Miraculous: Let Me Know You escrita por Mirytie


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706049/chapter/10

Jin chegou a casa e, depois de se transformar, virou costas ao kwami que odiava. Para começar, nunca tinha gostado dele, mas, agora que tinha visto a reação que Marinette tinha tido perante a sua transformação, odiava-o.

Quase tanto quanto odiava Adrien. Aliás, se não estivesse protegido, por ser o dono de um kwami, já tinha sido possuído por um dos Akumas do Hawk Moth.

Para Jin, era injusto que fosse Adrien a ficar com o papel de Cat Noir. Ele tinha treinado com o avô durante anos para ocupar esse lugar, sabia todo o passado dos anteriores donos dos dois kwamis ao pormenor e era mais forte do que Adrien…apesar de, pelo que tinha visto na última semana, não ser mais esperto. Mas Adrien tinha tido aulas particulares, o que lhe dava um avanço sobre ele.

— Jin, já chegaste?

Apesar de uma senhora com cerca de quarenta anos ter entrado, o kwami não se escondeu. Li Fu era uma mulher esbelta, alta e a única neta do Mestre Fu. O facto de ela saber tudo o que havia para se saber sobre tudo relacionado com o assunto em que o filho estava envolvido, fazia com que o kwami não se tivesse de esconder de Li.

— Como é que está a Marinette? – perguntou Li – Já a conheceste como Ladybug, certo?

— Certo. – murmurou Jin – Acabei de chegar da missão.

Li parecia satisfeita quando colocou um pequeno copo de chá tradicionalmente chinês na pequena mesa do quarto de Jin. No seu tempo, não tinha sido necessária uma Ladybug, por isso ela não tinha tido a oportunidade de experimentar a liberdade que vinha com os poderes da heroína.

Ela, parecida com um filho, não achava que tivesse sido muito justo que, apenas dois anos antes de ela nascer, ter sido necessário escolher uma Ladybug e um Cat Noir na América. A sua mãe já estava muito velha e casada, o que a impossibilitava de dar total atenção ao papel de Ladybug, por isso não tinha sido escolhida. Não tinham sido poucas as vezes em que a mãe culpara Li por não ter tido a oportunidade de exercer o seu direito como descendente direta de uma das primeiras Ladybugs e também não tinha sido apenas uma vez que a mãe a tinha castigado fisicamente por isso.

As coisas, segundo o que Li tinha vindo a descobrir alguns anos depois, não tinham acabado bem para os americanos Ladybug e Cat Noir. A mãe tinha celebrado depois da tragédia, o que tinha feito com que o Mestre Fu a “descartasse” como familiar e desse a escolher a Li. Podia ficar com a mãe ou continuar a treinar com o avô.

Como Li já tinha mais de 18 anos, escolhera seguir o avô e até viajar para Hong Kong quando o Mestre pensara que estavam a precisar outra vez dos dois heróis, lá. Tinha sido então que tinha conhecido Sabina, na Universidade em Hong Kong.

Nunca tinham perdido contacto, mesmo depois de Sabina ter conhecido o marido e se ter mudado para Paris com ele. Quando engravidaram no mesmo ano, as duas ficaram mais do que entusiasmadas. Apesar de Li ter-se casado e ter engravidado, o que a impossibilitava de alguma vez ser a Ladybug caso fosse necessário, estava feliz com a vida que tinha.

Até o avô olhar para Jin depois de este nascer com um ar sério e dizer “Talvez este seja o futuro Cat Noir”. Claro que depois tinha rido e dito que só estava a brincar.

Li continuou a ser feliz com a sua vida normal, mas pedira ao avô para treinar Jin, caso algum dia fosse necessário criar outro Cat Noir. E, apesar de relutantemente, o Mestre Fu começou a treiná-lo.

Depois de Sabina lhe ter enviado uma carta a contar as alegres novidades, Li, juntamente com o marido e o filho, tinha ido visitar a pequena Marinette. Tinha sido apenas uma visita rápida a Paris para visitar a nova filha da sua melhor amiga e depois tinham voltado para a China, onde Li convenceu Jin que ele teria de se casar com a Ladybug se alguma vez se tornasse no Cat Noir. Claro que também tinha dito aquilo a brincar, mas Jin ficara com a ideia na cabeça, treinando todos os dias até estar quase a desmaiar.

