I Take My Crown escrita por Cat Lumpy


Capítulo 1
Um Príncipe para a Princesa


Notas iniciais do capítulo

Primeiro Capítulo! Curtinho mas bem interessante, boa leitura e até lá embaixo o/



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— Chega! Já basta! Não vai ficar nos enrolando para sempre Jujuba! — a voz estrondosa do Rei doce, Rômulo, ecoou pelo grande salão de reunião.

Todos sentados na mesa prenderam a atenção na figura imponente do Rei, com sua longa barba e olhos azuis gelados. Ele olhava fixamente para sua filha, que sentava defronte. Jujuba estava de cabeça baixa, remexendo em uma das pontas do laço de seu vestido rosa. Rômulo resolveu que o silêncio da filha era muito pior do que uma resposta mal criada e se irritou mais ainda.

— Ótimo, a última pauta da reunião: uma solução para encontrar um homem para a princesa. — o Rei disse e passou os olhos pelos rostos de seus conselheiros.

— O quê?! Não pode estar falando sério papai! — Jujuba ergueu a cabeça, as bochechas coradas de vergonha e raiva.

Mas ele não deu atenção a ela. Os conselheiros cochichavam entre si, fervorosamente, lançando olhares furtivos ora para Jujuba, ora para Rômulo.

— Eu vou me casar, juro! Próximo ano...! — ela começou, respondendo a pergunta que seu pai fizera no início da reunião e na qual ela foi adiando até chegar ao presente momento.

— Se não estou enganado, — o Rei a interrompeu, os olhos postos sobre um pergaminho velho que lia — disse a mesma coisa no ano passado, e no retrasado e no que se passou antes deste.

Então Jujuba, vendo que ele não aceitaria mais a velha desculpa, soltou logo o que vinha guardando há muito tempo:

— Eu não quero me casar! — gritou.

Os conselheiros calaram-se, mirando a princesa. Alguns tinham uma expressão espantada no rosto, outros, uma de perplexidade. Incrédulos. A ideia de uma princesa que não queria se casar parecia-lhes absurda demais.

— Ah é? Por quê? — o Rei perguntou erguendo uma sobrancelha, estava curioso para saber a resposta da filha, mesmo que isso não mudasse nada. Jujuba iria se casar.

— Não preciso de homem algum tomando minha frente! Eu posso governar o Reino Doce sozinha! — ela falou empertigando-se na cadeira, empinando o nariz e lançando um olhar significativo aos conselheiros. Um grande erro.

— Vossa majestade, encontramos uma solução. — o mais velho dos doces, uma barra de chocolate, chamou a atenção do Rei.

— Pois bem, apresente-me. — Rômulo falou enrolando o pergaminho.

A barra de chocolate pôs os olhos cheios de malícia na princesa, sendo acompanhado por seus companheiros, e então anunciou a ideia:

— Um concurso! Faremos um concurso para saber qual o melhor homem de toda Ooo, o vencedor ganhará a mão da princesa!

— Isso é ridículo! — Jujuba protestou levantando-se bruscamente e tacando as mãos com força na mesa.

— Acho uma solução aceitável. — o Rei concordou meio distante.

— Não, não é! Já disse que não preciso de um marido!

— Pois bem, vamos fazer isso, comecem com os preparativos. — o Rei ordenou aos conselheiros, ignorando por completo a filha.

— Papai! — ela exclamou magoada — Como pode concordar com uma coisa dessas?!

— A reunião está encerrada. — ele anunciou, ergueu o enorme corpo de sua poltrona e saiu do salão sem dar ouvidos a Jujuba.

***

— Eu o odeio! Odeio! — a princesa gritou enquanto andava de um lado para o outro em seu quarto.

A serviçal doce que tentava desabotoar o vestido de Jujuba a seguia murmurando que ainda faltava metade dos botões. O mordomo Menta estava parado perto da porta, fora chamado pela garota assim que ela chegara a seus aposentos.

— Deve se acalmar princesa, precisa se arrumar para o jantar real...

—Argh! — ela estancou abruptamente, batendo um pé no chão, a serviçal quase esbarrou em Jujuba, mas foi rápida em parar e desabotoar o resto do vestido.

Menta desviou os olhos quando o vestido rosa deslizou pelo corpo doce da princesa. Ela já tinha dezoito anos, não era mais aquela garotinha que corria pelos corredores do castelo pregando peças, Jujuba era uma mulher. Embora sua baixa estatura e sua falta de busto a dessem uma aparência muito mais jovem.

— Eu detesto viver sob as regras estúpidas dele! Dizendo-me como devo agir, onde preciso estar, com quem devo me relacionar... — ela prosseguiu com as reclamações — E aquele Conselho?! Quando me tornar Rainha vou botar todos aqueles velhos no olho da rua!

A voz de Jujuba foi se distanciando e ficou abafada depois que uma porta abriu-se e fechou logo em seguida. O mordomo ergueu os olhos, a princesa agora tomava banho. Não se sentia muito a vontade quando ela estava naquele estado de nervos, perigosamente raivosa. Sempre precisava medir suas palavras para que Jujuba não extraísse significados ocultos em seus conselhos e acabasse fazendo algo irresponsável.

Algum tempo depois e ela saiu do banheiro, logo umas três serviçais a estavam vestindo, penteando seu cabelo, etc. Suas faces continuavam coloridas e o azul de seus olhos ainda brilhava, tanto de ferocidade quanto de lágrimas.

— Ele nunca me ouve, prefere aceitar a opinião daquele Conselho idiota. — ela já não gritava mais, Menta percebeu que essa era sua deixa, por isso a princesa o tinha chamado, para consola-la.

— Princesa, sei que parece ser algo ruim agora, mas quem sabe essa seja uma oportunidade de se apaixonar por alguém?

— Não tem a mínima chance de isso acontecer. — desdenhou a hipótese — Nenhum homem que aceita participar de um concurso do tipo me conquistaria. Não entende a gravidade da situação, Menta? Daqui a alguns meses eu posso estar casada com um idiota que terá tanta autoridade quanto eu, se não mais!

— O Rei só está preocupado com seu futuro, — o mordomo argumentou — toda mulher precisa da proteção de um homem.

— Então, — Jujuba se virou para Menta, as três serviçais já tinham terminado o serviço, a princesa se encontrava impecavelmente arrumada — ele só está fazendo isso por que acha que sou indefesa?

O doce engoliu em seco ao ver a expressão no rosto de Jujuba, ela fizera exatamente o que ele mais temia, conseguiu retirar uma ideia das entrelinhas de suas palavras.

— Não princesa, não foi isso que eu quis dizer, deixe-me me expressar melhor... — o mordomo se apressou ao tentar acabar com o mal entendido, mas já era tarde demais.

— Vou prova-lo que sei cuidar muito bem de mim mesma!

Com isso, arrancando lamentações das três serviçais, Jujuba começou a retirar o vestido, um sorriso doce misturando-se com os olhos determinados.

— Não tente me impedir. — ela disse a Menta quando este tornou a abrir a boca.

***


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Notas finais do capítulo

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