Ato III – A Trama
Cena II– Os Amantes

— Quê? — a voz de Lily se sobressaiu aos murmúrios que passaram a dominar a sala. – O Romeu vai ser o Potter? – ela pigarreou. – Quer dizer... o Potter... Romeu?— ela parecia cada vez mais incrédula.

— Ele fez uma boa atuação, Evans. – Rita mencionou num ar entediado. – Assim como você.

— Mas... mas... – ela ainda parecia não acreditar. – O Potter...? – ela ficava mais vermelha a cada segundo.

— Os únicos que competiram foi ele, o Black e o Lovegood. – ela reviu suas anotações. – O Black trocou algumas falas; o Lovegood atuou bem no começo, mas esqueceu a fala no final e o Potter se saiu perfeitamente bem. – ela sorriu meio de lado. – E, coincidentemente, vocês dois interpretaram a mesma cena.

— Mas ele trapaceou! – ela grunhiu, inconformada. – Todos os outros concorrentes sofreram acidentes ou desistiram. O Black é amigo dele, pode ter feito isso de propósito. E o Lovegood... – ela encarou o rapaz, tentando pensar em algo. – Bem, eu não sei; só sei que isso foi trapaça.

— Não foi, Evans. – Rita rebateu calmamente. – E, mesmo que tivesse sido, James me mostrou estar apto a representar o Romeu. – ela a encarou firmemente. – Ele não ficou nervoso, não esqueceu a fala nenhuma vez e ainda tem a emoção necessária para representar um amante... – ela lançou um olhar de esguelha para James e riu um pouco. – Entre outras qualidades que eu não vou me reter a cita-las aqui.

— Mas... – ela insistiu, olhando feio para Skeeter. – Ele não pode ser o Romeu!

— E por que não, Evans? – James se manifestou pela primeira vez.

— Porque... – Lily mordeu o lábio inferior. – Porque eu sou a Julieta! – alguns alunos riram.

— E o que isso tem a ver, Evans?

— Temos que encenar um casal apaixonado e não somos um casal, muito menos apaixonados. – ela falou corando ligeiramente.

— Não? – ele exibiu um ar suspeito. – Tem certeza das suas palavras, Evans?

— Potter! — ela bradou, olhando feio para ele.

— Evans, – Rita começou num tom entediado. – se você não quiser ficar com o papel, eu ponho Black no seu lugar.

— Quem? Eu? – Sirius se pronunciou de imediato. Muitos riram. – Vai tirando seu hipogrifo da chuva, Skeeter. Você pirou? Eu não quero ser amante do James. – mais risos. – Eu sou homem.

— Não você, Black. – ela revirou os olhos. – A Black.

Todos voltaram o olhar para Bellatrix, que adquiriu um tom róseo na feição pálida.

— Você se inscreveu para ser a Julieta, priminha? – Sirius comentou num tom de deboche. – Onde está seu orgulho? Uma puro-sangue de família nobre e tradicional querendo interpretar o papel principal de uma peça trouxa?

Alguns risos foram prendidos ao que Bella encarou Sirius com uma fúria reprimida.

— Não é da sua conta, Sirius! – ela sibilou entre dentes.

— Hum, Skeeter, é mesmo verdade que ela se saiu bem?

Rita esboçou um ar malandro.

— Foi muito difícil escolher entre ela e a Evans. A Black sabe ser romântica quando quer, mas eu não creio que ela tenha a doçura e pureza que é um ar típico para uma Julieta. – muitos riram.

— E a Evans tem, por um acaso? – Bellatrix se pronunciou, num sibilo.

— Pode não ter no cotidiano, mas ela muda completamente quando atua. – ela tornou a encarar Lily, que olhava para um ponto da sala completamente vermelha. – E então, Evans, vai ou não?

— Eu aceito, Skeeter. – ela mirou Bellatrix com profundo desprezo. – Terei o maior prazer em encenar esse papel. – Lily voltou o olhar para James, que esboçava um sorriso radiante. – Mas não é por sua causa, Potter. E fique calado.

James apenas franziu o cenho, confuso.

— O que foi que eu fiz agora?

A sala explodiu em gargalhadas e até mesmo Lily teve que se esforçar para também não cair no riso ao ver a feição que James exibiu.