I love you M'Lady escrita por Vampira


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Acho que foi a vez mais rápida que eu postei. Gostei de escrever esse capítulo, espero que vocês gostem. Espero que vocês lembrem de algumas coisas ou conversas anteriores.



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Adrien’s POV

            O final de semana passou da forma mais lenta possível, meu pai conseguiu me prender em quatro seções de fotos, duas no sábado e mais duas no domingo, me esgotando fisicamente e me impossibilitando de procurar a garota de cabelos escuros que não saía da minha cabeça.

            Eu até tentei procurá-la depois da última seção de fotos do sábado, fui até a confeitaria dos seus pais, mas o estabelecimento já se encontrava fechado e eu não ousaria atormentar seus pais tão tarde.

            Como se para melhorar minha situação, meu pai decidiu me dar uma palestra bem constrangedora sobre sexo na adolescência e irresponsabilidade na noite de sábado, sobre o pretexto de que vira um anúncio em uma revista sobre jovens com DSTs ou grávidas enquanto eu era fotografado. Tentei protestar e fugir do assunto dizendo que era muito jovem para qualquer coisa do gênero, mas ele apenas riu e disse que era natural que ás vezes meus hormônios falassem mais alto.

            Eu mal conseguia olhar meu pai nos olhos desde aquela conversa, Nathalie até veio me perguntar se eu havia brigado com o “senhor Agreste”. Dá até pra imaginar como foram as seções de foto do domingo, eu só conseguia pensar em esconder minha cabeça no chão, mas não sou um avestruz ainda.

            As noites que se seguiram após a luta de sexta-feira foram extremamente mal dormidas, mas eu já estava começando a me acostumar com isso já que as brigas com akumatizados eram geralmente durante a noite. As olheiras nem apareciam mais, e minha habilidade como modelo me permitia cobri-las com facilidade.

            Já era segunda-feira novamente e gorila já havia me deixado em frente ao colégio. Subi rapidamente os degraus olhando os rostos que iam passando por mim, buscando uma pessoa em especial. Procurei por todo o pátio, mas nada da Marinette aparecer. Mal notei que Nino já havia chegado e tentava falar comigo.

            - Ei, cara. – Ele mostrava uma feição definitivamente ofendida. – Por que você tá me ignorando?

            - Sinto muito, Nino. – Minhas bochechas coraram um pouco de vergonha por estar encarando o nada há alguns minutos. – Não estava te ignorando, só procurando algo.

            - Relaxa. – Sua expressão suavizou e ele continuou. –Mas vai ter que procurar esse algo depois.

            O olhei confuso por alguns instantes e ele logo me respondeu.

            - O sinal já tocou, cara. – Me puxou pelo pulso em direção à sala de aula. – Você não pode ficar pra fora da aula senão seu pai te proíbe de sair com a gente na sexta.

            Sentei no banco de madeira e meu amigo logo se sentou do meu lado. Meus olhos não saíam da porta, esperando que a morena passasse por lá.

            - Sexta? – Perguntei, que eu saiba eu não havia marcado nada para sexta feira.

            - Droga, não era para eu ter falado ainda. – Reclamou e logo em seguida acrescentou mais baixo, tirando uma risada se mim. – A Alya vai me matar.

            Olhei de novo para a porta e vi a senhorita Bustier entrando e fechando a porta atrás de si, anunciando que a aula iria começar. Varri a sala com o olhar, mas Alya estava sozinha em sua mesa, indicando que a amiga de fato não havia chegado.

            Bustier avisou que logo seria a entrega para os trabalhos, aquele trabalho sobre a semana de moda em Paris.  Cadê a Mari? Eu preciso muito falar com ela, sobre o trabalho e sobre nossa última conversa. A professora logo estava passando um texto sobre a obra Madame Du Barry de Jules Goncourt na lousa quando a porta foi aberta com um ruído mais forte que o comum, chamando a atenção de todos.

            - Posso entrar, professora? – A voz doce de Mari ecoou pela sala. – O diretor me mandou vir direto para cá.

