Por Jasper

Ela ficou parada enquanto eu seguia. Eu poderia seguir andando na velocidade de vampiro, mas preferi a humana, assim eu teria mais tempo para pensar.

— Jasper – ouvi sua voz macia e baixa – Não vai, por favor...

Eu olhei para trás e ela ainda estava lá, parada, olhando pro chão. Tão frágil, tão pequena... Os sentimentos dela estavam misturados, como alguém podia sentir tanta coisa ao mesmo tempo? Angustia, tristeza, afeição...

— Eu posso...  Te ajudar.

— Me ajudar?

— A salvar o exército – ela olhou para mim.

— Você não vai entrar para um exército Alice.

— Eu posso salva-los.

— Não Alice – me aproximei dela – Eu posso controlar os sentimentos dela, posso faze-la recuar.

— Você já tentou fazer isso – seus olhos cansados fitaram o meu.

— Como você sabe sobre o meu dom? É claro, viu o futuro.

— Não Jasper, por incrível que parece eu nunca consegui ver você em visão alguma.

— Então como sabe?

— Na cela, você estava manipulando os meus sentimentos, me fazendo ficar calma, e você tentou fazer isso com a Maria. E não conseguiu.

Por Alice

Ele ainda olhava para mim, parecia confuso.

— Você não vai se juntar ao exército – ele disse por fim.

— Por que?

— Vai aproveitar o que você tem Alice. Você pode andar no meio dos humanos, pode frequentar qualquer lugar. Os seus olhos não são olhos de assassinos como o meu. Vai aproveitar, vai atrás dos seus amigos.

— Primeiro, eu não tenho amigos, e segundo... Eles estão atrás de mim, então de todo jeito não vai dar pra aproveitar.

Meu cansaço já estava ao extremo e meus olhos pesavam. Me aproximei de uma árvore e me escorei.

— Você está bem?

— Estou – menti.

— Desde quando os Volturi estão atrás de você?

— Nos encontramos na Itália há um ano.

— Ninguém te avisou que não era pra se aproximar deles?

— Não, mas eu sabia que eles eram perigosos só que as minhas fraquezas são traiçoeiras – me afastei da árvore e sentei no chão.

— Fraquezas? – ele se agachou na minha frente – Você está bem Alice?

— São só as fraquezas – escorei a minha cabeça nos meus joelhos e os meus olhos estavam lutando pra ficar abertos.

— Você não caça faz um tempo.

— Não é só a caça. As visões puxam um pouco de mim, então ás vezes eu tenho que desligar um pouco a minha mente.

Ele me encarou tentado entender o que eu dizia.

— Você precisa dormir? – eu apenas concordei com a cabeça.

Minhas visões já estavam começando a ficar misturadas, os Cullen, os Volturi, o acidente que estava prestes a acontecer com a família que viajava de carro.

— O que acontece se você não dormir?  

— As visões – dei uma pausa – Ficam embaralhadas... E eu apago.

Ele sentou ao meu lado.

— Isso quer dizer que eu não posso ir agora – ele disse.

— Por que? Vai lá atrás da Maria, você é o cachorrinho dela mesmo – disse ainda com a cabeça escondida entre os joelhos.

— Você não está bem Alice.

Eu senti as suas mãos sobre mim, e então eu estava em seu colo com a cabeça escorada em seu peito.

— Pode dormir, está tudo bem – ele disse com a sua voz de veludo.

O seu cheiro era embriagante, e o meu nariz estava perto demais da sua pele... Eu queria poder aproveitar um pouco daquele momento, mas os meus olhos não aguentaram...

Por Jasper

Eu não sei porque fiz aquilo, mas quando deu por mim eu já a tinha puxado para o meu colo. Não demorou muito pra ela dormir, isso era estranho. Os vampiros são conhecidos por não terem muitas fraquezas humanas, mas ela era diferente.

Por ser pequena ela se acomodou ficando confortável em meu colo. O seu cheiro doce estava mexendo comigo... A quem eu quero enganar, eu não posso ficar com ela. Eu sou um soldado, uma máquina de matar pessoas... Mas ela precisa de proteção, ela está sozinha. Eu não posso deixar que os Volturi a peguem...