MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 30
Festival do Dragão — parte 1


Notas iniciais do capítulo

Tem muitas revelações neste capitulo!



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A semana começou lotada de afazeres. Nesta noite aconteceria o primeiro dia dos festivais em oferecimento para os Deuses Dragões. Hatori teve um ótimo fim de semana, mas todo o descanso que teve foi embora quando amanheceu o dia. O trabalho lhe lotou. Mas estava contente em fazê-lo. Estava mais relaxado e determinado.

—Então é isso. — Hatori respondeu para Marcio que contou para ele sobre os dados que conseguiu. E os que relacionavam a Lunally o deixou aflito. Marcio só falou hoje porque sentiu a áurea de Hatori mais leve. — Passou a mensagem para Paulo? — direcionou a pergunta para Helio. Estavam no escritório do Hatori.

—Sim, ele pediu perdão, falou que sua filha tinha pedido para ajudar nisso. “para tentar aprender mais” como ele disse. — Helio fez aspas para simbolizar a fala do beta. — Disse também que está pronto para a punição, se necessário.

Hatori bufou. — Mande-o fazer o trabalho e não colocar para outros fazerem. — declarou insatisfeito. — Paulo é um excelente beta, não vou punir ele. Espero que a Alfa de Golty receba os salários atrasados. E também quero depois conversar com Kohana, o que fez é um crime, em respeito ao pai dela a punirei em âmbito administrativo e não penal. — decretou por fim. Helio saiu de seu escritório e restou apenas Marcio.

— Vejo que está bem. — comentou sutilmente.

Hatori com um grande sorriso estampado no rosto respondeu ao comentário: — Acho que sim. Estou. — parecia um bobo falando.

Marcio conhecia muito bem o alfa de seu país. Isso tinha nome, essa disposição que não era vista nos últimos dois anos, desde que o trabalho de Hatori se tronou mais intenso do que nunca e este perdeu o prazer que tinha em trabalhar. — Amor. — falou Marcio empolgado. — Será que finalmente achou alguém? Já era hora! Miguel está casado e você ainda não. — Marcio andava para lá e para cá. Ele era o ancião que mais enchia o saco de Hatori para achar uma alma gêmea.

— Sossegue! — pediu Hatori envergonhado. — Não é isso. É que... Não se precipite! — resmungou. Nem o Alfa sabia direito. Ele não era idiota, Luna era linda, legal e se importava com as coisas certas. Ele gostava dela, mas dizer que era amor? Era muito cedo para isso. Ainda mais falar em casamento. Hatori ainda tinha que ver a convivência com ela, se daria certo e também ela é estrangeira, talvez não vá querer ficar em Draken para sempre.

— Tudo balela esses pensamentos de frouxo!— Dhiren apareceu em sua forma humana, com os cabelos prateados soltos. Marcio arregalou os olhos, aquela presença, força, determinação. Sabia que era o Deus ajoelhou-se imediatamente e começou a rezar as preces. — Aquela garota é realmente linda. — comentou o Deus olhando de soslaio para o ancião rezando no chão. — Esses meus fãs. — corretou a situação.

Hatori nem se surpreendeu, já estava acostumado com Dhiren vir ao seu escritório. — Então vasculha minha mente também? — indagou.

— Às vezes, ainda mais quando envolve alguns dos escolhidos, se bem que tem uns pensamentos bem obscenos com Luna. — falou com malicia no tom e na expressão facial.

Hatori vez uma cara cínica para o Dragão. — Vamos falar sobre o que interessa. O festival! E os planos de invasão posterior a isso...

— Disso já sei, estava presente em todos os lugares de forma oculta, me interessa mais seu relacionamento. Preciso que tenha filhos. Seu primogênito será meu xodó. — Dhiren começou imaginar a criança de Hatori sendo seu escudeiro fiel. O Dragão tinha até os olhos brilhando.

Hatori não estava acreditando no assunto que estava tendo com Deus.

— Relaxe rapaz, sou seu criador, devo ser seu amigo. — falou o Dragão branco. Olhou para Marcio que ainda estava de cabeça abaixada rezando com amor e fé intensa. — Pelo meu amor, levante! — revirou os olhos, até gostava de ser louvado e adorado, mas não tão intensamente, preferia bater um papo era sempre mais produtivo.

Marcio acatou a ordem sem perguntas. Levantou e encarou o Deus todo feliz e contente com o acontecimento, era o primeiro ancião em muitos anos a ver o Deus Dragão branco, a divindade celestial.

— Você tem um dom interessante. — o dragão observou o Marcio. Dhiren amava seres diferentes. — As vibrações que sente, serão muito importantes para saber quem está do lado de Hatori ou não.

Marcio nunca esteve tão feliz. Seu Deus o elogiou. — Sempre estarei do lado do alfa e do seu, meu Deus! — expressou sua mais sincera devoção com o coração cheio de orgulho, sempre soube que um dia deus iria reconhecer seus esforços e dons.

