Diário de uma Enfermeira escrita por jesy lima


Capítulo 3
Capitulo 2




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“Nossa capacidade de amar o próximo nesse mundo será nossa mais bela herança para uma vida eterna..." Sheyla Miglioli

 

Nem tudo foi um mar de rosas, e antes muito menos eu tinha a extrema clareza de que estava no caminho que tinha que está! ou seja, o certo! Não imaginava o que me inspirava, ainda não havia encontrado meu sentido, minha rota, mas quando e como sabemos que encontramos esse sentido? Essa direção? E o alvo a seguir? Eu só tinha a destemida ideia de que algo acima de mim, algo grande e forte me encaminhava com toda a força para o meu sonho, no qual obedientemente eu adormeci e me entreguei de corpo e alma, sem titubear, sem dúvidar, e essa foi uma das melhores decisões de minha vida.

  Mas iniciemos do começo, bem antes disso tudo percorria uma estrada diferente, cursava administração, o porquê de administração? Talvez tenha sido por essa pergunta simples, que minha vida guinou, e mudou por completo, eram tempos de outrora, em que eu deixava o fluxo das escolhas dos outros decidiram o melhor a ser feito, e o melhor a ser feito, não era o melhor para mim!   Administração era o adequado, mas nunca chegaria se o meu ideal! E precisei dum golpe do destino pra encontrar o que eu nem se quer sabia está procurando. Recordo-me de quando comecei a realmente pensar sobre o meu ideal, lembro nitidamente que foi numa aula de Ciências Sociais, (E cá entre nós ou aula maluca) É uma disciplina mista, e é interessante, pois vários outros cursos (por consequência de fazerem juntos) trocam ideias diferentes, é uma cadeira bem dinâmica. A professora começou com vários questionamentos, E naquela atípica aula de quinta feita foi disparado o gatilho.

  Ela começou perguntando do porquê de escolher nosso curso? Se era o que nos fazia levantar de manhã e falar: é isso que eu quero! E é isso que eu vou fazer da minha vida! E por último quais eram os nossos ideais, nossas expectativas e se nos víamos naquela profissão? Aquelas perguntas mexeram com meu psicológico, de um maneira que esse foi o pontapé inicial pra minha jornada, não por não ter uma resposta pra elas, mas as que eu tinha serem tão rasas quanto uma superfície plana, aquilo me desestabilizou porque na verdade eu não escolhi de fato fazer administração, eu só fui lavada de acordo com a corrente, por um rio que tem nome e sobrenome “Otávio Moura de Assis” mais conhecido como meu pai, e segundo eu acreditava ser, me sentia confortável e via nenhum problema ( bem até o findável dia) talvez eu mentisse pra mim mesma, fazemos muito isso as vezes sabia? E não é legal! Pois é uma das piores mentiras, pois a tomamos como verdade e quando ela realmente chega, é um baque. Não devemos nunca fazer algo porque alguém quer que façamos, só comesse algo quando você se achar capaz e ver que aquilo lhe fara imensamente contente, não vá pela cabeça dos outros, eles não pensam como você, e o segredo da felicidade é não se permitir ser induzido, se possível inspirado, mas jamais induzido.   

  Digo isso porque meu pai almejava que eu fizesse administração, então pra mim estava tudo bem, e os meus ideais girava em torno de eu querer a todo custo satisfazer a vontade dele, pois eu era a única herdeira do seu patrimônio suas multinacionais, que no futuro seria a responsável, e teria que saber todos os passos calculados no quesito administrar empresas. Antigamente aqueles motivos me eram suficientes, mas a partir daquela aula comecei a pensar sobre aquilo, revisei alguns conceitos internamente, e mais uma vez não fiquei alegre com que eu descobri. Notaram que tudo a respeito do que eu fazia girava em torno do meu pai? E quando é que eu entro nessa história? A minha descoberta foi que eu me tornei uma coadjuvante em minha própria historia, onde meu pai era o protagonista e às vezes até o diretor, daqueles tipinho que rouba todas as  cenas predestinadas a mim. Naquele momento percebi que devia arranjar um jeito de aparecer. Me senti perdida, foi nesse mesmo dia que conheci Carlos, e a princípio não fui com a cara dele, ele era aquele garotinho irritante sabe tudo, que a cada pergunta da professora levantava a mão, com a resposta na ponta da língua, Não me leve a mal, não sou dessas pessoas que se irritam com essas coisas, mas estranhamente algo nele me irritava, não era do meu feitio, mas algo nele me incomodava e me tirava do meu estado de conforto, e a cada vez que aquele garoto de cabelos acobreados levantava a mão e se mostravam tão conhecedor sobre ele mesmo, sei lá me dava algo por dentro que não sabia identificar, eu só não queria que fosse inveja, mas era o que estava parecendo. A soar o sinal notei que a aula terminara, acho que pelo meu pedido que ela terminasse logo. Sai disparada pela porta, como um jato recolhi minhas coisas, e sai da sala, contente pela aula ter chegado ao fim, mas vai dizer isso para os meus pensamentos que estavam um turbilhão, não dei cinco passos e escuto alguém me chamando, vinha correndo em minha direção, viro-me pra ver quem era, e me deparo adivinha com quem? O tal Carlos

—O que foi garoto? –Indaguei de uma forma não tão amigável e muito menos amistosa

—É....-Ele pareceu ter esquecido o que ia dizer, talvez pela minha grosseria -Ah sim, você esqueceu o seu estojo- e me estendeu meu estojo, agradeci um pouco constrangida pelo meu mau comportamento, ele só veio me fazer um favor e eu retribui o tratando mal.

Viro-me de volta para seguir o meu trajeto.

—Espera-E o garoto ousado segurou meu braço me impedindo de continuar meu caminho, olhei para a sua mão abusada em meu braço, ele pareceu notar somente naquela hora, e olhou na direção pra onde eu olhava, largou meu braço, suas bochechas coraram e ali percebi que ele era tímido, achei fofo.

—Diga?-

 -Já arranjou alguém para fazer o trabalho?-Me respondeu com outra pergunta

—Que trabalho? –Do que aquele garoto estava falando? Vasculhei internamente, rodei toda a minha cuca.

Ele parece notar minha confusão.

—O trabalho de hoje que a professora acabou de passar em sala, sobre aquelas perguntinhas, ela quer que seja em dupla, já arranjou alguém?

Fui pega de surpresa com aquela informação, depois daquelas benditas perguntas não reparei em mais nada do que a professora falava. Que falta de atenção!

—Na verdade acabei me distrair um pouco na aula, e nem escutei que era pra fazer em dupla-Confessei.

—Se quiser pode fazer comigo-Ofereceu olhando para seus pés.

  Analisei um pouco sua sugestão, e apesar dele aparentemente me irritar, de certa forma não era uma má ideia.

—Pode ser-Respondi dando de ombros.

  Ele subiu seu olhar foi de encontro ao meu, e abriu um sorriso que admito, achei até bonitinho.

 

 


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