I love you M'Lady escrita por Vampira


Capítulo 18
Capítulo 18 - Especial de Natal


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, esse é meu presente de natal pra vocês. Não prometo postar tantos capítulos na mesma semana de novo, mas juro que vou tentar. Me desculpem se tiver muitos erros ortográficos, estou postando pelo celular. E me desculpem também pela parte do Adrien, não gostei muito dela.
FELIZ NATAL SEUS PÃES DE MEL MARAVILHOSOS



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Natal

Marinette’s POV

 

            Olhei pra minha frente satisfeita com o trabalho que acabara de realizar, meu boneco de neve estava incrível. Eu tinha colocado algumas pedrinhas para fazer seu rosto, uma cenoura no nariz, um cachecol embaixo da sua cabeça e uma cartola em cima.

            Não pude admirar meu trabalho por muito tempo. Logo senti algo gelado nas minhas costas, estava tão frio que pude sentir sua temperatura através do tecido do meu casaco. Virei para trás, com a sensação fria descendo por toda a minha espinha, e pude ver o ruivo me encarando com aquele olhar brincalhão e mais uma bola de neve pronta nas mãos.

            - Ei, seu tomate. – Fingi indignação, mas não conseguia esconder meu sorriso. – Isso foi gelado.

            - Gelado? Jura? – Caçoou o garoto e jogou a segunda bola de neve, mas dessa vez eu consegui me abaixar antes de ser atingida. – Você é um gênio mesmo, hein Mari!

            Aproveitei que estava abaixada e formei um bolinho com a neve branquinha, me levantei rapidamente e acertei a bola bem na barriga do garoto.

            - Eu sou um gênio mesmo, Nath. – Exibi um sorriso aberto nos lábio. – Por isso você gosta tanto de mim.

            - Não gosto de você não. – Me provocou. – Se enxerga menina.

            - Nossa, magoou. – Fingi limpar uma lágrima do meu olho esquerdo. – Me dá um abraço para eu me sentir melhor.

            Fui andando em sua direção com os braços erguidos, mas ele começou a correr na direção oposta. Pude ver de relance suas bochechas levemente coradas. Apressei meu passo e quando fui ver ambos corriam em círculos pela neve fofinha, gargalhando da simples brincadeira.

            Uma ideia logo surgiu em minha cabeça e eu virei de costas e comecei a correr na direção contrária, dando de cara com o garoto de cabelos avermelhados, assim como eu havia planejado. Mas eu não havia planejado cair junto dele na neve após nosso “abraço”.

            Olhei pro seu rosto abaixo do meu e suas bochechas não estavam mais levemente cor-der-rosa, estavam em vermelho vivo. Não pude deixar de rir do garoto abaixo de mim, ele mal se mexia. Depois de muito rir e quase ficar sem ar, afundei meu rosto no ombro do menino.

            - M-Mari, c-como você consegue ser tão desastrada? – Ele afastou um pouco meu corpo do seu com os braços que ganhavam vida novamente. – S-sai de cima de mim

            - Não sei. – Ponderei por um tempinho. – Quer tomar chocolate quente na confeitaria?

            Seu rosto vermelho assentiu freneticamente e seus braços tentaram novamente se livrar do meu corpo, mas dessa vez eu permiti. Me levantei rapidamente e tirei o gelo que se impregnava nas minhas roupas, o garoto ao meu lado fazia a mesma coisa que eu.

            Puxei sua mão e saí correndo para a confeitaria, que ficava do outro lado da rua. Assim que passamos pela porta pude sentir o cheiro de cookies recém-saídos do forno e chocolate quente sendo preparado. Vi os cabelos azuis de minha mãe passando atrás do balcão.

            - Olá, crianças. – Nos saudou minha mãe. – Querem alguns biscoitos?

            - Com chocolate quente? – Pedi e ela assentiu indo em direção à cozinha do estabelecimento.

***

            - Mamãe, posso ir andar mais um pouco com o Nathanäel? – Pedi já puxando o garoto para a porta da padaria.

            - De novo? Já não brincaram o suficiente? – Olhei-a com um biquinho nos lábios. – Tá bem, só que volte antes de escurecer.

            Voei porta a fora com Nath nos meus calcanhares. Andamos por algumas ruas em que os comércios ainda se mantinham abertos, mesmo sendo véspera de natal. Paramos em um parque bonito que havia por ali. Ele estava quase todo preenchido por branco, as arvores tinhas algumas gotas de água congelada pelo frio. O puxei até o carrossel que estava parado devido ao clima e o fiz sentar junto a mim em um daqueles bancos que ficam entre os cavalos de madeira.

            Nossos joelhos praticamente se tocavam no aperto daquele pequeno banco, mas ele continuava se esquivando um pouco para o lado, provavelmente tentando deixar mais espaço no banco para que eu me sentisse mais confortável. Olhei pro seu rosto e suas bochechas estavam coradas novamente, eu até achava fofinho quando ele ficava assim.

            - O que você quer ganhar de natal? – Perguntei descontraidamente.

            - Não sei, quem sabe alguns lápis de cor. – Respondeu depois de pensar um pouco. – E você?

            - Um namorado. – Sonhei acordada com a possibilidade de andar de mãos-dadas com algum menino.

            - Isso não é bem um presente. – Dei de ombros para o seu comentário. – Você não acha que é muito nova pra isso?

            - Eu não sou nova. – O olhei emburrada. – Já tenho 13 anos, igual a você.

