MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 14
Lunally em Drakenland


Notas iniciais do capítulo

Ah, a lindíssima Artanis está escrevendo uma Fic muito legal!
Passem lá para dar uma olhada, comentar, seguir, amar... ♥

Link: (https://fanfiction.com.br/historia/736572/Ambrose/)

Mas, voltando aqui para Mellory! Como será que um cervo vivendo em meio dos dragões? Lembram que falei de culturas muito diversas? Até que ponto o respeito entre os povos pode chegar?

(Sim, eu adoro fazer um suspense!)

ENJOY IT♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706431/chapter/14

A garota acordou em meio de vários travesseiros fofos e confortáveis, coxas limpas e cheirosas, e com um grosso e quentinho cobertor em cima de si. Nunca ficou tão agradecida pelo mimo quanto agora. Seus cabelos longos jogados na cama e seu pijama macio e meio bagunçado em seu corpo mostravam a quão folgada ela estava. Encontrava-se na suíte privilegiada que o alfa a colocou depois de tantas aventuras. Lunally acordou bem cedo, apesar de estar com preguiça ela tinha que investigar. Levantou de uma vez o tronco e olhou para os lados, pulou da cama e foi para o banheiro correndo, pois o frio no reino era de trincar a pele, isso porque era só outono. Colocou tudo o que tinha direito na banheira, escovou os dentes e lavou bem o cabelo, depois de se limpar e passar colônias bem cheirosas, Lunally foi para as suas bagagens que foram deixadas em seu quarto. Que se resumiam em uma sacola.

— Ah, não tenho roupas muito quentes, acho que terei que fazer compras. — Luna viu suas economias que trouxe, uma coisa boa é que a moeda era universal. Ficou triste em ter que gasta-lás, mas fazer o que?

Escolheu um komon, com estampa pequena de flores rosa e cor azul clara, colocou uma camada a mais pelo frio e deixou o cabelo solto para se aquecer. Pegou sua bolsinha com dinheiro e mais algumas coisas e saiu do quarto no hotel que estava. Os betas que vigiavam o local foram gentis e deixaram ela sair, apenas alertaram para que ela não se atrasasse para a reunião na cúpula.

Lunally ficou contente por ter a liberdade de ir e vir, talvez significasse confiança, apenas um talvez.

Draken era linda e bem planejada, feita de madeira, tijolos e cimento. Tinha varias lojas de comida, roupas, acessórios, armas, escolas de luta, regular. Tinha de tudo nessa cidade. Só sentiu falta de farmácias e hospitais especializados exclusivo, tinham bastantes em Golty, até lojas homeopatias. Lunally queria entrar em todas, mas sentiria vergonha de não poder comprar, o estranho é que muita gente olhava para ela, deveria estar na cara que era estrangeira.

Parou em frente uma loja de roupas, muito linda, de madeira e vidro decorado. Cheia de plantas bem cuidadas, sofás fofos dentro do lugar e muitas roupas lindas. Amou e entrou.

— Bem vinda! — uma garota muito bonita de cabelos pretos curtos lisos, olhos azuis e pele rosada com um sorriso acolhedor recebeu Luna. — Meu nome é July. Como posso lhe ajudar? — perguntou a garota com um tom agradável.

— July. — falou Luna animada, gostou da garota só de ver. — Eu me chamo Lunally, mas me chame de Luna. Quero ver alguns trajes de frio. Sabe, não trouxe muitas roupas.

July achou a beleza de sua cliente magnífica e exótica. — Você usa só quimonos? Ou quer ver uma moda tradicional do reino? — olhou curiosa com a figura que apareceu em seu estabelecimento. Não é todo dia que se vê um estrangeiro. E pela vestimenta era de Golty. July tinha um vasto estudo de moda, e adorava coisas diferentes. Não tinha muitos trajes típicos de outros países por serem pouco requisitados, mas por precaução tinha modelos guardados, que acabaram por ter utilidade.

— Está tão na cara que sou estrangeira? — questionou o obvio e riu, July riu junto. — Vamos ver um pouco de cada, tudo bem?

— Já gostei da cliente! — July sorriu e tirou algumas peças. — De onde vem? — ela já sabia, mas era sempre bom puxar papo com os clientes.

Lunally não mentiria, se o alfa do reino sabia então todos saberiam. — Sou de Golty, estava perdida em Mellory e o Alfa maior me trouxe para cá.

