Photograph escrita por Day


Capítulo 16
XV — Jantares (Bônus Remadora — II)


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!! VOLTEI, MUCHACHOS! ♥

desculpem pela imensa e interminável demora, mas eu viajei (fui pra SP hehehe) e tive um imenso bloqueio pra escrever esse bônus. desculpa de verdade.

mas, depois de muitos dias de demora e alguns dias escrevendo o mesmo capítulo, chegay!!!!!!!!

eu espero que vocês gostem ♥

PS: lembram que eu pedi ideias pq n tava conseguindo bolar uma sozinha? rssssss então, a Natalie Jenny (/u/568041) que sugeriu essa (foi a que eu consegui desenvolver melhor rssssss).

beijos e boa leitura!



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Era óbvio, desde o início, que aquilo tudo só poderia levar a um caminho: Remus perdendo seu emprego. Quando os burburinhos de que um professor se encontrava com uma aluna fora dos limites da escola cresceram, a demissão tornou-se inevitável.

Nas primeiras semanas, claro que ele não sabia bem o que fazer com tanto tempo livre no dia. Durante as manhãs, passava tempo demais encarando o teto do quarto enquanto virava de um lado para o outro na cama esperando que outras pessoas já tivessem acordado. Durante a tarde, ficava passando de um canal para o outro na televisão até enjoar.

Às vezes passava o dia inteiro trancado dentro de casa, sem produzir algo que fosse realmente importante e, sendo honesto consigo mesmo, não estava muito confiante ou disposto a procurar por outro emprego. Tinha algum dinheiro guardado e receberia mais um pouco pela demissão, e até que conseguiria viver por um tempo com isso.

Contudo, ainda tinha um problema. Talvez não fosse esse o nome ou a melhor designação, mas ainda existia um assunto que ele precisava resolver. Um assunto temperamental, mas que não deixava de ser adorável, com pouco mais de 1,65m de altura, um tom pálido de loiro e — por menos tempo do que imaginavam — menor de idade.

Tonks tinha se tornado a maior incógnita do dia a dia de Remus. Ele sempre se perguntava até que ponto aquilo tudo deixava de ser algum tipo de atração nada convencional e passava a ser uma loucura descabida e imensurável. Os dois vinham se falando com mais frequência, mais intimidade e menos receio há um tempo, a ponto de terem se encontrado algumas vezes — às escondidas.

Em alguns dias, no entanto, ela faria dezoito anos. Depois disso, não seria nada além de normal que pudessem sair e ir aos lugares em público. Ele não via a hora desse momento chegar e poder, finalmente, colocar um fim na fase de esconder aquilo tudo da maioria das pessoas. Maioria das pessoas, porque, era claro, algumas sabiam.

James Potter era uma delas. Talvez fosse o que mais soubesse e o que mais os apoiasse, independentemente de qualquer coisa. Além dele, Cylla Tonks também sabia de cada detalhe daquilo tudo, embora não achasse que era a coisa mais certa a se fazer. Apesar de tudo, ela apoiava sua irmã em qualquer coisa.

Tinha ainda algumas outras pessoas, mas que acabavam não sendo tão importante quanto os outros dois. Ele ainda não sabia, mas tinha alguma certeza de que ela ainda não tinha dito nada aos pais. Ou, se por acaso tivesse falado, provavelmente Remus seria jurado — do que exatamente ele não sabia, mas não precisava saber. Por enquanto.

···

Em frente ao espelho, ela não sabia exatamente como se sentir com aquela roupa. Sentia-se bem no vestido — que sua irmã, por livre e espontânea pressão, emprestou — cor vinho, mas não tinha total certeza se era adequado. Talvez, se trocasse o vestido por um short e camiseta, e o salto pelo seu all star, ficaria mais confortável.

Dora não tinha tanta certeza se estava bem para a ocasião. Deveria ser algum tipo de karma que a fizesse ficar daquele jeito, tão insegura de si. Insegurança era o tipo de palavra, e sentimento, que jamais entrara na vida dela, desde muito cedo. Fosse qualquer situação, ela sempre era vista lá, como a primeira da fila, a pioneira, a iniciante. Na sua mentalidade infantil, e até mesmo juvenil, era impossível ser alguma coisa além de a melhor.

