One Love Beyond Time escrita por Karoll Carvalho


Capítulo 3
Capítulo 3 - Renascer de uma nova paixão




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— Nada meu amigo! Só acho que vou amar este lugar. - Diz ao ver o carro de Emília ir longe.

— Você vai ficar por aqui mesmo, Raul? - Pergunta Bernardo a Raul.

— Sim! Vou comer um pouco e depois vou para o hotel. Você não vai comer nada, Bernardo? - Responde Raul, que seguidamente o questiona.

— Agora não, cara! Estou satisfeito. Vou dá umas voltas por aí e depois nos encontramos no hotel. - Disse Bernardo.

— Tudo bem! Mas vê se não demora, precisamos conversar por onde começamos as fotografias e tudo mais.

Pode deixar amigão! - Disse Bernardo saindo do restaurante.

Bernardo aluga um Sedan black, para conhecer um pouco a cidade em que ficará por alguns meses. As ruas menos pavimentadas, porém não muito esburacadas, estão fazendo do seu passeio uma pequena viagem alegre e tranquila. As brisas que beijam o seu rosto fazem em sua pele eriçar os pelos, como o bom perfume que das árvores o vento traz. Ainda é manhã, e Bernardo para um pouco para olhar a bela paisagem que uma montanha faz tocando as nuvens parcialmente nubladas no céu. Por um instante estagnado, sai do carro e olha aos céus agradecendo a chegada, e por estar em um lugar tão belo como Bellarrosa. Não poderia ter nome melhor. Bernardo retorna ao veículo e continua sua jornada rumo a beleza desta cidade, até chegar por uma rua sem pavimento algum, molhada pela chuva que outrora passou por alí. Mesmo assim, continua seu caminho.

Emília e Ariel na estrada...

— Eu poderia levar a senhora a um lugar especial? - Perguntou Ariel a Emília.

— Hunm? - Sem atenção Emília o questiona.

— Um mirante de onde se tem uma visão belíssima das montanhas. A senhora gostaria de ir? - Pergunta mais uma vez Ariel. 

— Não! Não gostaria, não! Gostaria que você me levasse direto para a vinícola, seu Ariel! - Grossa, o respondeu.

— A senhora trabalha demais dona Emília, para se viver uma vida longa, é preciso viver devagar. - Disse Ariel, sabiamente.

— É, pode funcionar para as pessoas daqui, mas para mim não, que tenho outro ritmo! Vamos seu Ariel, preciso conhecer logo essa vinícola, quero chegar o quanto antes para almoçar com a Gema e minha filha! - Disse Emília irritada. 

— Ô!.. Ou! - Ariel, ao perceber algum problema no carro.

— O que foi? - Indaga Emília.

— Eu não sei Dona Emília, vou precisar dar uma olhadinha. - Disse o motorista ao sair do carro.

— Não acredito! - Emília, e o seu desapontamento.

Emília mal sabe o que à espera. O motor do carro escangalhou.

— Então seu Ariel? Nós vamos ou não vamos? - Pergunta Emília ao sair do carro para ver de perto o problema.

— Infelizmente senhora, é o que eu tinha imaginado, um super aquecimento fez com que o motor parasse de funcionar. Eu vou precisar de menos de uma hora para consertá-lo. - Responde Ariel.

— O senhor não está me dizendo, que eu vou ter que ficar aqui parada esse tempo todo no meio dessa estrada deserta?! - Emília, já perdendo as estribeiras.

— Eu não tenho o que fazer, Dona Emília, são situações inesperadas. Eu lamento muito, senhora! - Diz Ariel sem saber o que fazer para ajudar.

— Não, não lamente muito seu Ariel! Faça alguma coisa! Eu não vou ficar aqui esperando nessa estrada deserta! Liga para alguém! Peça ajuda! Não sei seu Ariel, mas faça alguma coisa! Cadê o telefone do reboque? - Emília impaciente.

— Aqui não há sinal senhora! Desculpe, mas não há nada que eu possa fazer se não esperar. Infelizmente não faço milagres. - Disse Ariel tentando conformá-la.

