The True Story Of Nat escrita por Flowerstarks


Capítulo 30
A atitude estranha de Gael.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Ainda não podia acreditar! Havia lutado tanto que finalmente consegui uma chance com Nat. 

O beijo de ontem a noite ela retribui como nunca. No meio a tanto sofrimento por causa da doença uma luz na minha vida: Nat era minha mas dessa vez era diferente.

Ouvi batidas animadas na porta. Saí  aos tropeços com a certeza plena que era Nat. Mas não era!

— Vim te dar um beijo. — Cléo sorria tanto que a acompanhei com gosto.

— Tenho uma coisa pra te contar, Cléo! A Nat aceitou ficar comigo. Sem chantagens nem nada disso. Ela é minha de novo.

Cléo pulou no meu colo sorrindo muito por mim.

— O senhor está feliz, não é?

— Como há anos não me sentia.

— É isso que me importa. O senhor feliz. Mas sem querer estourar sua bola mas a Nat não está armando nada?

Fiquei pensativo. Até mesmo Cléo desconfiava dessa mudança repentina de Nat.

— Ela me disse que me dar uma chance mas só se eu fizer aquele infeliz do Gael ir investigar comigo sobre o passado.

— Agora sim está explicado! E o senhor vai fazer o que ela pediu, não é?

— Claro! Cléo não posso perder essa chance. Só não sei como fazer ele ir comigo e isso não é tudo. Vou ter que contar pra ele que vou morrer.

Cléo me deu as costas começando a chorar desesperadamente. Aquela menina sorridente de cinco minutos atrás havia desaparecido.

—Ei! Vem cá. Para de chorar. Cléo é inevitável. Todo mundo morre e é a minha vez. Não quero ver você assim.

— Mestre, o senhor tem tanto dinheiro. — Cléo soluçava tentando se acalmar. — Porque o senhor não procura um especialista e opera?

— Do jeito que está esse tumor nenhum medico ponhe a mão. É muito difícil essa operação e se algum maluco resolver operar, eu posso morrer ou ficar com sequelas terríveis.

— Eu prefiro você com sequelas do que morto. Eu e Luís cuidamos do senhor. Confia na gente.

— Eu confio, Cléo. Se tudo fosse simples como você imagina.

— Vou embora e não volto mais!

— Como assim!? Vai me abandonar!?

— Você já se abandonou! E eu não vou ficar aqui chorando. Você tem a Nat e eu? Tenho só você que vai me deixar sozinha!

Cléo saiu acabando com a minha alegria.

Estava tão radiante por saber que Nat me dera uma chance e tudo se foi com as palavras de Cleonice.

Ela não tinha mais ninguém. Só eu e infelizmente faria como seu pai. Partiria a deixando completamente só. Quem cuidaria dela? Ninguém tinha muita paciência com ela e poderia se aproveitar da sua bondade.

Pensei nisso a tarde inteira. Se Gael era um problema, Cleonice era o dobro. Como resolveria essa situação?

Meu celular tocou me tirando dos meus devaneios.

—Alô!? — disse sem ânimo.

— Oi. — escutei a voz da Nat do outro lado da linha.

Senti um frio na barriga como se tivesse quinze anos de novo e ela fosse a minha primeira namorada.

—Desculpa. Não achei que fosse você.

— Você pede desculpas demais. Já falou com o Gael?

— Calma, meu anjo. Ainda tenho duas semanas.

—Duas semanas? Um dia Você já desperdiçou.

Pensei em testar a Nat. Se ela estivesse mesmo disposta a ficar comigo, ela toparia.

— Dorme comigo hoje? — perguntei já sabendo a resposta.

— Depende muito. — ela disse firme.

Me surpreendi. Achei que nat iria inventar algo para não aceitar.

— Depende do que? Seja mais clara, meu amor.

— Se for só pra dormir eu aceito mas pra aquilo que você está com certeza pensando, não.

—Já passamos da fase conchinha, não acha?

Nat gargalhou no telefone. Sua risada era linda de qualquer jeito.

— Lobão, a gente nunca dormiu de conchinha e quero fazer com você coisas que eu nunca fiz.

— Nat, têm coisas que não se deve falar por telefone. E se alguém ouve?

— Larga a mão de ser tarado! Estou falando de fazer coisas que casais fazem. Tipo, passear, jantar fora e  dormir juntos. Relacionamento não é só sexo e você como homem experiente deveria saber disso.

— Sabe quando foi a ultima vez que dormi de conchinha?

— Não, quando? — ela disse sorrindo.

— Com a minha primeira namorada e eu ainda era virgem.

— Ah, então não foi a tanto tempo assim.

Nat conversava de forma animada no telefone. Ela nunca havia feito isso antes, pelo menos não comigo. Gostava do caminho que estávamos percorrendo juntos.

—Você está cheia de gracinhas hoje, não é? E então? Você vem ou não?

—Se você vier aqui me buscar, eu vou. Mas com uma condição.

