MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 31
Festival — parte 2


Notas iniciais do capítulo

Semi♥



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Sara, July, Serena e Lunally estavam juntas, as garotas resolveram se aprontar para o festival. Na verdade, July chamou Luna, mas a alfa Golty obrigou Serena a vir. Estava engajada na missão de socializar a preminiana. E deixa lá bem bonita para noite, já que ela era o shipp favorito de Luna.

— Cada uma irá com um traje típico de sua nacionalidade. — falou July a dona da melhor boutique da cidade, estava empolgada em poder ser a pessoa que irá elaborar as vestimentas das alfas estrangeiras.

Serena estava contrariada com aquela situação. Lunally invadiu o jardim do chalé de Miguel, falando mil palavras sobre festival, roupas e comida, sem pedir autorização e empurrou até o local. A Alfa de Premin já havia desistido de relutar com a Goltyana, pois também sabia que está tinha sua força.

— Você deve ter que usar coisas de ouro, pedraria pesada. — comentou July analisando a garota. — Gosta de trajes mais expositivos, ou reservados?

— Expositivos. — serena respondeu envergonhada.

Sara fez cara de chocada, estrangeiras eram tão liberais.

— O meu tem que ser trinta túnicas, pois Golty é representada por quimonos imperiais. — Lunally acrescentou com cara de chateada, nem iria poder seduzir como Serena iria.

July havia arrumado os tecidos e enfeites mais caros e belos de todo continente, a dona estava fazendo as roupas há alguns dias e só faltavam os toques finais. Era com gosto e prazer que ela fazia aquilo, adorava mexer com roupas. Havia comentado sobre os festivais antigos e também sobre o que aconteceu com kohana hoje mais cedo na sala do alfa maior.

As garotas passaram metade do dia na loja de July, conversando sobre tudo o tipo de coisa. Logo quando terminaram se apressaram para seus domicílios.

—Vai para o hotel? — indaga Serena para Lunally, pensou que deveria ser bem solitário ficar no hotel todos os dias sem companhia.

— Vou! — Luna falou animada, tinha muitas expectativas para o Festival. — Nos vemos mais tarde. — gritou já caminhando. — Foi bom passar o dia contigo, alfa malvada. — riu em ironia.

Serena deu uma leve risada. — Foi bom para mim também. — disse baixinho, que não foi audível para Lunally, mas admitiu e seguiu seu caminho.

SERENA

A euforia das preparações do festival era audível em todos os cantos de Draken. O reino se aprontava para o grande evento com um fervor impressionante e de tirar fôlego. Mulheres iam e vinham entrando e saindo de boutiques, cabelereiros e perfumarias. Homens fortes davam os retoques finais nas armações das barracas. Crianças brincalhonas e um tanto escandalosas corriam pelas ruas, celebrando a chegada do inverno, marco da festividade.

Serena estava alegre com toda aquela multidão reunida em prol de algo. Ela não conhecia muito bem o aspecto bem-estar, mas esforçava-se ao máximo para perceber o quanto aquilo era bom. Em Premin, as festas não eram homenagens a deuses e sim, a ela e sua gananciosa e prepotente família. A nobreza garantia lá seus luxos no reino da Alfa. O sol estava a meio ponto. O entardecer brilhava com as ondas finais do outono. A mulher apressou seu passo. Miguel a esperava em casa provavelmente e ela carregava uma sacola pesada, arrependia-se no caminho por ter escolhido um traje bordado a ouro, era demasiadamente maçante levá-lo até sua residência.

— Olhe o que temos aqui? – Uma voz masculina cantarolou nos ouvidos de Serena. A Alfa virou-se rapidamente e deu de cara com seu deus, Amom, com roupas casuais e relaxadas. Os cabelos loiros brilhando esparramados, intencionalmente, em sua cabeça. Serena não esperou muito e o abraçou. Desde seu casamento com Miguel, a Alfa vira a divindade raramente.

— Amom, senti tanto sua falta. – Disse baixinho, afastando-se.

— Eu também, Dama do Sol. – Ele concordou, desferindo um beijo suave nas costas da mão de Serena. – Temos assuntos a tratar. Seu marido desatento não lhe informou que minha presença era necessária no festival. – O leão detestava drakinianos. Ainda mais um líder militar.

Serena riu.

— Ele anda meio confuso esses dias. Nada que um bom castigo não resolva. – Concluiu em tom de brincadeira.

— Não tomarei seu tempo. Vejo que está ocupada. – Amom disse e apontou para a sacola que a Alfa segurava firme em suas mãos. – Irei comparecer ao evento. Não poderia dar aos dragões o prazer da minha ausência. – Sorriu com um ar diabólico.

— Bem, era o que eu imaginava. – Serena retrucou, contente. – Pode me dar uma carona, senhor leão?

— Absolutamente.... Não. – Negou desaparecendo aos poucos. – Toda magia tem um preço. Não acho que esteja disposta a pagar por uma futilidade assim.

A Ômega bufou, intrigada com as palavras do deus e ao mesmo tempo, sentindo-se contestada.  – Espero que não se atrase.

— É sempre bom fazer uma entrada triunfal, aprenda comigo. – E se foi, em meio a um milhão de fragmentos dourados, sua risada sarcástica prolongando-se em um eco.

