Miraculous: Let Me Know You escrita por Mirytie


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Enjoy



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Quando Jin e a sua mãe despediram-se, Marinette estava extremamente exausta e achava mesmo que ia conseguir ter uma noite descansada antes de ter de o ver outra vez no dia seguinte, quando ouviu barulhos da parte de fora e suspirou.

— Tikki, está na hora de transformar. – disse Marinette, olhando para a pequena kwami cor-de-rosa que estava a olhar para a dona tristemente.

— Desculpa, Marinette. – pediu Tikki – Por minha causa, tiveste de passar mais tempo com ele.

— Não peças desculpa, Tikki. – disse Marinette, com um pequeno sorriso – Eu nunca deixaria que fizesses uma coisa que não quisesses fazer e tu não querias conhecer o Jin.

Mesmo assim, Tikki sentia-se mal, mas essa conversa iria ter de ficar para mais tarde. Marinette transformou-se e saiu imediatamente pela janela, depois de juntar algumas almofadas na sua cama e cobrir com um cobertor para os pais pensarem que ela estava a dormir, se fossem ao quarto dela.

Desta vez, Cat Noir estava sozinho quando ela pousou no telhado, ao lado dele.

— Então, o que é que temos aqui? – perguntou ela, a olhar para o rapaz akumatizado que destruía tudo, apenas com um toque – Parece algum tipo de Cataclismo que não desaparece.

— Não sei porquê, mas isso deixa-me um pouco ofendido. – disse Cat Noir, sorrindo quando ela olhou para ele a sorrir também – O que é que fazemos?

— O Akuma deve estar nas luvas. – disse ela, observando melhor – Na luva esquerda.

— E porque é que achas que está lá? – perguntou ele.

— Olha melhor, Cat Noir. – disse ela – Aquelas são luvas especificas, feitas para pianistas e a luva esquerda é a única que tem de “recarregar” durante alguns segundos para começar a destruir outra vez.

— Só a temos de lha tirar, então. – ele ia saltar, mas ela agarrou-o pela cauda – O que é que foi?

Quando ele olhou para ela, o rosto dela estava cheio de dúvidas e preocupações.

— Ladybug? – disse Cat Noir, tentando que ela olhasse para ele.

— Olha, Cat Noir. – disse ela, apontando para as coisas que o pianista continuava a destruir – As coisas em que ele toca não desaparecem. São completamente destruídas.

— E então? – perguntou ele, sem perceber onde ela queria chegar.

— Se ele te tocar… - murmurou ela, ainda com a mão fechada na cauda dele.

— Essa é uma maneira muito pessimista de ver as coisas. – disse ele, tentando fazer com que ela relaxasse – Mas, mesmo que isso acontecesse, tu trazias-me de volta no fim. Fazes sempre com que tudo volte ao normal com o teu Miraculous.

Ela continuou a ver bancos e carros inteiros a serem transformados em pó. Apertou ainda mais a cauda dele.

— E se eu não conseguir? – perguntou ela, imaginando o seu companheiro a ser transformado em pó – É melhor ficares aqui…desta vez.

Ele franziu as sobrancelhas, virou-se para a encarar, levou as mãos ao rosto dela e, para surpresa dela, encostou a testa contra a dela, olhando-a nos olhos com convicção…e também com um pouco de medo. Mas não por ele.

— Achas mesmo que eu vou deixar que vás sozinha tratar daquele vilão? – perguntou ele, sorrindo – Nós somos uma equipa e, se trabalharmos juntos, não vai acontecer nada a ninguém.

Ela olhou para ele através da máscara e anuiu, largando a cauda dele. Alguns segundos depois, Jin apareceu com o seu fato de raposa, mas ela não pareceu perturbada por isso. Jin pensou que ela se estava a habituar à ideia de ele usar aquele fato…temporariamente. Mas, na verdade, ela estava demasiado ocupada a tentar pensar num plano para tirar a luva ao rapaz akumatizado para lhe dar qualquer atenção.

Os três eventualmente saltaram para irem lutar contra o vilão e, como sempre, Cat Noir seguia as instruções da Ladybug, algumas vezes até mesmo antes de ela ter de dizer alguma coisa. No entanto, ela tinha de dizer detalhadamente a Jin o que ele tinha de fazer.

Finalmente, quando a luva esquerda ficou sem poderes, ela olhou para o Cat Noir para que ele a fosse tirar, silenciosamente, para que ele não usasse a outra nele. Tudo estava a correr bem, até que Jin gritou “Isso mesmo, Cat Noir!”

O rapaz, que estava distraído até então, virou-se e tocou no Cat Noir com a outra luva, enquanto Jin dava a volta e tirava a luva onde estava o Akuma.

