Reverso escrita por Camila J Pereira


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!
Estou muito empolgada com a forma que a história está tomando.
O que estão achando?
Nesse capítulo teremos um Edward mostrando um pouquinho suas garras.
Comentem!



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Alguém trombou com ela, Bella quase cai assim como o seu suco. Olhou para o líquido que saia do copo sem tampa jogado ao chão. Uma mão forte a segurou pelo braço.

— Você está bem?

— Sim. – O desconhecido parecia afoito. Talvez estivesse apressado e por isso colidiu com ela.

— Eu sinto muito, seu suco está arruinado.

— Não tem problema. – Ele abaixou e juntou a tampa ao copo.

Bella tomou o objeto de sua mão gentilmente enquanto ele a encarava. Quando as pessoas lhe enviam aquele olhar de reconhecimento um pouco confuso, ela já se arrepiava. Chegariam inevitavelmente na parte em que falavam sobre os negócios de sua família.

— Pode seguir, eu cuido disso. – Ela mostrou o copo. Bella não esperou, apenas voltou a caminhar com rapidez e jogou o copo na primeira lixeira que encontrou.

— Espere! – Ele tentou ainda gritar, mas não foi ouvido por ela. – Nem ao menos tentei pegar o número dela, ela é tão bonita... Mas eu a conheço? – Pensou alto e seus olhos registraram a presença de um celular caído adiante. Ele o pegou, estava certo que se tratava do celular da garota. Ele sorriu. – Parece o destino. - Guardou o celular como uma preciosidade e seguiu o seu caminho.

***

Já estava a uma boa meia hora sentada em um dos bancos do parque próximo a sua casa. Bella estava indignada consigo mesma. Deveria ter disfarçado quando ele perguntou se estava mesmo cursando Gestão de Empresas. Xingou novamente fazendo careta de desagrado. Quanto mais pensava, mais irritada ficava.

Tinha que tomar coragem e voltar para casa, àquela hora o seu pai já estaria sabendo de tudo e com toda a certeza estava esperando apenas que ela colocasse o pé dentro de casa. Até estranhou por ninguém ter ligado para ela até o momento.

Pé ante pé caminhou até a sua casa, tentou entrar em silêncio, mas Edward estava na sala, parecia estar esperando por ela. Bella o viu abrir a boca para falar então foi mais rápida.

— Não me interessa o que irá dizer. – Edward engoliu as palavras e deu de ombros.

— Você demorou. Já está quase na hora do jantar.

— Vou me apressar. – Bella subiu as escadas para o seu quarto e tomou um banho. Estava se preparando psicologicamente para ouvir todo o sermão do seu pai.

Depois do banho desceu e os dois já estava à mesa. Tentou ficar silenciosa enquanto eles discutiam sobre trabalho. Seu pai não parecia nenhum pouco chateado, mas aquilo poderia ser ainda pior. Não sabia como e quando viria o bombardeio. Começou a comer sem ânimo algum, acabou se alimentando pouco, mesmo seu pai tendo feito perguntas fúteis sobre o seu dia. Quando ele se levantou, ficou impressionada por nada ter acontecido.

Ela ficou na cozinha conversando e ajudando Sue e Leah. Teve que ouvir de Leah o quanto ela achou que Edward tinha voltado muito mais bonito e elegante. Para ela, Edward era um homem ideal e invejava a Bella.

— Porque me inveja? – Bella não entendeu o ponto de vista de Leah.

— Ah... por ter um primo assim.... Um lindo primo. – Leah explicou sem jeito e Bella não viu o olhar de reprimenda que Sue lançou para ela.

Bella voltou para o quarto e ao passar pelo escritório do pai o ouviu conversando com Edward. Parecia que o seu pai não sabia ainda sobre a faculdade e tentou achar uma razão para que Edward protelasse dar aquela informação. Talvez ele estivesse fazendo isso naquele momento. Tentou não pensar nas consequências e então entrou em seu quarto.