Deuses. — Serena matutou rumando para casa.

*

O espelho mostrava uma bela e espetacular mulher refletida. A morena trajava um luxuoso vestido dourado, fiado em delicados e tênues filetes do metal mais reluzente de todos, o ouro, símbolo da realeza de Premin. A cauda arrastava-se no chão, tilintando um pouco no piso de madeira corrida e bem encerada, a fenda do decote na linha de divisão do busto, exaltando a sensualidade de Serena. A peça era acinturada, ainda mais com o corpete apertado que a Alfa usava por debaixo das camadas de tecido. Suas curvas eram valorizadas pelos traços sútis da roupa, dando-lhe um ar de poder imensurável. Serena fez questão que seu coroa do mesmo material dos fios do vestido, que havia sido transportada para as terras ciganas, fosse traga em segurança e posta sobre seus cabelos trançados e bem penteados. O acessório era pesado e fora moldado por um dos melhores soldadores de sua terra natal. Afinal, era a coroa da futura rainha. Pontiaguda e entrecortada por pequenos e singulares leões de bronze, era um artefato esplendoroso.

A Ômega sorriu para sua própria imagem, fazendo seus olhos levemente repuxados brilharem. A maquiagem dela estava à altura de sua vestimenta, as pálpebras foram delineadas de preto e preenchidas com uma sombra feita de pó de ouro, além de pequenas tatuagens que se estendiam nos cantos superiores da face. Douradas, obviamente.

Uma batida rouca na porta fez Serena virar-se. Com certeza, era Miguel, conseguia senti-lo por perto. Mais cedo, ao chegar das compras, ele e Serena conversaram, brevemente sobre Amom, e Miguel desculpou-se no atraso em comunicá-la, mas ela afirmou que estava tudo resolvido.  Ele adentrou no quarto de sua esposa. Estava com seus trajes reais, um autêntico cavaleiro. A armadura moldada em ouro rose esculpia-se em seu peito definido, o elmo em sua cabeça em memória do Dragão Negro, Helias, dava um aspecto suntuoso a toda a composição. Poucos fios de seu cabelo negro eram visíveis e ele estava irresistível, Serena teria de admitir. Os olhos cor de mel do Alfa refletiam a luz das velas do cômodo e sua espada, com o pomo retratando seu deus protetor em ouro banhado em um metal escuro, expunha uma lâmina de platina reluzente. Dois diamantes incrustavam os olhos do dragão.

Miguel prendeu a respiração por um instante ao ver Serena. Percorreu os olhos, em uma análise demorada, pelo corpo de sua mulher, admirando-a de cima para baixo.

— Por Helias, estou sem palavras... Você está... – As palavras não conseguiam definir a beleza da Alfa.

— Linda? – Perguntou sorrindo.

— Maravilhosa. – Ele se aproximou devagar.

— Digo o mesmo do senhor. – Serena retrucou bem-humorada. Estava a altura de seu marido. Se ela seria a esposa de um Alfa, iria se vestir como uma.

Miguel, ao alcançá-la, deslizou o polegar pela bochecha da Alfa, fazendo-a corar instantaneamente. Nunca iria se acostumar com o toque delicado do homem a sua frente. Todas as vezes sentia seu coração pular. Serena retirou por um instante o elmo de Miguel, queria ver seu rosto melhor, poder focar-se em seus traços definidos.

— Já lhe disse que você é minha rainha? – O Alfa perguntou, puxando a Alfa pela cintura para mais perto.

— Gosto que você repita. – Respondeu tentadora, enrolando um dos cabelos do homem.

— Esse é o momento em que nos beijamos? – Questionou novamente, ele aparentava estar ansioso e começou a afagar o nariz no pescoço da Alfa, percorrendo lentamente o caminho até a orelha da mulher. Os lábios deles fazendo cócegas enquanto sussurrava. – Acho que não preciso de sua permissão. – Enroscando os braços da Alfa ao redor de seu pescoço, beijou-a ousadamente. Serena dissolveu-se em seus braços fortes.

Há algum tempo, a palavra amor era algo proibido, um tabu para a jovem. Mas, Miguel desconstruíra tudo o que ela acreditava. O amor deles, sim, era uma heresia sem igual. Dois rivais que se apaixonaram. O destino dos amantes seria cruel, sem sombra de dúvida. Não é como se a história destinasse finais muito felizes a inimigos naturais. Porém, não devemos adiantar os fatos.

Quando Miguel se afastou, um sorriso vitorioso esculpia-se em seus lábios.

— Se seu vestido não fosse tão pesado, estaríamos rodopiando pelo quarto agora. – Ele disse, girando-a no mesmo lugar.

— Não podemos nos render a essas regalias, meu senhor. – Serena concluiu soltando-se e recolocando o elmo em Miguel. – Um festival nos espera.

— Agora, você me chama de senhor? – Indagou o Alfa, oferecendo o braço para sua esposa.

— Acho que seu nível está se elevando. – Serena disse, aceitando.

Miguel riu e eles se dirigiram as escadas.


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Notas finais do capítulo

Um amorzinho esses dois né?



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