Mas, bastou alguns anos à frente e algumas pessoas que a desencorajassem dia após dia, para que toda sua segurança própria em demasia diminuísse consideravelmente ao longo dos anos. A verdade era que Tonks não sabia se deveria estar ali, naquela situação, àquela altura da vida. Talvez depois, dali alguns meses, alguns anos até, pudesse voltar e tentar de novo.

Ela não sabia se deveria ir àquele jantar. Esse era o compromisso intimidante o suficiente para deixá-la insegura. Sair em público, oficial e livremente, com Remus para comemorar seu aniversário de dezoito anos. A partir daquele dia, nada e nem ninguém poderia impedi-los de qualquer coisa. Exceto, aparentemente, ela mesma.

— Você acha que está bom? Não ficou muito feio, exagerado, nada a ver comigo? Acho que vou trocar e colocar meu tênis...

— Se você colocar aquele tênis — sua irmã a interrompeu — eu vou arrancá-lo do seu pé só para te bater com ele. Você vai com esse salto e com esse vestido. E não vai discutir!

Dando-se por vencida, Nymphadora assentiu, sabendo que não adiantava de nada discutir com Cylla — que, desde que se entendia por gente, era muito mais decidida a ganhar qualquer discussão, por menor que fosse. Agora, precisava apenas que desse o braço a torcer e fosse maquiada para que estivesse, definitivamente, pronta.

Maquiagem nunca tinha sido seu forte, ou seu maior interesse, embora tivesse aberto exceções ao longo da vida. E, com toda a certeza, aquela era uma noite que merecia a maior de todas as exceções que já tivera. Depois de alguns minutos sob os cuidados de Cylla, ela deveria estar, no mínimo, maravilhosa.

E foi desse exato jeito que ela ficou, maravilhosa. Pela primeira vez dede que começou a se arrumar, Dora se sentiu completamente bem com o reflexo que o espelho mostrava. Talvez, desde o começo, era aquilo que ela precisava para deixar toda sua paranoia de lado.

Bastava agora que, em pouco tempo, Remus batesse à porta de sua casa e eles saíssem. Suas pernas ameaçavam derrubá-la a cada passo que dava e parecia existir algum tipo de tremedeira nas mãos. Tonks estava no seu mais puro estado de nervosismo.

Não era nada diferente do homem que respirava fundo algumas vezes na esquina de sua casa, fazendo uma contagem regressiva mental até caminhar ao seu destino. Era claro que ele estaria nervoso, afinal, aquela seria a primeira vez em que não precisaria ir escondido a algum lugar ou olhar para os lados mil vezes antes de fazerem qualquer coisa.

Remus não sabia bem o que fazer, ou como fazer, então preferiu não causar tanto alarde ou chamar tanta atenção enquanto a chamava no portão. O pequeno receio de que um de seus pais abrisse a porta era latente, embora ele soubesse que Andromeda e Edward Tonks estavam em viagem — como ela mesma tinha afirmado várias vezes.

Ao invés disso, uma garota, aparentando alguns anos a mais do que Dora, com o mesmo tom de cabelo e feições incrivelmente semelhantes, foi quem o deixou entrar. Era óbvio que as duas eram irmãs. Enquanto esperavam, num silêncio que beirava o incômodo, Lupin aproveitou para olhar ao redor.

Alguns porta-retratos estavam dispostos próximos à televisão. Pareciam estar em ordem cronológica, e, nas fotos, duas crianças cresciam pouco a pouco até tornarem-se quem eram. Desde criança, era nítido quão tímida era e, ainda com pouca idade, já tinha um sorriso adorável.

— Cuide bem dela.

— Sempre — Remus respondeu, desviando a atenção logo em seguida para o som de passos que vinha da escada. Ela estava linda, como ele realmente esperava que estivesse, mas todas suas expectativas tinham sido superadas de uma só vez.

Um segundo depois de falar alguma coisa com a irmã, Nymphadora estava finalmente pronta — por completo — para sair. Os dois trocaram um sorriso tímido antes de saírem. Não disseram nada até que estivessem já do lado de fora. Parecia estranho, e talvez fosse mesmo, que eles estivessem ali, enfim livres para ir a qualquer lugar, sem nenhum empecilho mais.