— Meu dragão do céu. — July surpreendeu com a noticia, seu marido não tinha falado nada, como pode esconder isso? Bateria em Helio. Ele sempre contava as coisas, ainda mais algo tão único assim. — E você tem família?

— Um irmão, meus pais são falecidos. — contou naturalmente, tinha sua avó materna viva, mas não tinha noticias dela desde que fugiu de Golty, então não contava. Via as peças, maioria em tons pretos e cinzas. Era um país militar, então era compreensível ter uma vestimenta mais rígida.

— Os pais dos alfas também são falecidos. — July comentou, por acaso, lembrou e soltou a frase. — Não é casada?

— Oh, não. Sou solteira. — respondeu, meio sem jeito, sabia que Hatori e Miguel eram órfãos, mas só agora que foi pensar bem, pela conversa que Hatori e Miguel tiveram em Mellory, foram os pais de Serena que mataram os pais dos Alfa’s. Só agora entendeu quão tensa era a situação.  Talvez pudesse saber mais se fingisse que não tinha esse conhecimento. — Como os antigos alfas morreram?

July parou de pegar mais peças e olhou para a estrangeira. — Acho melhor perguntar para os irmãos. Como os seus morreram? — tentou saber mais sobre a garota, sabia que Goltyanos eram bem protegidos, e quase nunca vistos, deveriam ter morrido de uma forma natural.

— Foram mortos em uma invasão indo para o templo de Mellory. — falou seca, já sentia raiva de saber que poderia ser Draken os assassinos e o pior que sabiam que ela era de Golty e nem se ressentiam. E Hatori sabia que ela era Alfa, nem pediu desculpas. E provavelmente nem toda a população sabe desse assassinato, pois Draken é famosa por missões secretas. Por isso a garota talvez estivesse falando como se fosse normal.

— Que horror, eu me lembro de que os alfas de Golty foram mortos lá também, na verdade muitos eram mortos ao ir lá. — July recordou sentindo desgosto dessas mortes sem fundamento.

— Os alfas? Como assim? — Lunally se fez de desentendida, nunca pensou que arrancar informações tão fácil assim. E pior é que o povo sabia da morte dos Alfas de Golty, em seu país eles não tinham muitas informações dos outros reinos, por falta de espiões.

— Não sei ao certo, quem sabe dessas coisas são os órgãos de poder, têm nos registros, eu acho, na casa do Alfa maior, menor e na cúpula. Temos tudo, sabe? Quaisquer informações registraram, eu não li sobre, mas tem isso anexado, certeza. Eu sei, pois meu marido é o líder dos betas, então me conta. O povo não sabe muito. — informou July que achou mais roupas do tamanho da garota. — O que acha deste?

— Lindo. — Lunally pegou a peça. Entendeu que o povo não saiba, e que tinha registros. July estava falando muito, achou interessante. — Posso experimentar? — Luna ficou pensativa sobre os tais arquivos anexados. Cúpula? Onde era isso? Ouviu Hatori falar sobre, mas não sabe o que é, e é o local da reunião.

— Claro, deixe-me pegar a chave do provador. — July abriu a gaveta e bateu sem querer a mão na quina da madeira da mesa e cortou a parte superior da mão. Gemeu de dor. Lunally rapidamente tirou uma pomada de sua bolsa e passou em cima do machucado, o sangue parou de sair e aos poucos ia se cicatrizando.

— Em vinte minutos cicatriza. — explicou Lunally repousando a mão da July em cima da mesa.

— Uau, como fez isso? Que pomada é essa? — July encarou sua mão surpresa pelo efeito rápido. Era um medicamento avançado.

—Eu que fiz, sou medica! — exibiu Lunally orgulhosa pelo resultado de seu estudo e esforço.

Lunally ficou um tempão conversando com July, comprou algumas roupas e continuou a papear com a menina. Elas se deram muito bem, como se já se conhecessem antes. Luna teve que admitir gostou de uma cidadã de Draken. Sentiu boas vibrações virem dela.

*

A Alfa de Golty ficou encantada com a cidade, era bem planejada, com um zoneamento incrível e bem elaborado. A única coisa que a deixou incomodada foi o frio exagerado. Ela tinha comprado um punhado que roupa, mas sabia que precisaria de mais. Não que ela estava querendo passar um longo tempo naquele país, a garota tinha vaidade e queria estar bem arrumada. Na verdade, nem sabia o que aconteceria, sinceramente, estava perdida, seu futuro estava incerto e ela poderia apenas esperar. Quem está no controle são os Draken.

