Trocados na maternidade escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 8
The Real Snow White and The Volturi




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P.O.V. Amara.

Vamos a uma viagem pedagógica pela Europa e a minha mãe me armou até os dentes e escondeu as armas com um feitiço de ocultação.

Estamos na Itália e o meu mau pressentimento está ficando pior.

—Deixa eu ver se adivinho a próxima parada? Castelo de São Marcus?

—Você está mesmo interessada na viagem.

—Todos vocês vão morrer lá dentro.

Eu coloquei os fones de ouvido, peguei a mala e segui o cortejo.

—Amara!

—Não precisa gritar, eu não sou surda.

—Tire os fones. A moça vai começar o tour.

—Ela não é uma moça. Ela é um monstro. Não se preocupe Heide, logo tudo isso acabará.

P.O.V. Professora Sanders.

—Senhorita Mikaelson!

Essa menina é terrível. Ela é incrivelmente inteligente, tão inteligente que ás vezes dá medo.

P.O.V. Heide.

Ela sabia o meu nome, antes de eu me apresentar.

—Eu preciso que esperem um momento. Eu já volto.

—Vai lá Heidi, eu espero enquanto você me dedura pro Mestre Aro.

Ela olhou pra mim e deu um sorriso sacana e desafiador.

Eu corri de volta para a Sala do trono.

—Heidi, onde está o nosso almoço?

—Mil perdões Mestre, mas tem algo que o senhor precisa ver.

—O que?

Ela me estendeu a mão trêmula. E ao ver aquilo fiquem em choque.

—Quem é ela?

Heidi caiu no chão e logo se levantou.  Ela parecia confusa.

—Heidi?

Ela caminhou até Caius, segurou seu rosto e disse:

—Tão iguais, mas ao mesmo tempo tão diferentes. O Jace é um cara legal, ele é nobre, honrado, cavalheiro e você? Você era um homem, mas agora você é um monstro.

Ela deu um sorriso sombrio e caiu no chão outra vez.

—Ai.  O que aconteceu? 

—Quem é Jace, Heidi?

—Eu não faço a menor ideia Mestre. Porque a pergunta?

—Estava comparando Caius a alguém chamado Jace.

—Quem é Jace? Como posso comparar o Mestre Caius a alguém que nem se quer sei quem é.

Estendi a mão para ela e li sua mente. Ela não estava mentindo, não conhecia nenhum Jace e não tinha lembranças de ter falado o que falou.

Então ela trouxe os adolescentes da excursão e entre eles estava a menina. Ela tirou os fones dos ouvidos, guardou o celular e abriu a enorme mala que carregava. De lá ela tirou um livro velho e o abriu na página marcada e começou a recitar as palavras do livro.

—Que livro é esse Amara?

—Não é um livro. É um grimório.

—Gri... o que?

—É um livro mágico de feitiços sua idiota! 

Ela começou a tirar armas de dentro da mala chocando a professora e os alunos.

—O que é isso?

—Estou cuidando de mim, eu sempre cuido de mim. Façam o seu pior, porque eu pretendo fazer o mesmo.

Ela começou a cantar e estava cantando pra mim. Era uma indireta:

—You don't own me, I'm not just one of your many toys.

A primeira pessoa em quem ela atirou foi em Jane. E ela ficou inconsciente com o tiro.

—O que?

—Você matou uma pessoa!

—Ela não tá morta. Tecnicamente.

Então ela correu e injetou alguma coisa em Caius. E quando ele olhou em volta ficou chocado.

—A minha visão...

—Parabéns Caius, você voltou ao lugar onde começou e de onde nunca devia ter saído. 

Jane começou a recobrar os sentidos. Quando ela os recobrou, a garota segurou-lhe a cabeça e pronunciou palavras em uma língua antiga, a mesma do livro.

E as duas e a professora caíram no chão inconscientes. Jane acordou primeiro, depois a garota e por último a professora.

—Então essa é a sensação de ser uma vampira completa. Não gostei, eu não me sinto melhor, eu não sinto paz, eu não sinto nada! Eu era uma filha e agora eu sou uma monstra!

—Jane!

—Sim mestre? A minha voz. Eu me sinto mais alta e com frio e medo. Porque estou com medo?

—Porque agora você é humana.

