Anna Selina escrita por Georgeane Braga


Capítulo 5
Capítulo Cinco - Não era você


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Demorei, né? Eu sei... Às vezes a rotina é tensa.
Eu quero agradecer À Paty Everllark pela primeira recomendação de Anna Selina. ♥ ♥ ♥
Sinceramente, Paty, fique emocionada com suas palavras tão bonitas e lisonjeada por saber que AS toca tanto o seu coração ♥ Obrigada, viu?

E aos novos leitores: obrigada por virem*-* Sejam bem-vindos ♥ Carinho especial a um grande Amigo que me presenteia todos os dias com sua "presença" na minha vida. Beijos a você, Amigo!

Pessoal, deixem suas opiniões, ok?

Bom, por enquanto é só.
Boa leitura ♥

Música para acompanhar o capítulo: O Paraíso (Madredeus)



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"Há outra entrada no Paraíso, mais apertada;

mas sim, senhor,

foi inventada por um anão e está guardada por um dragão.

Eu só conheço esse caminho do Paraíso."

—----------------AS----

 

Selina estava eufórica desde o baile. Seu coração estava apaixonado como nunca estivera em seus dezessetes anos. Aquele homem a encantara apenas com sua voz e sua suavidade. Ele a entendia. Ela o entendia. Haviam criado uma forte conexão e, agora, não lamentava por descobrir que era ele, o Conde, seu futuro marido. Sempre sonhara em se casar com alguém que tocasse profundamente sua alma como ele a tocou.

─ Ah, Lexy, estou apaixonada! ─ Suspirou.

─ Os céus queiram que eu também me apaixone por meu marido quando minha hora chegar ─ respondeu a prima.

Alexia não sabia mais o que fazer com tanto entusiasmo da moça. Ela não dizia nada além de que ele era encantador e o quanto ansiava por vê-lo novamente. 

 ─ Estou muito feliz por ti, minha prima. Ainda bem que tiveste tão agradável conversa com ele, ou estaria em sérios apuros se apaixonando por outro. ─ brincou.

Enquanto isso, em uma casa alugada em Viena, John estava aflito. Já se passara dois dias desde o baile na cada dos Becker e nada do Conde George.

Além disso, a angústia corroía-lhe o peito. Selina. Ela era o motivo desse sentimento consternador. Não a tirava da cabeça e, em seu coração, sabia  que estava perdido.

Quando a viu, soube que era ela, o seu sonho. Um sonho que se tornou terrível por golpe do destino.

Por quê? Isso era tão injusto com ele. Nunca fez nada de mau para que pudesse receber um castigo assim?

─ O que vou fazer... ─ falava consigo mesmo andando pela sala, passando as mãos aflitas pelos cabelos.

A chuva torrencial caia sem trégua lá fora. E John jogou-se na poltrona tentando não pensar nada além da chegada de George à Viena. Depois de certo tempo, que cochilara sem perceber, acordou com alguém o sacudindo no ombro.

─ George! Graças a Deus! ─ disse John levantando-se num pulo ─ onde se metera?

─ Desculpe John. A chuva atrasou a viagem. Você sabe, estradas, as trocas de cavalos... Todas essas coisas. Não obstante, Olívia ficou enfurecida com a notícia da minha partida e matrimônio, o que atrasou minha saída de Londres.

─ Imagino. Como ela reagiu?

─ Prometeu vingança. ─ Disse bufando, enquanto retirava seu casaco e pendurava no mancebo ─ E agora, preciso que valha a pena tanto esforço. O  que me contas, John? A dama é mesmo bonita?

John paralisou e sentiu um incômodo. Era o momento de dizer-lhe o quanto Anna Selina era a mulher mais bela que qualquer um deles poderia ter imaginado. Tão graciosa e delicada. Tão carente de alguém para cuidar dela. Queria dizer ao Conde para jamais magoá-la; para cuidar dela como ele mesmo faria. Mas não poderia se expor tanto. Eram amigos, mas ele sabia o seu lugar e isso o matava por dentro.

─ Hey, John! O que se passa, homem?

O lacaio olhou para ele.

─ Perdoe-me. O que me perguntou?

─ Sobre a moça. Se és mesmo bonita como o representante havia mencionado na carta ─ repetiu com riso no rosto.

─ Sim. Ela é. Muito bela. És um homem de sorte, George. ─ Tentou disfarçar os sentimentos em seu peito que o faziam arrepender-se amargamente de ter aceitado essa proposta.

─ Ótima notícia! Então enviarei o quanto antes o pedido de visita e fechamento desse negócio. Estou ansioso para conhecer minha futura e bela esposa.

John nada respondeu.

─ Venha John. Vamos tomar uma taça de conhaque para comemorarmos enquanto me contas os detalhes do baile.

—-------------------AS-----

Os pais da jovem Becker não podiam estar mais radiantes com a carta que chegara a eles dois dias após o baile, confirmando a presença do Conde no jantar oferecido.

Selina também estava ansiosa pela visita dele. Mal podia esperar para ouvir sua voz tão apaziguadora.

