Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 24
And Then There Were None - Part 4


Notas iniciais do capítulo

A Matança continua. Estamos cada vez mais perto. Quem está por trás da máscara?



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Amelie continuava subindo as escadas correndo, sem perceber que simultaneamente, Claire vinha descendo as pressas lá de cima. Uma não via a outra naquelas escadarias gigantescas que faziam um círculo enorme dando voltas e voltas. As duas com movimentos quase que sincronizados, ofegantes mergulhadas em seu próprio medo mantinham as cabeças abaixadas de olho nos degraus. Claire ao se ver no piso do 4º andar, entrou a direita se embrenhando no corredor. Amelie fez o mesmo ao chegar no 3º andar, correndo em frente sem olhar para trás. Não queria saber se o assassino ainda a perseguia. Era melhor não saber... Devido à pouca e fraca luz do Luar que emergia de uma janela ao fundo no corredor, Amelie foi capaz de ver ainda que não tão nitidamente as portas dos cômodos daquela passagem. Passou por uma, duas, três, não parava de correr, deixando todos os possíveis esconderijos para trás. Nenhum passo atrás de si era ouvido, o que indicava que o assassino não a perseguia mais, ou talvez tenha ficado para trás. Consumida pelo arrependimento de deixar Juliett estendida no escuro no meio das escadas próximo ao térreo, ela já começava a questionar a sua vontade de viver.

Desistindo quase que completamente de sua fuga, Amelie usou seu fôlego naquela corrida de pernas bambas para se atirar para a esquerda, entrando por uma porta entre aberta qualquer daquele corredor enorme. Adentrou ao cômodo que, por conta de suas janelas maiores, a luz da lua entrava um pouco mais fazendo com que ela conseguisse ver por exemplo silhuetas de possíveis móveis. Entrou com tudo fechando a porta com violência. Seu objetivo era ficar ali dentro fingindo que não estava lá. Por um momento, ficou de costas à porta encostando a cabeça na mesma de braços abertos, recobrando o fôlego. Se sentia segura novamente, como se aquela fosse sua barreira impenetrável. Olhou em volta tentando identificar o que havia naquele cômodo. A Janela quebrada quase por completo deixava entrar o vento refrescante. Estava suada e com o corpo quente, o calor da fuga lhe subiu, junto com a sede. O que não daria por uma água gelada agora? Com passos lentos e cansados, foi em frente estendendo os braços com cuidado para ver se sentia algo no caminho, e seus passos eram cautelosos, não querendo tropeçar em alguma baboseira que pudesse estar no caminho. A Janela à sua frente, a porta atrás de si, Amelie conseguiu decidir qual direção seguir para se acoar em posição fetal esperando pela salvação ou pela morte. Foi para a esquerda em passos longos esperando sentir a parede. Suas mãos tocaram algo firme, pronto. Havia alcançado. Se virou encostando as costas na parede, deslizando-a ao se sentar bruscamente abraçando os joelhos. Seus murmúrios de choro quieto eram abafados por seu rosto pressionado contra os joelhos.
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Claire corria desesperada e desnorteada, sem sua lanterna tudo ficara um caos, mal podia dizer em que direção estava indo, apenas seguia deslizando a mão direita na parede.

—Socorro!! -Ela gritou de novo, se sentindo abandonada, já pensando que ninguém queria ajudá-la.

Virou a direita ao sentir a curva que a parede fazia, sem diminuir seu ritmo frenético batendo contra alguém ou alguma coisa:

—Ah! -Gritou devido ao impacto que a lançou para trás, fazendo-a cair sentada.
—Hey! Calma! -Uma voz masculina exclamou.

Havia uma luz de lanterna ali. Claire, ainda no chão olhava para cima tentando identificar com quem havia trombado. A Luz da lanterna se moveu para cima iluminando um rosto de cima para baixo. Era Keaton.

—Perdida? -Disse ele fitando-a preocupado.
—Não, não imagina. Tô fazendo um tour por diversão mesmo. -Respondeu ela sarcástica e ofegante, levantando a mão.