A professora olhou para Jane com os olhos esbugalhados.

—Isso não é possível. Esse corpo é meu! 

—Agora você vai provar um pouco do próprio veneno e vai se lembrar de cada segundo mesmo depois de voltar para o seu corpo original. Dor.

A professora caiu no chão e começou a gritar.

—Jane. Jane! Pare!

—A Jane não está. Por favor, deixe um recado.

Quando a professora voltou ao normal, as duas Jane e a garota desconhecida caíram inconscientes outra vez. E logo acordaram.

—É bom estar de volta. 

Quando elas acordaram a garota caminhou até Jane, olhou em seus olhos bem no fundo de seus olhos.

—Agora, você vai voltar para o seu corpo, mas vai se lembrar de cada mísero segundo que eu passei torturando você. Vai se lembrar da sensação todos os minutos, todos os segundos de todos os dias pela eternidade.

—Agora eu vou voltar para o meu corpo, mas vou me lembrar de cada mísero segundo que você passou me torturando. Vou me lembrar da sensação todos os minutos, todos os segundos de todos os dias pela eternidade.

—Isso é para você pensar duas vezes antes de usar esse seu dom maligno contra alguém.

—Isso é para eu pensar duas vezes antes de usar esse meu dom maligno contra alguém.

Ela recitou as palavras novamente e as duas ficaram inconscientes e acordaram.

—Irma?

—Eu me lembro. Eu me lembro de tudo, me lembro da sensação, da dor insuportável. Do medo de morrer pelas minhas próprias mãos.

—Agora você sabe.

—Quem é você? O que é você?

—Eu sou tudo o que você não é. E seja bem vindo de volta á estrada da mortalidade Caius.

—O que?

—Você ainda não percebeu? Você foi curado idiota! Você voltou a ser nada além de um ser humano. Eu injetei a cura em você, a cura para a imortalidade.

—Existe uma cura?

—Sim. Existe uma cura.

—Quem inventou? O que é?

—Como se eu fosse falar. Uma vez mais, uma Cullen derrotou vocês. E dessa vez, vocês dançaram bonito.

O celular dela tocou e ela atendeu.

—Alô?

—Está feito?

—Sim. Está feito. Caius é humano de novo, Jane tá traumatizada, o Aro tá morrendo de vontade de me escravizar e o Marius é o Marius.

—Eu acho que o nome dele é Marcus.

—Tanto faz. Eu não to nem ai. Marius ou Marcus ele continua sendo um imbecil.

P.O.V. Alec.

Ela tinha chamado Marcus de imbecil?

—É cabeçudo. A ideia é essa. Não se preocupe Aro engomadinho, assim que eles colocarem o pé pra fora da sala não vão se lembrar de absolutamente nada do que aconteceu aqui.

Ela voltou a falar no celular.

—Como estão as coisas ai em casa?

—O de sempre.

—Eles ainda estão acordados?

—Sim. Mamãe pegou as adagas e se livrou delas.

—Se livrou delas?

—Estão em um lugar que ninguém consegue pegar, ela deve ter feito milhões de feitiços de proteção e sigilos naquela coisa, é tudo feito de aço valiriano e tem sal pra todo o lado e verbena, madeira de freixo e chumbo. Ninguém entra e ninguém sai. Não sem a mamãe.

—É. Lidar com a primeira família não é para os fracos. Tenho que desligar, diz para o povo ai de casa que eu mandei um oi.

Ela desligou. E Mestre Aro perguntou:

—A Primeira Família? O que isso quer dizer?

Ela deu risada e falou em tom de deboche:

—Você se acha tão inteligente, mas tu não sabe de nada inocente.

Quando eles saíram da sala, eles esqueceram. Exatamente como ela disse que seria.

—A gente ainda não foi lá.

—A gente foi. E eu não volto lá dentro nunca mais, esse lugar tá infestado e lá dentro é o pior de todos. A maioria está presa lá dentro.

—Eu passei meio mal quando entrei aqui.

—Sabe o que é isso professora? Chama instinto de autopreservação.

Ela enfiou os fones nos ouvidos e saiu andando e cantando como se nada tivesse acontecido. Será que ela esqueceu também?