Mas o golpe certeiro veio sem piedade quando dois dias mais tarde, Selina entrara na sala de chás para receber o tão esperado noivo. Era bonito. Alto. Cabelos escuros e um belo sorriso. Parecia um pouco mais corpulento, entretanto, só o vira uma vez tão rapidamente sob a luz lúgubre, que esses detalhes nem eram importantes.

Ele beijou-lhe e a olhou com brilho nos olhos. Ele sorriu para Selina e ela retribuiu. Mas, havia algo que não se encaixava ali e quando o Conde abriu a boca para falar mais abertamente... Não era ele. Não era.

O observou atentamente e quanto mais ele falava, mais certeza tinha de aquele não era o seu amigo confidente de dois dias atrás. Estaria ficando louca?

Fechou os olhos e lembrou-se da sua voz, que não era nada parecida com aquela ali. Será que ninguém percebia? Começou a se agitar e se incomodar com a presença do Lorde inglês. E ao ficarem sozinhos, com a permissão dos pais, por quinze minutos, ela quis fazer o teste:

─ Mein himmel. Mein paradise. ─ disse ela olhando para ele.

─ Como? ─ perguntou ele por um momento. Mas logo acreditou que ela estava declarando-se, por isso respondeu:

─ Fico lisonjeado com suas palavras, senhorita Becker. Devo dizer que...

─ Não era você. ─ ela o interrompeu ─ Não era o senhor quem estava no baile.

Ele a olhou espantando recebendo os olhares duros da moça, que esperava uma resposta. Selina estremecia por dentro e segurava para não chorar na frente do noivo. Era um misto de raiva, decepção e surpresa por constatar no olhar dele que realmente aquilo era verdade.

George resolveu ser totalmente sincero. Contou sobre John e sua relação de amizade com o lacaio.

─ O senhor enviou um lacaio em seu lugar? Por quê? ─ Indignou-se.

─ Tenho consciência de que agi de maneira imprópria, senhorita Becker, mas entenda, eu não podia estar presente no baile e minha intenção era conhecer um pouco da minha futura esposa. Assim como tenho certeza de que a senhorita gostaria antes de desposar.

─ Mas como me conheceria se não estavas aqui? Confiou na análise de outra pessoa? Isso é terminantemente extraordinário! ─ falou com ironia e raiva.

─ John é meu amigo ─ afirmou. ─ Confio plenamente nele. É a pessoa mais sensata e sábia que conheço. Não o considero apenas um lacaio.

A senhorita Becker estava sem saída. Já fora feito o acordo entre a família e o nobre. E mesmo que contasse ao seu pai sobre a farsa, ele nunca desfaria um contrato tão promissor. Seria em breve desposada por outro homem e nunca mais veria John.

John.

Uma angústia tomou conta de seu ser. Não podia ficar mais um segundo na frente daquele farsante.

─ Com licença, senhor Conde.

E saiu rapidamente.

 Quando Alexia veio ao seu aposento questionar sobre o que ocorrera, Selina desabou em lágrimas nos braços da prima, discorrendo os fatos.

─ O que farei, Lexy! Estou apaixonada por outro. Estou perdida! ─ disse aos prantos, desesperada.

─ Oh, minha querida, prima! Que desfortúnio! ─ lamentou enquanto embalava-a compartilhando de sua dor.

—------------------AS-----

─ Ela descobriu. ─ Disse George ao amigo.

Jonh olhou-o rapidamente.

─ Como?

─ Você tirou a máscara em algum momento? Ela viu seu rosto?

─ Obviamente que não. O que ocorrera? ─ Indagou preocupado.

─ Creio que descobriu pela voz. Ela disse-me uma frase em alemão... Não me recordo bem... E logo em seguida afirmou que não era eu que estivera com ela. É mais esperta que pensei. E sim. Tinhas razão, amigo, ela é uma das mulheres mais belas que conheci. ─ E sorriu para si mesmo.

John abaixou os olhos. Logo depois disse:

─ Bem, já que minha missão está cumprida, devo voltar para Londres.

─ O que dizes? Ficarás conosco em Brno quando eu me casar. Preciso de você aqui comigo, John.

O lacaio estremeceu. Não. Não podia ficar.

─ George, não posso...

─ Como não? Minha mãe tem inúmeros empregados à disposição dela. E você será meu mordomo e meu amigo como sempre fostes.

─ George, escute-me: sempre me dediquei a nossa amizade e sempre procurei fazer suas vontades, contudo, dessa vez não posso.

George o olhou sério e John temeu que ele pudesse suspeitar de algo, então soltou a primeira coisa que veio à sua mente:

─ Uma senhorita me espera em Londres.

O Conde abriu a boca, pasmo, e depois de alguns segundos sorriu abertamente e, batendo nas suas costas, disse:

─ Seu grande paspalho! Então tens uma paixão e não me contaste nada? Com efeito, conseguistes me surpreender! Tudo bem. Não posso obrigar-te a ficares, porém, exijo que fiques para a cerimônia de meu casamento. Tenho-te em grande estima, John, e depois, não saberemos se encontraremos tão cedo. Por favor...

E diante daquele pedido sincero de seu patrão e amigo, o lacaio não pode fazer nada a não ser aceitar seu pedido.

Seu maior medo era ter que encará-la outra vez e reconhecer que enganara a primeira e única mulher que amou na vida.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!
Beijos *-*



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