Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 23
And Then There Were None - Part 3


Notas iniciais do capítulo

Preparem-se para correr e gritar. Capítulo recheado de ação, gritos e risadas!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705129/chapter/23

Edward e Dylan ainda se mantinham na antiga biblioteca. Ficaram quietos, imóveis ao ouvir o que pareciam ser os gritos de Claire há poucos minutos.

—O que a gente faz?.. -Dylan perguntou aterrorizado diante daquele silêncio mórbido.
—Xiiiu... -Edward pediu seu silêncio levantando o indicador.

Os dois estavam paralisados um diante do outro.

—Devemos apagar a luz? -Dylan perguntou.
—E Ficar no escuro? Sem ver ele se aproximando? Nem pensar.
—Então ache uma solução!
—Fala baixo pelo amor de Deus! A Solução é o silêncio.

Edward passou os dedos nos lábios simulando um zíper. Em seguida, apontou para trás de Dylan, fazendo o garoto se virar curioso. Ao não ver absolutamente nada, tornou a questionar.

—O quê?
—Vamos ficar em silêncio ali no meio das estantes. Sem dar um pio.

Pé ante pé, Edward seguia em frente passando pelo irmão que o observava sem tomar nenhuma ação. Continuou seus passos cautelosos entrando num vão entre duas das inúmeras prateleiras altas enfileiradas do começo ao fim do grande cômodo. Não ouviu os passos de Dylan o seguindo, se virou, notando o irmão com cara de desespero imóvel.

—Vem logo! -Sussurrou ele balançando a mão.

Dylan engoliu seco concordando com a cabeça, já seguindo na direção de Edward que se mantinha curvado, tentando se camuflar atrás daquela prateleira, deixando os olhos acima de uma das tábuas, olhando fixamente em direção à porta escancarada. Dylan se posicionou ao seu lado imitando sua pose. Mesmo percebendo que aquele esconderijo de fato não era nada útil, não ousaram se mexer. O Medo de sair da sala e enfrentar o que pudesse estar à espreita no corredor os deixou estáticos. De frente à eles, haviam duas prateleiras, dava se para olhar através delas por causa das divisórias, que claro, sem livros para tampar a visão, não só os deixava mais expostos, como também mais alertas a qualquer vulto ou coisa que passasse pelo corredor. Atrás deles, todo o restante de estantes de uma após a outra se estendiam até quase o fim da sala.

—Ed..
—Oi?
—Se a gente morrer...
—Xiu! Cala a boca. Se falar de morrer de novo eu te mato!

Dylan aquiesceu, abaixando a cabeça levantando a mão, pousando-a no ombro de Ed. Não se ouvia mais nada. Nenhum grito, nenhum passo. Difícil dizer o que era mais torturante. Entre respirações ofegantes e corpos que não se moviam, o ranger de uma porta se abrindo lentamente pode ser ouvido, bem próximo. Arregalaram os olhos se entre olhando. Nenhuma palavra saía de suas bocas agora tampadas por suas mãos. O Ruído se tornou agudo, ameaçando parar. Parou. Uma porta fora aberta, mas onde? De onde vinha? O Ruído se fez novamente, desta vez mais grave. A porta em questão provavelmente estava sendo fechada seguida por uma batida. Ela se fechara, e pela batida, a tal porta ficava perto. Pior, logo atrás deles. A Batida se originou do fundo da sala do qual os dois nem se deram ao trabalho de verificar direito, não notando a porta que existia do outro lado. Prendiam a respiração por alguns segundos, temendo serem denunciados por seus narizes gritantes. Suas cabeças evidentemente tremiam de pavor. Um.. dois... três.. quatro passos sobre o piso de madeira se deram. Quem quer que fosse, permaneceu parado, imóvel. Edward e Dylan só tinham uma coisa na cabeça: "Fomos vistos". As prateleiras vazias sem nada para ocupar os espaços os faziam alvos fáceis. E se fosse o assassino os observando lá no fundo da sala através das estantes, a situação poderia ser descrita simplesmente por "Ferrou". Já prevendo o pior, os gêmeos se viraram lenta e pavorosamente. Seus olhos se preparavam para ver a figura mascarada ao fundo, mas antes que isso fosse possível, uma tremenda batida aconteceu arrancando gritos dos irmãos que tremeram. Era uma estante pendendo para o lado, batendo contra a seguinte, e a seguinte, assim por diante. Como num efeito dominó do inferno, as estantes vazias batiam umas contras as outras caindo violentamente, tendo pequenas lascas de madeira velha sendo arremessadas com o impacto que uma causava na outra. Os dois estavam prestes a serem esmagados, quando Dylan e sua agilidade movida pelo medo, agarrou Edward pelo pulso o puxando com toda sua força, começando uma corrida frenética. "Bang! Bang! Bang!" O Efeito dominó continuava, e a possibilidade de esmagamento ficara cada vez mais próximas. Os dois corriam em linha reta ainda no meio de duas estantes. Curvados para frente temendo terem suas cabeças atingidas a qualquer minuto, os gêmeos conseguiram sair do vão segundos antes das duas estantes que os cercavam se atingirem com força bruta, tombando uma sobre a outra emitindo um forte impacto contra o chão, que levantou uma vasta nuvem de poeira naquele lugar imundo.