            Ele me olhou por um tempo então cedeu.

            - Como você quer o seu namorado? – Perguntou, como se uma pessoa pudesse encomendar um namorado pelo correio.

            - Não sei. – Pensei mais um pouquinho. – Talvez alguém com os mesmos gostos que eu.

            - Que gostasse de desenhar? – Assenti brevemente. – A-assim c-como e-eu?

            Olhei para ele e seu constrangimento era palpável, eu não fazia ideia do por que. Mesmo eu achando fofo esse jeito dele, eu não entendia por que ele começou a ficar com vergonha perto de mim de repente.

            - Não somos parecidos, Nath. – Contemplei olhando para o garoto que insistia em desviar o olhar de mim, ele exibia uma expressão esquisita no rosto, algo como mágoa. Tentei rapidamente mudar de assunto.

            - Você viu a edição natalina do Jagged Stone? – Que pergunta mais imbecil.

            - Vi. – Respondeu seco. – Você não gosta de mim por que eu sou estranho?

            Mas que pergunta mais esquisita e fora de nexo, por que ele perguntou isso.

            - Você não é estranho. – Falei olhando para minhas próprias mãos. – E eu gosto de você, você é meu amigo.

            - Assim como o resto da classe! – Disse. – Todos são seus amigos.

            - Sim, algum problema nisso? – Essa conversa já estava me irritando e muito.

            - Nenhum problema. – Eu não era a única irritada pelo visto.  – Eu só achei que eu fosse especial.

            - Por que esse ciúmes agora, Nathanäel?

            - Por nada.

            -Você queria ter mais amigos? – Perguntei confusa.

            Ele me olhava como se eu tivesse acabado de falar um palavrão dos piores.

            - Não é exatamente isso. – Sua voz estava um pouco embargada e eu não pude compreender o motivo.

            - Sabe, você poderia ter mais amigo se deixasse de ser tão ...

            - Estranho. – Ele me olhou nos olhos depois de muito tempo e pude ver a vermelhidão que não estava ali antes. Não soube o que responder, não sabia agir quando alguém estava frágil. – Pode falar, eu sei que é assim que me chamam, já ouvi me chamarem assim pelos corredores.

            - Eu ia dizer...

            - Você estava certa, não somos parecidos. – Ele já se levantava e se esquivou depressa da minha tentativa de segurar seu pulso. – Não somos nada parecidos.

            Ele andou a passos apressados para longe de mim, tentei alcançá-lo, mas não era rápida o suficiente> acabei voltando a pé sozinha para casa, sem meu melhor amigo.

Adrien’s POV

 

            - Coloca a estrela lá em cima, amor. – Pediu gentilmente minha mãe e assim o fiz, colocando a estrela prateada no topo da árvore de natal. – Ficou lindo.

            Desci depressa da escada que estava do lado da enorme árvore de natal. Mamãe pedia todos os anos para os empregados colocarem o pinheiro bem no saguão de entrada da mansão ao lado da escada para que todos vissem quando entrassem. O cômodo estava vazio, exceto por mim e por minha mãe, que terminava de colocar as bolinhas prateadas pela árvore.

            - Por que só temos decoração prateada de natal? – Todo ano era a mesma coisa, mas essa foi a primeira vez que de fato reparei nisso. Achei que fosse comum, mas depois de ver uma árvore de natal em um comercial de televisão, pude ver que estava errado.

            - Seu pai gosta muito dessa cor. – Disse e acrescentou um pouco triste. – Eu também gosto, me lembra da cor dos olhos dele.

            Deixei-a sozinha por um tempo para poder tomar um rápido banho, mas quando voltei ela já não estava mai lá. Ela provavelmente estaria no jardim, era pra lá que ela ia quando queria chorar. Chorar se tornou algo recente pra ela, não sei o que tanto incomoda ela, mas tem algo a ver com meu pai. Ele tem se afastado cada vez mais de nós, ele passa horas trancado dentro do escritório, ele sai no meio das nossas conversas e pouco me vê. Sei que isso a deixa triste, mas não sei o que fazer para deixá-la melhor, a única coisa que faço é não incomodá-la quando ela quer ficar sozinha.

***

            Minha mãe havia me chamado há algumas horas e me dado alguns biscoitos de gengibre. Comíamos calados na mesa da cozinha fria. Depois dos biscoitos fomos até o jardim montar um boneco de neve. Mesmo que ela não fosse mais a mais a mesma mulher de antes, que ela não fosse mais tão alegre quanto antes, ela ainda deixava a casa com um ar feliz e carinhoso.

***

            Estávamos sentados de frente para a lareira bebendo chocolate quente e rindo das nossas aventuras da tarde quando ela me perguntou:

            - Qual é o seu maior desejo para esse natal? – Seus olhos carinhosos estavam com aquele ar inquisitivo que ela adquiriu de uns tempos pra cá.

            - Tenho dois desejos na verdade. – Respondi baixinho.

            - Quais, meu amor?

            -Que o papai volte a ser carinhoso com a gente. – Olhei para ela e seu semblante era de tristeza, assim como deveria ser o meu.

            - E o segundo? – Parecia temer a resposta, mas mesmo assim perguntou.

            - Eu queria que você estivesse em todos os natais da minha vida.- Implorei. – Nunca me deixe passar o natal sozinho, mamãe.

            Vi uma única lágrima solitária descer seu rosto


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