Menta nunca imaginou se ver nessa situação.

Enfrentando doces zumbis. Sim.

Exorcizando algum demônio. Confere.

Explicar a Bonnibel Bubblegum como homoafetivos faziam sexo...

Não!

— P-princesa! — cacarejou ao ouvir a pergunta:

“Como funciona entre pessoas do mesmo gênero?”

Não importava o ar científico que encobria sua expressão nesse momento. Uma pulga tinha chiado no ouvido do mordomo assim que Jujuba revelou a questão.

— Qual é, Menta! — ela gemeu, puxando a manga dele — Eu não achei nada sobre isso na biblioteca do castelo!

— Claro que não! — Menta esbugalhou os olhos, o rosto avermelhando-se — O que seria da reputação de seu pai se algum convidado um dia estivesse em busca de um livro e se deparasse com um desse tipo?!

Jujuba pôs as mãos na cintura, fitando o mordomo de cima.

— Você vai ou não me explicar?

Menta fechou os olhos, ajeitando o colarinho. O que será que tinha feito para merecer tal coisa?

Só mesmo Jujuba para colocá-lo em uma posição tão embaraçosa. Não deveria nem mesmo ficar surpreso, esse era um traço típico das ações da princesa.

— B-bem, hum, por onde eu começo? — ele se perguntou.

— Homens — ela respondeu.

— Oh, sim, sim.

E Menta soube, após ser obrigado a dizer essa frase:

— Existem diversas formas de um homem satisfazer o outro.

Que aquela conversa ficaria sempre em primeiro lugar em seu ranking pessoal de Desejaria Estar Morto Neste Exato Momento.

Jujuba, por outro lado, acenou calmamente, esperando-o prosseguir, sua atenção presa nele por completo.

— A... A... — Engoliu em seco, forçando-se a cuspir as próximas palavras — A mas-masturbação é a mais simples de todas.

— Ah, tipo, um acaricia a genitália do outro? Assim?

Menta quase teve um ataque quando a princesa movimentou a mão meio fechada, imitando perfeitamente o ato.

— Prin-princesa! Não é apro-propriado fazer esse tipo de gesto! — guinchou, segurando seu braço.

Daí, foi uma luta para explicar os outros métodos. Quando terminou, sentiu como se tivesse corrido uma maratona, de tão exaustiva que aquela conversa tinha sido.

— Agora, por favor, após eu ter passado por tudo isso pra te tirar uma duvida, mereço saber: — Ele suspirou, limpando o suor do rosto com um lencinho — O que pretende fazer com tais informações?

Jujuba o encarou confusa por alguns segundos. Depois, o direcionou um sorrisinho meigo antes de falar as palavras mais duras que Menta já ouviu em toda a sua vida:

— Menta, ainda falta às mulheres.

Ele quase chorou. E, no ponto em que terminou outra longa e vergonhosa explicação, o coitado não tinha nem mais nervos para se lembrar que Jujuba não respondera sua pergunta. Ao menos, ele recebeu outra recompensa:

— Muito obrigada, Menta! — A princesa se inclinou, depositando um leve beijo em sua testa.

Ele corou.

— Ora, não é como se eu pudesse te negar alguma coisa, princesa — disse paternal.

— Conheço outra pessoa que não será mais capaz de me negar mais nada também — ela falou, enigmática.

Menta arregalou os olhos ao ver um sorriso terrivelmente malicioso moldar os lábios rosados de Jujuba. No final das contas, ela o tinha dado a resposta sem nem mesmo perceber.