Não tinha muito o que fazer a não ser esperar pelo que viria. Estava nas mãos do primo novamente e agitou os cabelos com força de ansiedade. Tinha que se concentrar para fazer a atividade da faculdade para o dia seguinte então pegou os livros e abriu o notebook. Mais tarde tateou em busca do celular e não o encontrou nem mesmo na bolsa. Começou a lembrar de todo o seu caminho durante o dia e percebeu que poderia ter perdido o celular quando aquele cara esbarrou nela.

Desceu as escadas e discou para o seu número. Com sorte alguém honesto o encontrou. No segundo toque uma voz masculina atendeu.

— Olá, eu sou a dona do celular.

— Oi. – Um riso maroto foi escutado. – Estava pensando quando ligaria.

— Obrigado por guardar o meu aparelho.

— Sem problema. Quando e onde quer que o deixe?

— Bem... – Bella pensou um pouco e decidiu marcar em frente a faculdade. Era um lugar movimentado e não correria tantos riscos encontrando-se com um estranho. Combinaram tudo e desligaram.

— Perdeu o seu celular? – Bella deu um pulo. Edward estava atrás dela.

— Sim, mas vão me devolver. Voltarei para o meu quarto. – Bella disse e saiu.

No pé da escada Edward a segurou pelo pulso. Bella conseguia sentir o calor do corpo dele emanando.

— Eu não falei com ele. Muito menos pretendo falar. Só que em algum momento deverá dizer a verdade. – Edward disse baixo apenas para que ela escutasse.

— Não entendo porque não falou. É o tipo de coisa que adora fazer. – Edward a segurou mais firme, aquele comentário o feriu.

— Você acha que sou um canalha, me trata como um.

— Você age como um, fazendo tudo o que meu pai manda. Coisas que...

— Eu devo muito ao seu pai. – Era por isso? Edward sentia-se obrigado a fazer o que Aro mandava?

— Você tem o seu livre-arbítrio. – Edward sorriu sem humor.

— Veja bem, você quer mesmo começar uma guerra com ele por causa disso?

— Não que seja da sua conta, mas fique sabendo que estou cursando Gestão de Empresas sim. – Bella se livrou do aperto de Edward.

— Mas então porque fugiu daquela maneira? – Bella estaria mentindo para ele?

— Deixe-me em paz, Edward Cullen. – Bella o afastou rispidamente e subiu as escadas.

***

— Aquela menina sempre está atrasada. – Aro resmungou.

— Senhor, Bella já foi para a faculdade. – Sue o informou. Tanto Aro quanto Edward foram pegos de surpresa.

— Mas o que é isso agora? – Aro reclamou.

Edward sabia muito bem, ela estava deixando claro que não aceitará que ele a levasse novamente. Então Edward recordou que Bella marcou com a pessoa que encontrou o seu celular.

— Tio, eu vou na frente. Passarei na faculdade para ver a Bella.

— Edward, apenas hoje. Amanhã quero os dois aqui. – Edward se despediu e foi verificar se Bella estaria bem encontrando-se com um estranho aproveitaria e descobriria o que ela escondia na faculdade.

***

Bella estava esperando a pessoa que devolveria o seu celular. Sentada num dos bancos da entrada, notou que um rapaz parecia procurar por alguém. O olhar dos dois se encontraram e houve o reconhecimento de ambos. Ele havia esbarrado nela no dia anterior quando tentava fugir de Edward.

O rapaz se aproximou e Bella levantou para falar com ele. O sorriso dele era de satisfação, como se aquilo o agradasse muito. Bella começou a ficar com o pé atrás. Por sorte havia muitas pessoas transitando e muitas delas conhecidas.

— Oi. – Bella o cumprimentou.

— Oi. - Então, por causa do olhar que ele lançou e o sorriso, Bella entendeu que ele estava dando em cima dela. - Não foi sorte sua, mas muita sorte minha ter encontrado o seu celular.

— Mesmo? – Bella estendeu a mão para que ele desse o aparelho, mas ele sorriu divertido e apertou a mão dela.

— Sim. Não tive a chance de pedir o seu número. Sou o Jared.