Keaton pegou sua mão, ajudando-a a se levantar. A Voz de Marty surgiu por de trás dele:

—Meu Deus Claire, ouvimos seus gritos, achamos que tivesse morrido.
—Pois é.. -A loira se ergueu. -E ninguém foi me socorrer.
—Não é bem assim. A gente tava ouvindo passos e gritos para todo lado. Não sabíamos pra onde ir.
—Bom.. tanto faz... Quem morreu? -Claire limpava as lágrimas esfregando o rosto.
—A gente não sabe. -Keaton respondeu. -Não vimos ninguém ainda.
—Bem, Violet já era.
—O quê? -Marty parecia chocado.
—É... ela.. eu tentei salvar ela, e no fim foi ela quem me salvou.
—Oh meu Deus... -Keaton lhe deu um abraço. A loira retribuiu lhe dando um beijinho no rosto.
—Devo minha vida a ela. Eu estaria morta agora. De qualquer jeito fico feliz que vocês estão bem.
—Idem. -Marty respondeu sorrindo, ainda expressando tristeza por Violet.
—Então meninos, algum lugar bom pra se esconder?
—Vem comigo. -Keaton disse dando as costas.
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A Maçaneta era virada, a porta se escancarava com a lanterna iluminando o cômodo. Keaton entrou primeiro, se virando ficando de frente à Marty e Claire, andando de costas para eles. O Menino entrou seguido pela Loira que cabisbaixa bateu a porta sem nem olhar para ela.

—O que vamos fazer? -Marty questionou, colocando as duas mãos na cabeça.
—Que tal ficar aqui até de manhã? -Claire deu a ideia.

Keaton parecia indignado:

—Seria tão mais fácil chamar a polícia.
—Keaton, não adianta. -A Loira se pronunciou. -Ele vai ouvir as sirenes, fugir... Steve morre e depois ele continuará atrás da gente. Isso se não nos acusarem pela morte da Violet.
—Putz.. é mesmo. -O Garoto respondeu desanimado indo para um canto do cômodo. -Mas não podemos ficar aqui parados!!
—Xiiiu garoto! Cala a boca! Quer ser encontrado??

"Quer ser encontrado?" - Amelie escutou levantando a cabeça, tirando-a do meio dos joelhos. Era a voz de Claire, ela tinha certeza. De onde vinha?

—Marty, não tem nada pra gente bloquear a porta por enquanto? -Claire continuou. -Sério, ficar dando mole assim com essa merda que nem uma tranca tem direito é foda.
—Não, todos os cômodos estão praticamente vazios. Esse aqui só tem uma cama sem colchão.
—Ué, pode servir besta!
—Ela sozinha é leve demais. É daqueles metais ocos vagabundos.
—Mesmo assim, colocando contra a maçaneta na posição certa, isso já pode nos garantir um tempo pelo menos pra fugir caso o assassino resolva arrombar.
—Fugir pra onde? -A Voz de Keaton veio do canto. -Pela janela? Só se for na base da gravidade, querida.

—Claire?! -A Voz de Amelie surgiu. Os três se remexeram olhando em volta incrédulos. Claire estava pasma e arrepiada.

—Gente, eu tô ficando louca ou vocês ouviram?
—Eu ouvi! -Keaton sussurrou.
—De onde vem? -Marty também falava baixinho.
—Ai credo... Amelie?? -Claire chamou olhando em todas as direções.
—Estou aqui!! -A Voz da garota parecia vir debaixo deles. Mesmo assim, a voz estava tão nítida que é como se ela estivesse no mesmo cômodo.
—Tu tá viva mulher?! -Claire exclamou.
—Tô, mas ta escuro aqui!! Onde vocês estão?!!

A Lua da lanterna de Keaton cruzou o quarto. O Garoto estalou os dedos:

—Gente!!

Claire e Marty se viraram o encarando. Ele apontava para o outro lado do quarto. A Loira e o Magrinho fitaram a direção que Keaton apontava com a lanterna, revelando um enorme buraco na parede, que mostrava todo o interior, as entranhas da casa juntamente com as vigas de sustentação. Claire foi em frente sem hesitar:

—Keaton vem! Joga a luz aqui garoto.

O Menino obedeceu, se aproximando. A loira botou a mão na borda do buraco, passando a cabeça dentro dele olhando para baixo, não conseguia ver nada dada a escuridão, mas era grande o bastante para passar até duas pessoas.

—Aponta a luz aí pra baixo, meu filho!
—Gente! -Amelie gritou.
—Oi! Calma fia do cão, Keaton anda logo!

O Nerd Gato apontou a luz para baixo. Era uma passagem vertical. Não dava para ver o chão, de tão profundo, mas era possível notar outro buraco, grande o bastante para passar uma pessoa a apenas alguns metros abaixo, que claro seria o quarto no andar abaixo onde Amelie estava acoada. A Menina, de quatro procurando a voz deles mexendo a cabeça para os lados, notou uma luz próxima de si. Na parede onde ela se encostava, bem ao seu lado, ela graças à luz, percebeu o buraco engatinhando para o lado ficando de frente a ele. Notou que o flash parecia vir de cima, Amelie passou a cabeça pela abertura olhando para cima, tendo a luz atingido seus olhos:

—Ai! -Reclamou ela. -Gente! Tô aqui!