Nem ao menos gritavam. Sua fuga alucinada com Dylan levando Edward consigo, já os levara a passar pela porta como dois vultos em passos frenéticos. Virando a esquerda de uma vez, os dois seguiam sua fuga sem nem antes pensar sobre a direção que haviam tomado. O ato espontâneo de Dylan em agir pelo medo levou os dois ao corredor escuro. Edward, logo atrás do irmão é quem segurava a lanterna cujo flash se mantinha desnorteado devido ao seu braço que não parava quieto no movimento da corrida. Dylan mal podia ver o caminho em sua frente, continuava seguindo em frente mesmo assim. Edward conseguiu iluminar o caminho à frente brevemente, mostrando num relance que as únicas saídas eram divididas, uma para a esquerda e outra para a direita. Os cabelos longos de Ed batiam contra seus ombros na noite mais desesperadora de sua vida. Sabia que não devia, mas não se conteve em olhar rapidamente para trás jogando a luz da lanterna. Essa seria uma visão que ele nunca esqueceria. Ghostface corria à modo de maratona atrás dos dois garotos com a mão direita levantada portando a faca. O Sujeito mascarado estava chegando cada vez mais perto. Sua velocidade absurda tornava tudo ainda mais terrível.

Os passos pesados e imparáveis do psicopata emitiam sua proximidade preocupante. Numa última e veloz olhada para trás, Edward percebeu que estava prestes a tomar uma facada.

—Ah!!!! -Gritou de pavor, empurrando Dylan com tudo tirando-o de sua frente enquanto se via caindo para a esquerda deixando a lanterna escapar de sua mão. O Baque do objeto indicara que ele rolou na direção oposta. O Braço do assassino desceu em toda sua fúria para acertar o garoto, mas foi em vão. Os gêmeos foram involuntariamente separados, cada um caiu numa direção diferente deixando que a faca não acertasse nenhum deles. Um golpe impulsivo, porém, um golpe de sorte.

Dylan se sacudia tateando o chão almejando a lanterna que caíra próximo de si. Não estava longe e muito menos difícil de encontrar. Sua mão agarrou a lanterna naquele mesmo instante, o menino se levantou em Pânico dando passos frenéticos para trás, iluminando sua frente, vendo o assassino mascarado, que instantaneamente parou entre os dois corredores, como se decidisse a qual direção seguir, a qual gêmeo perseguir. Logo após a figura horrenda, a luz da lanterna encontrou Edward se levantando em completo terror, fitando Dylan e o fantasma que estava entre eles, impedindo que um se aproximasse do outro.

A Máscara se virou para o portador da lanterna, Dylan. Aquele rosto branco contorcido, a bocarra estendida o encararam.

—Não... -Dylan disse sem decidir se corria ou se permanecia quieto.

Edward do outro lado, vendo que o mascarado demonstrava maior interesse no irmão, chamou-lhe a atenção:

—Hey!!!