—Sabia. Quando a esmola é demais o santo desconfia. O que você quer?

— Que você dê o primeiro passo. Chama o Gael pra investigar sobre vocês.

—Mas eu tenho duas semanas, esqueceu?

—Daqui a duas semanas, você tem que contar sobre a sua doença. Mas vamos fazer assim: Daqui a duas semanas eu durmo com você então. Beijos.

Nat desligou o telefone sem ouvir a minha resposta. Ela gostava de provocar. Liguei umas três vezes e nada. Aquela leoa queria que eu fosse até ela.

Tomei um banho, comi um sanduíche e saí pra trazer a minha namorada para casa.

Arquitetei o caminho todo como faria pra chamar aquele imbecil pra investigar o passado comigo mas eu jamais perderia a oportunidade de ter Nat na minha cama mesmo sendo de conchinha.

Quando estacionei o carro, pude ver Gael se equilibrando entre segurar o filho, sacolas de mercado e a bolsa da criança.

Esperei que ele subisse, saí aos seus calcanhares logo em seguida. Ainda ouvi Miguel falando alguma coisa, se é que aquele moleque falava.

—Posso entrar? — disse assustando não só Gael, como também o menino.

Gael fez uma cara horrível. Já o menino se recuperou rápido do susto e sorriu. Olhei pra ele com uma cara bem feia e nada. Ele não parava de sorrir.

— O que é que você quer?

—Ver a Nat. Lembra do nosso trato?

A contra gosto, Gael me deu espaço para passar.

A ultima vez que estive naquele apartamento foi quando instalei câmeras para vigia-lo.

Decidi desestrutura-lo, ia fazer igual ele fez na minha casa. Não só entrei, como fui direto na geladeira. Abri pegando suco, copo no armário e roubei um pedaço pequeno de bolo.

Fiquei esperando Gael se enfurecer mas não. Ele colocou o filho no cercado e começou arrumar as sacolas de mercado.

— Sua mulher é boa. Cozinha bem.

Escutei Gael respirando fundo. Ele era ciumento e se controlava pra não explodir por eu falar de Dandara daquele jeito.

Um barulho irritante e repentino vinha do cercadinho. O pentelho batia os brinquedos no chão.

—A Nat não está em casa. — Gael disse finalmente. —Está trabalhando.

— Eu sei. Vim mais cedo pra falar com você antes dela chegar.

—Desembucha!

Gael segurava um pacote de macarrão, esperando a  minha resposta.

— A Nat me convenceu a investigar o que aconteceu no passado. Eu já sei o que houve mas ela insistiu, então...

—Você resolveu agradar a minha filha, acertei?

—Faço qualquer coisa por ela.

— É bom mesmo que faça! Como eu te disse antes, eu não vou permitir que você e nem ninguém machuque a minha filha. Se eu sonhar que você a  ameaçou, magoou ou algo do tipo, eu acabo com a sua raça. Aquele inferno que ela viveu do seu lado nao irá se repetir, decorou?

Observando Gael vi que ele estava disposto a acabar comigo. Ele não permitiria que eu fizesse mal a Nat.

—Eu nunca mais vou fazer com a Nat o que eu fiz. Até porque não tenho motivos.

— E mesmo se tivesse, não vai fazer! Quer namorar a minha filha? Ótimo! Não posso proibir mas estou de olho em você. Em cada passo e em cada gesto. Absolutamente tudo! Não vou dar moleza e sugiro que siga as minhas regras . Todos os namorados das minhas filhas seguem. Aqui não é a casa da mãe Joana.

Ri da seriedade de Gael. Ele realmente estava falando sério. Eu teria que aceitar as regras dele ou o imbecil estragaria meu namoro com a Nat.

— Pode ser. Quais são as regrinhas do papai?

— Nada de pegação, namoro dentro de carro, beco, lugares escuros e dormir juntos nem pensar. Se cumprir essas regras está de bom tamanho.

— As primeiras eu até cumpro, já a última não vai ser possível. Eu vim justamente buscar a Nat pra dormir comigo e ela já aceitou.

Fiquei experimentando ver a reação de Gael que foi a melhor possível. Ele esmagava o pacote de macarrão como se fosse o meu pescoço.

— Você não vai levar minha filha.

— Se ela quiser, vou sim! Pra namorar a Nat tenho que respeitar sua casa, não é? Mas fora dela o sistema é outro. Ou você acha que suas filhas namoram há anos só de mãozinha dadas? Acorda!

— Tudo bem! Eu vou investigar e a Nat vai com você se ela quiser. Só que amanhã eu quero ela em casa cedo ou quem vai buscar sou eu.

Tinha algo estranho! Gael estava tranquilo demais para o meu gosto. Cedeu rápido demais o fato de Nat ir pra minha casa.

— Faz um favor pra mim?

Quase cai pra trás ao ouvir Gael me pedindo um favor.

— O quê!? — perguntei desorientado.