Keaton subiu a luz, apontando-a para Claire que disse:

—Tá me vendo?
—É... estou sim.
—Consegue subir linda?
—Acho que sim.
—Então Bora!

A menina se levantou apoiando-se na parede ao seu lado.

—Tá, joga a luz aí no vão. Mas não na minha cara por favor.

Keaton assim o fez, iluminando o melhor que podia o vão. Amelie olhou para baixo notando que não havia chão.

—Ai meu Deus... -A sua frente conseguiu ver a madeira. Haviam várias vigas horizontais, uma em cima da outra, todas um pouco estreitas, que caberia um pouco mais do que a ponta dos seus pés. As vigas subiam enfileiradas como prateleiras. Pelo menos a distância não era grande.

—Tá.. vamos lá. -Ela esticou os braços, pendendo o corpo para frente firmando as mãos na viga que estava quase que na altura de seu peito. Inspirava, e expirava tentando controlar o medo de cair. -Vai Amelie... -Dizia a si mesma.
—Anda Amy! -Claire lhe dava incentivo.
—Calma! -Ela respondeu medrosa.

Levou seu pé direito consigo, firmando-o na viga como pode. Coube quase, apenas quase metade de seu pé. Agora trazia o esquerdo. Parou ali estática. A Madeira da viga rangeu.

—Ai meu pai amado! Ai senhor! Ai Jesus, gente eu vou cair!
—Não vai! -Keaton a repreendia. -É só vir rápido, vai.
—Vo tentar...

Sentia sua barriga e seu peito roçando em duas vigas, levantando o joelho direito meio que de lado o apoiando na seguinte. Pegou impulso levantando o corpo, já estendendo o braço para a seguinte num movimento rápido.

—Isso... muito bem. -O Nerd a incentivava.

Porém, logo após o movimento, ela travou. Paralisou ali com as pernas um tanto abertas e o braço esquerdo levantado se segurando a viga.

—Ai gente... não dá...
—Amelie, calma. -Claire tentava acalmá-la. -Respira.. vamos lá...

A Menina engoliu seco, quando uma tremenda pancada se deu. Era a porta do cômodo onde ela havia se escondido que fora arrombada com um pontapé dado pelo assassino. O fantasma entrou no quarto no mesmo instante, torcendo o pescoço para a esquerda levando seu dedo até o botão na parede acendendo a luz que a menina não acendeu temendo que isso entregasse sua posição.

—Ah!!!! Jesus Cristo me salva!! -Amelie berrou pressionando o rosto contra a madeira.
—Anda!!!! -Claire berrava batendo palmas. -Vai vai vai!!!
—Vai Amelie! Corre! -Keaton dava pulinhos, completamente histérico.

Marty atrás dos dois se sacudia de olhos arregalados.

—Ai gente!! -A Menina já aos prantos tremia se segurando.
—Anda logo rapariga!!! -Claire exclamou, no mesmo instante que Amelie usava a outra perna, se erguendo mais um pouco.

O Fantasma surgiu perante ao buraco na parede, levantando o rosto para cima que foi iluminado pela luz da lanterna. Keaton levou um tremendo susto.

—Amelie não olha pra baixo!!!
—Eu não sou retardada é lógico que eu não vou olhar pra baixo!!! -Ela berrou chorando, completamente histérica, levantando os braços se apoiando.

Ghostface segurava a faca cautelosamente, se lançando para frente num movimento só, já se segurando com facilidade nas vigas de sustentação, a ponta de sua bota bateu contra madeira assustando a menina que estava a poucos metros acima de sua cabeça.

—Ah!!! Em nome de Jesus!!! Me tirem daqui!!
—Falta só um pouco Amelie!! -Claire se desesperava.


O assassino usava rapidamente seus braços, subindo um pouco mais. Suas pernas eram ágeis, o faziam se erguer com naturalidade enquanto o som da faca em sua mão batendo na madeira dava total pânico. Amelie já sabia ao certo que não aceitaria morrer ali. Tentou ser mais rápida ignorando o medo da queda trocando-o pelo medo de uma facada. Seus joelho esquerdo se levantou, ela acertava o pé na viga, se puxando com a ajuda dos braços e o impulso. Ghostface ja chegara mais perto, indo estrategicamente para o lado afim de não ser acertado por um possível chute que a garota pudesse proferir em seu rosto. Ele se esgueirava subindo na diagonal, ainda um pouco abaixo dela, feito uma aranha negra. Aquela máscara se virava para cima e para baixo freneticamente durante os movimentos do assassino que precisava olhar com cuidado onde pisava e se apoiava, e mesmo assim, parecia ser mais rápido que a garota.