A partida súbita do Mestre para Paris tinha surpreendido Li e deixado Jin de rastos, mas Li continuara com a sua vida…até, poucos anos depois, as noticias terem chegado à China de que Paris tinha dois novos super-heróis. A Ladybug e o Cat Noir.

Antes que o filho tivesse oportunidade de ver as noticias, Li telefonara para o avô a pedir para que ele lhe dissesse quem eram eles, mas este recusara-se a dizer.

Jin, que já não treinava tão frequentemente depois de ter descoberto um certo interesse pela filmografia, telefonara imediatamente ao avô depois de ver o rapaz loiro com o fato de Cat Noir a rir ao lado da rapariga vestida como Ladybug, com um braço por cima dos ombros dela.

Ao bisneto, o Mestre Fu tinha-se desculpado, uma vez que tinha sido uma emergência. Circunstâncias infelizes, era o que tinha sido. Explicara o bisavô.

Mas Jin não estava perto de desistir e, quando viu o Cat Noir a explicar na televisão que a Ladybug não estaria presente durante algum tempo, Jin implorara à mãe para irem até Paris. Tinha sido mais fácil do que ele pensava, uma vez que a sua mãe também pensava que era uma injustiça e não “circunstâncias infelizes”.

E, apesar de o bisavô não conseguir simplesmente tirar o anel a Adrien e dar a Jin, disse-lhe quem eles eram e pediu para que ele ajudasse Adrien enquanto Marinette não estivesse por perto.

— Então, ela gostou de ti? – perguntou Li, sentando-se em frente ao filho.

— Ela não gosta do meu kwami. – respondeu Jin, olhando para o pequeno kwami encolhido a um canto do quarto.

Isso era mentira. Marinette não tinha dito que não gostava do kwami, mas sim da transformação.

— Bem…perguntaste-lhe porquê? – continuou Li.

— Como é que poderia? – perguntou Jin, empurrando o copo com chá – Ela nem sequer quer que eu me aproxime dela e o Cat Noir faz um excelente trabalho para que isso não aconteça.

— Deves falar com ela amanhã, na escola. – disse Li, vendo como o filho estava magoado – Eu vou falar com a Sabina.

Jin não disse nada, respeitando a mãe como lhe tinham ensinado, mas teve dificuldade em acreditar que falar com a mãe de Marinette fosse resolver o que quer que fosse.

Tal como Jin previra, apesar de não estar transformado, Marinette tinha-o evitado durante a manhã inteira, estrategicamente. A pequena Marinette podia ser desastrada mas, naquele tipo de situações, conseguia ser bem ágil a esquivar-se.

Quando a manhã acabou, Adrien aproximou-se de Marinette, fazendo com que ela desse um pequeno saltinho e corasse imediatamente. O facto de Adrien ainda não ter contado a Marinette que ele era o Cat Noir podia ainda vir a ajudá-lo, pensou Jin enquanto via Adrien mexer os lábios. Mas, por enquanto, ia focar-se no seu primeiro plano.

— Do que é que estão a falar? – perguntou Jin, pondo-se entre Marinette e Adrien que parou imediatamente de sorrir. Quanto a Marinette, deu um passo atrás como se Jin tivesse uma doença contagiosa.

— Eu e a Marinette vamos até minha casa, agora. – murmurou Adrien, entre dentes – A Marinette estava prestes a telefonar à mãe.

— Para quê? – perguntou Jin – Para que é que vais para casa do Adrien, Marinette.

Jin disse-o numa voz mais alta, atraindo a atenção dos colegas que iam a passar e deixando Marinette sem palavras.

— Eu tenho um jogo novo. – disse Adrien, também alto – E como ambos gostamos de jogar, eu convidei-a.

— Eu…eu vou…telefonar à minha mãe! – exclamou Marinette, afastando-se imediatamente.

— O que é que estás a fazer? – perguntou Adrien, olhando de lado para Jin.

— Tem calma, loirinho. – disse Jin, sorrindo, enquanto ouvia Marinette a protestar ao telemóvel – Eu ainda não lhe disse que tu és o Cat Noir, pois não?

Adrien rangeu os dentes, mas Marinette voltou antes de ele lhe poder responder.

— Parece que a mãe do Jin está lá em casa e a minha mãe quer que almocemos juntos. – disse Marinette, baixando a cabeça – Desculpa, Adrien.

— Não faz mal, Marinette. – disse Adrien, pondo as mãos nos ombros dela – Pudemos deixar o jogo para outro dia.