Ghostface virou o pescoço lentamente para Edward, que agora contemplava a máscara.

—Vem me pegar, filho da puta!!

O Mascarado empunhou a faca rapidamente não hesitando, demonstrando que estava disposto a atender o pedido do menino. O Assassino avançou em sua direção, Edward se virou com toda agilidade que seu corpo poderia lhe proporcionar, correndo em frente em direção ao corredor escuro tendo o fantasma feito o mesmo no exato segundo.

—Corre!! -Dylan exclamou aos pulos assistindo aquela cena de horror. Seu irmão se afastava no corredor que Dylan iluminava fazendo uma favor ao irmão temendo que o mesmo tropeçasse. O Assassino coberto pelo manto negro corria em disparada fazendo pequenos ziguezagues ao longo do caminho. -Vai Edward!!! -O Menino berrou, no momento em que ao longe avistava que o irmão dobrara à esquerda desaparecendo de vista juntamente com o assassino em sua cola. Dylan respirou fundo, girou seu corpo correndo na direção oposta. Desejava dar a volta, contornar o andar na esperança de encontrar Edward do outro lado.

Edward decidiu tentar confundir o assassino frenético que o perseguia, virando uma vez para direita, seguindo reto tentando manter o fôlego contra o a agilidade do vulto negro do qual ele não se atrevia mais a olhar para trás. Em seguida entrou de novo para esquerda, passando direto sem conseguir ver direito o que tinha em sua frente. Segundos após a curva, o assassino mascarado freava seus passos, parando no meio do caminho deixando que Ed seguisse com sua fuga. A Escuridão claramente ajudava, foi em sua virada para a esquerda que Edward mesmo correndo, percebeu que os passos de seu perseguidor cessaram. Mas ele não parou, o alivio de notar que não estava mais sendo perseguido veio como um bônus naquele pesadelo maratonista. Ainda sim, não parava de correr.
—-------------------------------------------------------------------------

—Claire!! -Alissa gritou chamando pela amiga enquanto se preparava para encarar um lance de escadas, que a levariam para o 3º andar. -Amiga estou indo!!! -A ruiva exclamou continuando sua trajetória desesperada que começara nos primeiros degraus. A escada ia em sentido giratório numa curva bem aberta, acompanhando a parede que parecia circular a grande sala da entrada da mansão, que a deixava parecer uma esfera gigante. Se olhar para cima num dia claro, poderia ver a vidraça enorme no teto que cobria aquela imensa escadaria que fazia círculos. A altura já era preocupante de onde ela estava, mas é como dizem, o que os olhos não veem, o coração não sente. Sua única preocupação era tropeçar nos degraus. Se mantinha atenta iluminando o máximo o possível, frequentemente tirando os cabelos ruivos da frente do rosto. Mesmo já se cansando um pouco naquele lance longo, não parava por nada pisando sobre o carpete velho e todo furado que cobria os degraus, que levemente abafavam seus passos. O Fato da escada não ser íngreme ajudava, porém, isso a fazia ser mais longa. Subia, subia, subia, se deixando levar pela curva para a direita que os degraus a levavam, quando múltiplos passos rápidos pareciam se aproximar, vindos do corredor que dava acesso ao terceiro andar. Alguém vinha correndo. Os passos ecoavam no piso, quem quer que fosse ainda não chegara as escadas. A ruiva se assustou freando sua trajetória.

Agora sim estava realmente assustada. Sozinha ali no meio daquela escuridão... o ato heroico era de fato admirável, mas teria essa sido a melhor das ideias? Alissa se afastou andando de costas, sentindo a parede atrás de si. A Medida que os passos velozes se aproximavam suas mãos tremiam mais, fazendo com que a lanterna apontada para cima em direção ao 3º piso parecesse um farol descontrolado. As batidas ficaram mais evidentes.

—Ham! -A ruiva puxou um suspiro de susto, apertando o botão da lanterna desligando-a, descendo uns dois degraus para trás. Ficou quieta e imóvel encostada na parede. "Bam Bam Bam Bam BAM!"- O último passo, mais alto do que os outros indicou que alguém parou bem ali, no topo do 3º piso, a poucos metros da garota. A pessoa, aparentemente estava parada. E Não estava portanto uma lanterna.