— Dhiren, vocês os Deuses vão aparecer no festival? — Hatori precisava do apoio das divindades para mostrar ao povo que eles estavam fortes e iriam ganhar as batalhas e a guerra. Se os Deuses aparecerem, todos eles, seria perfeito, pois ai Draken poderia dizer que tinha apoio da divindades mais poderosas.

Dhiren sorriu charmoso e travesso. Resolveu brincar, mas desta vez com seu Deus mais querido: O cervo. — Se Caius for eu vou. — colocou sua condição. O alfa de Draken já desanimou. Dhiren adorava dificultar as coisas.

A porta do escritório do Alfa maior de Draken se abriu e Dhiren sumiu no ar como se nunca estivesse aparecido ali, sem deixar nenhum rastro se quer. Era Helio, o líder do conselho dos betas (CB) com kohana, a infratora mais recente de Draken que entraram na sala do Alfa de jeito exasperado.

—Antes de tudo, eu tenho direito de me defender. — argumentou Kohana já apavorada assim que parou na frente da mesa que Hatori de forma tranquila se encontrava.

— Diga. — Hatori cedeu à oportunidade. Marcio olhava a menina de jeito estranho e desconfiado. Hatori já tinha total confiança do Ancião, e depois da pronuncia do Deus dragão: Dhiren; iria dar mais liberdade ao homem e lhe proporcionar mais tarefas levando em conta também seu desempenho na investigação da GCA.

Kohana se ajeitou, parecia incomodada com o lugar, estava histérica e furiosa sem motivos. Iria falar sua defesa, mas July entrou na sala em supetão e aos gritos começou a falar:

— Ela atacou Lunally no banheiro! Essa mulher é louca! — Dizia July estressada. Hatori olhou para Helio de imediato, o beta pediu desculpas pela sua mulher com um aceno de cabeça. — Ela deveria ser exilada. —exigiu com raiva, quando Helio saiu havia visto-a e contado por cima o que iria fazer, e July como amiga fiel que era deveria contar tudo o que sabia para o Alfa e colocar as inimigas nos chão.

— Atacou? Agora? — com a paciência contida, mas a angustia crescendo o alfa maior perguntou.

— Não! Faz um tempo. Mas atacou. — olhava de forma furiosa para kohana, como se fosse avançar na mulher a qualquer momento. Helio a puxou pedindo calma para sua esposa que o ignorou sem pensar duas vezes, porem aos poucos foi recuperando a pose.

— Estava querendo ver se ela era digna. — defendeu-se Kohana com o argumento mais vazio e sem nexo que poderia ser dado naquele momento.

Hatori não acreditava em tantos acontecimentos em uma só manhã, isso porque era um dia cheio de afazeres por ser o festival, que era algo difícil e trabalhoso de ser executado, já era o suficiente a festa e ainda a população resolve enlouquecer? E o pior é quase todos envolviam Lunally. O próprio Alfa iria enlouquecer no final do dia.

— Kohana, você terá que fazer serviços comunitários para reparar seus danos e não se aproxime dos estrangeiros. Ou terei que tomar medidas rígidas. — avisou Hatori contrariado.

— Minha jovem não se ceda a luxuria, isso não é nosso. É da raposa. — Marcio falou e todos ficaram silenciosos. O ancião conseguiu detectar de onde vinha as vibrações ruins daquela mulher. — Seja quem lhe apresentou esses rituais, não os faça mais. Está acabando com sua essência. — Só deveria investigar mais para saber quem foi que mostrou os ritos de adoração a Deusa para kohana. Deveria ser alguém muito sabia e um ancião, coçava a boca para dizer quem era, mas nunca falaria sem provas o suficiente.

—Não sabe de nada! — Kohana berrou, desta vez com medo. —Vai me castigar? Uma cidadã legitima de Draken por causa de uma estrangeira? — achou um absurdo o que estava acontecendo, kohana não estava em si.

— Que rituais Marcio? Quem apresentou isso para ela? — Hatori indagou espantado pelo rumo que a conversa levava, cada vez mais as novidades do dia estavam fazendo a cabeça dar nós e doer.

—Hatori, antes de tudo deixe-me tentar fazer algo. Deixe-me levar Kohana para uma limpeza espiritual e depois converso com você. — implorou Marcio, não queria deixar o Alfa preocupado, ainda mais no dia do festival dos Deuses, e também tinha que confirmar umas coisas antes de responder as perguntas de Hatori.

— Não vou. — esbravejou Kohana.

Hatori levantou a mão fazendo um sinal para Helio que em instantes acatou a ordem e segurou a garota alterada na sala. Kohana foi levada a força pelo beta para onde Marcio designaria para fazer o tratamento espiritual na garota.

Hatori entendeu perfeitamente, a filha de Paulo estava enfeitiçada por magia de outro Deus, da raposa. No momento não iria indagar nada, esperaria Marcio revelar mais coisas, por mais que ficou intrigado ao pensar que tinha alguém no reino ensinando os cidadãos a cultuar outra Deusa, ainda mais kalisse a raposa traiçoeira.