            - Sente-se e pergunte as informações sobre a entrega do trabalho com seu parceiro mais tarde. – Sua voz era autoritária e ríspida, mas eu não pude esconder o sorriso que se abria no meu rosto. Ela teria de falar comigo, não poderia fugir de novo de mim. Ela andou a passos apressados para a sua cadeira, mas antes ela parou e notou meu olhar sobre si, corou furiosamente, mas não recuou, apenas sorriu para mim.

            A aula se seguiu lentamente, mas eu não estava incomodado, na verdade eu nem prestava atenção na aula. Minha mente ficava vagando para a garota sentada atrás de mim, seu sorriso gravado na minha memória. Fui um tolo ao compará-la com Ladybug, suas personalidades são totalmente conflitantes. Ladybug olharia com desdém para a cara de bobo que eu exibia. Nas últimas lutas eu pude perceber algo, nós trabalhávamos melhor quando eu não tentava nenhuma gracinha, acho que nossa relação estava de fato fadada a amizade.

            A aula seguinte foi matemática, então tivemos que seguir para a outra sala. Achei que fosse a oportunidade perfeita para falar com a garota, mas como sempre meus planos deram errado assim que Chloé me viu. Ela me puxou para se sentar ao seu lado, para discutir sobre a nova bolsa que seu pai havia comprado para ela.

            A discussão unilateral sobre a bolsa logo foi interrompida pela professora Mendeleiev que entrou na sala e logo começou a aula.

            Estava decidido a falar com ela na hora do intervalo, mas o diretor chamou a garota para falar sobre seu atraso na entrada para as aulas de hoje.

            Sentei-me em uma mesa qualquer e comecei a comer uma maçã que Nathalie me entregara pela manhã. Nino se sentou à minha frente, tirando os fones de ouvido e me olhando com a sobrancelha erguida. Apenas esperei que ele perguntasse o que queria.

            - O que tá acontecendo, cara? – Perguntou impaciente. – Mal conversamos hoje.

            - Desculpe, eu sou um péssimo amigo. – Contemplei, eu realmente deveria dar mais atenção a ele, não poderia perder meu primeiro e melhor amigo.

            - Só me conta o que ta passando nessa cabeça loirinha.- Ele bateu levemente com o dedo indicador na minha cabeça. Reposicionei seu dedo para meu peito.

            - O problema não ta na cabeça, tá no coração.

            - Não vai me falar que você tá apaixonado pela Chloé! – Sua cara era de total pânico e temor, eu só consegui gargalhar da sua expressão.

            - Não, da onde você tirou essa ideia? – Perguntei incrédulo.

            - Sei lá, fala logo qual é o problema. – Suavizou a cara de pânico, agora ele tinha até um sorriso divertido nos lábios.

            - Uma garota está apaixonada por mim e eu estou confuso sobre o que sinto por ela. – Despejei tudo sem dizer o nome de Marinette, não sabia se era legal expor os sentimentos dela pra outra pessoa.

            - Não é a Chloé, é? – Perguntou já em pânico outra vez. – Pelo amor dos Deuses, me fala que não.

            - Não é a Chloé, Nino. – Disse impaciente. Quer saber eu vou falar pra ele. Ele era meu melhor amigo. É normal contarmos essas coisas para nossos melhores amigos, não? – É a Marinette.

            - Ah eu já sabia, cara. – Disse com um sorriso, mas que logo fraquejou em seus lábios. – Droga, não era para eu ter falado.

            - Há quanto tempo você sabe?- Um pouco de irritação era perceptível na minha voz.

            - Já faz um tempinho. – Tentou amenizar a situação assim que viu o olhar assassino que eu lhe exibia. – Não tanto tempo assim.

            - Como você sabia? – Tentei me controlar um pouco. – Por que não me contou?

            - Eu estou praticamente namorando a melhor amiga dela. – Deu de ombros. – E não te contei porque achei que fosse óbvio, o jeito que ela te olha deixa tudo claro.

            - Falando nisso, cadê sua “praticamente” namorada? – Fiz aspas com os dedos enquanto falava.