O céu estava fechado, e as arvores, não tantas como de sua casa, estavam ficando carecas. Estava andando em uma área que parecia ser residencial. As casas eram grandes e bonitas, de dois andares a maioria. Luna sorria, ela gostava de apreciar a beleza das coisas, sentir a natureza e ver o desconhecido. Dava um pouco de ressentimento, mas era excitante.

— Eu também não sei como. Estou tão desinformado quanto você. — Hatori estava em frente a uma casa super luxuosa, toda feita de vidro, tijolos, cimento e madeira branca entalhada. Conversava com o homem de cabelos compridos que receberam eles na madrugada. O jardim era lindo, dava vontade de cuidar daquelas flores delicadas.

Hatori notou a presença da estrangeira que estava com um sorriso bobo contemplando o lugar, notou também varias sacolas em seus braços. Helio logo percebeu e fez um revencia para Luna que ficou parada, a loira não sabia o que fazer quando viu que tinha sido descoberta. Ainda sentia medo do alfa, até porque ele tentou matar ela, contudo ficou preocupada com a fala dele de tristeza e amargura.

Hatori mal acordou e Helio já veio em sua casa. Pan estava estressado, todos queriam explicações, mas como ele disse, o próprio alfa também não sabia. — Lunally venha, entre. — convidou a garota que estava realmente muito bonita e arrumada. Sua roupa tradicional de seu país era elegante, apesar de não parecer ser muito quente. A estrangeira tinha uma beleza única.

— Sua casa? — perguntou quando chegou mais perto. Estava tímida, mas queria dialogar. Hatori pegou as sacolas que ela segurava.

— Sim, minha residência. — respondeu de forma educada e gentil. Lunally gostou de Hatori desta forma, como o conheceu em Mellory nervoso contido não era muito bom. — Parece que gastou muito nessa manhã. — adentrou-se na casa e Helio pediu licença para ir embora, concedida, Hatori sabia que seu amigo e líder dos betas iria fazer os preparativos da reunião. Deixou as sacolas em um dos sofás, a sala do Hatori era exageradamente grande, toda em tom branco, com uma lareira enorme de pedras canjiquinha, janelas grandes, sofás e tapetes para todo o lado, poucos objetos decorativos. Era linda, Lunally adorou a casa.

Lunally ficou sem ter o que falar, só conseguiu pensar em uma coisa: A biblioteca da casa dele tinha o arquivo da morte de seus pais.

— Pelo nome da loja você fez comprar no comercio da July, certo? O marido dela era o beta que estava aqui: Helio. — informou Hatori que foi pegar café na cozinha do outro lado do cômodo, divido por um balcão da sala, logo depois do corredor vinha seu escritório, a biblioteca, na sala e no escritório tinha um banheiro. Em cima os quartos com suíte. Na frente o jardim e garagem, atrás as quadras de esporte e treino. Hatori se orgulhava de sua casa.

— Ela é adorável. Gostei muito dela. — um pouco sem jeito Luna sentou nos bancos de madeira que estavam perto do balcão e aceitou uma xícara de café. — Onde vai ser a reunião?

Hatori sentou na frente dela e percebeu que era bem amigável a menina, July era muito gente boa, mas julgava muito, se gostou da Luna, teve ter um bom motivo, sendo que ninguém sabe quem ela era, pois Hatori mandou guardarem segredo até a reunião. Ele deu a liberdade para ela andar livremente no reino, mas mandou os betas vigiarem ela, não confiava nela. — Na cúpula, é o local de governo. Fico maior parte do dia lá. — contou casualmente para Lunally, ele só queria puxar papo, nem ele sabia direito o que estava acontecendo. Esperava que Dhiren explicasse.

— Oh... — gesticulou Luna, então lá também tinha os arquivos. — Hatori. Eu sei, está estranha nossa situação. — revelou o desconforto que sentia. — Estou aqui para ver o que os Deuses planejam, até que faz sentido, porque até alguém de Premin veio, talvez querem nos juntar.

— Verdade, mas mesmo assim, eu posso até concordar, mas meu povo não. Trataram-te bem em seu passeio na cidade?

Luna entendeu o ponto de vista do alfa, ele queria o bem para o povo dele, se lembrou de Daniel. — Sim, só conversei com os betas no Hotel para me deixarem sair e com July, muitos ficaram curiosos, sabe tem uma placa na minha testa escrita: Estrangeira. — ironizou focando com as mãos a testa e sorrindo de forma travessa.