Todos saíram da sala finalmente e restou só Hatori em seu escritório, em alivio suspirou se jogando no apoio de sua cadeira acolchoada. Agora deveria assinar uns papeis e conferir os preparativos na cidade, verificar a segurança e se os soldados selecionados para as missões posteriores ao festival estavam preparados devidamente.

A porta de repente abriu-se de novo. Era Miguel o alfa menor, líder do FRM

— O que foi agora? — Hatori perguntou chateado por mais um incomodo.

— Nossa. Calma! — Miguel falou ofendido, mal chegou e foi atacado com varias espadas. Aproximou-se de seu irmão que estava com as sobrancelhas franzidas. — Não vim falar de trabalho, conversaremos sobre os soldados depois do festival. Vim trazer uma bela novidade. Já fiz todas as verificações esta manhã está tudo certo! — anunciou orgulhoso de sua competência. Agora vim lhe chamar para nos preparamos para o festival!

Draken estava em euforia com os preparativos do festival em homenagem aos gêmeos Dragões. Miguel teria seu primeiro festival casado, e isso de alguma maneira o animava, pois ele nunca gostou de ir a esse tipo de evento, mas agora que tem alguém para incomodar, tudo se torna mais divertido. Um sorriso brincalhão se formou no rosto do Alfa menor ao lembrar-se de sua esposa.

— Você lembra-se das barracas que mamãe fazia? — Hatori comentou ao ver as barracas serem construídas nas ruas até o templo onde aconteceria o ritual em adoração aos deuses. O alfa maior estava tenso com os seus afazeres, mas até que estava se distraindo com seu irmão.

Miguel divagando deixa de ficar pensando em Serena e volta atenção para o irmão mais velho. — Eu preferia os espetáculos de luta que papai administrava. — sorriu.

De longe viram Luna, Serena e duas esposas de betas importantes andando entre varias loja de roupas. A cara de Hatori e Miguel era cômica, ambos estavam com os corações mexidos por certas mulheres. Mas não as incomodaram, eles tinham um objetivo, ir até o alfaiate real e experimentarem seus trajes.

Chegando ao local Miguel paralisou e olhou para Hatori, o qual não entendeu a reação de seu irmão. Na cadeira onde deveria estar o alfaiate, estava um homem de cabelo preto comprido lendo jornal.

—O que faz aqui? — bracejou Miguel. — Está me perseguindo? —perguntou estressado. Detestava deuses. Eles sempre faziam o que queriam, e isso dava a sensação em Miguel de que era uma peça descartável no jogo de deuses e reis.

Helias ergueu os olhos do jornal e fitou a expressão rude de seu escolhido. — Para sua informação, o senhor deveria estar de joelhos neste momento implorando minha participação no festival desta noite. Mas depois de tamanha insolência, não sei de cogitarei a possibilidade.

Miguel iria reclamar, mas Hatori colocou a mão em seu ombro e impedindo de falar asneiras. Foi erro do alfa não ter comunicado seu irmão antes. — Precisamos dele no festival, para que o povo sinta nossa força. Miguel você tem que o fazer vir. — O alfa maior falou de forma branda. — Eu já conversei com Dhiren, ele está quase disposta a vir. — Hatori lembrou-se que deveria conversar com Luna. — Ah, você deve comunicar Serena, para que ela chame o Amom. — Hatori concluiu e foi ver as roupas.

Miguel suspirou revoltado com sua medíocre tarefa de convencer o deus que estava o ridicularizando em sua frente. — Infelizmente, não tenho escolha, a não ser lhe pedir encarecidamente que comparece ao nosso humilde festival. — falou com o tom mais forçado deste mundo.

— Irei, se você mantiver, mais uma vez, uma inimiga contigo. — Helias sorriu de modo traiçoeiro, dos irmãos, ele era o que mais gostava de brincar e testar a força de seus devotos. — Mas não pense que é o que acha que é. Quero que resgate uma garota, parente de um recruta seu, que está sendo vendida como escrava no mercado Basílio, por Findoram.

Miguel de imediato soube quem era. — Logan... —deduziu. — Porque quer que eu a encontre e traga para cá?

— Meus motivos não lhe cabem. Fará ou não?

— Tenho escolha? Diga-me um nome, ao menos! — falou irritado.

Helias sabia que para ter vitória, alguns sacrifícios deveriam ser feitos, alguns momentos turbulentos deveriam ser vividos, e algumas pessoas desejáveis ou não deveriam ser aturadas. — O nome dela é Zara. É uma mulher de olhos violetas, e cabelos platinados como Logan.

Miguel acatou a ordem e Helias sumiu. Hatori estava maxilar tencionado, havia escutado a conversa e não lhe agradou. — Não diga nada a ninguém, será uma missão especial, minha e sua. Sabe se lá o que essa mulher é. — resmungou, não sabia qual dos dragões era pior.

O alfa menor ficou contente por Hatori tê-lo apoiado, algo raro de se acontecer. Mas no momento não ficaria martelando sua nova missão em sua cabeça, iria escolher seu traje para noite.


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Notas finais do capítulo

E ai?
*-*



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