Alissa suspeitou. O medo tomou conta de seu corpo. Queria tornar a descer de fininho, porém se arriscar a se mover diante do que poderia estar ali, estava fora de questão. Pensou que talvez, se permanecesse parada ali fingindo ser parte da parede naquela escuridão, e se quem estivesse ali de fato fosse o assassino, este poderia passar direto por ela descendo a escada sem notá-la. Esse era o único plano que ela tinha no momento, e a única ação que o medo a deixara ter. Seus olhos iam lentamente se acostumando com a escuridão. Respirando pela boca para evitar suspiros, ela tentava de toda forma ver se havia alguma silhueta ali no topo, mas não conseguia.

Seus pés se moveram diante do nervosismo, Se levantando e abaixando rapidinho. A Sorte era aquele carpete horrível, que não permitiu que seu movimento emitisse som.

—Edward!!! -A Voz de Dylan ecoou bem fraca. Parecia longe. Alissa torcia para que ele aparecesse a qualquer momento ou se aproximasse. -Ed!! -Desta vez, a voz parecia ainda mais longe. Alissa entrava em desespero perdendo as esperanças. Sabia que Dylan estava no terceiro andar, mas a coragem de ir atrás dele não existia. Ainda mais pelo fato de que o dono dos passos ainda poderia estar ali, parado a poucos degraus de distância. Ou poderia já ter subido ou descido sem nem que ela percebesse. Seja qual for a alternativa, vale a pena arriscar?

A imagem de Claire morta ensanguentada lhe veio a mente. Poderia se perdoar se encontrasse a amiga morta? Alissa, a ruiva bipolar acabaria sucumbindo a culpa. "Eu não fui ajudá-la". Se lembrou do dia chuvoso em que tirou o assassino da estrada durante a fuga para salvar Dylan. O Psicopata com certeza guardava uma grande, senão enorme anti-patia pela menina devido a este fato. Se ele não a perseguiu, não a fez ligações sinistras no meio da noite até hoje, se não tentara um ataque em particular sobre ela até agora, hoje com certeza era o dia. Mas ao mesmo tempo, ela gostaria de ser visitada pela mesma coragem que a fez girar aquele volante, ainda que uma ação perigosa que podia ter matado à todos naquela estrada molhada e escorregadia, Alissa havia salvo duas vidas. Não tinha conhecimento ainda sobre a recente morte de Violet, para sua sanidade. Mas o que deveria ser feito neste momento?

Suas mãos apertavam a lanterna apagada. A expressão de terror em seu rosto era tremenda, ainda que invisível nas trevas que se encontrava. Não havia um pio, nem sinal de movimento.

—Cadê vocês?!!! -A Voz de Claire ecoou lá de cima. Ela pelo jeito, ainda estava perdida no 5º andar, em Pânico após presenciar Violet ser morta. Alissa não se conteve, os gritos da amiga lhe despertaram a impulsividade que tomara lá embaixo no corredor com Juliett e Amelie. Seu dedo deslizou sobre a base da lanterna. Ela se acendeu, com a luz apontada pra cima, Alissa gritou ao ver o fantasma parado bem diante dela, a apenas três degraus acima. Ele a encarava por cima, exibindo sua faca naquele instante.

 


—Ah!!!! -Seu grito pavoroso foi o combustível para fazê-la correr. Seus cabelos se lançaram para o lado girando conforme Alissa se virou com todo desespero, lançando as pernas para frente tornando a descer os degraus numa fuga medonha.

—Socorro!!! Alguém me ajuda!! -A ruiva descia aquelas escadas pulando alguns degraus, mantendo os braços abertos afim de ter equilíbrio. A Figura mascarada se lançava a correr naquela descida em curva sem problema ou medo algum, fazendo com que acabasse sendo um pouco mais rápido que a ruiva, a alcançando rapidamente.