— Quero que você passe o olho no Miguel pra mim. Esqueci uma coisa no mercado e preciso buscar. Segura ele aqui.

Gael sem me dar tempo pra reagir pegou o fedelho do cercado e colocou nos meus braços. Por pouco não deixei o moleque cair.

— Está ficando doido? Eu não vou cuidar de fedelho nenhum. Eu sou o pai dele por um acaso?

— Fica calmo! O Miguel não vai te machucar.

Gael me olhou irônico. Apanhou as chaves do carro me largando sem reação com aquele filhotinho de macaco nos braços.

Sem pensar direito meti o moleque no cercado. Já ia saindo quando do nada o capetinha começou a chorar.

Fiz de tudo pra ele calar a boca e nada. Apanhei-o novamente e só assim ele se acalmou.

Torcendo pra alguém chegar fiquei com ele no colo. Enquanto o fedelho brincava com meu relógio de pulso, fiquei observando alguns detalhes.

Ele era parecido com Gael. Cabelos pretos, chorava por tudo e odiava ficar sozinho. Os olhos azuis estampado na cara como se me desafiasse a olhar no passado.

Tentei coloca-lo no cercadinho. Gritos de protesto foram dados. Ele queria colo mas que inferno!

Miguel se esticou tentando pegar algo que ele viu na minha jaqueta. Era minhas chaves. Arranquei sem dó de suas mãos pensei que ele ia chorar novamente mas não. O Capetinha me sorriu como se zombasse da minha cara.

De repente ele se deitou. Encostou a cabeça no meu peito. Não era possível, iria dormir.

— Ei moleque! Pode acordar. Não vou ficar te segurando enquanto você dorme, não! Que ódio!  Cadê a Nat?

Sentei no sofá, peguei o celular e tentei ligar pra Nat. Chamou até cair e nada. Olhei no relógio. Ela já havia saído do trabalho.

Nesse meio tempo o pentelho acabou dormindo. Por mais que eu mexesse ele não acordava. Como eu iria ficar segurando esse menino até ele acordar ou Gael voltar? No cercadinho não podia por novamente porque ele dormiu. Ah Gael, eu te mato!

Levantei com cuidado. Se ele acordasse ia por a boca no mundo. Saí procurando até achar o quarto de Gael, onde graças a Deus, o berço do menino estava.

Quando fui por ele no berço, ele acabou acordando. Como eu previ começou a chorar. Mas quando olhou pra mim voltou a sorrir. Me aproveitando disso, coloquei ele no berço. Ele quis chorar mais uma vez, porém comecei a brincar com ele e pra minha sorte ele estava com sono. Entre um sorriso e outro ele acabou dormindo de novo.

Quando virei de costas Gael me observava. Ele havia retornado. Estava tão distraído com o capetinha que nem mesmo o notei.

—Seu infeliz! — cochichei para que o moleque não acordasse. — Que raios você foi comprar que me deixou com esse fedelho?

— Esqueci o leite no mercado. — ele também cochichava. — E muito obrigado. Geralmente ele não dorme com estranhos. Você leva jeito com bebês.

— Jeito? Um jeito é o que eu vou dar na sua cara! A próxima vez que você fizer isso...

— Miguel vai está em boas mãos..A Nat esta lá fora.

Gael passou por mim, cobriu o filho e lhe depositou um beijo na testa  me deixando com cara de idiota.

Saí do quarto bufando de ódio.

— Aonde você estava? — disse com raiva.

— De novo esse ciúmes ?

— Não é isso! Você não sabe o que o Gael fez.

Resumi tudo o mais rápido possível para Nat. Vada palavra minha fazia ela gargalhar.

— Nat, eu fiz o que você pediu.  Banquei até a babá e isso nem estava no contrato. Se você não for comigo eu nem sei do que sou capaz.

— Está bem, eu vou. Posso pegar uma roupa?

—Voce não vai precisar. — cochichei para que Gael não ouvisse da cozinha.

— Não vai rolar nada ou então eu nem saio daqui.

— Tá bom! Mas nada de calça jeans.

— Mais uma palavra e eu uso até cinto.

Esperei Nat pegar as roupas e escutei novamente as regras idiotas do Gael com a ameaça de ir buscar Nat se ela não chegasse cedo em casa.

Quando saímos de casa Nat ainda sorria.

— Do que é que você tanto dar risada?

— De você. Eu ainda não acredito que você brincou com o Miguel e colocou ele pra dormir. Até agora não entendi porque o Gael fez isso. Ele mesmo diz que não confia em você e largar um menino indefeso nas suas mãos?

Nat tinha razão! Tinha alguma coisa estranha no Gael.

Primeiro ele deixou fácil demais Nat dormir comigo, apesar daquelas regras sem o menor cabimento e depois deixa o filho pequeno comigo? Não! Ele estava armando alguma coisa. Mas o que seria?


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Notas finais do capítulo

Quem diria que Lobão daria uma boa babá?



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