Ouvi ela sussurrar:

—Não Alec, eu me lembro de tudo. Você era um garoto e agora é um monstro, devia ficar orgulhoso de si mesmo. Você não tem um amigo no mundo, todos o odeiam e ninguém realmente se importa se você está vivo ou morto ou morto vivo.

Ela se virou e saiu dançando e cantando. Ela não tava nem ligando.

—Amara. Um nome interessante.

—Dimitre, rastreei ela. E traga a até aqui, ilesa.

—Não acho que seja uma boa ideia Mestre.

—E desde quando você me contesta Jane?!

—Desde que eu me lembro de cada momento que ela passou no meu corpo usando o meu dom contra mim!

—O que?

—Ela tomou o meu corpo! Me colocou dentro do corpo de uma reles professora de ensino médio e usou meu poder contra mim!

—Ela... ela tomou seu corpo e te fez mudar de corpo? Como?

—Eu sei lá.

—Isso é que é um dom.

Dimitre a trouxe de volta, bom ela trouxe o Dimitre de volta.

—Se queriam que eu voltasse só tinham que pedir.

Ela jogou o corpo de Dimitre no chão com força.

—Cretino. Se mandar esse idiota atrás de mim de novo, a cabeça volta, mas o resto não.

—O que há nas balas?

—O feitiço da vovó Ester foi um crime contra a natureza, a bruxa Ayanna avisou que haveriam consequências, mas ela não quis ouvir e fez o feitiço mesmo assim. E a natureza revidou. O sol se tornou seu inimigo, os mantém presos dentro deste buraco onde vocês vivem como ratos, as flores que cresciam na base do carvalho branco os queima e protege os humanos do controle mental e o feitiço decretou que apenas a madeira da árvore que os deu a vida poderia retirá-la, então eles incendiaram ela. Mas, a natureza sempre encontra um caminho, uma semente brotou e gerou uma nova árvore e com esta madeira fizeram uma ponte e com esta ponte minha mãe fez estacas. Se um Original morrer todos os outros vampiros que ele criou morrem com ele.

—O que?

—Se os Originais morrerem a linhagem deles morre com eles, se os Originais morrerem toda a raça dos vampiros... morre.

—Os Originais?

—A primeira família. Os primeiros vampiros da porra do mundo. A minha família, meu pai tem mil anos é imortal e indestrutível, e dá uma sacada querido, eu sou descendente não só dos primeiros vampiros como dos Balcoin e dos primeiros imortais. Silas e Amara, os rostos que geraram milhares de duplicatas, a minha mãe fez em um único dia o que vocês não conseguiriam fazer em um bilhão de anos.

Dimitre pegou a bolsa dela.

—Eu não tocaria no grimório se fosse você. Mas, você é quem sabe.

Assim que ele tocou o livro caiu no chão berrando de dor.

—Solta o grimório que passa.

Ele soltou e passou. Amara assoviou e o livro veio flutuando até ela.

—É isso. Esse é o lugar. Quantas almas não se perderam aqui, esse lugar amaldiçoado foi palco de vários massacres e tudo que eu tenho que fazer é... canalizar.

As velas nos candelabros acenderam sozinhas e ela começou a falar, eu nunca vi nada igual, era uma coisa tão densa que dava quase pra tocar. E logo a sala estava cheia de pessoas, estava lotado.

—Vovó?

—Você abaixou o véu. Porque?

—Eu sou uma garota que vive de sangue e magia. Porque acha que eu baixei o véu?

—Não. Não!

—Veja pelo lado bom, você vai pro além.

—Não!

A garota agarrou a mulher e algo saiu dela, viajando de seu corpo para o corpo de Amara. E ela pegou a mulher a avó, agarrou-lhe o pescoço e disse:

—Vá em paz.

Então Amara quebrou-lhe o pescoço duma vez só. Vi a lágrima escorrer por seus olhos. Ela fez isso com quase todos que estavam na sala e então eles sumiram. Os que ela quebrava o pescoço sumiam assim que ela o fazia e os outros sumiram depois dela falar algumas palavras.

—Agora eles estão em paz. Passaram direto.

Ela se levantou, secou as lágrimas e saiu. As portas se abriram com um movimento de sua mão, abriram para que ela passasse.

—Não venham atrás de mim, não mandem ninguém atrás de mim ou as cabeças vão parar nos portões.


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