Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 14
A adorável família Black


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, me desculpem pela demora! Fiquei bem satisfeita com esse capítulo, depois me digam o que acharam :D



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Para a felicidade de alguns e tristeza de outros, mais um ano em Hogwarts chegava ao fim. Ao chegarem na estação King's Cross, a maioria dos bruxos se despediram e seguiram viagem para casa com suas famílias animadas pela volta dos filhos. Mas é claro que isso não acontecia com todos. Sirius e Regulus Black esperavam ver algum rosto conhecido na multidão que se movimentava rápido, partindo e chegando na cidade de Londres, mas avistaram apenas um homem sério, usando um terno preto e com cara de esnobe, carregando uma plaquinha rabiscada com o sobrenome deles.

— Me acompanhem até o carro. O Sr. e a Sra. Black estão numa reunião muito importante. — A voz misteriosa do homem anunciou que, mais uma vez, as reuniões e compromissos dos Black eram mais importantes que os dois garotos.

— O que você acha que é? — Regulus perguntou, curioso ao entrar no carro.

— O que? — Sirius já sentia falta de seus amigos. Regulus até podia não ser tão chato quanto seus pais, mas fazia perguntas demais e mesmo assim, todos o achavam genial.

— A reunião. Você acha que é algo sobre aquele bruxo de que todos estão falando? — Regulus já criava teorias. Ele estava sempre muito atento aos boatos sobre esse tal bruxo, qualquer coisa que pudesse fazê-lo saber mais sobre esses rumores já o animava, teria muito assunto com os amigos quando os reencontrasse.

— Sei lá, tanto faz. — Sirius revirou os olhos diante da animação do irmão, ele mal sabia quem era esse bruxo do qual o irmão falava.

A viagem até o distrito de Islington foi silenciosa e logo os dois garotos foram deixados no Largo Grimmauld, onde logo a casa nº 12 apareceu magicamente diante de seus olhos. Assim que adentraram na casa empoeirada e escura, uma das portas no final do corredor se abriu e Walburga, uma senhora de cabelos ondulados, pretos mas com alguns fios prateados espalhados e olhos igualmente negros, foi até eles. Ela tinha um semblante sério e rígido, que relaxou um pouquinho na presença dos filhos.

— Que bom ver você, Regulus! Sirius, suba agora e tire essa camisa horrível da Grifinória para jantar. Isso é inaceitável! — Era nítido o favoritismo da mãe pelo irmão mais novo, apesar de ficar um pouco triste com isso, Sirius fazia questão de provocá-los usando as cores vermelho e dourado de sua casa de Hogwarts.

Sirius subiu para seu quarto, aquele era o único lugar na Mui antiga e nobre casa dos Black em que ele podia ser ele mesmo: o papel de parede verde musgo empoeirado era ocultado por um enorme brasão da Grifinória, havia um alvo com alguns dardos numa das paredes junto com alguns posters de quadribol. Um guarda roupas velho e de madeira escura ocupava o outro lado, assim como uma pequena escrivaninha que nunca era usada. Ele largou seu malão no meio do quarto e se jogou na cama, já pensando na falta que seus amigos faziam.

Durante o jantar, alguns de seus primos permaneceram na casa após a reunião. O salão era comprido e empoeirado, como todo o resto da casa. Tinha prateleiras com uma prataria enfeitada em cores verde e prata, assim como a maioria dos artigos antiquados que decoravam a casa.

— Então quer dizer que você foi mesmo para a Grifinória, Sirius? — Belatriz Black, sua prima que tinha os mesmos cabelos encaracolados e pretos da família, falou com desprezo.

— É claro, para a melhor casa de Hogwarts! — Sirius retrucou, defendendo a casa dos corajosos e leais.

— Sirius, cale a boca e pare de desrespeitar sua prima! — A Sra. Black deu-lhe um tapa na cabeça enquanto passava por perto de onde o filho estava sentado.

— Como foi a reunião de hoje? Vocês estavam falando sobre Voldemort? — Regulus tentou desviar os olhares de desprezo do irmão e saciar a curiosidade que o incomodava desde cedo.

— Como sabe sobre ele? Garoto esperto... — Narcisa surpreendeu-se. Ela era irmã de Belatriz, mas tinha belos cabelos loiros e uma expressão constante de algo mal cheiroso abaixo de seu nariz.

— Alguns garotos estavam falando sobre ele no salão comunal. — O garoto se animou, seu rosto fino e magro carregava um sorriso singelo.

— Está vendo, Sirius? Se você fosse mais igual ao seu irmão e tivesse ido para a Sonserina já saberia sobre um dos bruxos mais geniais da história! — Belatriz suspirava ao falar sobre o tal Voldemort, ainda provocando seu primo, que apenas revirou os olhos.

