Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 8
Animagos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, leiam as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706132/chapter/8

Os quatro dormiram pensando na ideia de Sirius, para Remus aquela ideia era uma esperança para tornar as noites tão horríveis e apavorantes das transformações em algo mais suportável. Na manhã seguinte, eles combinaram que iriam obter o máximo de informações sobre o assunto para começarem a treinar o quanto antes.

As janelas mostravam que era fim de tarde e uma luz alaranjada iluminava o ambiente. A aula de Transfiguração havia acabado de terminar e a professora juntava seus livros, penas e varinha, mas quando estava pronta para abandonar a sala, ouviu alguém chamando.

— Professora McGonagall, eu queria te perguntar uma coisa. — A sala de aula era ampla e tinha dezenas de carteiras, agora vazias, pelas quais Remus desviou até chegar a mesa da professora.

— O que foi, Remus? Algum problema? — Minerva costumava ser dura com seus alunos, mas Remus era um ponto fraco para ela. Sempre tão esforçado e inteligente, ela se sentia triste por ele sofrer tanto todos os meses durante a lua cheia.

— Eu queria saber se... — Remus tentava organizar as palavras — se eu aprendesse um pouco sobre Animagia, isso poderia me ajudar durante a minha transformação? — Ele tentava extrair qualquer informação sobre animagos e como a professora ensinava transfiguração e tinha uma forma animaga, pensou que seria bom começar por isso.

— Querido, eu sinto muito mas não sei se isso pode ajudar. Talvez você possa aprender essa técnica quando estiver mais velho, mas é uma magia difícil até para bruxos adultos e não sei se seria possível, devido as suas circunstâncias... — A professora olhou para ele com piedade enquanto pegava os livros sobre a mesa para sair da sala.

— Tem algo sobre isso na biblioteca? — Lupin entrou na frente da professora, impedindo a passagem.

— Sr. Lupin, não há nada que você pode fazer em relação a isso no momento, talvez daqui a alguns anos... Conheço bem você e seus amigos então esqueçam esse assunto por enquanto. — Ela enrijeceu a voz, tentando encurtar a conversa e dando as costas para seu aluno. A professora sabia que ele tentaria de tudo para melhorar seus momentos difíceis, mas seria muito perigoso e complicado para um garoto tão novo.

Remus saiu da sala de mãos vazias, a bolsa tipo carteiro pendendo do seu ombro e uma expressão decepcionada no rosto. Os garotos o esperavam no corredor, cumprimentavam algumas garotas que passavam por eles, tentando não ficar ansiosos pensando nas novidades que Remus traria.

— Não consegui nada, sinto muito gente. — Ele falou, caminhando até os amigos. Quando Remus alcançou os outros marotos, eles passaram a andar pelos corredores do castelo, na direção do salão comunal da Grifinória.

— Maldita McGonagall, sempre seguindo as regras! Você fez cara de lobinho pedindo um pedaço de carne? — Sirius imitou a cara, entortando a cabeça e fazendo biquinho como uma criança.

— Cala a boca, Sirius! Você não pode ficar falando esse tipo de coisa por aí. — Remus  tentou tampar a boca do amigo, que o empurrava e ria.

— Foi mal cara, é quase um instinto! — Black retrucou.

— Vocês não tem jeito mesmo, nunca perdem a piada. — Peter ria dos amigos.

— Parem de brigar, vocês dois! Precisamos focar no plano... Eu estava pensando, já que não conseguimos nenhuma informação de forma legal vamos ter que passar para as formas ilegais. — James arquitetava o plano, sussurrando entre os amigos.

Mais tarde naquela noite, quando todos já tinham ido para seus dormitórios, os quatro grifinórios passaram de fininho pelo retrato da mulher gorda e caminharam em direção à biblioteca. Não encontraram Filch ou a Madame Nor-r-ra, nem nenhum professor até chegarem na seção reservada, então os marotos acharam que era seguro acender uma varinha e procurar algum livro que os ajudasse.

— Achei um aqui, mas não consigo alcançar. — Peter estava na ponta dos pés, com sua barriguinha saliente encostando em alguns livros da estante embaixo.

— Cuidado, Peter. Tem alguns livros bem sinistros aqui. — James, que era bem mais alto que o outro, se assustou ao tentar pegar o livro sobre os animagos graças a uma enciclopédia enfeitiçada que o atacou. Com sorte, conseguiu pegar o livro antes de ser agredido.

— Como podem dizer que Hogwarts é o lugar mais seguro para os bruxos? Um livro acabou de atacar o James! — Remus ria do acontecido.

No livro que encontraram não havia instruções muito precisas de como se tornar um animago, mas já dava aos marotos um norte, dizendo como poderiam começar a treinar aquelas habilidades. Os quatro trocavam informações sobre o que encontravam nos livros, até que ouviram um barulho na porta da biblioteca.