— Eu... Não... Acredito... No que está acontecendo! - Disse Emília pausadamente. Realmente, ele não poderia fazer muito._

Enquanto Emília praticamente no meio da estrada aguardava Ariel consertar o carro, afinal, não teriam escolhas a não ser esperar. Um Sedan black, ao vê-la de longe no meio da estrada, acelera o automóvel em uma velocidade permitida até o local em que a mulher está. Emília, ao perceber a aproximação do veículo, não pensa duas vezes, e acena o braço para ele avistá-la. Só o que ela não esperava, era que o mesmo carro que a "salvaria", seria o mesmo que lhe "jogaria" a poça de lama.

Bernardo, seguindo retilineamente pela estrada, percebe algo errado acontecendo. Prontamente, aumenta a velocidade que antes estava reduzida, e sem hesitação corre para vê se aconteceu algum problema. Mas não percebeu as enormes quantidades de poças de lama no local a longa distância. Agora a mulher que o acenava no meio da estrada, está encharcada de lama. Depois do grande erro que cometeu, sai do carro para ajudá-la.

— Peço desculpas! A senhora está bem? Não percebi as poças de lama! Me perdoe! - Disse Bernardo.

— O senhor está falando sério? Olha como estou? - O questionou Emília.

— Senhora, desculpe-me! Não foi minha intenção. - Disse Bernardo, chegando mais perto.

— Obrigada! Não foi intencional... Interessante sua colocação! Eu não acredito!!! Primeiro foi esse maldito carro, agora o senhor! Meu querido, eu estava acenando pedindo ajuda e não um banho de lama. - Disse Emília com o ódio.

— Mas como a senhora pode ser tão incompreensível? Na hora em que eu a vi no meio dessa estrada, agora enlameada, eu corri e não olhei para mais nada. Por isso não enxerguei as poças de lama! - Disse Bernardo chateado pela forma grosseira que Emília o tratou. Afinal, quem ela pensa que é para tratar os outros com tamanha grosseria?

— Hunm... Então o aconselho a procurar um oftalmologista. - Fez Emília sarcasticamente, ao voltar para o carro. - Já seu Ariel? Ô meu Deus, olha como eu estou?! Eu mereço? - Disse Emília falando sozinha.

— Ou! A senhora vai me deixar aqui falando sozinho? - Disse Bernardo, ao vê-la sem dar-lhe muita atenção.

Está falando comigo?! Meu senhor, obrigada pela poça de lama. O senhor pode ir se quiser, não preciso mais da sua ajuda! - Disse em tom de deboche.

— Dona Emília! Aconselho a senhora aceitar a ajuda do rapaz. O problema no carro não vai se solucionar tão breve assim. - Disse a Ariel aconselhando Emília.

— Não diga isso, seu Ariel, faça alguma coisa! - Respondeu Emília.

— Mas como a senhora é teimosa! O que tem de bela, tem de teimosa! - Disse Bernardo olhando para Emília.

— O que disse? - Pergunta Emília. Quem ele acha que é? Emília está toda "ensopada", como poderia estar bela? Só pode estar brincando!

— Disse que a senhora... - Bernardo.

— Não precisa falar mais nada! Vamos, seu Ariel! - Disse Emilia nervosa com a situação.

— Bom, não vou ficar aqui nem mais um segundo! Até mais senhora! - Disse Bernardo andando em direção ao carro.

— Dona Emília! - Ariel.

— O que foi? - Emília o questiona mesmo sabendo o que ele dirá.

— Se me permite dizer, a aconselho não recusar a ajuda do rapaz. - Aconselha mais uma vez Ariel.

— Como pôde, seu Ariel? Eu não o conheço! Não posso confiar.. - Disse Emília com frio por causa da lama em seu corpo.

— Tem que confiar, dona Emília, ou vai aguentar ficar assim aqui por muito tempo? - A faz lembrar no estado em que se encontra.

Emília não tem muita escolha se não aceitar o conselho de Ariel. Então engole o orgulho de mulher rica, e o grita quando Bernardo está pronto para partir.

— Senhor!! - Gritou o mais alto que conseguia.

Bernardo sai do carro e vai até Emília.

— O que a senhora quer? - A pergunta com raiva.

— Me desculpe... - Olha para o Ariel. - Me desculpe senhor!

— Não precisa pedir desculpas, afinal, fui eu que a encharquei de lama. Não foi? - Disse Bernardo a provocando.

— Ora! O senhor sabe porque peço desculpas! Vai me ajudar ou não? - Fala se abraçando por causa do frio.