Sirius tentava manter a calma e ignorar a pirraça de seus parentes, concentrando-se na comida servida por Monstro, o elfo doméstico. Ele ignorava a conversa, pensando em novas estratégias para os jogos de quadribol do próximo ano, quando ouviu a discussão que havia surgido na mesa de jantar.

— Vocês não acham que seria maravilhoso que todos esses sangues-ruins fossem impedidos de irem à Hogwarts? — Belatriz conseguia ser uma pessoa ainda mais desprezível toda vez que abria a boca.

— Impedidos de ir à Hogwarts é pouco, deviam ser impedidos de andar pelas ruas! — O Sr. Black resmungou, por trás de seu jornal.

— Deviam é acabar com essa raça! — Sra. Black parecia ter achado o jantar terrível,  pois sua feição era do mais puro nojo.

— E daí que eles nasceram trouxas? Eles tem os poderes de bruxos e podem ser melhores que alguns puro sangue. — Sirius reclamou, pensando em Lily. A garota era de família trouxa, mas era uma das bruxas mais brilhantes que frequentava Hogwarts na época.

— Eles devem estar roubando os poderes de algum bruxo, não tem como simplesmente nascerem assim. — Narcisa era menos exaltada que sua irmã, mas pelo visto partilhava dos mesmos ideais.

— E você, quem pensa que é para defender esses sangues-ruins? — Walburga exclamou, com o rosto vermelho que demonstrava a raiva e a vergonha que sentia de seu filho.

— Sou amigo de nascidos trouxas e mestiços, eles não são pessoas ruins. — Sirius ainda tentava defendê-los, uma coisa que o garoto nunca faria era deixar que insultassem seus amigos na frente dele, mesmo que isso resultasse em uma bela de uma surra. A Sra. Black apenas lançou um olhar penetrante que dizia que mais tarde ele se arrependeria de ter dito aquilo na presença de suas primas.

Regulus continuava tentando voltar o assunto para o tal bruxo super poderoso do qual falavam antes e Sirius aproveitou a deixa para voltar para o quarto. Sua mãe percebeu a escapada e o encontrou no corredor.

— Seu infeliz, pare de falar desse jeito na frente das pessoas! — Ela o puxou pela orelha e segurou seu rosto perto do dela. A expressão de desgosto e nojo ainda presente. Ela o arrastou para uma sala, fechou a porta e acendeu a luz do cômodo. — Vão achar que você é um traidor de sangue igual a Andrômeda! — Ela apontou para o nome da outra irmã de Belatriz e Narcisa, que tinha sua imagem queimada na tapeçaria com a árvore genealógica dos Black.

— Mãe, para! — Sirius deixou escapar, quando a mulher deu-lhe um tapa na cabeça e o fez olhar novamente para o nome de sua prima apagado da família.

— Você quer ser exilado da família também? Seu imprestável, vá para o seu quarto e só apareça quando mudar essa sua cabeça. — Ela o empurrou para fora do salão e lançou um último olhar raivoso na beira da escada.

Sirius subiu e trancou o quarto, aliviado por não ter que permanecer naquele clima tenso e pesado do andar de baixo, mas triste por ser tratado daquela maneira pela mãe. Queria poder conversar com os amigos, na presença dos marotos ele era sempre o mais animado e brincalhão. Mal esperava por uma chance de ir para a casa de algum deles e curtir as férias de verão de verdade, então decidiu mandar uma carta para James, mesmo tendo o visto naquele dia mais cedo:

Caro James,

Como já era possível de se imaginar, mal cheguei em casa e já quero ir embora. Minha família está ainda mais terrível do que da última vez que os vi. Hoje estavam falando sobre um bruxo que quer acabar com os nascidos trouxas, seus pais sabem algo sobre isso? Os aurores deviam ficar espertos com isso, caso seja verdade.

Mal posso esperar para encontrar você e os outros novamente, me escreva assim que puder, trazendo notícias sobre esse tal Voldemort e um convite para eu ir visitar sua casa maravilhosa antes que eu enlouqueça aqui.

O mais lindo batedor de Hogwarts, Sirius Black.

Com isso, Sirius enviou sua pequena e saltitante corujinha para a casa do amigo e se jogou na cama novamente, esperando não ter que sair dela tão cedo. Por alguns dias aguardou a coruja de Potter, que chegou uma semana depois trazendo a Sirius uma felicidade inexplicável. Aquela semana não havia sido muito melhor que o dia em que chegaram e ele estava muito feliz por poder partir para a casa dos Potter, com Peter e Remus, naquele fim de semana.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer a todos que estão acompanhando e me ajudando a construir a história dos marotos, em especial a "Uma Potterhead" e a "Princess of Everything", que não deixam de comentar um capítulo e que me deram mais ideias para a fic! Muito obrigada mesmo ❤
O que acharam de eu ter citado o Voldemort? Não temos uma data de quando ele começou a se tornar mais popular, mas achei que seria interessante colocar a famíla Black falando sobre ele!
Até o próximo capítulo (que já está escrito, juro que posto logo!)