosa a principio por pensar tais coisas sem ao menos conhecê-lo, ao contrário do que anteriormente pensava em não me agradar, era exatamente o que eu gostaria de ser, eram todas as coisas que eu acabei admirando nele, ele era bem determinado, era um rapaz muito simples, dedicado, e com um olhar diferente ao observar a sociedade, cabeça fixa, matinha seu caminho com exatidão certeza, ele era um jovem brilhante, conhecedor das Artes, e sempre sabia a hora de falar e de calar.   Comecei a desenvolver realmente admiração por aquele garoto.

  Estávamos no sofá da casa dele, quando ele deu início ao trabalho e repetiu-me aquelas perguntas que a professora havia proposto.   Fiquei momentaneamente calada, pensando na melhor resposta, pois como eu havia relatado, as respostas que eu carregava não era as que me eram exatas, eram fracas, falhas e banais, e o pior é que eu não conseguia pensar em qualquer outra, o que diria? Porque me é conveniente? Por conta de meu pai? É! e foi isso mesmo que respondi.

  Carlos parou de escrever me olhando nos olhos, Foi aí que notei seus olhos verdes Jade, ele tocou meu ombro de forma gentil.

—Se quiser desabafar sou todo ouvidos.

Estudei sua proposta, até que me faria melhor, mas não estava pronta, nem preparada para dividir meus anseios, e com certeza aquele assunto não me era confortável, eu mal o conhecia, então eu balancei a cabeça negativamente e guardei só pra mim.

  Ele olhou mais uma vez no fundo dos meus olhos, e aquilo me arrepiou dos pés aa cabeça, desviei meu olhar pra mesinha de centro à frente, quase me senti sendo sugada pelos lagos penetrantes que eram aquele olhar, completei dizendo.

—Não! É besteira -E ele Balançou a cabeça respeitando minha decisão e meu espaço.

  Depois daquele trabalho vieram muito mais, e todos os outros que podia marcava com Carlos para fazermos junto, gostei da companhia dele.

Foi numa tarde de verão logo que encerramos mais um trabalho,  Carlos me pareceu diferente, aparentava nervosismo, estava agitado e me lançava olhares diferentes, olhares com intensões que procurei saber quais eram, e sem que eu esperasse ele me beijou, no começo fiquei estática, mas aí eu retribuí, não posso negar que ele tinha lábios macios, e aquele beijo foi sem dúvidas, o melhor beijos de minha vida.

Dali por diante vocês podem imaginar começamos a namorar.

  Cinco meses se passou num piscar de olhos, após o ocorrido, os dias passaram voando e já estávamos par encerra o semestre, era época de provas, usava meu vestidinho azul favorito, rodado, e havia acabado de terminar uma prova específica de o meu curso, tinha ido muito bem, obrigada! E sim, eu tinha certeza.

  Aquele dia me parecia estranho, esquisito, parecia que algo estava prestes a acontecer e realmente aconteceu.

Quando Escutei meu celular tocando, dei um salto. 

  O atendi sorridente.

—Olá?

—senhorita Assis?

— É ela!- confirmei para a pessoa do outro lado da linha.

—É Maria. 

—Ah sim Maria, tudo bem? Como vai às crianças?-

Maria era secretário do meu pai, gostava bastante dela, era uma moça muito gentil e prestativa.

—Vamos bem senhorita! -Ela fez uma pausa antes de perseguir -Não lhe trago notícias boas- mais uma pausa, aquilo começou a me preocupar- Seu pai me pediu que lhe avisasse que seu avô se encontra enterrado no hospital...

  Não ouvi o resto, o celular pendeu da minha mão naquele momento, estava em choque, meu pai e meu avô eram as pessoas mais importantes da minha vida, era tudo que eu tinha, tudo o que  eu sabia de família foram eles que me ensinaram, todos os meus conceitos e princípios foram formados a partir do que eles me empregaram, me deram colo quando foi preciso e me repreenderam quando foi necessário.

Talvez você esteja se perguntando aí sentado de onde está, e minha mãe? Porque eu não falo dela, porque meus caros amigos como lhes disse, a vida não é um mar de rosas, e não é feita só de flores,   Ela me abandonou quando eu tinha 3 anos, não sei muito sobre ela, antigamente quando eu perguntava sobre, meu pai enchia seu coração de frieza e não me respondia, ele sempre evitou a todo custo falar dela, então eu nunca soube exatamente como ela era, só lembro de uma vez eu sonhar, e acho que a vi no sonho, o seu sorriso nunca me saiu do meus pensamentos, um  sorriso suntuoso, escancarado, muito belo, mas que me traziam muitas mágoas.

  Sei que deve ter sido uma barra pro meu pai, me criar tão pequena e superar a dor. Remotamente uma vez meu avô me contou, que ela fugiu com o melhor amigo do meu pai, e isso o deixou em estado catatônico, mas por mim ele saiu do seu sofrimento, ele preferiu fingir que ela nunca existiu, e eu não o juguei por isso, ele teve que dar conta de cuidar de uma criança e administrar suas empresas, que na época passavam por uma crise financeira, por mim ele pois de lado o sofrimento da rejeição de ser trocado, e concentrou-se em mim, e em meu avô e em suas empresas.

  Mas mesmo assim sempre foi perceptível uma sombra em seu olhar.

  Meu avô foi essencial para que ele retomasse as rédeas de sua vida, seus conselhos foram de extrema valia, e meu pai aliou-se ao tempo para curar suas feridas, afinal até uma topada nos leva pra frente, o grande truque é não se deixar abater, ou ser arrastado pela coisas ruins, e sim encontrar as boas, que sempre vão existir, não importa quem você é ou o que você faça, se é rico ou pobre, não tem distinção nem preferencia, coisas boas sempre vão haver pra você lembrar, e é isso que nos move!

20 minutos se passaram, os alunos andavam no estreito corredor da faculdade sem me notar, eu só conseguia pensar no meu avô, ele passando por problemas, eu precisava ir até ele, a atmosfera se tornou densa ao meu redor, e eu desabei em choro, uma amiga minha se deparou comigo naquele estado, e eu pedi que ela me levasse até o hospital, pois eu não estava em condições de dirigir.

  Maria me passou o endereço por mensagem.

  Minha cabeça rodava e o meu mundo estava desabando ali naquele corredor da faculdade.

 


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