O Manto negro já quase colava com as costas da menina, de braços abertos como assombração. Foi naquele instante que Alissa levou um empurrão entre um grito agudo, tendo seu corpo lançado para frente.

—AH! -Com o empurrão, seus passos ficaram involuntariamente mais rápidos e mais curtos, numa ação que durou uns três segundos, os pés de Alissa se descontrolaram tomando velocidade absurda. Ela perdera todo o equilíbrio tendo seus braços se levantado para o alto e a cabeça jogada para trás naquele instante em que a descida se tornou sua queda.

Bateu de frente com os degraus, seu corpo que continuara ainda no impulso do empurrão se revirou. Suas pernas se dobraram para trás de um modo que uma dor intensa nas costas foi certeira, Alissa agora rolava na escadaria de batendo aos berros nos degraus. Seu corpo quicou contra a parede durante a curva que a escada fazia, sendo lança mais para o meio como uma bola de Pinball. A Menina rolava aos saltos involuntários parando apenas ao bater contra o piso do segundo andar.

—Ai.... ai... -Gemia de dor diante de lágrimas que escapavam de seus olhos. Rolou ficando de barriga para baixo, vendo que a luz daquele corredor se acendeu. O Assassino, parado em pé no primeiro degrau do lance de escadas, retirava seus dedos do botão de acender a luz calmamente, sem nenhuma pressa ou sinal de que estava agitado. -Não, não! -Ela implorou sem tirar os olhos dele. Seu braço se lançou para frente no desespero de se levantar, ainda toda dolorida e travada. Virou o rosto para trás, tendo o terrível vislumbre da facada que estava prestes a tomar, com o braço do Fantasma se erguendo para cravá-la um golpe. -Arhg! -Alissa deu um grito de ódio, dobrando o joelho esquerdo, e lançando a perna para frente acertando um chute na altura da canela no psicopata.

Logo, aquela enorme figura negra se curvou ao ser acertado, caindo de lado ainda no degrau, e após bater contra o chão chegou a rolar involuntariamente parando logo ao lado de Alissa ainda meio estendida no piso. Seu rosto ficou frente à frente com a máscara. Tendo aquela área iluminada pela luz que se acendera, sua visão de fuga ficou mais clara. A Ruiva se levantou num pulo ainda dando uma leve escorregada com a sola do tênis sobre o piso ao tentar pegar impulso, por sorte não caiu. Podia ver, ao seu lado direito a entrada de um corredor, e à sua frente uma passagem reta seguida por um corrimão que formava um tipo de pára-peito como uma sacada. Embaixo estava o grande salão de entrada, era uma altura de aproximadamente 10 metros, olhar para baixo estava fora de questão. A mansão dos Stone era realmente gigantesca e ampla. Tudo lá embaixo estava escuro. Ainda dolorida, Alissa corria em frente apoiando a mão sobre o corrimão, como se ele ditasse seu caminho. Haviam algumas mesinhas velhas encostadas sobre a parede, provavelmente onde se colocavam enfeites antes quando a casa ainda era habitada. No fim dessa linha reta enorme, um entrada à direita dando acesso a um outro corredor podia ser vista. Alissa não tirava os olhos dela nem por um segundo durante sua corrida dolorida e curvada. Havia também a dúvida entre realmente ir por aquele caminho, ou no mesmo ponto, virar à esquerda descendo as escadas e fugir pela porta da frente. Cada lance de escadas era no formato de meia lua, o acesso de cada andar ficava numa extremidade diferente do local.

—Socorro!! Hey!!! -Sua voz já ficou num tom mais grave e raivoso, gritando torcendo para alguém ouvisse seu chamado.

Ao fundo, algo surgia daquela entrada à direita, eram Amelie e Juliett que viraram à toda velocidade, parando bruscamente sem prosseguir, tendo Juliett quase caído da cadeira ao ter seu torso jogado para frente devido a forte parada proporcionada por Amelie.

—Meninas!! -A Ruiva exclamou ainda seguindo em frente, sem tirar a expressão de pavor do rosto, ainda que aliviada em vê-las.
—Alissa!! Corre!! -Juliett Berrava, enquanto Amelie permanecia atrás da cadeira completamente boquiaberta, incapaz de dar comando de voz para a ruiva para avisá-la que o assassino se aproximava.
—Anda!!! -Juliett continuava exclamando balançando sua frigideira.