— Não deveria pela sua grosseria, mas como não é dessa forma que trato uma mulher. Vamos! - Disse Bernardo ao olhá-la nos olhos e ao estender a mão para que ela entre no carro.

— Não precisa consigo entrar no carro sozinha! - Disse-lhe o fitando nos olhos.

— Eu sei senhora, estava apenas usando da minha gentileza! - Disse Bernardo ao abrir a porta da frente do carro.

— Obrigada! - Agradeceu.

— Olha! Ela sabe ser educada! 

— O senhor, por favor, não comece! - Disse Emília cruzando os braços feito uma menininha mimada.

Bernardo não aguenta e põe-se a rir bem alto. Com uma gargalhada gostosa convida seu Ariel para ir junto, mas ele se recusa e diz que vai ficar para o conserto do carro. E o mesmo gentilmente agradece. E assim, Bernardo leva Emília para o seu destino. Mas ainda têm muito o que contar...

[...]

Bernardo olha para Emília que está o tempo todo se abraçando por causa do frio. A ponto de irritar-se por ele olhá-la tanto, o questiona.

— Há algum problema? - Pergunta Emília o encarando.

— O quê? - Pergunta Bernardo sem entender.

— O senhor não para de me olhar. Por isso lhe pergunto se há algum problema. Quer dizer, sei que estou suja de lama, mas não precisa ficar me olhando o tempo todo. Foi o senhor quem me permitiu entrar! - Responde Emília.

— Desculpe, mas eu não disse nada. Apenas a observo com frio, se quiser tiro minha jaqueta! - Disse com um cuidado especial com a moça a seu lado.

— Agradeço sua preocupação. Eu só quero ir para casa, há algum problema quanto a isso?

— Nenhum! - Disse Bernardo ao olhá-la.

— OK! Então, siga em frente! - Emília sem se preocupar que a ajuda do Bernardo não passa de um favor, o fala com autoridade.

— A senhora é sempre assim, mandona? - Bernardo a pergunta impressionado.

— Não! Depende do meu humor. - Responde Emília.

— Queira me explicar, por favor!? - Bernardo na tentativa de conhecer mais sobre ela.

— Meu querido senhor, eu apenas quero chegar em casa só isso! Acabei de chegar de uma viagem cansativa, estou com fome, será que poderia ser um pouquinho mais rápido! - Diz impaciente.

— Não seja por isso, vamos comer alguma coisa! - Disse com entusiasmo.

— Nossa como o senhor é difícil. Primeiro, olha como eu estou! - Bernardo a olha como a mesma pediu. - Segundo, sou uma mulher casada, e não fica bem a uma mulher casada ficar por aí almoçando com outro homem que não seja seu marido. O senhor poderia me levar ao ponto de táxi mais próximo, por favor? - Emília o diz irritada.

Bernardo para o carro...

[...]

— Mas o quê que o senhor está fazendo? - Disse Emília assustada!

— Por enquanto, nada! Você poderia ser mais gentil, não acha?! Eu também cheguei de viagem, eu também estou com fome, e nem por isso trato mal as pessoas! - Disse Bernardo irritado.

— Compreensível. Ainda mais quando não se tem uma vida corrida igual a minha! - Disse Emília rindo de canto.

— Agora me conhece! - Disse Bernardo.

Emília descansa sua cabeça na poltrona do carro por 5 segundos, e sai do carro.

— Pois bem meu senhor, não vou ficar aqui nem mais um segundo! - Disse Emília, ao bater forte a porta do carro.

— A senhora não pode ir sozinha por essas bandas, sem ao menos conhecer o lugar! - Diz Bernardo ao sair do carro correndo atrás de dela.

— Agora o senhor que me conhece?! - Disse rindo da situação.

— Por favor, senhora eu não posso permitir que vá sozinha! - Disse ainda a seguindo.

— Mas como o senhor fala! - Disse Emília o dando as costas para ele.

— E como a senhora é teimosa. Quer saber a senhora vai comigo nem que seja a força! - Disse Bernardo.

— O que disse? O que vai fazer comigo? - Emília olha para Bernardo e para de andar.