—Eu não quero morrer!!! -Ela se erguia com dificuldade.

A Mão do psicopata lhe agarrou o tornozelo velozmente.

—Ah!!!! Sai de mim!! Sai de mim!! -A Menina sacudia a perna de modo absurdo conseguindo fazer com que ele a soltasse. -Ah!!!... por que eu meu Deus? Por quê?!!
—Amelie chuta ele! -Claire se descontrolava.
—Não dá!! -Ela se ergueu com vontade dessa vez. Parece que a consciência de seu possível assassinato a fez agir com mais determinação, se esquecendo do cansaço, mesmo que ainda respirasse de modo terrível e ofegante contra as madeiras da estrutura.

Ghostface, posicionado ao lado esquerdo da garota, trocou rapidamente a faca de mão, deixando-a na direita, tendo mais facilidade para alcançá-la. Sem perder muito tempo, se mantendo firme com a outra mão, o mascarado levantou seu braço lançando um golpe de faca. "Ban!", a ponta da lâmina cravou na madeira, naquele segundo em que Amelie acabara de levantar a perna, escapando por um triz.

—Me ajudem!!! -Ela olhava pra cima clamando por socorro.
—Sobe só mais um pouco que vai dar pra alcançar sua mão!!! -Dizia Claire ficando de quatro estendendo um braço para baixo. -Marty segura minhas pernas!

Amelie se segurou estrategicamente, se erguendo mais uma vez.

—Arrgh!!! -Seu esforço para subir lhe causava um olhar feroz. O Instinto de sobrevivência lhe possuíra. -Maldito! -Ela exclamou com raiva entre os dentes olhando rapidamente para baixo, vendo que o braço do maníaco preparava outro golpe.

Ele pegou impulso com o braço, lançando-o para cima, Amelie no mesmo segundo recolheu sua perna com medo, soltando um grito agudo devido ao susto, ficando pendurada sacudindo as pernas agora suspensas no ar.

—Arrh! Saco!

A Faca cravou novamente na madeira dando um baque, já sendo retirada no mesmo instante pelo psicopata de ações rápidas. Já Amelie, suas pernas ainda sacudiam por um instante, escapando por um instante deixando-a pendurada, tendo a garota contado apenas com as forças dos deus braços, seus dedos da mão já ficavam vermelhos devido ao esforço de se sustentar, os gritos não cessavam enquanto ela acertava o pé novamente na viga. Claire já estava completamente deitada, Amelie podia ver seu rosto pouco acima de sua cabeça, e os braços da menina para baixo esperando que ela a alcançasse:

—Anda!! Segura minha mão!

A Garota escalou mais um pouco, esticando braço para cima tendo sua mão entrelaçada pela de Claire, assim, levantou o outro braço para que a outra mão da garota a pegasse, e assim a Loira o fez, com força.

—Marty, Keaton me puxem pela pernas!!
—Me levanta Claire! -A Garota implorava pela vida. A Voz de Marty fez a contagem rápida:
—1.. 2.. 3!!!

Em urros de esforço, Amelie se viu erguida conforme Claire desaparecia sendo arrastada para trás, e ela era levantada tendo o assassino errado por pouco outro golpe que quase acertou sua perna.

—Arrrhggg!!

Amelie foi puxada até a cintura, ficando com o torço deitado no piso sujo, recebendo outro puxão que trouxe de volta suas pernas de modo veloz. Assim que escapara totalmente da escalada do inferno, rolou para o lado agilmente saindo da frente do buraco, quando a máscara do fantasma emergiu. Keaton ainda apontando a lanterna se afastou levando um susto seguido por um grito.

—Hey! -Claire chamou a atenção do mascarado naquele minuto. O Maníaco levantou o olhar velozmente diretamente a ela, que já com a mão fechada, deu-lhe um soco em cheio.

O Fantasma desapareceu de vista caindo para trás descendo pela escuridão, ouvia-se seu corpo de batendo nas vigas com brutalidade tentando frear sua queda. Keaton correu para frente ficando perante o vão iluminando o buraco de cima para baixo, Claire se inclinou, queria ver o desgraçado cair por aquela descida vertical aparentemente sem fundo. Os dois aflitos, só puderam observar o infeliz se agarrando no meio do caminho, conseguindo impedir sua queda.