Alissa continuava correndo em Pânico esticando a mão como se tentasse alcançá-las mesmo não estando tão próxima, e nem tão rápida. Sua corrida cansada por aquela linha reta, e a mão apoiada no corrimão, declararam sua fraqueza diante da dor. Ela sabia que não conseguiria mais correr por tanto tempo, a menos é claro que achasse um lugar para se esconder, o que no caso, era impossível.

Ghostface já havia se levantado, ele e sua parceira, a faca de caça, estavam sedentos por sangue. Juliett, a líder de torcida agora se sacudia na torcida para que Alissa as alcançasse. Amelie estava tão transtornada que não conseguia se mover. Ou talvez seu bom caráter a impedia de sair correndo e deixar Alissa para trás... será? A esse ponto, o medo consumia a menina de forma tão grandiosa, que ela não seria capaz de controlar as suas ações. Tinha medo de que se sobrevivesse, não veria o mesmo rosto no espelho nunca mais.

Alissa não desistia, mas para seu azar... o mascarado era mais rápido. Em poucos segundos se aproximava da ruiva como uma sombra saída de outra dimensão, enviada para aniquilar os que estivessem em seu caminho. A Forma do fantasma mostrava toda sua alegoria arrepiante, com a fantasia que se ondulava tendo o vento batendo contra si no momento da corrida. A Faca reluzente naquela luz fraca, porém útil que iluminava o caminho, brilhava clamando pelo sangue da ruiva.

Ela ainda conseguiu apertar o passo, esticando as pernas para tentar alcançar uma velocidade maior durante a dança de seus cabelos vermelhos como fogo, que pulavam sobre sua cabeça. Mas nada disso pareceu adiantar. Juliett já mostrava expressão de desesperança, Amelie congelada feito uma estátua boquiaberta... as duas observavam a facada que em poucos segundos acertaria Alissa em cheio. Os gritos das três misturaram. Alissa mantinha seus olhos à frente em determinação, quando sentiu o golpe estrondoso da lâmina entrando com tudo numa brutalidade aterrorizante. A Força proferida pelo Serial Killer veio de uma fúria grandiosa, a lâmina de 22 cm afundou no ombro da ruiva quase que por completo num golpe só, se enterrando na carne do topo de seu ombro direito próximo ao pescoço. Sua boca se abriu em agonia enquanto seus olhos se fecharam não podendo suportar aquele golpe rápido de segundos. Como uma lesma banhada em sal, Alissa se contorcia de agonia. A Faca foi retirada com a mesma intensidade, levando consigo um arco de respingos de sangue para trás. A ruiva sentiu a tenebrosa fisgada exclamando um urro mostrando os dentes que rangiam em agonia.

Se curvou parando a corrida perplexa ainda se segurando no corrimão, assustada e numa dor horrível devido ao golpe surpresa e covarde a qual fora submetida. O sangue já escorria contornando seu pescoço e descendo também por suas costas. Sua cabeça se abaixou em uma demonstração de fraqueza, sendo seu rosto coberto pela cabeleira vermelha. A mão do assassino violentamente pousou sobre seu ombro ferido, virando a garota de frente a si. Naquele segundo em que foi girada num urro de dor, ficando de frente a máscara infame, Alissa percebeu que não conseguiria mexer seu braço direito, por isso, no mesmo momento usou o esquerdo acertando um soco em cheio na cara de seu agressor. A Máscara pareceu se dobrar para o lado ao ser atingida pelo golpe, o assassino recuou por um segundo. O Rosto da morte já voltava a sua forma original, o mascarado levantava seu braço novamente para esfaqueá-la. A garota expressou seu ódio em pleno instinto de sobrevivência usando sua mão esquerda novamente empurrando com toda força a figura negra contra a parede. Ao fazer isso teve seu corpo impulsionado para trás, dando com as costas contra o corrimão. O Assassino deu contra a parede, e numa resposta rápida ao ser atingido, se virou de lado levantando a perna proferindo um chute tremendo de voadora acertando o peito da garota.