Hatori riu sem emitir som. Estava mais despreocupado e tranquilo, iria conversar com Miguel tentar saber o porquê de tudo e resolver a coisas. — Existem poucos loiros aqui e seus trajes são diferentes, por isso sabem que é de fora. — explicou o alfa que se levantou de novo para guardar sua xícara. Ele estava de calça preta de moletom e uma camisa branca de mangas, seu corpo forte e musculoso marcava a roupa, Hatori era lindo, seu rosto bem desenhado. Logo voltou para o lugar que estava.

— Você está melhor? — indagou, e depois pegou o café e terminou de beber. Sentindo aquele liquido aquecido agraciando seu corpo e a esquentando.

— Como? — o alfa confuso. Não havia se ferido nem nada, melhor em que quesito?

— Ontem parecia nervoso, mesmo não demonstrando, eu senti. Você é um alfa muito jovem e já tem que lidar com isso tudo. Deve ser sufocante. — comentou, a situação era a mesma para seu irmão, porém nem tudo recaia sobre ele. Pelo que notou tudo era responsabilidade do alfa maior em Draken.

— Não se preocupe, eu sei lidar com tudo isso. — Hatori ditou sistematicamente, não gostava que alguém achasse uma fraqueza ou desconforto nele. Até porque não eram muitos que notavam, o alfa sempre foi visto como implacável. Era difícil alguém “se importar” com ele, pois o próprio sempre deu a entender que ele que deveria cuidar de todos. Era melhor assim.

— Desculpe-me pela intromissão, não queria ser invasiva na sua intimidade. — a loira tentou reatar a fala, percebeu que o rapaz ficou um pouco incomodado.

— Eu agradeço, ficou preocupada comigo.  — revelou Hatori. Aquela garota em um dia tinha reparado nele, não soube dizer se era bom ou ruim.

Um silêncio meio constrangedor se formou na cozinha. Lunally odiava isso, então tratou de abrir um novo tópico de assunto.

— Eu poderia mandar uma carta para meu irmão? — perguntou tímida, olhando para o copo quase vazio do liquido escuro e gostoso, Luna gostava de café. — Sabe ele é bem preocupado, e eu meio que fugi.

Hatori suspirou. — Claro que pode, seu irmão deve estar desesperado, eu o entendo. Então você é tipo o Miguel? Vive dando preocupações para seu irmão mais velho. — indagou meio que rindo.

Luna encheu as bochecha de ar meio irritada, ele falou que ela era custosa? — Claro que não! — ela se levantou. — Fique sabendo que sou responsável. O foi o ancião, o Ren que me despachou de casa. Daniel é perturbado, aquele anão de jardim que acha que qualquer coisa é perigo.

— Anão de jardim? — Hatori ficou confuso.

— Daniel é pequeno... — Luna colocou a mão um pouco a baixo do ombro. — Deste tamanho, ele não cresceu bem.

Hatori queria muito rir, mas se controlou bem. A vida de Lunally parecia ser bem divertida, pelo menos pelo o que ela contou. — Não o chame de anão. Ele deve ficar bravo. — aconselhou. Viu as horas e já estava quase na hora de almoçar. — Vou buscar papel e tinta para escrever, e mandarei uma coruja. Depois devemos almoçar para ir à cúpula. — parou no meio do caminho — Desculpe-me por ontem, sou meio bruto, mas espero que possamos ter um bom relacionamento.

— Desde que mantenha a promessa que irá garantir minhas refeições estamos resolvidos! — Lunally brincou, o alfa sorriu acenando positivamente a cabeça e se retirou da sala para fazer o que havia dito.

Como ela odiaria alguém assim? Se bem, que não foi ele que matou os pais dela, era compreensível, se for analisar o caso de serena é o mesmo, só que invertido. Não podem culpar ela por seus pais terem matado os dos meninos, pelo que ela entendeu da conversa na floresta foi isso. Só não sabia detalhes.

Contudo não abaixaria a guarda.

Luna escreveu para Daniel que estava bem e em Draken. E que por mais louco que parecia estava segura, e que era tudo parte do plano dos Deuses, e contou de seu encontro com Caius e com o wedingo, que tinha quase certeza que era o mesmo que viu em sua infância. Sabia que seu irmão iria surtar, mas depois escreveria mais para ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai?
Luna é uma figura! Será que essa tal de mascara detetive que ela adotou vai dar certo? HAHAHA

Deu para notar que o povo de Draken é bem educado, um pouco rígidos... Com a mesma moda de sempre: O Pretinho básico, mas são gente fina, né não?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "MELLORY — entre Deuses e Reis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.