— Feliz aniversário, Srta. Tonks.

— Obrigada, Professor Lupin.

···

Algumas horas mais tarde, depois de terem aproveitado ao máximo, do jeito que podiam, Remus enfim a deixava de volta em casa. Embora, agora, estivessem livres de qualquer impedimento, como estavam há apenas um dia, era difícil deixar de lado a paranoia de que todos ao redor os julgavam constantemente.

O que nenhum deles esperava era que, assim que chegassem, acabassem descobrindo que os pais dela haviam voltado mais cedo da viagem. Cedo o suficiente para vê-los em um momento... íntimo, um pouco mais íntimo do que todos os outros momentos da noite. Dora até tentou disfarçar, mas nada poderia dar a impressão de qualquer outra coisa.

Andromeda Tonks era uma mulher alta, com o cabelo tão escuro quanto aquela noite, e uma expressão pura de desentendimento no rosto. Olhou para Remus de cima a baixo, mais de uma vez, e nem se importou em disfarçar enquanto fazia isso. Não se aproximou deles, não disse nada, só caminhou para dentro de casa e esperou que a filha entrasse.

— Não sei se sua mãe vai achar isso bom, não depois de agora.

— Eu vou falar com ela, em definitivo dessa vez, prometo — falar em definitivo significava que, de uma vez por todas, Tonks iria colocar todo o assunto Remus Lupin em pauta. Sem rodeios, sem meias palavras, sem todo o medo que teve de tocar nesse assunto até então. Porque, depois daquilo, nem tinha mais como esconder qualquer coisa. — Tudo bem?

Remus concordou, sem dizer nada. Despediram-se rapidamente, sabendo que, com certeza, estavam sendo vistos pela janela. Enquanto caminhava para dentro de casa, ela sentia as pernas bambearem, chegando ao ponto de fazê-la errar alguns passos.

Assim que entrou, esperou pela chuva de perguntas, mas não veio nada além do silêncio. Nem mesmo na sala sua mãe estava. Não tinha ninguém ali, ninguém além dela mesma. Talvez não fosse preciso todo o nervosismo que sentiu no breve tempo que passou desde que se despediu de Remus.

Subiu para o quarto mais rápido do que o normal, assim, talvez, pudesse evitar algum confronto pelo caminho. Tinha certeza total e absoluta que, assim que abrisse a porta, veria Cylla com um sorriso libertino nos lábios, e alguma frase imprópria pronta para ser dita. Mas, ao invés disso, encontrou uma Andromeda completamente séria e longe de parecer disposta a alguma conversa fútil.

— Não demore muito com uma explicação, Nymphadora. E espero que seja muito boa.

Então, sabendo que não adiantaria de nada adiar aquilo, e que também não seria nada bom continuar com esse adiamento, ela falou. Falou tudo, desde o começo, como se conheceram e, como o esperado, sua mãe não parecia reagir tão bem assim. Afirmou, mais de uma vez, que gostava dele o suficiente para continuar com aquilo, independente de qualquer coisa.

— E eu sei, mãe, que tem tudo para parecer uma loucura, mas, sinceramente? Eu estou feliz assim, e é isso que importa.

— Bom... — ela achou que ouviria um sermão de reprovação, ou qualquer coisa do tipo, mas não. — Traga-o aqui para o conhecermos. E não demore em fazer isso.

Num êxito súbito, e uma felicidade inexplicável, ela sentiu que tudo poderia dar certo. Alcançou o celular e, mais animada do que nunca, avisou a Remus como tinha sido a conversa com a mãe.

Nymphadora Tonks

Eles querem te conhecer!

Falaram para você vir aqui!

O quanto antes.

Assim que leu as mensagens, uma onda de alívio perpassou todo o corpo de Remus, morrendo em um suspiro audível. Era uma sensação indescritível saber que, de todas as pessoas, as únicas que poderiam separá-los, na verdade, adorariam conhecê-lo. De repente, tudo o que ele mais quis foi voltar à casa dela, naquela hora, sem se importar muito com horário. Mas, diferente disso, permaneceu no mesmo lugar, sorrindo para a tela do celular, para aquele amontoado de letras que, juntas, tinham um ótimo sentido.