            Ele apontou pra um ponto atrás de mim e assim que me virei para olhar, me deparei com Alya e Nathanäel conversando animadamente. Alya logo percebeu meu olhar e acenou para mim, mas o que me surpreendeu foi Nathanäel que sorriu para mim. Não que eu tenha algo contra ele, mas ele sempre me olhou com aquele olhar assassino quando e estava com a Mari, agora eu entendo o porquê pelo menos.

            Alya caminhou até nossa direção e logo Nino me esqueceu, me deixando sozinho com os pensamentos sobre a menina que tanto chama minha atenção.

            A garota não apareceu no intervalo, só voltou quando todos já estavam na sala.

            As aulas se passaram e mais nenhuma oportunidade de falar com ela apareceu. Agora eu estava na última aula do dia e minha próxima chance de falar com ela seria no horário de saída.

            Não prestava atenção alguma à aula, meus olhos não saíam do relógio de pulso que Nino usava ao meu lado. Os minutos passavam devagar e eu não estava aguentando mais a agonia. Meu coração pulsava fortemente em meu peito.

            O sinal finalmente tocou e vi meus colegas de classe correndo para fora da sala, mas eu esperaria lá dentro para falar com a Mari. Mais um plano frustrado, vi Alya puxar a garota pra fora da sala rapidamente. Mas eu não adiaria mais essa conversa.

            Logo me coloquei de pé e comecei a andar a passos rápidos atrás da garota, como a Alya era rápida! Conforme eu me aproximava senti minhas mãos começarem a suar. Um frio invadiu minha barriga. Eu estava claramente ansioso.

            Estava tão perto que já podia sentir o cheiro de cookies que ela exalava. Nem parei pra esperar Nino sair da sala, ele deveria estar logo atrás de mim. Nossos colegas a nossa volta estavam indo a caminho da saída.

            Segurei seu braço para que ela parasse e eu pudesse falar com ela, e nesse momento o desespero me atingiu. A verdade era que eu passei todos esses dias pensando que queria conversar com ela, mas não havia pensado no que diria a ela.

            Ela me olhava quieta, Alya já não segurava mais seus pulsos, mas eu ainda segurava fortemente seu braço. Não a deixaria escapar por meus dedos.

            - Marinette, eu...Eu... – Eu gaguejava de forma deplorável, não sabia o que dizer. Estava mais nervoso do que esperava ficar, ela já devia ter sentido minha mão molhada.

            Ela me olhava com os olhos azuis inquisitivos, mas exibia nos lábios aquele mesmo sorriso acolhedor de sua mãe. Seus olhos tão bonitos, eu poderia me perder neles. Eu precisava falar logo alguma coisa, eu precisava mostrar pra ela o que eu estava sentindo.

            Mostrar. Era isso que eu tinha que fazer. O frio na barriga que eu sentia aumentou junto com minha frequência cardíaca. Minha outra mão foi para sua cintura a puxando para mais perto. Eu tremia um pouco, mas consegui tomar seus lábios em um beijo trêmulo. Senti falta daqueles lábios macios, mas desta vez não aprofundei o beijo, mantive apenas um selinho. Não queria apavorá-la e não queria me deixar mais apavorado. Minha única experiência tinha sido com ela, eu mal sabia beijar direito.

            Separei-me dela abrindo meus olhos devagar encontrando ela de olhos fechados, seus braços rodeavam meu pescoço, o nervosismo não permitiu que eu sentisse seu toque na hora. Seus olhos logo se abriram, mostrando seu espanto. Estava preste a me arrepender da minha escolha quando um sorriso simples se abriu nos seus lábios. Um dos sorrisos mais lindos que eu já vi.

            Olhei para o lado e vi Nino e Alya fazendo um high five que me fez soltar um breve riso, fui acompanhado por Mari que olhava para outro lado, onde Nathanäel exibia um polegar levantado em aprovação para a garota.

            Olhei de novo pra ela e pude ver suas bochechas corarem violentamente. Esse beijo fora diferente do outro, fora apenas um selinho. Mas tinha mais uma coisa que seria diferente, dessa vez eu não fugiria depois de beijá-la.


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