Ao sentir o violento e repentino golpe, Alissa fora jogada para trás. Suas costas se dobraram, tendo ela escorregado por cima do corrimão aos gritos graves. Seu corpo se virou completamente para trás. Uma queda de cabeça começara. A Última coisa que Amelie Juliett viram, foram as pernas de Alissa voltadas para cima desaparecendo ao despencar por cima do corrimão. Os grito de desespero foi ouvido. Alguns segundos depois.. um baque juntamente com um estalar horripilante! O Assassino rapidamente se debruçou contra o corrimão, indo observar o resultado da queda da ruiva. Ela jazia no chão com o pescoço retorcido, quebrado devido a queda de cabeça. A Cabeça virara pouco mais de 180 graus, dando uma visão grotesca. Em volta de seu crânio, uma mancha vermelha se formava. O Sangue parecia sair por entre os cabelos da menina, o vermelho vivo se misturava com o cabelo ruivo, formando uma poça de sangue. Alissa já não mais vivia.

—Ah!!!!! -Amelie finalmente gritou. Um berro longo e agudo.

Juliett pousou a frigideira no colo, se segurando com firmeza nas laterais da cadeira ao sentir que a menina a girava. Amelie manuseou aquela cadeira de rodas como um veículo de fuga, dando uma espécie de cavalo de pau com Juliett que aos berros, chorava horrores. A Virou com tudo seguindo em frente pelo corredor de onde vieram, sem nem ao menos prestar atenção se o assassino as seguia. A Menina corria com toda velocidade que suas pernas poderiam lhe proporcionar, tendo o torso inclinado para frente enquanto empurrava a cadeira de rodas. Juliett tentava pegar a lanterna entre suas pernas para facilitar a fuga deixando o caminho visível.


—Juliett nós vamos morrer!!!
—Ele está nos seguindo???!!!
—Eu não sei!!

Amelie deu uma rápida olhada para trás, apenas para ter o infortúnio de ver Ghostface dobrando o corredor vindo para cima delas. Se virou novamente prestando atenção ao trajeto:

—Ah!!!!! Ele está sim!!!!
—Me acelera Amelie!!!
—Estou tentando!!


As portas, cômodos e móveis velhos ficavam para trás durante a correria infame. Juliett demonstrando pavor apontava lanterna.

—Entra aqui!!! Direita, direita!!

Amelie respondeu ao comando, manuseando a cadeira de rodas tornando a curva aberta para que a cadeira não tombasse com a garota. Seria hilário se não fosse trágico. Os gritos da líder de torcida eram agudos e vinham em pequenos intervalos. Não eram só irritantes como também deixavam Amelie ainda mais apavorada. "Bam Bam Bam Bam Bam Bam!" os passos frenéticos do fantasma anunciavam a morte iminente das duas. Amelie já estava perdendo a força nos braços por ter empurrar Juliett a tal velocidade e distância. As duas tinham uma pequena vantagem de estar numa distância considerável do assassino, pelo menos por enquanto. Foi quando Amelie teve uma ideia absurda. Agora, naquele corredor escuro, com apenas a lanterna de Juliett servindo como guia, a menina avisou:

—Juliett me ajuda a te frear!
—O que você vai fazer?!!
—Vai logo!

A líder de torcida arregalando os olhos, firmou as mãos nas laterais sentindo as rodas, pressionando a palma da mão contra elas para que parassem. Suas mãos arderam fazendo tal tarefa:

—Ai ai ai ai!!!!


A Cadeira parou, Amelie deu meia volta com ela, ficando de frente com a trajetória de onde o assassino vinha. Ghostface vinha ao fundo sem nenhuma piedade, sem sinal de que pararia.

—Juliett quando chegarmos perto, use a frigideira!
—OK!!!

Amelie usou a força que restara em seus braços impulsionando a cadeira para frente. Começou a correr de frente para o assassino que vinha na direção oposta.