Remus Lupin

Que bom!

E que alívio

É só marcar um dia e eu vou.

Depois disso, continuaram conversando por mensagens, até que ela caiu no sono, o que não era novidade alguma. Remus achava esse hábito adorável, e não tinha uma única vez em que não tivesse deixado uma mensagem de bom dia — mesmo se ainda fosse de madrugada na hora do envio. A intenção era que ela lesse aquilo na manhã seguinte, quando acordasse.

Remus Lupin

Áudio (0:03)

···

Uma semana depois, Remus parecia tão nervoso quanto antes. A última vez que teve de conhecer os pais de alguma garota foi há alguns anos, quando Dorcas o intimou para um almoço em família, e não tinha sido a melhor das experiências, tampouco a melhor memória. Por isso, talvez, que estivesse uma pilha de nervos.

Tinha medo que acabasse falando alguma coisa negativa, ou que agisse de uma maneira que pudesse condená-lo. Ele estava indo àquele jantar tendo em mente que aquilo tudo com Tonks tinha começado da maneira errada, e que as chances de os pais dela apresentarem alguma resistência aos dois juntos eram enormes.

Nymphadora o esperava na porta, com um sorriso radiante no rosto. Ela parecia muito mais animada com a presença dele ali daquela vez, onde tinha tudo para dar certo. Diferente do imaginado, seus pais procuraram saber mais sobre Remus, o que ele fazia e quais eram seus gostos. Era claro que seu pai se mostrava um pouco receoso com toda a história, mas, de modo algum, se opunha à decisão da filha.

Os dois sabiam que as consequências daquilo cairiam sobre Dora. Única e exclusivamente. Então, eram adeptos da política de afastamento, na qual cada um era responsável por suas próprias ações e escolhas.

— Entre — ela o chamou, dando espaço suficiente para que ele passasse. — Por aqui.

Os poucos passos que deram os levaram a uma mesa de jantar perfeitamente organizada, com cada coisa no exato lugar em que deveria estar — e permanecer, pelo resto da noite. Remus olhou ao redor, reconhecendo Andromeda, da outra noite, e cumprimentando-a, assim como o pai dela, sentado na ponta da mesa.

Durante as horas seguintes, as coisas fluíram muito melhores do que Lupin jamais pudesse ter imaginado. Talvez não devesse ter demorado tanto para conhecer os Tonks, para ter as conversas agradáveis que tiveram e todos os bons momentos da noite. Embora Andromeda e Edward não tivessem dito nada, ainda era claro que o quesito idade era um fato que não poderia ser ignorado por completo.

— Como vocês pretendem lidar com a diferença de idade?

— Pai... — ela tentou desviar o assunto, ou não falar naquilo em hipótese alguma, mas foi interrompida.

— Da melhor maneira possível — Remus respondeu. — Isso não foi um problema até agora, e não será daqui para frente — a resposta pareceu ter agradado o casal, que sorriu com sinceridade.

A partir disso, por algum tempo ainda, mantiveram uma conversa casual, leve e despretensiosa, riram e terminaram o jantar no melhor clima possível. Em momento algum, Remus sentiu-se incomodado ou deslocado, como achou que se sentiria, e, pouco a pouco, seu nervosismo foi sumindo até não existir mais.

De repente, parecia que horas e horas já tinham se passado e ele precisava ir para casa. Com promessas de retorno e de outros jantares, despediu-se de todos e, por todo o percurso de volta, pensou nos pequenos momentos da noite e como não poderia ter sido melhor.

Remus Lupin

Adorei a noite

Tudo estava ótimo

Melhor do que imaginei

Nymphadora Tonks

Que bom!!!!

Meus pais adoraram você

A mensagem o deixou sorrindo por alguns minutos. E, na manhã seguinte, quando ele a leu de novo, percebeu que ainda tinha um sorriso nos lábios.


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Notas finais do capítulo

ELES SÃO TÃO FOFOS QUE EU CHEGO MORRO DE TANTA FOFURAAAAAAAAAAAAAAA

até o próximo, que, na bênção de deus, será blackinnon!
bjs ♥



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