— Muito prazer, Jared. Meu nome é Isabella. Pode, por favor, devolver o meu celular? – Bella recolheu a sua mão e Jared passou a mão agora livre pelos cabelos castanhos que desciam por sua testa.

— Isabella, eu gostaria de uma compensação. – Bella não se surpreendeu.

— Claro, quanto quer?

— Está achando que sou um vigarista? – A sua pergunta não foi dita em tom de ofendido, mas de brincadeira. Bella optou por não dizer o que pensava. – Está, não é? Pois, fico satisfeito com algumas refeições. – Bella o olhou intrigada. – Digamos... 3 refeições quando eu quiser.

— Está querendo marcar 3 encontros comigo, é isso?

— Não imagine coisas, eu quero que pague 3 refeições para mim. Afinal de contas, eu te devolvi esse celular super caro. Outra pessoa não devolveria ou pediria uma grana alta pelo favor.

— Mas você pede 3 refeições. – Ela repetiu achando que ele era totalmente um vigarista.

— Exato.

— Tudo bem. – Ela respondeu, deixando claro para si mesma que não disse que comeria com ele.

— Você é bem sensata. – Jared puxou o celular do seu bolso e entregou a ela. Bella verificou se estava em boas condições.

— Obrigada. – Ela estava prestes a ir, mas ele ficou em seu caminho, bloqueando.

— Como vamos marcar se não trocamos os nossos números? – Ele era astuto.

— Dê-me o seu e eu te ligo.

— Boa tentativa, Isabella. – Ele sorriu largo para ela. Pegou o seu próprio celular e olhou para Bella. – Pode dizer o seu número. – Depois que Bella passou a informação ele ligou para ela e confirmou o número. – Agora pode salvar com o meu nome também.

— Estou indo agora. – Bella anunciou, mas ele permaneceu na sua frente ainda.

— Você estuda aqui? – Ela pensou rápido e preferiu negar. – Parece que estuda já que ontem nos encontramos aqui e hoje marcou no mesmo lugar.

— Apenas passo por aqui. – Será que ele era um stalker? – Estou atrasada. – Bella usou um pouco de força e venceu a barreira que ele mantinha e saiu apressada. Ela daria a volta pela rua e entraria no prédio por outra entrada.

— Eu acho que você estuda aqui! – Ele gritou para ela. – E sei quem é você. – Disse para si mesmo. – Ela é tão fofa, como sempre. Imagino como estará o desgraçado do primo dela.

Edward que tinha chegado a pouco tempo, estacionou a uma distância que os dois não o notasse, mas que os visse bem. Viu quando seguiram caminhos diferentes. Edward reconheceu Jared Cameron, seu ex amigo. Como o mundo poderia ser tão pequeno? Será mesmo que ele encontrou o celular dela ou simulou a perda para então devolver sabendo que Bella era a sua prima?

Seria mais um assunto para tratar depois. Naquele momento, tinha que ir até a administração do curso. Não precisou de muito esforço para conseguir todas as informações sobre a prima. Ela estava cursando tanto aulas referentes ao curso de Gestão de Empresas quanto para Artes Visuais. Imediatamente recordou da facilidade criativa da prima, dos desenhos e pinturas que fazia, ela realmente tinha a inclinação. Edward agradeceu gentilmente e saiu da ala administrativa.

Não saberia dizer se foi coincidência ou destino, mas viu Bella em um corredor diante de uma máquina de bebidas. Ela parecia procurar por moedas, mas não encontrava. Ele pegou uma moeda sua e caminhou até a máquina. Esticou o braço que rosou em Bella e introduziu na máquina.

Bella sobressaltada encarou Edward, era como se visse um fantasma. Seu coração disparou e imaginou se nunca ficaria livre dele. O barulho da garrafa sendo liberada foi audível, Edward esticou-se jogando parte do peso do seu corpo nas costas de Bella e pegou a bebida para ela.

— Aqui. – Ele disse voltando a ficar em pé e entregando a bebida para a prima.

— O que faz aqui? – Bella pegou a garrafa que estava entre os dois e virou totalmente para o primo.