Marinette levantou a cabeça e direcionou-lhe um pequeno sorriso, dirigindo-se depois para casa, ao lado de Jin. Adrien seguiu-os com os olhos até eles desaparecerem ao virar da esquina, depois foi para o balneário masculino.

— Plagg, transforma-me!

Marinette chegou a casa, cumprimentou a mãe, a mãe de Jin e pediu a Sabina para ir pousar as coisas ao quarto antes de começarem a almoçar.

— Será que posso desaparecer, Tikki? – perguntou Marinette, atirando-se para cima da cama – Podia ser um dos poderes da Ladybug de que ninguém sabe.

Tikki riu-se um bocadinho e sentou-se no peito da dona.

— Tens de descer, Marinette. – disse Tikki, enquanto a dona lhe fazia festinhas – Eles não vão esperar para sempre.

Com a imagem de Jin a invadir o seu quarto para ir chamá-la para almoçar, Marinette levantou-se e foi para o almoço mais comprido da sua vida.

— Ele só foi até ao meu quarto quando tínhamos alguma coisa para fazer. – protestou Marinette quando a mãe insistiu que ela mostrasse o seu quarto a Jin e, quando ela se negou, a mãe lembrara que já o tinha mostrado a Adrien – Se o pai estivesse aqui, não ia aprovar que um rapaz entrasse no meu quarto.

— O Jin é praticamente família. – disse Sabina, cruzando os braços – Já lhe mostraste o resto da casa. Tens vergonha que ele veja os…

— Eu mostro-lhe! – interrompeu Marinette, levantando-se imediatamente – Mas ele que espere alguns minutos antes de entrar!

Marinette correu para o quarto e começou a esconder as fotografias que tinha de Adrien e a tirar os pósteres das paredes, com Tikki a ajudar o melhor que podia.

— O que é que estás a fazer, princesa?

Amaldiçoando o Cat Noir que estava sentado na sua janela no segundo andar do seu quarto e que quase lhe tinha causado um ataque cardíaco, Marinette olhou para ele.

— Agora não, gato. – disse Marinette, enquanto fazia gestos com as mãos para ele ir embora, sem sequer perguntar porque é que ele estava ali – Tenho companhia.

— O teu namorado? – perguntou ele com um sorriso matreiro.

Marinette subiu as escadas para o segundo andar, ficando frente-a-frente com Cat Noir.

— Não é o meu namorado. – disse Marinette, extremamente chateada – É o filho de uma amiga da minha mãe. Queres ser visto comigo quando ele entrar?

— Bastante. – respondeu ele, simplesmente, chocando Marinette – Os gatos são bastante territoriais, e eu já marquei este espaço, sabias?

— A sério? – perguntou Marinette, cruzando os braços, com um pequeno sorriso na cara – Quando?

— Desde a primeira vez que vim visitar-te. – para o provar, ele roçou-se um bocado contra a janela – Estás a ver?

Marinette viu o anel dele a piscar.

— Eu vi. – respondeu ela, apontando para o anel dele logo de seguida – Também estou a ver que estás a ficar sem tempo.

Ele olhou para o anel e franziu as sobrancelhas.

— É bom que ele não deixe marcas por aí. – disse ele, antes de sair.

Marinette sorriu enquanto o via a saltar de telhado em telhado, fechando a janela quando ouviu Jin a chamá-la e quase teve outro ataque cardíaco.

— Com quem é que estavas a falar? – perguntou Jin, olhando em volta para tentar ver o seu kwami.

— Um gato. – respondeu Marinette, simplesmente, descendo as escadas – Como podes ver, o meu quarto é muito pequeno. Não tem muito para ver. Podemos descer, agora?

— Mostra-me o teu kwami. – disse Jin, chocando Marinette.

— O quê?

— Mostra-me o teu kwami e eu desço contigo neste preciso momento. – repetiu Jin – Sempre me perguntei como seria o kwami da Ladybug.

Marinette olhou de lado para a sua pequena mala onde Tikki estava escondida. Lembrava-se que a sua pequena kwami tinha-lhe dito que não gostava de Jin da primeira vez que o tinha visto e que não devia confiar nele. Provavelmente, ela não gostaria de conhecê-lo.

Marinette fechou os olhos e, depois de engolir em seco, começou a caminhar pelo quarto.

— Vem. – disse ela – Vou-te mostrar todos os detalhes do meu quarto.

Se era isso que tinha de fazer para proteger a kwami que lhe tinha salvo a vida dezenas de vezes, Marinette não levantaria nenhuma objeção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?