Ela caiu de joelhos quando viu o Cat Noir a transformar-se em pó lentamente, à sua frente, sem que ela pudesse fazer nada. Jin estava à sua frente, com a luva na mão, para que ela tirasse de lá o Akuma, mas ela só conseguia ouvir um zumbido.

Com uma ponta de esperança, ela levantou-se com dificuldade, com as lágrimas nos olhos e pegou na luva, fazendo de seguida o que fazia sempre. Tal como Cat Noir tinha dito, tudo voltou ao normal. Tudo o que o pianista tinha destruído tinha regressado.

Menos ele.

Do Cat Noir, só o anel voltou.

Marinette acordou, a ofegar, ensopada em suores frios, tapando os olhos quando os raios de sol encheram o seu quarto. A sua cara estava lavada em lágrimas e ela estava emocionalmente desagastada, mas apetecia-lhe continuar a chorar.

No entanto, Tikki apareceu em frente à sua cara, fazendo Marinette reconsiderar. Mas as lágrimas apareceram nos seus olhos de qualquer maneira.

— Marinette, estiveste a noite toda a chorar. – disse Tikki, preocupada – Eu tentei acordar-te, mas não consegui.

— Tikki, o Cat Noir…

Tikki olhou para Marinette com pena.

— Marinette, depois de usares o teu Miraculous para purificar o Akuma, desmaiaste, provavelmente porque viste o Cat Noir a…desaparecer. – disse Tikki – Mas ele voltou.

— Mas eu vi o anel dele…

— Foi só um sonho, Marinette. E provavelmente a causa por teres chorado durante o sono. – explicou Tikki – O Jin trouxe-te a casa depois de desmaiares.

Tikki não queria mentir à dona, mas Adrien tinha implorado para que ela o fizesse, uma vez que ela já não estava transformada quando ele entrou no quarto dela e, se Tikki dissesse que tinha sido Jin, não haveria mais perguntas. Uma vez que Jin já tinha dito a Marinette que sabia que ela era a Ladybug.

— Como…como é que eu posso saber se é verdade? – perguntou Marinette – Mesmo que eu pergunte ao Jin, não saberei se ele está mesmo a dizer a verdade. Foi ele que fez com que o Cat Noir fosse obliterado.

— Hoje é noite de patrulhas. – lembrou Tikki – Podes vê-lo lá.

Era verdade, pensou Marinette. Mas ia ter de passar o dia inteiro a perguntar-se se lhe estavam a mentir ou se ele estava mesmo bem. Agora dava jeito saber quem ele era. Ao menos assim, ela poderia ver se ele estava bem antes de anoitecer.

E, assim, tinha estado ausente durante o dia inteiro, respondendo apenas “Sim” ou “Não” quando lhe faziam uma pergunta. Mesmo quando era Adrien a fazer-lhe perguntas, ela só anuía ou abanava a cabeça, conforme a pergunta.

Inconscientemente, ela concordou, quando Adrien lhe perguntou se podia ir jogar com ela no dia seguinte a sua casa.

Depois das aulas acabarem, ela foi a correr para casa, seguida pelos olhos preocupados de Adrien.

Não quis jantar. Foi imediatamente para o seu quarto e, depois de se sentar na cadeira rolante, fixou os olhos no relógio. Nos segundos que passavam lentamente.

Quando chegou a hora de patrulhar, ela pediu a Tikki para a transformar, saindo pela janela imediatamente, quase caindo várias vezes por causa da pressa. E, por causa da pressa, quando chegou ao ponto de encontro, não estava ninguém lá e também não ajudou muito que tivesse sido Jin o primeiro a chegar.

Sem dizer nada, ela continuou a olhar em sua volta para tentar ver o Cat Noir mas, à noite e à velocidade que ele sempre andava, era difícil vê-lo, mesmo que ele estivesse perto.

Quando ouviu alguém a pousar no telhado atrás de si, virou-se rapidamente e viu o familiar fato preto e o sorriso convencido, tal como os olhos verdes, focados nos dela.

O lábio inferior dela começou a tremer e ele pensou que ela ia começar a chorar, mas ela não o queria fazer em frente dele, por isso, cerrou os punhos e piscou várias vezes os olhos para afastar as lágrimas.

— Gato estúpido! – gritou ela, surpreendendo Jin e Adrien.

Ele sorriu passados alguns segundos.

— O que é que se passa, M’Lady? – perguntou ele, tentando com que ela se acalmasse – Não consegues passar algumas horas sem me ver?

Sem responder à pergunta óbvia, ela virou costas e lançou o yo-yo, o que significava que iam começar a patrulha.

Não encontraram nada de anormal, por isso acabaram mais cedo.

— Ladybug. – chamou Cat Noir, agarrando-lhe o pulso quando ela estava prestes a saltar para ir embora – Não pareces bem, hoje.