—Isso não é uma boa ideia!!! -Juliett berrava.
—Tarde demais!! Arrgghh!!! -Num grito furioso, Amelie conseguiu ser ainda mais rápida. A cadeira de rodas chegava de encontro ao psicopata em disparada pronto para dar um golpe.

—Agora!!!

—Ahhhh desgraçado! -Juliett exclamou levantando seu braço dando uma pancada de frigideira no braço do fantasma que vinha para acertá-las com a faca. Elas passaram direto por ele enquanto ele fora atingido próximo ao pulso, fazendo com que a faca caísse no meio do corredor. O Som metálico da lâmina atingindo e quicando o chão. O Mascarado imediatamente parou seu ataque, desviando da cadeira, se jogando para o lado. As meninas passaram direto deixando-o para trás na escuridão, completamente apavoradas sem diminuir o ritmo da fuga.

—Ah!!! -Amelie não parava de gritar. Não podia acreditar no que acabara de acontecer. Dobrou à esquerda refazendo o caminho por onde vieram, tendo a cadeira dado uma leve derrapada na curva.
—Funcionou!! -Juliett ficou histérica.

Amelie continuava em frente, ainda olhando para trás temendo que a figura surgisse novamente, que a perseguição não tivesse acabado. Não conseguia se concentrar no caminho, mantinha a vista na direção de onde tinham acabado de virar.

—Amelie... -Disse Juliett temerosa.

Ela não respondeu, continuou empurrando a menina temendo que o mascarado aparecesse novamente atrás delas.

—Amelie... -Juliett tornou a dizer, num tom de preocupação.

A menina, completamente distraída, ainda não deu atenção. Agora ela podia ouvir os passos... "Merda!" ele estava vindo novamente!

—Amelie!!!! -Juliett berrou dando um ultimato.

A menina finalmente se virou para frente, arregalando os olhos percebendo a besteira que havia feito: Não prestado atenção no caminho.

—Amelie, a escada sua vacaaaaaa!!!!!
—Meu Deus! -Ela arregalou os olhos.

Fora tarde demais. A Menina não teve outra opção a não ser soltar as mãos da cadeira de rodas. Juliett, a pobre coitada não conseguiu frear a tempo, sendo lançada para frente escada abaixo. Amelie parou um segundo antes de chegar aos degraus, ficando no topo cobrindo a boca com as mãos, aterrorizada com o erro que havia cometido.

—Sua puta!!! -Juliett berrava tendo sua queda, seu corpo saltara da cadeira de rodas batendo contra as escadas, quicando com as nádegas nos degraus, chacoalhando o rosto involuntariamente para cima e para baixo num tremelique interminável. Suas costas batiam enquanto a líder de torcida escorregava escada abaixo tentando se agarrar no corrimão. A Cadeira já estava bem à frente, rodopiando dando cambalhotas violentas, rolando feito uma bola deixando Juliett para trás, que perdera a lanterna e a frigideira.

—Desculpe!!! -Amelie exclamou no topo das escadas.


Juliett finalmente conseguiu se frear, tendo os cotovelos e as costas raladas com intensidade, parando na metade da escadaria.

—Vagabunda!!

Amelie se virou para trás a ponto de chorar de desespero por ter quase matado a líder de torcida, quando avistou a figura mascara ao longe naquele corredor fazendo a curva ficando de frente para ela. Não teve escolha, correu. Correu pelo caminho reto seguido pelo corrimão, o mesmo que Alissa percorreu porém no sentido contrário. Amelie não desceria as escadas para ir atrás de Juliett, o pavor a levou em outra direção. Correndo aos prantos querendo morrer de arrependimento, a menina cruzou aquele Hall mantendo os olhos no lance de escadas que a fariam subir. Deslizando a mão no corrimão, ela nem se atreveu a olhar para trás. Seguiu aquele meia lua completamente ofegante, subindo aquele lance já com a testa escorrendo suor. Não pararia por nada.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Isso foi hilário ou aterrorizante? hahahha. De qualquer jeito, espero que tenham gostado (E se divertido) Por favor, comente o que achou! Muito obrigado por acompanhar! Amanhã tem mais galera!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Scream - Survival" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.