Diário de uma Enfermeira escrita por jesy lima


Capítulo 5
Capítulo 4




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“Acho que os sentimentos se perdem nas palavras. Todos deveriam ser transformados em ações, em ações que tragam resultados." Florence Nightingale

 

  O que me vem em mente é que tudo passou muito rápido, encontrei meu pai no hospital Aquele dia e o abracei firme,  pude ter uma leve sensação de que ele segurava o choro ( Ahhh homens...sempre condenando o choro) ele me contou que meu avô já vinha sentindo fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, alterações visuais e falava umas frases sem nexo, mas como era um  cabeça dura, se recusava a ir ao médico, pensando ele que fosse por conta de sua idade já avançada, grande ilusão. Naquele dia ele teve um desmaio, e nossa empregada Juliana o encontrou no chão da biblioteca, meu pai me contou tudo pausadamente e com todos os detalhes que conseguiu, fazendo de tudo para não desmoronar, impedindo de transparecer toda a sua insegurança, o seu medo e sua preocupação, não entendi, pra que tanta repressão? O abracei mais forte ainda, ao vermos o médico vindo em nossa direção, aslgo estralou no meu ouvido sinalizando que ele não trazia boas notícias.

Dito e feito, meu vô foi diagnosticado com tumor no cérebro, localizado na parte frontal, após passar por uma Tomografia, o doutor continuo dizendo que ele seria submetido a outros exames, uma biópsia, para ser coletadas uma amostra e descobrir as propriedades, uma vez só o que poderia afirmar era que o tumor estava muito avançada e que aquilo ali não era um bom sinal. Meu pai falou que contrataria um acompanhante para ficar com meu vô no hospital, mas eu me ofereci de bom grado, queria ficar perto dele, não o deixaria por nada nesse mundo, meu pai disse que mesmo assim ia chamar alguém, pois eu não poderia ficar lá vinte e quatro horas, tinha meus estudos e todo o resto. Não muito satisfeita assenti, não iria ficaria o tempo todo com ele mas jurei pra mim mesma que o tempo todo que eu permanecesse ali seria realmente todo o meu tempo, ou seja aproveitaria cada segundo com ele, e faria o máximo para ajuda-lo no que pudesse, só torcia para que meu velho passasse pelo aquele momento ileso.  

  Depois da biopsia não foram bons resultados, e minha angustia subiu em pico, a impressão de que algo de muito ruim se abatia ao meu vô se concretizou, constataram ser um câncer maligno, em estagio muito avançado, e crescia acelerado, mas mesmo assim não cederíamos, íamos lutar, pra quem tem fé nem as piores dores podem ser sentidas, afinal a esperança é algo presente no coração dos homens enquanto ela existisse haveria chance, não desistiria fácil.

  Ele foi submetido à quimioterapia, minha rotina ficou entre casa, faculdade e hospital, Carlos estava estagiando, e havia arrumado um emprego, e seu tempo era escasso, mas sempre que podia arrumar alguma hora vaga ia me visitar no hospital,  ficava ao meu lado cuidando do meu avô. Quando eu saia pra tomar um ar, beber água ou comer algo, prestando atenção na rotina dos profissionais que trabalhavam ali, certo dia quando eu estava pensativa, uma pessoa me chamou atenção, uma enfermeira.

  Eu estava sentada em uma poltrona confortável ao lado da cama do meu vô, velando seu sono, e segurava sua mão, ele estava tão abatido, provavelmente por conta da quimioterapia, comecei a conversar baixinho enquanto ele dormia para não acorda-lo, desabafei mesmo ele estando inconsciente, supliquei que ele saísse dessa, e ficasse bem, falei que papai sentia falta dele, e não me contive em falar sobre meus problemas, e decisões. Confessei que eu me sentia perdida, como alguém que é convidado para uma festa, se arruma, veste sua melhor roupa, coloca o melhor sapato, e quando chega não se sente à vontade nem no clima daquela festa, e só quer achar o caminho de volta pra casa, nada mais além disso.

  Não sei se ele estava consciente, mas senti sua mão apertar a minha, e recebi o sereno toque de suas mãos finas e frias, pedi numa prece uma luz para me guiar perante a escuridão da ilógica vida minha, e acima disso pedi saúde para meu amado vô, não saberia viver sem ele.

  Uma enfermeira adentrou o quarto, mas mantive minha cabeça abaixada, a observei pela visão periférica, ela me saudou com um boa trade e retribui, olhou a fixa do meu vô na beirada da cama, as expressão dele era tensa e pálida, ela olhou em seu relógio, e então olhou pra mim, e iniciou uma conversa perguntando como eu estava, falou sobre os livros que ela gostava de ler, e muitos eu já tinha lido e adorado, curiosamente a presença dela me deu uma certa tranquilidade, que buscava a alguns dias,  ao olhar mais uma vez despercebida pro seu relógio, ela pego seu matéria e delicadamente ela explicou o procedimento que ia fazer, e após sua explicação se preparou e injetou um liquido por via intravenosa,    analisei a face do meu velho e estava suave, diferente de antes.

  Hipnotizada praticamente não me contive em segui-la assim que ela deixou o quarto, me surpreendi com a tal desconhecida, como se estivesse encantada observei seus passos, e a cada paciente que ela prontamente atendia com seu jeito gentil, prestava atenção, ia de encontro a uma paciente e começou a orienta-la, não consegui escutar a conversa,  graciosamente ela se pós a ouvir cada silaba do que a paciente falava, e sempre inteira, mantendo a todo estante o contato visual.

  Mesmo não sendo eu a paciente me senti acolhida, pela aquela singela enfermeira que transmitia carinho e cuidado, não ousei quebrar o contato visual deslumbrando aquela cena, e em meu rosto brotou um sorriso e em minha mente uma ideia. Pouco tempo depois voltei para o quarto, mas tenho clareza certeza de que não voltei à mesma, e foi ali naquele tarde de sábado que me veio à tona que testemunhei uma profissional da biológica demonstrar ser total das de humanas, de um jeito que até hoje eu não sei ao certo como explicar, me transformou de uma forma, que mesmo se buscasse em todos os dicionários eu não saberia explicar, indescritivelmente aquela mulher me inspirou e seu efeito causou o gatilho de que eu avia achado o que a muito procurava, meu lugar, meu ideal, meu   objetivo. Acho que todos recebem o sinal um dia, do caminho a seguir ou do que fazer para ser ou se fazer realizado, pode vir gradativamente, quando menos se espera, ou de uma hora pra outra, mas todos têm a noção é sabem quando é a hora de começar a caminhar e traçar sua trilha que é só sua, essa relação na qual você recebe e tenta fazer com que se realize, pode lhe parecer surreal, mas lhe digo, se isso que falei não lhe trás familiaridade é porque o seu ainda está a caminho, acredite em mim!

  Eu acredito em Deus! Sei que escuta tudo o que falamos e sentimos, abençoando espera um momento adequado que nem sempre é quando pensamos ser, nem na hora que queremos, apenas ele se obtém do calendário, e quando chega à hora ele mostra o seu esplendor e o inimaginável, em que jamais poderíamos ter sonhado porque ia muito além dos nossos sonhos.

 


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