— Estou ótima. – mentiu ela, tentando libertar-se – O meu brinco está a piscar, Cat Noir.

— Quando disseres o que é que tens eu deixo-te ir. – prometeu ele.

O lábio inferior dela começou a tremer outra vez.

— Tu desapareceste à minha frente! – exclamou ela, enquanto lágrimas lhe enchiam os olhos – E…eu não consegui fazer nada! Devia ter sido eu a ir buscar a luva! É o MEU trabalho!

— É o NOSSO trabalho. – corrigiu ele, largando o pulso dela – Porque somos parceiros. Tu proteges as pessoas de Paris…e eu protejo-te a ti.

— Não devia ser assim! – continuou ela.

— Pensa um bocado, Ladybug. Tu és a única que consegue purificar os Akumas e fazer com que tudo volte ao normal. – disse ele – E se o que me aconteceu ontem te acontecesse a ti. Eu não ia conseguir trazer-te de volta e, sem ti…

— Paris estaria condenada. – interrompeu Jin, que parecia ter sido esquecido – Certo?

— Certo. – respondeu Adrien, apesar de não ser bem isso que ele estava a tentar dizer.

— Não devias preocupar-te tanto. – continuou Jin – Nós estamos aqui para ti.

Aquele “nós” irritou Adrien, mas este não disse nada, uma vez que ainda tinha um pouco de medo que Jin dissesse a Marinette quem ele era por baixo da máscara.

Ele ainda não queria que ela soubesse.

Marinette abanou simplesmente a cabeça.

— Agora, porque é que não vamos para casa? – propôs Jin – Aposto que temos todos alguma coisa para fazer amanhã.

Ela concordou silenciosamente e despediu-se rapidamente, antes de começar a saltar de tecto em tecto, em direção a casa.

Marinette já não estava distraída no dia seguinte e, quando Alya lhe disse que ela tinha aceitado jogar com Adrien depois das aulas, ela não acreditou, porque não se lembrava de o ter feito.

No entanto, quando Adrien se aproximou dela para confirmar a hora, ela gaguejou e tentou arranjar uma desculpa para que ele não fosse, mas a melhor amiga disse que a hora estava confirmada e Adrien afastou-se antes de Marinette ter tempo de formar uma frase coerente.

— Pareces mais descontraída ao lado do Adrien quando estão a jogar. – disse Alya, dando-lhe uma palmadinha nas costas – Porque é que não aproveitas a oportunidade para te aproximares mais um bocado?

Marinette mordeu o lábio inferior, preocupada. Ainda não tinha ultrapassado o incidente com o Cat Noir, por isso não sabia se conseguiria dar total atenção a Adrien, mas pelo menos era uma distração.

Uma vez que não tinha dito nada aos pais que Adrien ia passar por lá (porque ela própria não sabia), fê-lo imediatamente, depois de chegar a casa. Felizmente, os pais pareciam gostar de Adrien e não se opuseram de todo.

Adrien chegou uma hora depois, cumprimentando timidamente os pais de Marinette antes de subir para ir ter com ela.

Como os pais estavam a servir clientes na padaria, Adrien e Marinette estavam completamente sozinhos no piso superior, o que era um bocado constrangedor para Marinette.

No entanto, Adrien começou uma conversa rápida e naturalmente, surpreendendo Marinette. Ele continuava a querer que ela estivesse tão confortável com ele como estava com o Cat Noir, e queria que isso não demorasse muito. No entanto, também não queria que ficassem tão à vontade um com o outro e caíssem na zona da amizade e, uma vez que ele sabia que ela gostava dele, já tinha pensado numa estratégia que, podia ser difícil a principio, mas ele acreditava que traria bons resultados.

Por isso, enquanto jogavam um novo jogo que Adrien tinha levado e Marinette começava a descontrair, tal como ele tinha planeado, Adrien mencionou que tinha conseguido dois bilhetes para a fila da frente do próximo concerto do Jagged Stone e que ainda não tinha ninguém que fosse com ele.

Marinette anuiu com a cabeça, demasiado concentrada no jogo para prestar muita atenção ao que Adrien estava a dizer.

Para obter a sua atenção, Adrien largou o comando, fazendo com que ela ganhasse automaticamente. Contente e com um sorriso enorme na cara, Marinette olhou para Adrien, pronta para pedir que ele jogasse com ela outra vez. No entanto, o sorriso desapareceu quando o viu com um dos dois bilhetes esticados na sua direção.

— Eu quero que vás comigo, Marinette. – disse Adrien, sorrindo um pouco.

Mas, em vez de corar, Marinette empalideceu. Tal como ele tinha previsto, ela não estava preparada para aquilo.

Mas ele não ia desistir.


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Notas finais do capítulo

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