— Você não me contou toda a verdade, vim em busca dela.

— O que?! – Bella ficou indignada com a atitude do primo. – O que você acha que é? Porque insiste em se meter em minha vida?

— Você não faz ideia? – Edward como sempre parecia em seu total controle. Sua voz não foi alterada, permanecia baixa e séria.

— Agora o que fará? Contará para o meu pai?

— Eu já disse que não farei isso. – Ele olhou para os lados, não queria que ninguém escutasse aquela conversa. – Acha que dará conta?

— Foi assim no ano passado.

— Tudo fica mais complicado com o passar do tempo.

— Eu tenho confiança. – Edward sorriu um tanto orgulhoso dela.

— Dê-me o seu celular.

— Porque? – Bella ficou desconfiada.

— Dê-me.

— Não. – Edward tentou pegar a bolsa dela, mas Bella a colou nas costas. – Mas o que é isso?

— Bella, estou ficando atrasado, dê-me o celular.

— Diga porque você o quer. Acabei de reavê-lo. – Falou irritada.

— Preciso verificar uma coisa nele. – Edward não sabia o propósito daquela situação de Bella e Jared. Edward aproveitou que ela ficou pensativa e pegou a bolsa sob seus protestos. Ele achou o celular num bolso pequeno.

— Você não tem o direito... – Bella apontou o dedo em riste para ele.

— Precisamos conversar, passarei mais tarde para almoçarmos. – Bella piscou aturdida com o dedo ainda apontado para ele.

— Edward Cullen, eu não almoçarei com você. – Bella se recompôs e saiu da presença irritante do primo.

Edward voltou para a empresa. Seu tio avisou que a reforma da sua futura sala estava em andamento. Enquanto isso eles continuariam trabalhando juntos na mesma sala.

— Como foi com a Bella?

— Ela estava mesmo lá. – Edward pareceu muito vago, aquele não era o seu normal e Aro percebeu.

— Só isso?

— Bella tinha perdido o celular ontem, alguém achou e lhe devolveu. Por isso ela foi mais cedo. – Não falaria sobre o curso que ela fazia. Mas ainda assim, deveria lealdade ao tio. – A pessoa que encontrou o celular, conhecemos.

— De quem se trata?

— Jared Cameron. O filho de... – Aro arregalou os olhos um pouco, aquilo era motivo para alarmá-lo.

— Que diabos ele queria com ela? – Edward tentou ignorar os punhos fechados do tio por sobre a mesa. – Imagino que já esteja cuidando disso.

— Sim, estou com o celular dela. Vou pedir que o olhem e verifiquem se há algo estranho.

— Bom, mas não apenas isso. – Aro estava com o olhar vidrado, Edward sabia o que significava. O tio estava se sentindo ameaçado e ele não lidava bem com aquilo. – Afaste-o de Bella, custe o que custar.

— Sim, tio.

***

— Tão injusto, Edward pegar o seu celular depois que você o conseguiu de volta. – Alice andava com um braço em volta dos ombros de Bella. Jacob as acompanhava. – E eu pensei que ele estava um pouquinho diferente.

— Edward não mudará. Mas, ele terá que me explicar porque levou o meu celular.

— E o estranho é ele te chamar para almoçar, lodo depois de ter te chamado para jantar. O que será isso? – Alice estava intrigada.

— Parece que ele quer ficar a sós com a Bella. – Alice parou no lugar com a Bella e olhou para Jacob com ar de espanto.

— Parece mesmo. Ele disse para você que quer conversar. – Falou com Bella recomeçando a caminhar. – Mas o que será que ele quer conversar com você a sós?

— Eu não estou interessada em nada que ele diga. – Bella recostou-se no carro da amiga.

— Bella, ele não falou para o seu pai sobre a bebedeira e disse que não falaria sobre o curso. Talvez Edward esteja querendo trégua. Afinal de contas, vocês eram amigos. Melhores amigos.

— Éramos, isso mudou. Agora eu quero distância de Edward Cullen.


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