Eles se entreolharam e Remus jogou um feitiço para tentar organizar a bagunça que haviam feito antes de serem omitidos pela capa novamente e correrem. Apesar de só terem visto Madame Nor-r-ra, eles se mantiveram correndo até perto do salão comunal.

— Ufa, ainda bem que fomos rápido! — Peter, como em todas as vezes que tinham que correr, estava ofegante e agradecia por estarem finalmente apenas caminhando.

— Eu não ficaria tão feliz assim com uma semana de detenção, suas crianças imundas! — Filch os encurralou quando estavam no corredor do salão comunal e já podiam ver o retrato da Mulher Gorda. — Se eu pudesse, penduraria vocês de ponta cabeça nas masmorras, como nos velhos tempos... Agora entrem logo e vão direto para a cama, a próxima semana vai ser bem cheia para vocês!

Na manhã seguinte, durante o café da manhã uma coruja chegou entregando as advertências com o horário das detenções, despertando curiosidade dos alunos por perto.

— O que foi que vocês aprontaram ontem a noite, hein? — Marlene ria do desanimo dos meninos.

— Você conhece a gente, não é Lenny? — Black deu um sorriso de lado, largando a carta na mesa como se não fosse nada.

— Conheço, e por isso mesmo é tão cômico ver vocês indo para a detenção. Vocês nunca são pegos! — Ela retrucou se divertindo com a situação.

— Para de rir da gente, Marlene... É óbvio que vamos dar um jeito de não perder as noites na detenção. — James piscou enquanto dava uma mordida num muffim.

— Vocês vão ser punidos por terem feito alguma besteira e querem aprontar outra coisa para não cumprirem detenção? Não entendo a lógica de vocês, garotos! — Lily posou sua xícara de chá e olhou para James, descrente do que ouvira.

— Quanto ódio no coração, Lily... — Remus não admitia, mas achava divertido ver Lily brava com James, o que estava acontecendo cada vez com mais frequência naquele ano. — Vamos logo para a aula antes que esses dois se matem.

 

Assim que James, Sirius, Remus e Peter chegaram na sala de troféus para a detenção, o monitor da Grifinória os mandou limparem todos os troféus, mas foi "acidentalmente" distraído pela namorada que aparecera ali de forma seduzente (a pedido de Sirius) e, ao invés de ficar supervisionando os marotos, ficou do lado de fora da sala aproveitando a noite com a garota.

— Foi mais fácil distrair esse cara do que os outros monitores que já deram detenção pra gente. — Sirius espiava o casal, que estava aos beijos sentados no beiral da janela.

Com alguns pequenos truques e sem nenhum trabalho, eles fizeram todos os troféus brilharem como novos e partiram para o salão comunal. "Lily não ficaria nem um pouco orgulhosa de saber daquilo, mas ela não tinha como puni-los", James pensava.

A maior parte das detenções acabou bem antes do previsto graças as cartas na manga que os marotos planejavam. O tempo que deveria ser gasto com as detenções foi muito bem utilizado, James tinha encontrado uma sala vazia e isolada, com fácil acesso a uma passagem secreta que poderia os levar para perto do salão comunal caso arranjassem alguma confusão ou fossem pegos, e lá começaram a estudar as complexidades da animagia.

— Achei que fosse ser mais divertido, só estamos estudando teoria! Nem parece que estamos quebrando as regras... — Sirius estava sentado numa carteira com a cabeça apoiada numa pilha de livros, seus cabelos longos e enrolados caíam sobre a mesa.

— Se a gente não souber exatamente o que fazer, quando formos tentar nos transformar podemos acabar virando um misto entre humano e animal ou algo assim, então acho melhor ler bastante antes de começar. — Remus falou sem levantar os olhos do livro que estava lendo, sentado no beiral da janela. A visão da lua decrescente pela janela o tranquilizava um pouco, ele poderia descansar alguns dias antes dela voltar a estar cheia.

Depois que as detenções acabaram, os quatro não tinham mais desculpa para estarem fora da cama depois do toque de recolher e Sirius e James tinham que conciliar o tempo livre entre os treinos de quadribol e as chatas horas de estudo sobre animagos com Remus e Peter. Eles realmente haviam pensado que seria mais divertido obter formas animagas, mas não pensaram que daria tanto trabalho. Logo, os livros foram ficando escassos e eles já sabiam tudo sobre esse tipo de magia, mesmo nunca tendo executado a transformação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá leitores fantasminhas, eu adoraria muito que vocês dessem alguma notícia, alguma opinião, pelo menos falem que leram o capítulo para eu saber se devo continuar postando ou não... Eu sei que é bem chato ficar mendigando comentários, mas sou nova aqui e as coisas andam bem paradas. Espero que me entendam e falem comigo ♥