Quando Bernardo apressa os passos e agarra a pondo sobre o seu ombro, levando-a de volta para o carro. Ela em repulsa, sem acreditar na sua atitude, começa-o bater nas costas bem forte o pedindo para soltar. E "nesse vai e vem da vida", eles acabam escorregando por sobre a poça de lama. Emília, ao cair por cima de Bernardo, seus olhos se cruzam de forma penetrante. Os cabelos louros e ondulados de Emília caindo sobre o rosto de Bernardo, seu perfume inebriante cobrido-lhes as narinas, a maciez de sua pele que mesmo enlameada, fizeram os pelos do corpo de Bernardo eriçarem pedindo por aquela magnífica mulher.

Bernardo, e o que se passa em seus pensamentos...

Bernardo não acredita na beleza que os seus olhos contemplam, a tão majestosa mulher. Sorri. Pela travessura que mesmo sem querer acabou de pregar, e por estar em seus braços a beleza de tal mulher.

Emília, e o que se passa em seus pensamentos...

Por um instante não acredita na peça em que ele a pregou. Estar tão perto de um homem que mal conhece, ou melhor, que nem sabe o seu próprio nome. Uma das coisas que jamais teve em sua lista de loucuras. Ainda assim, por um instante, o olha nos olhos e em seu rosto percebe um sorriso de canto, sorriso este que se desfaz ao vê-la gritar e sair de seus braços.

— O senhor é louco!? - Diz tentando se levantar de seus braços.

— Me desculpe, mas a culpa não foi só minha! Caímos porque a senhora começou a me bater. - Fala Bernardo se justificando.

— Não acredito no que está acontecendo! - Fala Emília tirando a sujeira que grudou literalmente em seu corpo e roupas. - O senhor está sendo a pior coisa no meu dia na cidade de Bellarrosa!!

— Eu também, adorei conhecê-la! - Diz com sarcasmo, ao Emília fitá-lo nos olhos com raiva.

Quando Emília olha para trás e percebe um carro aproximando. Põe sua mão na testa para fazer sombra aos olhos, e acredita ser o carro da Beraldini. O Carro se aproxima, e o motorista abaixa o vidro da janela. E certifica-se.

— Dona Emília! Consegui consertar o problema o mais rápido que eu pude imaginar. O carro estava com um problema na ventoinha! - Disse Ariel salvando Emília do sufoco que estava.

— Tudo bem seu Ariel! Graças a Deus o senhor chegou! Vamos! - Diz Emília correndo sem o salto em direção ao carro da Beraldini.

— A senhora não vai me dizer nada? Nem me agradecer? - Pergunta Bernardo.

— O senhor só pode está brincando, né?? - Diz olhando para Bernardo. - Vamos seu Ariel, não quero perder mais nem um segundo se quer nessa estrada enlameada!

Ariel abre a porta do carro para Emília, e eles seguem de volta para o hotel. Bernardo ao vê-la saindo, relembra o pouco tempo que passou com ela e que também por pouco não se beijaram. Retorna para o carro se livrando da sujeira que a lama fez no seu corpo, e volta novamente para o hotel tomar um bom banho.

Emília chega no hotel, abre a porta do quarto e vê sentadas no sofá, Gema e Lívia, a aguardando por notícias.

— Emília, o que aconteceu? Ficamos preocupadas, por onde você andava? - Perguntou aflita ao ver Emília toda suja de lama.

— Mãe! O que aconteceu? - Diz Lívia dando gargalhadas.

— Lívia! Não está vendo que sua mãe não está bem? - Gema diz repreendendo Lívia.

— Não Gema, eu estou bem. Preciso apenas de um bom banho e depois conto a vocês o que aconteceu! Vocês nem imaginam... - Diz Emília ao entrar na suíte do quarto de hotel.

Emília toma um bom banho. Na verdade o esperado já que estava toda enlameada. Com o perfume das rosas vermelhas se refresca na banheira até relaxar, e tirar o mau cheiro daquela lama horrível. Ao banhar, pensa no calor que sentiu no contato com o corpo daquele homem. Se sentiu envergonha por ser uma mulher casada, mas nem hesitou rir da situação. Mesmo na hora com muita raiva. Ela sai da suíte, e Gema a ajuda secar os cabelos quando começam a conversar sobre o ocorrido. Depois de ter falado tudo e ter xingado muito o Bernardo, Gema conta a Emília sobre um convite que a dona da mais famosa Osteria de Bellarrosa, fez aos novos visitantes. Um jantar! Cujo terá visitas ilustres. Quem será?


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