—Maldito!!! -A Loira berrou. Durante seu desapontamento, Ghostface desaparecia de vista se embrenhando de volta ao buraco na parede do quarto de onde ele e Amelie vieram. Ágil, como era de esperar, o fantasma sumiu passando de volta para o cômodo do andar abaixo enquanto seus passos pesados indicavam que ele se afastava. Marty se ajoelhou ao lado de Amelie que se lamentava deitada no chão de barriga para cima.


—Você está bem??! -Disse ele debruçado sobre a garota, que pegou sua mão com força, ainda tremendo de desespero soluçando com um choro devastador.
—O.... obri..gada... obrigada.....
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Dylan se aproximava finalmente das escadas, sair do 3º andar parecia um presente. Após esse tempo perdido nesses corredores infinitos o menino se via aliviado, porém ainda preocupado com Edward que devia estar por aí em lanterna alguma. Os gritos de Amelie que ecoaram pelo terceiro andar lhe assombravam. Ouvir seus amigos e colegas pedirem por socorro, implorando pela vida no escuro o deixaram transtornado. Qualquer ruído, o faria pular de susto. Ele olhava para baixo tentando ver o saguão principal apontando a lanterna para baixo. Olhava diretamente pelo meio do círculo enorme que a escada fazia. Quando uns gemidos femininos lhe chamaram a atenção, moveu seu braço para o lado percorrendo o local com a lanterna, que avistou Juliett tentando ficar de pé com dificuldade, apoiada no corrimão no final da escada lá embaixo. Ao ter a luz sobre sua cabeça, a menina olhou para cima cobrindo parte do rosto com a mão:

—Quem é?! -Exclamou ela.
—É o Dylan!
—Graças à Deus... Achei que já ia ser morta!
—O que aconteceu?
—Longa história! De qualquer jeito foi uma catá... catrás... "catrástofe"!
—Nossa...
—Tombei aqui amigo. Me ajuda.
—Estou indo!

Dylan deu um passo já em direção para descer as escadas, quando uma mão segurou seu ombro por trás, o impedindo. No susto o menino paralisou se sacudindo emitindo gemidos de medo.

—Não se assuste... sou eu. -Era a voz de Edward. Dylan se virou suspirando aliviado.
—Puta merda, não me assusta assim não.
—Até que enfim te achei!


O irmão lhe deu um rápido abraço, já o soltando olhando para Dylan se cima a baixo:

—Você está machucado?
—Não, e você?
—Estou bem.
—Meninos! -Juliett berrou lá de baixo.
—É a burrinha? -Ed perguntou.
—É.
—Caraca ela ainda tá viva?! -Ele estava impressionado com o fato de a garota com o QI de um esquilo, limitada a uma cadeira de rodas ainda estar inteira.
—Pois é... já dá pra começar a acreditar em milagres. -Dylan dizia descendo os degraus, seguido pelo irmão.

Atrás dos dois, tudo ficou iluminado. O Corredor que dava acesso ao terceiro andar teve suas luzes acesas. Os gêmeos olharam para para trás, em seguida lançaram olhares assustados um para o outro. Edward deu o comando dando leves tapinhas nas costas do irmão:


—Vai vai vai vai!!

Dylan se apressou descendo os degraus correndo, seja quem for que acendera as luzes, eles não queriam esperar para descobrir.
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Marty abraçava Keaton, buscando um pouco de conforto naquele terror:

—Keaton... não podemos ficar aqui. Não tem saída nesse quarto.
—Eu sei. Mas vamos esperar mais um pouquinho.
—O Assassino nos viu, sabe onde estamos.. ele vai vir aqui!
—Calma... Se você cair, eu caio junto.
—Não fala isso não.

Claire mantinha sua atenção na janela, ainda que não pudesse ver nada lá fora. Morria de pena de Amelie. Por todas as suas perdas, por ter mentido a garota. Tinha que achar um modo de pegar o assassino. Ele não era invencível, e eles estavam em maior número. Isso é claro, se alguém ali fosse confiável. Tudo o que Violet lhe disse sobre um possível parceiro, martelava em sua mente. Se virou discretamente fitando Keaton e Marty abraçados. Era tanto carinho, tanto medo compartilhado, que Claire não admitia a ideia de um dos dois estar envolvido. Se o assassino tinha um cúmplice, aos olhos da loira ele não estava naquele quarto. O jeito seria dar uma olhada em quem mais estava vivo, e recomeçar sua lista negra. Frente a frente, não haveria enganação. Claire não queria mais correr, queria enfrentar o horror que se abateu sobre ela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor comente o que achou! Com os suspeitos diminuindo, fica mais fácil ver no escuro? Mais um capítulo e então o segredo será revelado! Até amanhã galera!



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